Fatima, July 4th, 2014. The Grand Master of the Constantinian Order HRH The Duke of Castro, accompanied by HRH The Duchess of Castro and the two princesses HRH The Duchess of Palermo and HRH The Duchess of Capri, visited Fatima in Portugal and offered prayers to Our Lady of Fatima at the small Chapel of the Apparitions.
The Grand Master and his family also visited the Royal Lipsanotheca and viewed an exhibition of relics of the Foundation Oureana / D. Manuel II presented by Mr. Carlos Evaristo, a leading expert of relics and Chairman of the chapter of the Patrons of the Vatican Museums. Among the exhibits were the relics of the Seers of Fatima, the Sicilian Saints and the major relic of the Blessed Maria Cristina, Queen of Naples, who was beatified in January 2014 by Pope Francis in a ceremony held at the Basilica of Santa Chiara in Naples attended by members of the Neapolitan and Portuguese Royal Families.
The Grand Master and his family were accompanied in pilgrimage to the Altar of Fatima by HRH The Duke of Braganza, HSH Prince Peter von Hohenberg, grandson of Archduke Franz Ferdinand of Austria-Hungary, HSH Princess Marie-Therese von Hohenberg and her husband HE Mr Anthony Bailey, Delegate of the Sacred Military Constantinian Order of Saint George in Great Britain and Ireland and Magistral Delegate for Inter-Religious Relations, HE Dr. Miguel Horta e Costa, Baron of Santa Comba Dão, Delegate of the Sacred Military Constantinian Order of St. George in Portugal, the Marquis of Rio Maior, D. João Saldanha Vicente; Sir Gavyn Arthur, former Lord Mayor of London; Eng. Domingos Patacho of the Royal Association; Dr. José Carlos Ramalho Royal Association of Ribatejo, Dr. Francisco Ramalho, Dr. Alberto Calafato Janelli, Private Secretary to the Duke of Castro and Dr. Carlos Evaristo, who led the visit to the Shrine.
Para recordar o 75º aniversário da coroação de Nossa Senhora de Fátima como rainha do mundo vai ser inaugurada, dia 13 deste mês, às 16h00, no Castelo de Ourém, uma estátua em tamanho real do Papa Pio XII.
O monumento vai ser inaugurado pelo Duque de Bragança, D. Duarte Pio, afilhado de Batismo do Servo de Deus, Papa Pio XII, realça uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
A estátua em bronze daquele que foi chamado de “Papa de Fátima” é obra do Mestre escultor Félix Burriel e oferecida por Moritz Hunzinger, “com o apoio de vários admiradores e defensores do Papa internacionais incluindo um grupo de historiadores e Judeus da Pave the Way Foundation”, refere.
A Vila Medieval de Ourém conta desde esta tarde de 13 de maio com um novo monumento dedicado ao Papa Pio XII, numa cerimónia de inauguração que teve a participação do Presidente da Câmara Municipal de Ourém, Luís Miguel Albuquerque, e do Duque de Bragança, D. Duarte Pio.
A inauguração do monumento decorreu no dia em que se assinala o 75º aniversário da coroação de Nossa Senhora de Fátima como “Rainha do Mundo” pelo Papa Pio XII, o chamado “Papa de Fátima”. A estátua em bronze é obra do escultor Félix Burriel e oferecida por Moritz Hunzinger, “com o apoio de vários admiradores e defensores do Papa internacionais incluindo um grupo de historiadores e Judeus da Pave the Way Foundation”, numa iniciativa da Fundação Histórico-Cultural Oureana.
O pretendente ao trono acredita numa teoria segundo a qual o navegador nasceu no Alentejo, como filho bastardo do duque de Beja. Mas a historiografia mais documentada e credível desmente a tese – por completo
D. Duarte de Bragança simpatiza com a teoria de Cristóvão Colombo ser português”, diz à VISÃO Carlos Evaristo, arqueólogo especialista em relíquias sagradas e iconografia sacra medieval, e presidente da Fundação Oureana. O arqueólogo acrescenta que o pretendente ao trono português, através da Fundação D. Manuel II, a que preside, financia os custos da componente nacional do Projeto Colombo.
Mediante testes de ADN, aquele projeto tenta provar que o navegador era português ou “ibérico”. O epicentro está na universidade de Granada e no professor José Lorente Acosta, que chefia a equipa de investigação que reúne entidades de vários países.
No caso de Portugal, as contribuições são asseguradas pela Fundação Oureana que Carlos Evaristo dirige e, sobretudo, pelo seu Museu de Relíquias, instalado no castelo de Ourém. Recentemente, três cabelos da rainha Santa Isabel, com mais de sete séculos, foram cuidadosamente removidos por José Lorente e Carlos Evaristo de um relicário com uma sua madeixa, “selado em lacre com o sinete do bispo conde de Coimbra D. Frei Joaquim de Nossa Senhora da Nazaré”, diz o arqueólogo. “Este cabelo foi recolhido por esse prelado, na presença do rei D. Miguel I, como o comprova documentação arquivada na ocasião da abertura do túmulo da rainha Santa, para verificação do estado de conservação do seu corpo incorrupto”, acrescenta.
Carlos Evaristo forneceu também a José Lorente outras duas amostras de relíquias, com sangue e ossos de “dois santos portugueses mais contemporâneos de Colombo e que eram membros da Família Real de Avis e de Bragança”. Mas o arqueólogo prefere não identificar publicamente aqueles “dois santos”, porque as relíquias em causa “perderam os selos de autenticidade ao longo dos séculos”, embora acredite que são “genuínas”.
Seja como for, o objetivo mantém-se: descobrir um elo que conduza à confirmação de que Cristóvão Colombo “era, pelo menos, ibérico, se não mesmo português”, através da comparação de marcadores genéticos, com suporte na matéria óssea do navegador (que morreu em Valladolid, a 20 de maio de 1506, aos 55 anos), de um filho e de um irmão, encontrada há anos em Sevilha e cientificamente comprovada.
Carlos Evaristo defende a teoria do investigador Augusto de Mascarenhas Barreto, já falecido, segundo a qual Colombo nasceu em Cuba, no Alentejo, fruto de uma relação extraconjugal do duque de Beja, D. Fernando (segundo filho do rei D. Duarte I), com Isabel Zarco, filha de Gonçalves Zarco, fidalgo da Casa do Infante D. Henrique. Em adulto, diz o arqueólogo, “Colombo serviu como capitão de guerra, uma espécie de agente secreto no que respeita a desviar as atenções do Papa espanhol, Alexandre VI, e dos reis católicos, Isabel de Castela e Fernando II de Aragão, do verdadeiro caminho marítimo para a Índia e da existência do Brasil”.
Problema Bicudo
Por aquela tese, temos um corajoso patriota português. Carlos Evaristo, porém, sofreria uma forte desilusão quando descobriu que o túmulo de D. Fernando, em Beja, estava vazio. O suposto pai de Colombo seria um instrumento genético infalível, na comprovação, ou não, de que o navegador era português. A culpa é do governo de Joaquim Augusto de Aguiar, que em 1834 decretou o fim dos sepultamentos nas igrejas e criou os cemitérios públicos, o que levou à chamada “revolta da Maria da Fonte”. Os restos mortais de D. Fernando, concluiu o arqueólogo, “hão de ter ido parar, por ignorância, a uma vala comum”.
Mas existe um problema bem mais bicudo com a teoria de Augusto de Mascarenhas Barreto: choca de frente com a historiografia adquirida e documentada. Os académicos mais credíveis afirmam que Cristóvão Colombo nasceu em 1451, em Génova, filho de Domenico Colombo e de Susanna Fontanarossa. E que, apesar da forma atribulada como chegou a Portugal, em 1476, salvando-se a nado durante uma das numerosas batalhas do cabo de S. Vicente, por cá se instalou como agente das principais casas comerciais de Génova.
Com esse estatuto, deslocou-se à Madeira para entrar no negócio do açúcar, então muito rentável. Em 1479, casou-se com Filipa Moniz, filha do segundo matrimónio de Bartolomeu Perestrelo, capitão-donatário de Porto Santo. E, entre Lisboa, o Funchal e Porto Santo, locais onde se sabe que residiu, Colombo adquiriu um conhecimento substancial sobre as navegações portuguesas na costa ocidental africana.
Começou então a conceber o seu plano de navegar em direção ao ocidente, para atingir a Ásia. Em meados da década de 1480, apresentou o seu projeto ao rei D. João II, que o rejeitou. O monarca considerava economicamente mais viável o paulatino avanço português pela costa africana.
