FUNDAÇÃO OUREANA NA ORGANIZAÇÃO DAS COMEMORAÇÕES DOS 700 ANOS DA MORTE DO REI D. DINIS

Os 700 anos da morte do Rei D. Dinis e a recente abertura do seu túmulo e do túmulo de seu neto no Mosteiro de São Dinis e São Bernardo de Odivelas, foram os dois motivos para a Fundação Oureana, em parceria com a Fundação D. Manuel II e a Real Associação de Guardas de Honra, proporem ao Patriarcado de Lisboa e à Câmara Municipal de Odivelas a celebração de uma Missa de Exéquias Fúnebres que teve lugar no dia 4 de Janeiro de 2025.

As comemorações que incluíram um Velório com Guarda de Honra entre outros actos, foram organizadas em colaboração com o Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Odivelas e contou com o apoio da Paróquia do Santíssimo nome de Jesus de Odivelas, contando com o Alto Patrocínio da Casa Real Portuguesa e do Patriarcado de Lisboa.  

Entidades Presentes

Mais de 400 entidades foram convidadas a estarem presentes nas Cerimónias das Exéquias Fúnebres de D. Dinis sendo que àquelas que não poderão por razões de agenda estar na Missa, confirmaram a sua presença ou representação no dia 7, altura em que teve lugar uma Sessão Solene para apresentação do programa de comemorações do 7º centenário com a revelação dos resultados dos trabalhos realizados no túmulo incluindo a reconstituição facial do Rei.

S.A.R. D. Duarte de Bragança, Duque de Bragança, presente em representação da Família Real Portuguesa, juntamente com outros descendentes directos do Monarca, nomeadamente D. Nuno da Câmara Pereira e D. João Vicente Saldanha de Oliveira e Sousa, Marquês de Rio Maior.

A representar o Município de Odivelas estiveram o Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins; o Presidente da Assembleia Municipal em representação o 2.º Secretário António Boa-Nova; o Vice-Presidente da Câmara Municipal, Edgar Valles, também Vereador da Cultura e a pessoa que colaborou na organização de todos as celebrações.

Coube ao Dr. António José Baptista, Chefe do Gabinete do Senhor Secretário de Estado Adjunto representar o Senhor Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, enquanto o Vice-Almirante Bastos Ribeiro, Director Cultural da Marinha, representou o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Jorge Nobre de Sousa  e o Tenente-General Manuel Fernando Rafael Martins, Director Histórico-Cultural da Força Aérea o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves.

O Superintendente Luís Elias, Comandante do Comando Metropolitano de Lisboa esteve presente em representação de do Director Nacional da Policia de Segurança Pública, Superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho e o Intendente Pedro Almeida, Comandante da Divisão Policial de Loures do Comando Metropolitano de Lisboa esteve presente em representação do Director Nacional da Policia de Segurança Pública, Superintendente Luís Miguel Ribeiro Carrilho juntamente com o Comandante da Divisão da PSP de Loures-Odivelas, Intendente Pedro Almeida.

O Conselho Diretivo do Património Cultural, IP esteve representando pela Vice-Presidente do Conselho Directivo do Património Cultural, IP, Doutora Ana Catarina de Sousa, e pelo Vice-Presidente do Conselho Directivo do Património Cultural, IP, Arquiteto Ângelo Silveira.

O Coronel António Marcos de Andrade, Director do Museu Militar de Lisboa,  representou o General Cavaleiro Director da Direcção de História e Cultura Militar. Esteve presente também o Senhor Manuel Varges, antigo Presidente da Câmara Municipal de Odivelas e os Vereadores da Câmara Municipal; Ana Isabel Gomes, João António e Susana Santos e a Adjunta Andreia Morgado.

O Presidente da Junta de Freguesia de Odivelas, Nuno Gaudêncio, o Presidente da Junta da União das Freguesias de Pontinha e Famões, Jorge Nunes, o Presidente da Junta da União das Freguesias de Ramada e Caneças, Manuel Varela e o Presidente da Junta da União de Freguesias da Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, Rogério Valente Breia também estiveram presentes na cerimónia.