Resumindo para encurtar razões, seria ao serviço dos reis católicos de Espanha que, a partir de 1492, Colombo estaria por quatro vezes nas Américas, julgando encontrar-se na Ásia. Ignorava ter descoberto um novo mundo. E, depois, destacou-se por um governo despótico dessas terras e pela escravização dos nativos. Nada que orgulhe ninguém.
Mas Carlos Evaristo, com o apoio de D. Duarte de Bragança, mantém-se na sua: se as amostras que entregou a José Lorente para testes de ADN resultarem inconclusivas, tem outras em reserva para fazer chegar ao especialista em Genética da universidade de Granada. Apetece lembrar um clichê – a esperança é mesmo a última coisa a morrer.
Tendo sido publicado um artigo na revista “Visão” online que dá a entender que D. Duarte, Duque de Bragança tem vindo a apoiar os estudos genéticos sobre o Cristóvão Colombo, vimos por este meio esclarecer o seguinte:
1. Há largas décadas que o Chefe da Casa Real Portuguesa, tem vindo a acompanhar com interesse os estudos sobre este assunto e particularmente as teorias que apresentam que o Navegador possa ter origem Portuguesa.
2. A verdade é que o senhor Dom Duarte nutre uma certa simpatia para com a tese desenvolvida pelo falecido pesquisador Augusto de Mascarenhas Barreto, e particularmente, no que diz respeito ao Colombo ter sido um Agente Secreto de D. João II.
3. Tal interesse, meramente científico, não prossupõe todavia qualquer envolvimento financeiro da parte do Duque de Bragança, sendo que a Fundação D. Manuel II em protocolo com a Câmara Municipal de Cuba e outras entidades: académicas, municipais e eclesiásticas, já prestou homenagem a todos os pesquisadores Portugueses das diversas teorias sobre a origem do Navegador.
4. A Fundação D, Manuel II patrocinou em parte a renovação do Centro de Interpretação Cristóvão Colon em Cuba dedicada à memória de Augusto de Mascarenhas Barreto, a publicação das Actas do Congresso da Associação Cristóvão Colon de Cuba, o estudo e documentário norte americano “Secrets and Mysteries of Christopher Columbus” e o fornecimento de material genético (relíquias de Santos da Casa Real) para realização do estudo de ADN pelo laboratório da Universidade de Granada.
5. Este interesse cientifico e cultural pela verdade histórica é apoiado pelo Duque de Bragança através da Fundação D. Manuel II e do Real Instituto Cristovão Colom fundado por e em memória de Augusto de Mascarenhas Barreto. Este apoio foi reconhecido recentemente pela Faculdade de História da Universidade Nacional Pedagógica Dragomanov de Kiev, Ucrânia que nomeou D. Duarte de Bragança, Patrono e Professor Honorário da mesma faculdade
6. Quem tem acompanhado os resultados obtidos pelo referido laboratório da Universidade de Granada sabe que os estudos já demoliram em parte a tese principal da origem Genovesa através do estudo do ADN de todas as famílias Italianas com apelidos derivados de Colon. É alias graças a estas provas que os estudos actualmente em curso movimentam o interesse e acompanhamento da Comunidade Cientifica Espanhola e da TVE que já descartaram a tese Genovesa. É de lamentar e parece que as Universidades Portuguesas estão alheadas deste processo que poderá vir a revolucionar a história sobre este personagem.
7. Já foi comprovado, por diversos estudos publicados, que a documentação dita “contemporânea” à qual refere o Jornalista, conhecida por “Recollata Colombina” a mesma que tem vindo a ser utilizada, desde o Século XIX, para comprovar que Colombo era Genovês, é falsa! Ficou comprovado que muitos dos documentos recolhidos por uma comissão entre 1892 e 1905 foram adulterados maliciosamente e outros viram a ocultação de datas que tinham e eram posteriores ao Colombo, e por isso não aparecem nos fac-similes reproduzidos como prova dessa tese nos 20 volumes publicados.
O Centro de Apoio Social de Angolares já está em funcionamento a prestar apoio escolar e social apos membros dessa comunidade São Tomense. O edifício que foi comprado por S.A.R. o Duque de Bragança Dom Duarte Pio, através da Fundação D. Manuel II, foi completamente remodelado e equipado pela Diocese de São Tomé e Príncipe com ajuda de donativos, parte dos quais angariados pela Fundação Oureana através das acções sociais directas da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala e da Real Confraria do Santo Condestável.
BISPO FALA DA SITUAÇÃO ACTUAL DA DIOCESE Falando francamente, o Bispo de São Tomé e Príncipe revelou que a situação econômica da Diocese está no limite.
O Bispo da Diocese num comunicado às Paróquias informou;
“No momento, a Diocese tem à disposição, no BISTP, 13.289,00 Duplos e apenas 475,00 €. Em caixa, tem cerca de 3.000,00 €, 4.000,00 Dólares Americanos e 90.000,00 Dobras. Em Lisboa, tem 83.800,00 € (graças a uma herança deixada por um Padre Madeirense). Em Roma, tem 18.973,28 Dólares Americaos e 19.097,14 € e um pequeno fundo de investimento. Desse dinheiro, 13.494,00 €são para intenções de missa; 23.700,00 €são ofertas para o Novo Lar de Idosos no Príncipe; 15.000,00 €para obras urgentes na Freguesia do Príncipe; 18.000,00 €para o Centro Pastoral do Pantufo; 8.000,00 €para obras na Casa do Campo de Milho; 16.000,00 €são da APARF e para idosos em Santana e Sé, 15.000,00 € para finalização do Jardim de Infância de Ubabudo Praia. (Refiro-me ao dinheiro que foi dado à Diocese para estes projectos específicos, projectos que estão a ser realizados ou ainda não se concretizaram). Ou seja, o dinheiro disponível não é suficiente para os projetos que temos em mãos. É preciso dizer também que só o Seminário nos rende cerca de 40.000,00 €por ano. Em termos de receitas, tivemos o apoio da Santa Sé, cerca de US 25.000,00 Dólares Americanos por ano, mas eles alertam que, devido às dificuldades vividas pela Pandemia do Covid 19 que enfrentamos, talvez tenham que cortar este subsídio. Além disso, tivemos alguns pequenos apoios, mas geralmente dirigidos a projetos específicos e não para a vida da Diocese. Não existe apoio para alimentar o povo da Casa Episcopal, para as viagens que o Bispo tem de fazer, para o Seminário, para os párocos ou para as congregações religiosas… Essa é a foto e o que fazer? Se alguém tiver uma solução milagrosa, agradeço. No entanto, temos que apostar:
• em tornar nossas paróquias comunidades autossustentáveis, • procurar otimizar nossos recursos, • evitar despesas desnecessárias tanto quanto possível (podemos ter que reduzir o uso do carro), • procurar ser pobres com os pobres, • compartilhar as contas das paróquias e nossas obras sem medo, • ser mais solidários …“
Uma das campanhas levadas a cabo pelos Parceiros Protocolares da Fundação para ajudar a Diocese e em particular a Casa dos Pequeninos que é a instituição mais vulnerável é o Projecto de apadrinhamento da alimentação de uma criança durante um ano e que já conta com meia dúzia de benfeitores que contribuem com o valor de 120,00 €.
“Conto com o apoio de todos para enfrentar esta situação e encontrar formas de resolvê-la. Neste ano de São José, que o Santo Patriarca venha em nosso auxílio.” – D. Manuel António Mendes dos Santos
A Real Confraria do Santo Condestável, Departamento Sócio-Caritativo das Fundações Oureana e D. Manuel II, que é também um Apostolado Canonicamente Erecto, acaba de concluir mais um conjunto de acções de beneficência social para ajuda às populações de Cabo Delgado/Moçambique e São Tomé e Príncipe.
Um das acções tem como objectivo principal a recolha de roupa, calçado e brinquedos para Cabo Delgado e São Tomé e Príncipe onde actualmente existem situações muito difíceis.
A ideia de ajudar Cabo Delgado com a recolha, carregamento e transporte destes bens veio de S.A.R. o Duque de Bragança que quis apoiar a campanha “Todos por Cabo Delgado” da Senhora Drª Carmo Jardim, fundadora e presidente da SIM – Solidariedade Internacional a Moçambique e que tem levado a cabo um o trabalho excecional na angariação de bens para esta acção humanitária.
A recolha de bens foi efetuada ao longo de vários meses em regime de voluntariado, por Confrades Coordenadores da Acção Social da Real Confraria do Santo Condestável; nomeadamente, por várias equipas lideradas pelo Jorge Gonçalves, David Alves Pereira e António e José Manuel Gonçalves.