Representantes do Agrupamento de Escutas 69 e Odivelas e o Presidente do Conselho de Administração dos SIMAR de Loures e Odivelas, Nuno Leitão e o Director Municipal da Câmara Municipal de Odivelas, Hernani Boaventura; a Conselheira Municipal para a Igualdade, Hortênsia Mendes; o Dr. José Ribeiro e Castro, Presidente da Sociedade da Independência Histórica de Portugal e a Dra. Vera Amatti, em representação do Senador do Brasil, D. Luiz Phillipe de Orleans Bragança, primo do Senhor D. Duarte também marcaram presença.            

O Catafalque Régio

Um Catafalque Régio ou Catafalco foi criado para a Missa de Exéquias Fúnebres de D. Dinis. O mesmo foi inspirado em iluminuras medievais e desenhado pelo Comissário das Celebrações aniversárias, o Cônsul Dr. Carlos Evaristo, Presidente da Direcção da Fundação Oureana e pelo Mestre Arquitecto Nicolas Descharnes.

Colocado à frente do túmulo do Monarca, era composto por uma coroa decorativa antiga, de bronze envelhecido, colocada sobre uma almofada de veludo vermelho por cima de um suporte de madeira forrado a tecido adamascado preto e dourado bordada com a palavra “Veritas” (verdade) a ouro em letras góticas medievais. De cada lado do Catafalque Régio sobre um tapete fúnebre preto foram colocados dois tocheiros altos, de bronze, com velas que estiveram em câmara ardente durante o Velório, a Guarda de Honra, a Missa de Exéquias Fúnebres e a Cerimónia de Deposição de Coroas de flores.

Velório com Guarda de Honra

Pelas 15 horas, deu-se início ao Velório que teve lugar junto ao Catafalque Régio e que incluiu uma Guarda de Honra com Render da Guarda a cada 10 minutos, cerimónia que se prolongou durante a Missa e Rito Exequial.

O Dr. António José Baptista, Chefe do Gabinete do Senhor Secretário de Estado Adjunto representante do Senhor Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo com S.A.R. D. Duarte, Duque de Bragança

Foi o Senhor Duque de Bragança, Patrono da Real Associação de Guardas de Honra dos Castelos, Panteões e Monumentos Nacionais, a instalar a primeira Guarda de Honra junto ao túmulo de D. Dinis e de seu neto durante o Velório. O Dr. José Baptista, Chefe do Gabinete do Senhor Secretário de Estado Adjunto do Ministério da Defesa e membro da Guarda de Honra iniciou a primeira Guarda de Honra com o Comandante Geral Adjunto; Professor Humberto Nuno de Oliveira. Seguiram-se os Comandantes do Comando Geral da Real Guarda de Honra; Carlos Martins Evaristo, David Alves Pereira, João Pedro Teixeira e o Cônsul Carel Heringa, e ainda o Guarda de Honra Cavaleiro RIOASM Fernando Vasconcellos,  

Prestaram também serviço como Guardas de Honra durante o evento, membros de Delegações de Confrarias,  Irmandades e Damas e Cavaleiros de Ordens e também membros da Ordem de Vitez dos Herois da Ungria e da Legião de Homens de Fronteira Independant Portuguese Command.

Houve representantes da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, canonicamente erecta na Arquidiocese de Lisboa e da Real Ordem da Rainha Santa Isabel, canonicamente erecta na Diocese de Coimbra. Prestaram uma  Guarda de Honra o Arquitecto Nicolas Descharnes, Juiz RIOASM e Membro do Conselho de Curadores da Fundação Oureana; os Comendadores Ricardo Louro e Sérgio Fernandes juntamente com a Dama OSMA Maria de Lurdes Antunes de Ascenção Teixeira Fernandes Lopes e o Cavaleiro RIOASM Carlos Mourão em representação da Real Irmandade da Real Ordem do Arcanjo São Miguel, canonicamente erecta na Arquidiocese de Évora; o Dr. Francisco Mendia e vários elementos da Ordem Constantiniana de São Jorge e o Confrade José Alves a representar a Real Confraria do Santo Condestável do Laicado Carmelitano tendo também a seu cargo a transmissão das celebrações e o registo fotográfico de todo o evento na qualidade de Chefe do Departamento de Comunicação da Fundação Oureana.

Membros de Delegações de associações civis também quiseram prestar uma Guarda de Honra, nomeadamente o Prof. João Hipólito, Álvaro Sousa, Antonino Madhail e Victor Graça, a representarem a Associação Real Ordem de São Miguel da Ala. O render da Guarda esteve a cargo dos Comandantes; José Manuel Rodrigues e Inês Rodrigues do Comando Geral da Real Guarda de Honra.

Instituição da Legião D. Dinis da Real Guarda de Honra

Com a anuência do Município e Paróquia de Odivelas foi instituída a Legião ou Comando D. Dinis da Guarda de Honra e nomeado o conterrâneo Rui Silva, (a quem se reconheceu publicamente a ideia e proposta de se realizar estas comemorações centenárias) como 1º Comandante. Foi o próprio Comandante Rui Silva, juntamente com a sua mulher e filha e o Guarda de Honra Luís Rodrigues, os primeiros elementos deste novo comando a prestarem uma Guarda de Honra ao túmulo de D. Dinis durante o velório.

Memória Justificativa do Comissariado

Não estava previsto no programa mas por vontade do Senhor D. Duarte, Chefe da Família Real Portuguesa e Patrono das Fundações D. Manuel II e Oureana, (as principais entidades promotoras e organizadoras do evento); foi lida por Carlos Evaristo, em nome do Comissariado das Comemorações, uma Memória Justificativa para a realização da Missa de exéquias Fúnebres.

Durante a intervenção do Comissário ele relembrou que precisamente “no dia 7 de Janeiro completam-se 700 anos desde a morte d’El Rei D. Dinis”, mas que o Rei Poeta ou Lavrador, como ficou conhecido,” faleceu de facto a um Domingo a seguir à Epifania depois de ter assistido à Missa de Reis. Ao assinalar a sua passagem com esta Guarda de Honra de Velório, a Missa Solene da Epifania, verificou-se a necessidade de encomendar de novo a sua alma e a do seu neto, com uma Missa de Réquiem com Rito Exequial após as recentes intervenções arqueológicas que levaram à abertura dos túmulos e remoção dos restos mortais.”

O Comissariado agradeceu em nome do Senhor D. Duarte e da Família Real a intervenção nos túmulos patrocinada pela Câmara Municipal e supervisada pelo Vice-Presidente e Vereador da Cultura Dr. Edgar Valles, e a abertura do mesmo para se complementar os trabalhos de intervenção no túmulo com estas comemorações aniversárias. “Agradecemos às entidades presentes e àquelas que não estiveram presentes por razões de agenda estar mas que confirmaram a sua presença ou representação para o evento do dia 7.”

Houve também umas palavras de agradecimento e saudação especiais à Domus Pacis do Exército Azul dos Estados Unidos da América que emprestou várias peças decorativas, e alfaias litúrgicas usadas no evento; “ao Prof. Humberto Nuno de Oliveira que veio dar a conhecer um pouco mais acerca do Rei D. Dinis; ao Maestro Armando Calado; à Pianista Ludmilla; e ao Coro de Nossa Senhora da Conceição de Almeirim, por terem vindo abrilhantar esta homenagem”.

Ao Pároco de Odivelas, Padre José Jaworski ,e à Paróquia do Santíssimo Nome de Jesus, agradeceu-se, “o acolhimento e o perpetuar do nome, da memória e legado de D. Dinis”. Finalmente houve um agradecimento especial pelo Alto Patrocínio conferido ao evento  pelo Patriarcado de Lisboa na pessoa do Patriarca D. Rui Valério, também ele Administrador Apostólico da Arquidiocese Castrense.