Para além dos bens já referidos, houve também recolha de bens móveis para São Tomé e Príncipe, nomeadamente mobílias de quarto, colchões, roupas de cama, utensílios de cozinha e especialmente fraldas descartáveis para as crianças da Casa do Pequeninos e para os idosos acamados dos lares diocesanos.
A recolha de roupas novas e semi-usadas e fraldas junto de lojas e grandes superfícies foi fruto da actividade continuada de há 30 anos da voluntária de acção social Marília Oliveira e seus filhos no Vimieiro, Viseu, que têm vindo a ajudar com campanhas deste género os mais necessitados em todo país e para além-fronteiras.
Os colchões, roupas de cama, utensílios de cozinha e móveis foram por sua vez doados pelos Coordenadores Regionais da Real Confraria Dr. Rui Salazar de Lucena e Melo de Santa Comba Dão e o Comendador João Ribeirinhos Leal de Portalegre e Cabeço de Vide.
CAMPANHA “TODOS POR CABO DELGADO”
Já os vários transportes de bens para os armazéns do SIM e para o porto de embarque de contentores em Lisboa, foram patrocinados pela Drª Carmo Jardim , pela Fundação D. Manuel II e a Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala.
O transporte marítimo para Cabo Delgado também ficou a cargo da SIM enquanto o carregamento para São Tomé a cargo da Fundação D. Manuel II.
Durante uma reunião do Conselho da Real Confraria do Santo Condestável, que teve lugar na sede da mesma no Castelo de Ourém, no passado dia 1 de Abril, aniversário do falecimento de São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, o Condestável-Mor Dom Duarte, Duque de Bragança, por reunião “Skype”, reconheceu a agradeceu os esforços de todos os voluntários e particularmente dos generosos doadores Marília Oliveira e família, Rui Melo e Ribeirinho Leal que têm vindo há largos meses a trabalhar de forma dedicada nesta campanha.
APELO URGENTE POR AJUDA DA DIOCESE DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Tendo celebrado recentemente as festas dos santos padroeiros; Apóstolo Tomé e a Rainha Isabel de Portugal, o Bispo D. Manuel António Mendes dos Santos, os Missionários e Cuidadores Voluntários da Diocese de São Tomé e Príncipe, recordaram nas suas orações, todos os benfeitores, vivos e falecidos, que ajudaram e continuam a ajudar a manter em funcionamento as numerosas obras sociais, educacionais e de caridade da Diocese.
“Somos especialmente gratos aos membros de nossas Ordens Canonicamente Erigidas na Diocese, cuja generosidade e esforço em prol dos pobres tem sido incomparável.”
Segundo D. Manuel Antonio, “a recente pandemia de Covid 19 não só mudou a vida de muitas de nossas famílias, entes queridos, amigos e membros de nossas Ordens, mas também afetou vários aspectos da sociedade em geral, causando inúmeras mortes, condições médicas graves prolongadas, desemprego e ansiedade “. A pressão sobre o orçamento diocesano também foi afectada especialmente com os projetos de caridade, incluindo o orfanato (Casa dos Pequeninos), as casas para idosos , o centro de saúde e o banco de alimentos, todos agora passando por dificuldades pela primeira vez.
“Dado que este ano as doações, subsídios e até mesmo o apoio anual fixo que recebemos e contamos das instituições da Igreja foram muito reduzidos como resultado de uma queda nas doações devido ao cancelamento de eventos conjuntos de angariação de fundos nos EUA, é agora evidente que em breve estaremos lutando para alimentar e sustentar as crianças e idosos sob nossos cuidados.“
“Só o orfanato tem uma despesa fixa de 3.000 € por mês e também uma necessidade diária de fraldas descartáveis para crianças!”
Para Carlos Evaristo, Coordenador-Mor da Acção Social da Real Confraria e Director da Fundação Oureana; “Estas acções sociais só são possíveis graças à generosidade de tantos e ao espírito de voluntariado. Estas iniciativas estão a ser organizadas no âmbito do 850º Aniversário da Real Ordem de São Miguel da Ala e dos 20 anos da Real Irmandade da mesma soberana invocação e são só alguns dos projectos em curso de acção directa para beneficiar vítimas da pobreza, do Covid 19 e de conflitos sociais.”
Perante esta grave situação, a Real Confraria do Santo Condestável vem dirigir um apelo especial a todos para que ajudem a apadrinhar uma criança ou um idoso durante um ano ao custo de 10,00 € mensais.
Como de costume, todos os fundos devem de ser enviados diretamente para a Conta Diocesana a cargo da Província Portuguesa da Congregação dos Missionários do Imaculado Coração de Maria, no entanto, os doadores nos Estados Unidos da América, desejando um recibo dedutível de impostos, podem transferir fundos para a conta de ONG Sem Fins Lucrativos R.IS.M.A. 501 3C entrando em contato com a Federação das Reais Irmandades da Ordem de São Miguel da Ala: rismaquisutdeus@gmail.com
NOME DA CONTA: Província Portuguesa da Congregação dos Missionários do Imaculado Coração de Maria Maria – Diocese de São Tomé e Príncipe BANCO: Novo Banco FILIAL: Campo Grande, Lisboa, Portugal BAN: PT50 0007 0000 0037 9803 8892 3 Swift: BESCPTPL
Sua Alteza Real o Duque de Bragança e Conde de Ourém, Presidente da Fundação D. Manuel II e Membro Fundador do Conselho de Curadores da Fundação Oureana, foi recebido hoje com honras na Aula Magna da Reitoria da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov de Kiev, Ucrânia.
Dom Duarte Pio de Bragança que é desde 19 de Novembro de 2020, Patrono e Professor de Honra da Faculdade de História da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, foi recebido com honras pelos membros da Reitoria, muitos dos quais ostentaram as insígnias da Ordem de São Miguel da Ala da Casa Real Portuguesa à qual pertencem.
O Grão-Mestre das Ordens Dinásticas que está de visita à Ucrânia para inaugurar a Delegação da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala, canonicamente reconhecida pela Conferência Episcopal daquele país, aproveitou para visitar a Universidade da qual foi nomeado Patrono, discursando sobre a historia das relações Luso-Ucranianas na Aula Magna da Reitoria, local onde foi solenemente recebido pelo Magnifico Reitor Andrushchenko Viktor Petrovych, o Vice-Reitor Prof. Ihor Vetrov e vários Ministros da Academia Nacional das Ciências Educacionais da Ucrânia (NAES).
Foi o Presidente da Academia Nacional NAES, Prof. Dr. Vasyl Kremen deu as boas vindas ao Magnífico Patrono da Universidade, D. Duarte de Bragança em nome de toda a comunidade académica.
Para o Duque de Bragança foi preparada uma recepção especial que contou com a atuação do Coro Veryovka, considerado um dos melhores da Ucrânia e que interpretou algumas músicas tradicionais ucranianas e depois alguns temas Portugueses e Brasileiros bem conhecidos e isto em homenagem à ascendência Luso-Brasileira do Senhor Dom Duarte.
O Chefe da Casa Real Portuguesa chegou na companhia do Professor Moritz Hunzinger e com ele visitou vários departamentos da maior Universidade da Europa tendo depois inaugurado a renovada Galeria dos Professores, Doutores e distintos ex-alunos.
Antes de partir da Universidade o Senhor D. Duarte recebeu do Magnifico Reitor da Universidade, uma distinção especial ao “Mérito Académico”.
A visita de D. Duarte de Bragança a Kiev tem vindo a ser notícia de destaque nos noticiários de televisão e na imprensa nacional.
É com triste pesar que a Fundação Histórico – Cultural Oureana acaba de tomar conhecimento da morte de um dos seus mais antigos colaboradores e Patronos; João Manuel Pina.
Grande devoto de Nossa Senhora de Fátima, o Mestre Guitarrista e Viola Baixo mais conhecido por Professor Joel Pina, era peregrino frequente do Santuário de Fátima nas décadas de 1980/90, visitando mensalmente todos os lugares sagrados das aparições de Nossa Senhora na companhia da sua mulher e mantendo essa devoção até depois do falecimento da mesma.
Conhecido por ter sido o músico que introduziu a viola baixo no Fado e por ter sido amigo e guitarrista de Amália Rodrigues, Rainha do Fado, o Professor Joel Pina recebeu as últimas homenagens da Casa Real Portuguesa e da Fundação Oureana numa Sessão Solene que teve lugar no Palácio dos Marqueses de Fronteira no passado dia 5 de Dezembro de 2020 e durante a qual recebeu a Grã-Cruz da Real Ordem de São Miguel da Ala e o Prémio de Carreira “Rei da Guitarra e Viola Baixo”.
A uma semana de completar 101 anos, o artista que é figura indissociável da história do fado, faleceu esta noite pelas 21:30 horas, em casa de sua sobrinha e para onde tinha ido viver nos últimos meses, após ter tido alta hospitalar.
Sua Sobrinha; Ema da Graça Gonçalves Pina de Castro Navarro e os demais familiares agradecem desde já a atenção que todos os amigos tiveram com o tio durante a sua doença oncológica prolongada e que se agravou bastante nos últimos meses. A todos os amigos que manifestarem votos de pesar e de estima pelo seu querido tio, os sobrinhos agradecem comovidamente, informando que dada a situação pandémica que vivemos não haverá velório e a Missa de Corpo Presente e Funeral terá lugar no Sábado, 13 de Fevereiro, pelas 11:30 horas, no Cemitério de São Domingos de Rana.
À Família enlutada e a todos os amigos de Joel Pina, o Senhor Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, Presidente do Conselho de Curadores e o Presidente da Direção Carlos Evaristo enviam as mais sentidas condolências.
R.I.P. Joel Pina
(1920 – 2021)
Nasceu no Rosmaninhal, uma aldeia do concelho de Idanha-a-Nova, a 17 de Fevereiro de 1920. e adoptou o nome artístico de Joel Pina e a interpretação da viola baixo para o seu percurso como músico profissional.
O nome de Joel Pina é indissociável da história do fado, seja pela contribuição fundamental que deu na integração da viola baixo no conjunto de instrumentos de acompanhamento do fado, seja pela qualidade interpretativa que o destaca no universo musical, desde que se profissionalizou em 1949 até hoje.
Através das emissões radiofónicas teve os primeiros contactos com o fado, ainda em criança e, com 8 anos, começou a tocar, quando o pai, numa viagem a Lisboa, lhe comprou um bandolim. Seguiu-se a viola e a guitarra. A sua aprendizagem foi autodidacta e pela observação dos outros, como próprio descreveu a Baptista Bastos: “na minha terra tocava-se muito e, então, via os outros e talvez por uma questão de intuição comecei logo a mexer na viola e a mexer na guitarra também.” (Bastos: 256).
Em 1938 mudou a sua residência para Lisboa e, como apreciador de fado, frequentava assiduamente o Café Luso. Nessa casa conheceu Martinho de Assunção que, em 1949, o convidou para integrar o Quarteto Típico de Guitarras de Martinho de Assunção. Deste conjunto faziam também parte Francisco Carvalhinho e Fernando Couto. É neste conjunto que Joel Pina se começa a dedicar à viola baixo e, nesta altura, que se profissionaliza como músico.
No ano seguinte passa a integrar o elenco da Adega Machado, com Francisco Carvalhinho, na guitarra, e Armando Machado, na viola. Neste ambiente Joel Pina começa a construir a presença da viola baixo no acompanhamento instrumental do fado, que até essa altura não era habitual. Vai manter-se no elenco desta casa durante 10 anos.
Em paralelo Joel Pina trabalhou como funcionário público na Inspecção Económica, iniciou esta actividade em 1961 e que manteve até se reformar.
No decorrer do seu percurso profissional foi um dos fundadores do Conjunto de Guitarras com Raul Nery, Fontes Rocha e Júlio Gomes. Este quarteto granjeou um sucesso extraordinário e foi um marco na interpretação musical do universo do fado. O conjunto surgiu por iniciativa de Eduardo Loureiro, chefe do departamento de música da Emissora Nacional, que convidou Raul Nery a formar um conjunto, com o intuito de apresentar na rádio, quinzenalmente, um programa de guitarradas. Em 1959 iniciaram-se as emissões regulares e o programa prolongou-se por 12 anos.
O Conjunto de Guitarras de Raul Nery “estabeleceu um conjunto instrumental maior para o acompanhamento do fado e para a execução do reportório instrumental ligado a esse género, contribuindo também para a formulação dos papéis musicais da primeira e da segunda guitarra, bem como da viola baixo.” (Castelo-Branco: 127). Para além das emissões radiofónicas e da gravação de inúmeros discos, o conjunto popularizou-se, também no acompanhamento dos mais carismáticos intérpretes de fado, nomeadamente Maria Teresa de Noronha ou Amália Rodrigues, entre muitos outros.
A partir de 1966 Joel Pina começa a acompanhar regularmente Amália Rodrigues, atividade que mantêm por três décadas até ao final da carreira da fadista. Com ela percorrerá os palcos de todo o mundo, em inúmeros espetáculos e digressões que passam, por exemplo, pelo Canadá, Estados Unidos e Brasil (diversas vezes), Chile, Argentina, México, Inglaterra, França, Itália (diversas vezes), Rússia, cinco vezes ao Japão, Austrália, África do Sul, Angola, Moçambique, Macau, Coreia do Sul.
A vasta carreira de Joel Pina torna quase impossível a tarefa de enumerar os fadistas com quem tocou e que continua a acompanhar. Para além das já mencionadas Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha, marca presença na gravação de discos e espectáculos de fadistas como Carlos do Carmo, Carlos Zel, João Braga, Fernando Farinha, Nuno da Câmara Pereira, João Ferreira-Rosa, Teresa Silva Carvalho, Fernanda Maria, Celeste Rodrigues, Carlos Ramos, Lenita Gentil, Rodrigo e, mais recentemente, Cristina Branco, Joana Amendoeira ou Ricardo Ribeiro.
O seu percurso é reconhecido, Joel Pina foi condecorado com a Medalha de Mérito Cultural em Maio de 1992 pelo Estado português, em 2005, na Gala dos Prémios Amália Rodrigues, recebeu o Prémio para Melhor Viola Baixo no Fado e em 2006, na Grande Noite do Fado, o Prémio Carreira (Instrumentistas). Os elementos do Conjunto de Guitarras de Raul Nery foram homenageados, em 1999, no Museu do Fado, e reconhecidos com a Medalha da Cidade de Lisboa, grau ouro, em 2010.
Ao fim de mais de seis décadas de fado, Joel Pina continuava a “acompanhar, dar “chão”, dar a base a quem estava a cantar” (Joel Pina, 2006) e não restam dúvidas quanto ao significativo papel que desenvolveu para que a viola baixo fosse, como é hoje, parte integrante da base instrumental do universo musical do fado.
Fonte:“Fado” (2012), documentário de Sofia de Portugal Aurélio Vasques; Baptista-Bastos, (1999), “Fado Falado”, Col. “Um Século de Fado”, Lisboa, Ediclube; Castelo-Branco, Salwa El-Shawan (1994), “Vozes e Guitarras na Prática Interpretativa do Fado”, in Fado: Vozes e Sombras, Lisboa: Museu Nacional de Etnologia; Museu do Fado – Entrevista realizada em 21 de Setembro de 2006.
REPOSITÓRIO SAGRADO DE RELÍQUIAS DA FUNDAÇÃO OUREANA E CENTRO DE ESTUDOS DE IMPORTÂNCIA MUNDIAL
(Tradução de Excertos de uma entrevista com Carlos Evaristo)
A Fundação Histórico Cultural Oureana recebeu, no passado dia 31 de Outubro, doze lotes de Relíquias Insignes depositadas agora na Regalis Lipsanotheca (Museu de Relíquias inaugurado em 2000 e (re)inaugurado em 2018, no Castelo de Ourém)[1], por parte do Ministério da Cultura, ao abrigo de um Protocolo celebrado com a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), o órgão do Estado responsável pelo Património Cultural, em 2019 e ratificado a 23 de Janeiro de 2020.
[1]A Regalis Lipsanotheca foi construída no estilo de uma Capela de Relíquias do Século XVIII.
Através de acordo complementar, assinado a 15 de Setembro de 2020, “considerando que a Fundação é detentora de um importante acervo histórico-artístico e de arte sacra” e “que entre o património da Fundação Oureana encontra-se a Regalis Lipsanotheca, que reúne a maior coleção de relíquias fora do Vaticano”, deliberou a DGPC na pessoa do Diretor-Geral Engº Bernardo Alabaça, “proceder ao depósito na Fundação Histórico – Cultural Oureana” de “um conjunto de 12 Relíquias (Insignes) a carecer de estudo e conservação” com “o objetivo de serem estudadas, restauradas e divulgadas”.