D. João Vicente Saldanha de Oliveira e Sousa, Marquês de Rio Maior, 23º descendente directo de D. Dinis.

Evaristo desejou “um Bom Ano Santo e Dionisiano a todos”, e informou que; “as comemorações porém não terminam hoje mas continuarão no espírito do Ano Santo, e já no próprio dia 7 o Município de Odivelas, que patrocinou os estudos levados acabo após a abertura do túmulo, irá anunciar o programa alargado.”

Memorial Historiográfico

O Memorial Historiográfico a cargo do Prof. Humberto Nuno de Oliveira deu a conhecer aos presentes algumas facetas pouco conhecidas da vida do Rei D. Dinis que não só fundou a Armada dando início à Era dos Descobrimentos com a plantação do Pinhal do Rei, mas também fundou a Ordem de Cristo que recebeu os bens da extincta Ordem do Templo, introduziu leis justa, promoveu a paz no Reino promovendo a língua portuguesa ao fundar a Universidade de Lisboa para que os documentos régios fossem elaborados por doutores da lei, na capital, em vez de na Universidade de Salamanca, como era costume à época.

O Professor Humberto Nuno de Oliveira

Missa Solene da Epifania com Rito Exequial

A Missa que estava aberta ao público esgotou a lotação da Igreja, com muitas pessoas a assistirem de pé e no pátio exterior. A presidir à Missa da Epifania com Rito Exequial esteve D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Administrador Apostólico Arquidiocese Castrense tendo como concelebrantes vários sacerdotes e principalmente o Monsenhor António Teixeira, Conselheiro da Nunciatura Apostólica em representação do Senhor Núncio Apostólico, D. Ivo Scapol.

O Dr. António José Baptista

Todo o cerimonial religioso foi conduzido pelo Padre Alberto Gomes, Mestre de Cerimónias da Sé Patriarcal de Lisboa e contou com o apoio do Padre José Jaworski, Pároco da Paróquia do Santíssimo Nome de Jesus de Odivelas e do Padre Fernando António, Capelão da Real Guarda de Honra que também recitou as orações por alma do Rei e de seu neto no início do Velório.

Depois da Missa teve início o Rito Exequial presidido pelo senhor Patriarca de Lisboa que convidou o Senhor D. Duarte a acompanha-lo na bênção dos túmulos do rei D. Dinis e do Infante seu neto.

Acolitou o Patriarca de Lisboa durante a Missa o Cavaleiro OSMA e Confrade RGH da Legião de Braga, Leonardo Rodrigues, um dos Directores assistentes da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana.

Abrilhantou as celebrações o Coro da Imaculada Conceição de Almeirim dirigido pelo Maestro Armando Calado tendo entoado os seguintes cânticos durante a Missa. Cântico de Entrada; “Levanta-te Jerusalém”, o Kyrie; “Orbis Factor”, o Salmo; “Virão adorar-Vos Senhor, todos os povos, todos os povos da terra”,  o Aleluia de Taize, o Cântico do Ofertório; “Jesus Rei admirável”,  o Santo de Schubert, o Cordeiro de Deus de Madureira, o Pai Nosso de Carlos Silva, o Câtinco de Comunhão; “Vinde Benditos de meu pai”, o Cântico de Acção de graças; “Ó luz de Deus, ó doce luz”, o  Cântico durante o Rito Exequial;  “Ave Maris Staela” e o Cântico Final; “Adeste Fidelis”.

Cerimónia de Deposição de Coroas de Flores

Após o Rito Fúnebre, o Funeral Régio concluiu-se com a cerimónia de Deposição de Coroas de flores junto ao túmulo do Monarca. Primeiro a fazê-lo foi o Dr. António José Baptista, Chefe do Gabinete do Senhor Secretário de Estado Adjunto em representação de Sua Ex.ª o Senhor Ministro da Defesa Nacional Nuno Melo, juntamente com o Vice-Almirante Bastos Ribeiro, Diretor Cultural da Marinha em representação de Sua Excelência Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Jorge Nobre de Sousa.