Segundo o Presidente da Direção da Fundação Oureana, Carlos Evaristo, reconhecido perito em Relíquias Sagradas[1]; “tratam-se sobretudo de Corpos de Santos Mártires, mais concretamente, esqueletos armados, articulados e vestidos, naquilo a que comummente se designa de simulacra, e ainda, algumas colunas e maquinetas relicários provenientes de altares contendo outras Relíquias Insignes (crânios e ossos de grandes dimensões) de Santos”.
[1] Como perito Carlos Evaristo já foi chamado a fazer parte de oito equipas que criaram igual número de novas imagens simulacra para relíquias insignes e corpos de novos Santos da Igreja, no Canadá e nos Estados Unidos da América. Evaristo também deu pareceres na conservação e restauro de mais de quarenta relíquias insignes incluindo muitas destas imagens que guardam os ossos dos Santos ou que mascaram corpos incorruptos ou parcialmente incorruptos. Para além desta especialidade desde 1984 que já examinou mais de 450 corpos incorruptos, de santos ou pessoas com fama de santidade, catalogando os mesmos pelos diversos fenómenos naturais que levaram à incorrupção.
Segundo o mesmo perito o primeiro grande desafio será descobrir a proveniência destas Relíquias que foram arroladas pelo Estado aquando da implantação da República. Só após esta fase se passará ao restauro das urnas relicários, e especialmente dos simulacra, que com a excepção de um, São Clemente, estão num estado muito avançado de degradação.
Da análise inicial resulta certo que haverá necessidade de recriar de algumas partes que encerravam a armação dos ossos, como as cabeças e máscaras mortuárias. Igualmente a limpeza e substituição de roupagem por tecidos de época se irá revelar uma intervenção delicada. Dado que muitas vezes os rostos, braços e pernas, eram ossos cobertos por máscaras de cera ou papiermâché para assim simularem corpos vestidos com trajes da época, todos estes acessórios terão que ser recriados utilizando técnicas e materiais da época (dos quais felizmente possuímos bastantes em armazém).
Os ossos terão que ser desinfectados, conservados, estudados, colados e reforçados com produtos que existem hoje no mercado para o efeito. Como só duas das urnas relicários possuíam costas; as de São Clemente e Santa Sabina, quase todos os simulacra se encontram muito danificados e os ossos bastante degradados por terem estado 110 anos expostos aos elementos. Alguns serviram mesmo de fonte de alimento para térmitas e grandes roedores que fizeram ninhos, repetidas vezes, nas imagens ao longo de um século e comeram até partes das mesmas, destruindo outras.
Carlos Evaristo: “Existe, também, uma arca relicário completamente vazia, desconhecendo-se o paradeiro do simulacrum e dos ossos. O mais provável é ter sido colocado numa urna para ossadas e guardado ou enterrado nalgum cemitério no tempo da primeira república como já verificámos ter acontecido em alguns casos. Vai ser um trabalho demorado mas muito gratificante de realizar.”
Os lotes da DGPC foram cuidadosamente acondicionados e transportados pelos Confrades do Apostolado de Relíquias[1], e irão ser agora intervencionados por uma equipa especializada da Regalis Lipsanotheca, que já colaborou com os Museus do Vaticano, diversos Santuários Católicos, Postuladores e outras Lipsanothecas Diocesanas.
[1] David Alves Pereira, Joana Evaristo, Jorge Gonçalves, José Gonçalves e Margarida Evaristo, coordenados pelos técnicos especialistas Carlos Evaristo e Fátima Patacho.
Carlos Evaristo:”O primeiro passo antes destas relíquias serem colocadas em exposição permanente será um estudo levado a cabo no laboratório e atelier da Regalis Lipsanotheca, em Fátima e no Castelo de Ourém, para ser traçado o plano da conservação, restauro e reautenticação de cada peça.”
Foram necessárias duas viaturas de transporte e um total de oito operários para se realizar a delicada operação de acondicionamento e transporte dos 12 lotes de relíquias de Lisboa para Ourém, um trabalho que foi cuidadosamente preparado com antecedência de meses. A recolha dos lotes realizou-se num fim de semana e durante a noite para não interromper as visitas ao Palácio e com especiais autorizações de circulação durante as mais rigorosas regras do estado de emergência da pandemia do Covid 19.
O agendamento do traslado dos doze lotes foi tratado pelo Director do Palácio Nacional da Ajuda, Dr. José Alberto Ribeiro, que propôs esta solução ao Ministério da Cultura, dando assim destino a estes lotes que há mais de 100 anos se encontravam armazenados no depósito do Estado, sem haver interesse durante esse tempo em os estudar, recuperar ou exibir. Ribeiro reuniu uma equipa de técnicos e funcionários para prestarem todo o apoio necessário à delicada operação de preparação e carregamento dos lotes[1].
[1] A organização desta operação contou também com a intervenção do Relações Publicas da Fundação Oureana, Bruno de Castro, representante da Fundação nas negociações. Para o transporte foi necessária uma apólice de seguro multirriscos especiais e uma força de segurança reforçada.
Os lotes de Relíquias Insignes hoje depositados na Regalis Lipsanotheca foram transportados do depósito do Palácio Nacional da Ajuda em Lisboa para a Ourém no passado dia 31 de Outubro, por coincidência, Véspera da Solenidade de Todos os Santos e um dia por tradição ligado à história do Culto das Relíquias[1].
[1]Foi nessa noite, em 1517, que o monge agostinho alemão, Martinho Lutero, afixou na porta da célebre Capela de Todos os Santos (que albergava uma importante colecção de relíquias do Príncipe de Wittenberg)em Wittenberg, as suas 95 teses contra as indulgências (Disputatio pro declaratione virtutis indulgentiarum) um conjunto de protestos contra os abusos na Igreja incluindo os que se verificavam no Culto das Relíquias.
À chegada à Regalis Lipsanotheca todas as peças foram cuidadosamente verificadas para se apurar possíveis danos resultantes do transporte que felizmente não se registaram. Seguidamente, procedeu-se a duas intervenções de desinfeção e de tratamento de madeiras com térmitas, antes da remoção das relíquias para do restauro das urnas, arcas, colunas e outros relicários de suporte.
Segundo Carlos Evaristo; “Durante trabalhos iniciais já se detetaram indícios de restauros malfeitos em tempos passados talvez para economizar ou atamancar numa época quando as Igrejas tinham poucos recursos para disponibilizar para restauros mais profissionais.”
É o caso também de uma urna relicário para um simulacrum de uma mártir que já não existe e vai ser agora recriado. “Em vez do interior ter sido pintado ou retocado com cores originais, foi forrado com um papel de parede creme, dos finais do Século XIX. É o caso também de algumas partes das colunas relicários que foram pintadas de preto quando a tinta original era azul claro.” O azul, Carlos Evaristo garante; “era o que se usava muito à época pra decorar os interiores destas urnas relicários fabricadas em Portugal e até os oratórios. Foi sendo substituído, em restauros dos finais do século XIX, por papel de parede creme ou seda esticada e colada na madeira com uma cola feita de farinha, água e gordura animal que se chamava grude. Levava também vinagre `mistura pare depois não aparecerem manchas de bolores com a humidade.”
Carlos Evaristo: “A remoção de camadas de tintas também revelou a alteração no nome de Santa Vitória; de Victória para Vittória e isto talvez na época da reforma ortográfica de 1910 – 1911, ou seja, pouco antes do arrolamento que levou ao depósito destas relíquias no Palácio da Ajuda.”
Carlos Evaristo: “É de devolver aos relicários o seu aspeto original, conservando, sempre que seja possível, os materiais originais, e quando isso não é possível, subsisti-los por materiais da época, guardando em arquivo, o que foi removido para estudos posteriores.”
O ESTUDO DOS SIMULACROS DOS SANTOS
Simulacra Sanctorum é o termo oficial e antigo, em latim, pelo qual a Igreja Católica designa as imagens que simulam os corpos dos Santos para conterem as suas relíquias ou cobrir um corpo incorrupto ou parcialmente incorrupto.
Carlos Evaristo garante que é esse o termo correto, havendo, no entanto, técnicos do restauro que contestam esse termo tendo até inventado um outro: relicário antropomórfico. “Um termo errado dado por pessoas da área da conservação da arte sacra que na verdade desconhecem o Culto Religioso e Litúrgico das Relíquias. O termo relicário antropomórfico pode ser usado com os bustos relicários, relicários braço, relicários mãos, pés, pernas e coxas que guardam relíquias insignes com as figurações dessas partes dos corpos ou até os relicários para órgãos internos mumificados, mas não para os corpos relicários!”
Nesta defesa do termo Carlos Evaristo é apoiado por vários peritos e colecionadores de relíquias de renome mundial, entre eles o latinista Padre Carlo Cecchin, co-fundador da Regalis Lipsanotheca e Capelão Mor do Apostolado de Relíquias. Cecchin garante que, “simulacrum é singular e simulacra é plural e são esses os termos corretos em latim dados a estes relicários que simulam o corpo humano. Mas há também quem lhes chame de simulacro no singular, e simulacri no plural, mas esses são os termos traduzidos para o italiano e que por vezes aparecem referidos em documentos escritos nessa língua. Já em inglês e português, diz-se simulacro e simulacros ou também simulacrum e simulacra como em Latim.”
As objeções de alguns conservadores é confrontada com as pesquisas de Evaristo que comprovaram definitivamente que o termo “Simulacra Sanctorum” é mesmo o que foi sempre usado oficialmente pela Igreja para descrever imagens que envolvem os restos mortais dos Santos. É o termo próprio, antigo e litúrgico da Igreja que descreve – Imagenes Reliquae Sanctorum – o que significa imagens que simulam o corpo e contêm relíquias de Santos ou representam os corpos sem relíquias ou colocadas sobre as mesmas.
O termo segundo Evaristo, aparece descrito em diversos documentos de autenticação de relíquias, chamados “Autênticas” e que datam dos séculos XVIII e XIX e descrevem relíquias contidas nessas imagens. Estes simulacra são feitos em cera, bronze, barro, gesso, madeira e pasta de papel. Evaristo descobriu que o termo era também oficialmente utilizado pela Sagrada Congregação dos Ritos (SCR) departamento que zelava pelas relíquias e que antecedeu a atual Sagrada Congregação para a Causa dos Santos.
Livros e documentos publicados pela Congregação referem o termo. É o caso de vários volumes publicados em Roma, em 1826, pela SCR que referem o termo em decretos emitidos até 1599 sob o título: “Decreta Authentica Congregationis Sacrorum Rituum Ex Actis Ejusdem, etc.”. Por exemplo, na página 245 do Índice, sob a letra “B” do Volume 7, há mesmo uma nota que reverte para uma outra secção e essa descreve o termo “simulacra” quando refere a um “baldaquinio” : “in quibis circumferuntur imagina simulacra reliquia sanctorum…” «imagens que simulam o corpo do Santo» com relíquias do mesmo.
Segundo o Padre Cecchin: “O baldaquinio em questão é aquelo que é levado em procissão e não um altar com um ciborium por cima (baldaquinio) com quatro colunas. A tradução do texto esclarece que o baldaquinio não deve ser usado em súplicas públicas (procissões) em que são trazidas imagens, simulacra, relíquias de santos, porque é uma dignidade que pertence apenas ao Santissimo Sacramento, e onde existe costume, mesmo às relíquias dos instrumentos da Paixão de N.J.C. assim declarou a Sagrada Congregação dos Ritos.” É a confirmaçãi de que só o Santíssimo Sacramento e as Relíquias da Santa Cruz devem de ser levadas debaixo de um pálio de varas mas não os simulacra ou as outras relíquias.”
Considerado um dos maiores peritos da atualidade em Relíquias, Arqueologia Sacra e Iconografia Sacra, Carlos Evaristo, já dedica mais de 32 anos a estes temas e muitas das suas descobertas inéditas neste campo estão reconhecidas por membros da hierarquia da Igreja Católica responsáveis pelo Culto das Relíquias e dos Santos.
É o caso do Cardeal D. José Saraiva Martins, Prefeito Emérito da Sagrada Congregação para a Causa dos Santos com quem Evaristo colaborou de perto em vários processos para a Canonização de Santos Portugueses. Realizou vários estudos como o de uma Bula do Papa Bonifácio IX que autenticou assim os ossos de São Nuno de Santa Maria encontrados pelo Arqueólogo Francisco Ferreira em 1996 no túmulo primitivo do Santo Condestável descoberto nas ruínas do Carmo em Lisboa. Foi alias Evaristo que entregou ao Cardeal Patriarca de Lisboa D. José da Cruz Policarpo, as relíquias distribuídas pela Postulação e por isso foi escolhido para portar o relicário com uma dessas relíquias de São Nuno ao Altar Pontifício durante a Cerimónia de Canonização realizada no Vaticano, a 26 de Abril de 2009.
Carlos Evaristo: “Por isso é que na maior parte dos casos, não pode considerar incorrupção milagrosa. Existem também técnicas de conservação artificiais, pouco conhecidas hoje, como a resinação dos corpos com a aplicação de uma mistura de resina de pinheiro, arsénico, mel e grude. A imersão do corpo em bagaço, o que estancava a putrefação ou a cobertura dos cadáveres com sal, nitrato ou colocação dos mesmos numa câmara, com ou sem fumo, como faziam os índios norte americanos e os aztecas, são outras técnicas que os Europeus importaram para a Europa nos Descobrimentos e aplicaram na preservação dos corpos dos Nobres e do Clero e ainda nas pessoas que morriam com fama de santidade. É algo semelhante ao que se faz ainda com o bacalhau e com os fumados, tais como o presunto. Há técnicas que resultaram em corpos incorruptos mas que não deixam vestígios visíveis e por isso há quem considere algo milagroso.”
O trabalho de Carlos Evaristo com os simulacra e corpos incorruptos de Santos está também documentado em vários estudos e pareceres enviados para Dioceses e para o Vaticano, sendo que algumas das intervenções podem-se ver em documentários e séries Portuguesas, Francesas e Norte-Americanas.
A CATALOGAÇÃO DOS SIMULACROS DOS SANTOS
Dada a abundância de simulacra no mundo e os dados existentes, Carlos Evaristo afirma com certeza que os Papas, desde o Século XVII, ordenaram a exumação e distribuição de mais de 20.000 ossadas completas de mártires que estavam sepultados nas Catacumbas de Roma e para os quais foram criadas um número superior de imagens relicários jacentes em forma de corpos. A razão para o número desproporcionado, segundo Evaristo, tem a ver com a prática da “multiplicação das relíquias” e daí havendo múltiplos corpos simulacra do mesmo Santo no mundo e até no mesmo pais o que criou dúvidas sobre a sua autenticidade e contestação por parte de comunidades religiosas.
A Multiplicação dos Santos e as Relíquias Místicas e Sobrenaturais
Dois testes de ADN (DNA) realizados pela equipa da Regalis Lipsanotheca já comprovam a teoria de Evaristo de que havia um mercado paralelo de Furta Sacra ou o roubo encomendado de relíquias em torno dos ateliers de fabrico de simulacra porque dentro de cada simulacrum devia de ter sido colocado um esqueleto completo de um santo mártir fornecido pelo Vaticano de acordo com os registos, mas de facto isso nem sempre acontecia. Muitos dos simulacra que Evaristo examinou estão incompletos, faltando muitos ossos do esqueleto humano e em alguns casos, não se encontrou osso algum.
Carlos Evaristo:” A roupa colocada no simulacrum é que é a relíquia porque foi previamente vestida ao simulacrum principal do mesmo santo, o que de facto continha suas relíquias ósseas. Depois de retiradas essas vestes eram oferecidas a outras igrejas para serem colocadas noutras imagens simulacra do mesmo santo. A nossa redescoberta desta prática antiga explica a distribuição abundante de vestimenta de santos mártires e até de cabelo dos mesmos, que a serem santos da era Romana, não podiam ser artefactos contemporâneas porque aparentam ser muito mais recentes. É o caso da abundante distribuição de vestidos e cabelo de Santas Filomena e Lúcia que se verifica no Século XIX com emissão de documentos de autenticidade, chamados de Autenticas. Estes documentos atestam que as relíquias são dás referidas Virgens Mártires mas são no entanto, objetos de contacto colocados nas imagens simulacra e por isso relíquias tocadas de terceira classe. Estas, porém, só podiam ser de primeira classe (partes dos corpos dos santos) ou de segunda classe (roupa ou objetos que pertenceram aos santos) como referem os documentos de autenticidade, se a sua natureza for visto no campo místico das subcategorias ou classes de relíquias a que chamo de relíquias místicas ou sobrenaturais. Estas são relíquias resultando de um contacto com um corpo ou simulacrum com ossos ou que resultaram de um milagre ou prodígio como por exemplo uma imagem vestida com peruca de cabelo humano que a Igreja confirmou ter falado com um santo ou que tomou vida como por milagre.”