Seguiu-se a deposição de uma Coroa de flores pelo Dr. Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas acompanhado de S.A.R. D. Duarte de Bragança, Duque de Bragança em representação do Município e do Comissariado das Comemorações.

Finalmente, colocou uma Coroa de flores o Dr. José Ribeiro e Castro, Presidente da Sociedade da Independência Histórica de Portugal e o Tenente-General Manuel Fernando Rafael Martins, Director Histórico – Cultural da Força Aérea, em representação Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves.

Leonardo Rodrigues

Presença de Relíquias da Rainha Santa Isabel

A presença de Relíquias da Rainha Santa Isabel na Missa de Exéquias Fúnebres foi um momento histórico.

As relíquias foram colocadas sobre o Altar perto dos restos mortais de D. Dinis e do neto de ambos.

As relíquias que pertencem à colecção da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana no Castelo de Ourém são duas madeixas de cabelo da Rainha Santa, uma colocada num busto relicário, e outra, num relicário de pé.

Estas relíquias estiveram à veneração dos fieis durante o Velório e depois da Missa, enquanto nos Claustros do Mosteiro os convidados tinham uma visita guiada ao espaços museológicos e provavam uma Madre Paula (Vinho) de honra oferecido pela Câmara Municipal de Odivelas.

4 de Janeiro de 2025

Fotografias de José Alves, Carlos Evaristo e C.M. Odivelas

Direitos Reservados: Câmara Municipal de Odivelas e Fundação Histórico – Cultural Oureana

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REAL CONFRARIA CELEBROU FESTA DE SÃO NUNO NA IGREJA DO SANTO CONDESTÁVEL EM LISBOA

A Real Confraria do Santo Condestável São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira celebrou pela primeira vez este ano, a Festa do seu Patrono, na Igreja do Santo Condestável em Lisboa.  

Igreja do Santo Condestável.

A Real Confraria do Santo Condestável que anualmente recebe convite para estar presente nas celebrações naquela Igreja (que conserva a maior parte dos restos mortais do seu patrono; São Frei Nuno de Santa Maria), aceitou este ano o convite para estar presente e acompanhar o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança juntamente com a Ordem do Santo Sepulcro, a Real Guarda de Honra e demais Confrarias da Família Carmelitana.

OBRA DO CALDEIRÃO

Criada originalmente pelo próprio Santo Condestável, pouco depois de entrar para a Ordem do Carmo como Irmão Donato, a associação de leigos de assistência aos pobres e sem abrigo de Lisboa, transformou-se ao longo dos séculos na Ordem Terceira do Carmo esquecendo as suas origens e fundador.

A Confraria da Virgem Santa Maria ou Confraria do Caldeirão, como era popularmente conhecida ao tempo de D. Nuno, foi re-fundada em 2009, no espírito da família Carmelitana, pelo Vice-Postulador da Causa da Canonização Rev. Padre Francisco Rodrigues, O. Carm, sob o Alto Patrocínio da Casa Real Portuguesa, fixando a sua Sede na reconstruída Botica de São João da Fundação Oureana no Castelo de Ourém cujas origens remontam ao tempo em que o III Conde de Ourém era Prior da Ordem Hospitalária de São João (Hoje Soberana Ordem de Malta).

Canonicamente Erigida em várias Dioceses como um Apostolado, a Real Confraria e a sua chamada “Obra do Caldeirão” da qual fazem parte os “Peacemakers” (“Obreiros da Paz” ou “Pacificadores”) é o Departamento Sócio-caritativo da Fundação Oureana que opera em parceria protocolar com a Fundação D. Manuel II e a Real Guarda de Honra.

OS PACIFICADORES

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” Mateus 5:9

Este ano as obras de assistência social da “Obra do Caldeirão” levadas a cabo pelas Fundações parceiras, do Apostolado da Real Confraria do Santo Condestável, através dos “Peacemakers” (“Obreiros da Paz” ou “Os Pacificadores”), obra fundada em 1985 como Sociedade Missionária e então denominada “Sociedade Conde Nuno” e mais tarde, “Sociedade Beato Nuno” e que é hoje parte da Real Confraria da Fundação Oureana.