Os registos mostram que há corpos de muitos mártires com o mesmo nome que foram exumados das catacumbas, mas para Evaristo a multiplicação de imagens dos mesmos mártires com esqueletos incompletos são superiores ao número de corpos exumados e o facto de existirem muitos com o mesmo nome no mesmo pais levou a suspeitar ter havido um mercado negro que retirava ossos de um esqueleto para simulacrum, colocados noutro simulacrum que os ateliers podiam assim vender a outra paróquia que não conseguiam obter um esqueleto inteiro da Santa Sé.
Havia também a partilha de ossos de simulacra entre igrejas, na mesma Diocese e por vezes com outras no mesmo pais. Em 1996, Evaristo descobriu que no caso do simulacrum de São Cândido, Mártir, o primeiro do género a ser exposto nos Estados Unidos da América em 1797 para a criação de um Santuário na Missão Californiana de São Francisco, foram os ossos desse santo, os primeiros a serem fornecidos às paróquias de todo o pais, para confeção de Pedras de Ara que eram Pedras de Altar que obrigatoriamente tinha de conter relíquias de mártires. Outras imagens simulacra do mesmo mártir foram também encontradas em várias paróquias cada uma contendo somente um pequeno fragmento de osso. Testes de ADN (DNA) revelou que eram todos provenientes do simulacrum original da Missão Californiana.
Como era obrigatório haver relíquias de mártires nos altares, Santuários e Basílicas maiores partilhavam ossos dos seus simulacra com as Igrejas menores ou capelas particulares da nobreza. Estas depois mandavam fazer Pedras de Ara e imagens de corpos. Como estas eram feitas localmente por artistas inexperientes, daí a diferença em estilo e qualidade quando comparados com os exemplares Italianos mais delicados e ricamente ornamentados.
Carlos Evaristo: “Assim se explica vários corpos simulacra dos mesmos Santos Mártires, que ao examinar o conteúdo não possuíam esqueletos inteiros mas só parciais e alguns que até possuíam somente um osso.”
Na Península Ibérica os simulacra de santos com os nomes tais como; Vicente, Clemente, Justina, Victoria e Sabina parecem ser os mais abundantes. Simulacra de São Clementes existiam várias; em Lisboa, no Porto e Braga.
A imagem simulacrum de São Clemente da Sobreda, por exemplo, foi enviada pelo Papa Pio VI a Jacinto Fernandes Bandeira, 1º Barão de Porto Covo da Bandeira (Viana do Castelo) em 1784, em agradecimento ao apoio que Bandeira deu no envio de Missionários da Sagrada Congregação da Propagação da Fé para Oriente.
Uma Autentica datada a 1893 refere: «vão do dito altar(-mor), sob a mesa e pedra d’ara, está collocada uma uma de madeira bem talhada, com enfeites e dourada e com vidro de cristal em duas peças na frente, a qual contém recostado sobre o lado direito com a cabeça sobre dois coxins de setim agaloados o Esqueleto inteiro do Corpo de S. Clemente Martyr» https://www.academia.edu/7221572/
Enquanto em Itália os fabricantes de simulacra eram principalmente artistas de cera plástica, em Portugal e em Espanha, a criação destes corpos com relíquias, era trabalho exclusivo de religiosas de clausura ou embalsamadores da Casa Real e dos Arcebispados.
Carlos Evaristo: “É o caso de imagens de culto régio como o simulacrum de Santa Mafalda em Arouca.”
Carlos Evaristo: “Os exemplares de simulacra mais bonitos foram importados de Itália e têm os rostos cobertos por máscaras de cera ou papier-mache. Eram vestidos de trajes ricamente ornamentadas; os homens quase todos vestidos de soldados Romanos com armadura e as mulheres de Princesas Romanas. Já os exemplares criados em Portugal tentavam imitar o estilo Italiano, algumas bem conseguidas e outras não. Umas tinham vestes ricas e outras mais pobres. O mesmo se pode verificar com as urnas relicários. As Italianas são talhadas a ouro e a portuguesas muitas são em madeira envernizada ou pintada. As imagens mais pobres são mal proporcionados ou têm esqueletos armados e vestidos com as caveiras expostas com perucas feitas de cabelo humano. Estas últimas são de fabrico conventual.”
Em três casos ficou comprovado por ADN que os ossos das três imagens simulacra de Santa Victoria, veneradas nos Estados Unidos, em Portugal e em Espanha, eram provenientes do mesmo corpo. Outro estudo entre duas imagens de São Vicente tiveram semelhantes resultados.
Houve também casos de relíquias de contacto feitas a partir de ossos humanos tocados às relíquias verdadeira. Estes ossos eram estranhamente embutidos com pequenos ossos embrulhados em papel ou pano vermelho, uma prática rara, mas comum em alguns conventos onde o fornecimento de relíquias insignes não conhecia escrúpulo, utilizando-se receitas medievais para multiplicar relíquias por contacto ou embutindo pedaços genuínos em ossos genuínos.
A existência de moldes em ferro para criação de ossos em gesso ou cera, à escala real, comprovam esta técnica que Evaristo defende em várias publicações uma prática que era corrente. Algumas imagens simulacra que Evaristo examinou, como também relicários que continham supostamente relíquias insignes, mas de facto nem continham ossos verdadeiros, mas por sua vez, ossos de gesso ou cera com pequenos fragmentos de uma relíquia genuína embutidos, serviam assim para exagerar a importância do conjunto escultural e atrair peregrinos e devotos aos mosteiros e conventos.
Carlos Evaristo: “É o caso também dos bustos relicários com as supostas cabeças de Santos Pedro e Paulo veneradas por cima do baldaquino do altar mor da Basílica de São João de Laterão em Roma. Quando os relicários medievais foram examinados pela primeira vez na década de 1970 por ordem do Papa Paulo VI, descobriram que só continham pequenos fragmentos dos crânios dos apóstolos e por isso eram relíquias das cabeças e não as cabeças. Esse facto ajudou a confirmar a autenticidade da cabeça de São Pedro redescoberta no Vaticano pois só faltavam pequenos pedaços ao mesmo.”
Carlos Evaristo denominou de “Era de Relíquias e Relicários Exagerados” esta fase na evolução do Culto das Relíquias na Idade Média que descreve num estudo e parecer sobre “A evolução do uso de Custódias e Relicários na Igreja Católica.” Realizado em 1996 para a exposição dos Museus do Vaticano nos Estados Unidos; “From Saint Peter to John Paul II, the Legacy of the Popes” o estudo foi posteriormente divulgado em Português no livro de Martinho Vicente Rodrigues, publicado pelo Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém em 1998.
Carlos Evaristo: “Hoje os simulacra voltaram a estar na moda e são muitos os antigos que estão a ser retirados dos sótãos das igrejas e a ser restaurados ou a passar por upgrades. São cada vez mais os simulacra que tinham rostos e mãos de cera, gesso, barro, madeira, metal ou papier mache e que estão sendo agora substituídos por máscaras e luvas feitas de materiais mais modernos e que melhor simulam a pele natural. O latex, silicone e o poliuretano com cabelo humano manualmente inserido estão na moda e foram usadas nos simulacra recentes e bastante realistas de São Padre Pio e do Beato Carlo Acutis.”
O recurso a técnicas que reconstroem os rostos com elevada naturalidade e precisão tem levado a que as pessoas erradamente considerem estes corpos de milagrosamente incorruptos.
Mas Carlos Evaristo explica que; “Há muito tempo que a incorrupção é vista como sinónimo de perfeição quando não é verdade são poucos os corpos de Santos que vimos sem máscaras que mantém um aspeto natural e agradável de um ser vivo. Muitos corpos incorruptos tão negros e ressequidos, completamente mumificados e só parcialmente incorruptos com partes do crânio expostas. É o caso dos cadáveres de Santos tais como o Santo Cura de Ars, São Jean Vianney, São Padre Pio, Santa Bernadette, e mais recentemente o Beato Carlo Acutis. São a beleza destas imagens artísticas que custam dezenas de milhares de euros, que vimos e não o que elas encerram que tem um aspeto muito mais macabre.”
Na Regalis Lipsanotheca podem-se ver quatro imagens simulacra criadas recentemente pela equipa de peritos liderada por Carlos Evaristo e o Padre Carlo Cecchin. Algumas das máscaras floram realizadas pelo próprio Carlos Evaristo e outras, seguindo as indicações de Evaristo e Cecchin, pela artista Siciliana Stella Ciardo do estúdio Arte Cartapesta, um dos poucos ateliers ainda a fabricarem simulacra e peças para o restauro dos mesmos.
Carlos Evaristo: “É também importante estudar outras relíquias que por vezes são veneradas juntamente com os simulacra. É o caso das arcas relicários com os ossos e dos vasos relicários supostamente contendo sangue dos mártires e que acompanham muitas vezes os ossos dos mesmos. São artefactos arqueológicos interessantes. Alguns têm mesmo sangue mas outros não o que para nós era um enigma.”