Esta obra foi fundada na Casa Alta, antiga Ermida do Espírito Santo, onde se situava a primeira residência oficial de John Haffert no Castelo de Ourém. Foram mentores da mesma o Bispo Missionário Constantino Luna, Patrono do Exército Azul e o antigo Tesoureiro do Exército Azul, Timothy Richard Heinan que se inspiraram na biografia de São Nuno por John Haffert; “The Peacemaker that went to War” ou “O Pacificador que foi para a Guerra”.

O Duque de Bragança com a Delegação da Ordem do Santo Sepulcro.

Criada pelo VI Centenário da vitória de São Nuno em Aljubarrota, a obra tem levado a cabo numerosas campanhas anuais de ajuda humanitária em Missões em África, no México, na Guatemala, no Peru e no Brasil, países onde mantém apoio a orfanatos criados e sustentados em boa parte pela mesma.

A Sociedade Beato Nuno foi mais tarde Canonicamente Erigida em várias Dioceses como as de Duluth no Minnesota, E.U.A. e no México até que passou a ser incorporada, por Protocolo, na Real Confraria e em 2009 por ocasião da Canonização de São Nuno. Ostenta hoje o nome que deriva da primeira biografia em língua inglesa de São Nuno, um “best-seller” publicado em 1946 da autoria do Fundador da Fundação Oureana; John Mathias Haffert; intitulada; “The Peacemaker that went to War” (O Pacificador que foi para a Guerra).

Confrades e Guardas de Honra junto ao Túmulo de São Nuno.

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Depois da Missa, e a seguir à romaria dos Confrades e Guardas de Honra em torno do túmulo de São Frei Nuno, foi altura do Confrade Condestável David Alves Pereira informar a Assembleia de Confrades dos resultados das várias campanhas humanitárias que a Real Confraria, através dos “Peacemakers”, tem levado a cabo, desde o início da presente Pandemia, para ajuda dos mais necessitados.

“Tendo-se organizando a distribuição de bens de primeira necessidade a famílias carenciadas, distribuindo subsídios, roupa e outros bens, uma obra que tem realizado neste ano de Pandemia com a ajuda particular das Fundações Parceiras, dos Confrades Condestáveis José António e Maria Antonieta da Cunha Coutinho; do Confrade Nuno Coutinho Faria e dos Benfeitores Duarte Pizarro, Miguel Pape, Susana Rodrigues Lopes e da Drª Isabel Jonet do Banco Alimentar Contra a Fome. Do Apostolado “Mãos Unidas com Maria” de Florinda Marques, também ela membro da Real Confraria recebeu-se medicamentos, roupa, material escolar e agasalhos.

APOIO DADO PELA REAL CONFRARIA DURANTE A PANDEMIA COVID 19

Para os casos com necessidades básicas dos concelhos de Ourém, Tomar e Leiria, para além de ajudas pontuais em dinheiro ou em cabazes de alimentos comprados, estabeleceram-se contactos com as respetivas Câmaras Municipais, que já haviam criado linhas de apoio social. Alguns casos de Ourém e de Fátima foram encaminhados para a Assistência Social do Concelho, que dava 50 Euros por pessoa, por semana, para ajudar com despesas e 150 euros por família.

Das 19 Famílias (77 Pessoas) ajudadas na primeira grande campanha de distribuição de bens alimentares que a Real Confraria coordenou na Comunidade Brasileira, com o apoio do Consulado Honorário do Brasil em Fátima (Ourém), foram também ajudadas até Abril com cabazes de alimentos ou vales distribuídos, 9 pessoas de Fátima. Posteriormente, com a ajuda da Real Confraria, todas foram inscritas no Banco Alimentar contra a Fome, na Cáritas Diocesana ou na Missão Continente para um apoio continuado.

Houve ainda uma família de 4 pessoas que foi transportada, juntamente com a sua mobília e bens, de Viseu para Fátima pelos Confrades David Alves Pereira e Jorge Gonçalves, a fim de receberem apoio de uma Comunidade Religiosa.

É importante esclarecer que desde 2001 que a Fundação Oureana não recebe donativos para obras de caridade, nem distribui donativos com essa finalidade. Para total transparência todas as campanhas de angariação de fundos são levadas a cabo pela Real Confraria do Santo Condestável, e por voluntários, sendo que os beneficiários, a serem ajudados em Portugal ou no estrangeiro, recebem fundos diretamente dos doadores nas suas contas ou então, são-lhes entregue vales ou cheques emitidos pelos doadores a seu favor. A Contabilidade é feita pela Diocese de São Tomé e Príncipe em cuja Diocese está Canonicamente Erigida a Real Confraria que opera a partir de Ourém. É a mesma Diocese que recebe os fundos diretamente e emite os recibos aos doadores. A Real Confraria também dá apoio e manutenção contínua à “Casa dos Pequeninos” da Diocese de São Tomé e Príncipe.

De salientar também os apoios especiais e médicos dados aos que foram atingidos pela presente Pandemia (que juntaram um grupo de 17 Benfeitores, entre eles o jogador de futebol Jardel), com fundos para compra de roupa, pagamento de transportes, carregamentos de telemóveis, e ajuda a pagamentos de faturas de gás, água e luz. Foi ainda adquirida uma ambulância equipada e cadeiras de rodas e andarilhos enviada em Agosto para São Tomé e Príncipe.

Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte de Bragança, Duque de Bragança, na qualidade de Condestável Mor Honorário e Patrono da Real Confraria, felicitou o Condestável-Mor e os Adjuntos; Condestáveis David Alves Pereira; Bruno de Castro e Jorge Gonçalves que juntamente com o Esmoler-Mor António Boleto Catela, são os Esmoleres da Real Confraria e os que dirigem o grupo dos “Peacemakers” em Portugal e o apio dado pelos Confrades Condestáveis Angelo Musa, Kevin Couling, Stephen Besinaiz e Paul Perry a liderarem as campanhas de angariação de fundos com o Condestável-Mor Carlos Evaristo, em vários países do estrangeiro e que resultaram no êxito destas campanhas.

Romaria e Oração dos Confrades participantes junto ao Túmulo de São Nuno.

INVESTIDURAS NA CRIPTA DO CONDESTÁVEL

Antes da Missa da Festa de São Nuno, pelas 16:30 Horas, teve lugar na Cripta da Igreja do Santo Condestável, no piso abaixo do Altar-Mor junto ao local onde se encontra o túmulo com relíquias de São Nuno, a Investidura de novos Confrades e também de novos Guardas de Honra da Real Guarda de Honra (RGH).

O Senhor Dom Duarte de Bragança, que ostenta hoje os títulos que eram de São Nuno, Conde de Ourém e Conde de Barcelos, na qualidade de Condestável-Mor Honorário e Patrono Fundador da Real Confraria, relembrou a família dos Duques de Cadaval, que tradicionalmente representam a família “Pereira” e ostentam as Armas que eram de D. Nuno, mas que não poderem estar presentes. Seguidamente o Senhor Dom Duarte entregou os diplomas e felicitou os novos membros das duas Associações que gozam do Patronato Real, apelando a que todos sigam sempre o exemplo de Caridade, Humildade e de Amor a Deus e à Virgem que foi de São Nuno e particularmente, ajudando aqueles que mais necessitam sempre, e de forma extraordinária, neste tempo de Pandemia.

Sua Alteza Real o Duque de Bragança.

Para além de serem investidos por procuração vários membros Norte Americanos e Italianos, houve também a investidura presencial de novos membros das Legiões da RGH de Beja e de Évora, e ainda, nomeado mais um Capelão.

Os Confrades Humberto Nuno e João Pedro.

Foi designado Confrade Condestável Grã-Colar Humberto Nuno Lopes Mendes de Oliveira que passa a assumir o Comando da Legião da Real Confraria e Real Guarda de Honra na Igreja do Santo Condestável.

O Alcaide João Pedro com sua irmã e Madrinha Maria de Lurdes junto à Pia Batismal.

Será assistido pelo Adjunto e Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira, Confrade que foi batizado na mesma Igreja pelo Padre Mário, no dia 13 de Maio de 1966, tendo como Madrinha, sua irmã, Maria de Lurdes, também presente na Missa da Festa de São Nuno para recordar esse dia com o irmão.

Batismo do Confrade Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira
na Igreja do Santo Condestável.
O Padre Mário administra o batismo a João Pedro Teixeira ao colo de sua irmã e Madrinha.

MISSA PRESIDIDA PELO BISPO AUXILIAR DE LISBOA

A Missa, que teve início pelas 19:00 Horas, foi presidida por D. Américo Aguiar, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Lisboa. Antes e depois da Missa uma relíquia de São Nuno foi levada no Cortejo Litúrgico pelo Pároco da Igreja do Santo Condestável, Revº Padre Luís Carlos Silva de Almeida que publicamente saudou e agradeceu a presença do Senhor Duque de Bragança, dos Confrades da Real Confraria e membros da Real Guarda de Honra.

A Relíquia de São Nuno levada na Procissão Litúrgica.







A Santa Missa foi presidia por D. Américo Aguiar.

Membros de uma Família da Paróquia colocaram a Coroa de Flores no Túmulo de São Nuno.
O Confrade Fundador D. Nuno de Bragança van Uden.

Presentes na Santa Missa também uma representação oficial da Ordem do Santo Sepulcro da qual fazia parte D. Nuno de Bragança van Uden, primo do Duque de Bragança e Confrade Fundador Condestável da Real Confraria.

Os Confrades Carlos e Margarida Evaristo

Presente também esteve o Confrade Fundador Dr. Alexandre Patrício Gouveia, Condestável para a Capela de São Jorge em Aljubarrota e Presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota com a qual a Fundação Oureana celebrou um Protocolo de Cooperação em 2009 que criou a Exposição Nacional do Santo Condestável no Castelo de Ourém.

Os Confrades João Pedro Teixeira e Mário Neves.
O confrade Mário Neves.
O Confrade Alexandre Patrício Gouveia.

No final da Assembleia, o Confrade Mário Neves foi nomeado Alcaide para o Santuário da Princesa Santa Joana em Aveiro pelo Condestável Mor como reconhecimento do importante trabalho que tem vindo a realizar na pesquisa da história e promoção do Culto de São Nuno e ainda, na preparação de uma publicação sobre São Nuno que será editado em breve pela Real Confraria através da Regina Mundi Press ICHR, Editora das Fundações.

Representante do Chefe do Estado Maior do Exército.
O Comandante da Legião de Tomar da Real Guarda de Honra Bruno de Castro
que representava o Comando Geral da RGH.

Delegações da Ordem do Santo Sepulcro e dos Escuteiros cujo Patrono é o Santo Condestável.

Membros Confrades da Real Guarda de Honra das Legiões de Beja e Évora.
O Confrade Alexandre Patrício Gouveia.
O Confrade Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira.
O Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira e sua irmã Maria de Lurdes..
A Delegação da Ordem do Santo Sepulcro.

BRINDE À MEMÓRIA DE S.A. D. HENRIQUE DUQUE DE COIMBRA

Nesse dia foi recordado Sua Alteza, o Senhor Dom Henrique de Bragança, Duque de Coimbra, Chanceler Mor das Ordens Dinásticas da Casa Real Portuguesa e Condestável Mor Honorário da Real Confraria do Santo Condestável, falecido a 14 de Fevereiro de 2017 e que havia nascido no dia 6 de Novembro, Festa de São Nuno, em 1949.

S.A.R. Dom Duarte de Bragança com o Confrade Justin Carpentier durante o Jantar.
S.A.R. Dom Duarte de Bragança com o Confrade Justin Carpentier durante o Jantar.

Antes da Missa, num jantar informal que teve lugar num restaurante junto à Igreja, brindou-se à memória do Senhor Dom Henrique.

6 de Novembro de 2020

Fotos: Direitos Reservados

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