Carlos Evaristo: “Existe também na Alemanha e na Áustria uma versão mais macabra de Simulacra que são esqueletos de santos, armados e articulados com a caveira e os ossos adornadas de joias preciosas e semipreciosas em vez de serem cobertas por máscaras e luvas.”
Mas para Evaristo o enigma está desvendado desde que descobriu quando trabalhava no Museu Real do Ontário, no Canadá que “os antigos Egípcios conservavam sangue dos Faraós em frascos canópicos de barro e misturavam o mesmo com oxide de ferro, mel e cera, produzindo assim uma mistura que solidificava mas que depois, podia-se liquefazar facilmente para servir o falecido rei na vida para além da morte e isto desde que fosse agitado, aquecido e o tempo não fosse demasiado frio para evitar que tal milagre ocorresse. Havia um ritual anual em que jarras com esse sangue do falecido Faraó eram depois levadas numa barca pelo Rio Nilo até ao Templo e agitadas e elevadas ao sol para liquefazerem e depois gotas do mesmo sangue deitadas ao Rio para fertilizar os terrenos agrícolas circundantes.”
Evaristo concluiu que “tal como as primeiras técnicas de preservação de corpos embalsamados foram importadas por Cristãos Egípcios para Roma e aplicados na sepultura dos Santos Mártires, também esta honra que era dada aos Faraós de preservar o sangue de forma que pudesse ser ludificado de novo, foi outra honra prestada aos heróis da Fé. Seu Sangue assim voltava a ter vida como se por milagre no dia da sua Festa anual. Não havia aqui nenhuma fraude mas um mistério da ciência que era era tido popularmente como milagre. Isto poderá muito bem ser o caso do Sangue Milagroso de S. Gennaro e de outros mártires venerados na Bahia de Nápoles que se liquefaz mas que nem sempre resulta devido às condições climatéricas e à pressão barométrica, algo que é tido como mau presságio.” Alguns potes de sangue dos mártires analisados pela equipa da Regalis Lipsanotheca revelaram conter vestígios destas composições antigas.
PROJECTO SIMULACRA SANCTORUM
Carlos Evaristo: “O estudo do uso das relíquias na sociedade e particularmente dos simulacra é algo muito importante dado que as relíquias insignes e particularmente os corpos dos santos são também património cultural dos povos dado que muitas destas relíquias que hoje temos em catedrais, igrejas, Lipsanothecae e Museus estão na origem de muitas tradições, lendas leis e a posse das mesmas por Senhores Feudais até ajudaram a justificar para muitos Papas um sinal divino de reconhecimento na criação de reinos, muitos dos países que ainda hoje existem. Daí a importância do estudo e conservação das relíquias e dos simulacra que também existem noutras religiões desde a antiguidade e até em sistemas governamentais ateus o que é o caso dos corpos de líderes e heróis nacionais como Lenin, Mao e Evita Peron. Corpos mantidos com um aspeto perfeito com recurso a técnicas de conservação e mascaras de cera para assim serem idolatrados por gerações futuras.”
Páginas para estudiosos de simulacra já foram criadas no Facebook por José João Loureiro e Carlos Evaristo destinam-se ao estudo e partilha de informações, fotos e outros assuntos que dizem respeito aos corpos simulados de Santos, Mártires e outras figuras Cristãs (Simulacra), existentes e veneradas no Mundo e em Portugal.
Estes dois estudiosos escreveram juntamente com o Professor João Lameira da Universidade do Algarve, “Retábulos Relicários”, o Décimo terceiro volume da Promontoria Monográfica – História da Arte, que documenta muitos simulacra dando a conhecer a história do Culto das Relíquias e o património retabular português. O estudo abrange exemplares desta tipologia específica existentes em igrejas, não só em Portugal continental, Açores e Madeira, mas também em antigos territórios ultramarinos, nomeadamente, no Brasil e em Goa, com datas compreendidas entre o último quartel do século XVI e o século XIX.
É ideia de Loureiro, Evaristo e Cecchin de se criar a maior base de dados sobre estes corpos relicários no mundo. As páginas por eles criadas no Facebook são as seguintes; Simulacra Sanctorum – Simulated and Masked Bodies of Saints in Christendom e Simulacra Sanctorum in Lusitania.
A Professora Eduarda Vieira da Universidade Católica (Porto)[1] é outra especialista a instalar-se recentemente no campo dos simulacra de santos e é também membro do Apostolado de Relíquias. e tem vindo a orientar outra membro recente do Apostolado que está a especializar-se em restauro de simulacra, a doutoranda Joana do Carmo Palmeirão[2], cujo projecto de investigação incide no estudo e inventário dos corpos dos Santos Mártires que vieram de Roma para Portugal entre os séculos XVII e XIX. O seu interesse surgiu de um estudo feito anteriormente ao simulacrum de Santo Aurélio, Mártir pertencente à Sé Catedral do Porto e que constituiu a sua dissertação de mestrado.
[1]Licenciada em História e especializada em Arqueologia pela Universidade Livre do Porto, Mestrado em Recuperação do Património Arquitetónico pela Universidade de Évora e uma Pós-graduação em Museologia pelas Universidades de Brno (Morávia, República Checa) e Autónoma de Lisboa. É Doutorada em Conservação e Restauro do Património Histórico-Artístico pela Universidade Politécnica de Valência (Espanha).
[2]Licenciada em Artes Plásticas – Ramo Pintura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, 2008, licenciatura em Arte – Conservação e Restauro, Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (Porto), 2012, Mestre em Conservação e Restauro de Bens Culturais, Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (Porto), 2015. Frequenta, desde 2017, o curso de Doutoramento em Conservação e Restauro de Bens Culturais da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (Porto), através de uma bolsa de investigação financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Os registos dos milhares de corpos (ossadas) e relíquias insignes de mártires, removidas das catacumbas e fornecidas às Igrejas do mundo inteiro para fabrico de simulacra ainda existem, embora estejam dispersos. Um registo está nos Arquivos do Monsignor Sagrista localizados nos fundos do Departamento de Manuscritos da Biblioteca Apostólica Vaticana ou o chamado Archivio Apostólico Vaticano.
Segundo a investigação de Joana Palmeirão estes registos dos corpos sagrados exumados e distribuídos pelo Vaticano estão nos volumes Vat. Lat. 14 455 (5 de Janeiro de 1713 a 31 de Dezembro de 1717), 14 456 (1º de Janeiro de 1718-30 Junho 1720), 14 457 (1º julho de 1720-1º Agosto 1727), 14 458 (1º de Junho 1723-1744), 14 459 (20 de Junho, 1730-1757), 14 460 (1751-13 Março 1794), 14 461 (1782-Junho de 1816), 14 462 (1742-19 de Julho de 1894) e 14 463 (17 de Janeiro de 1848-1936). Cópias destes documentos já foram pedidas ao Vaticano pela Fundação Oureana na qualidade de Representação Oficial dos Patronos dos Museus do Vaticano cujo Gabinete para língua Portuguesa está sedeado na Regalis Lipsanotheca.
“Nos Arquivos da Sagrada Congregação para a Causa dos Santos”, garante Evaristo, “assim como no registo da Sacristia Pontifícia, existem mais registos da distribuição de relíquias até aos nossos dias.” Este Oficio hoje a cargo do Sacristão da Basílica de São Pedro, foi chefiado, durante 40 anos pelo Arcebispo Petrus Canisius Jean van Lierde, O.S.A.. Van Lierde era amigo e Mentor de Carlos Evaristo e aceitou ser o primeiro Patrono do Apostolado de Relíquias que Evaristo fundou com a mulher em 1988. O Arcebispo de origem Belga foi o responsável máximo pelo Culto e distribuição de relíquias entre 1951 e 1991 como Vigário Geral da Cidade do Vaticano. Foi quem mais relíquias e corpos distribui nos nossos tempos e quem forneceu a Evaristo, gratuitamente, as primeiras relíquias da coleção que hoje soma mais de 50, 000. Foi ele que juntamente com o Postulador Geral da Ordem do Carmo, Padre Redemptus Maria Valabek, O.Carm., encorajou Evaristo a fundar um Apostolado de Relíquias, o primeiro na história da Igreja.
Cópia dos registos das relíquias distribuídas por Van Lierde, juntamente com os registos mais antigos de distribuição de relíquias pelo Vicariato, já foram também pedidas por Carlos Evaristo ao Vaticano na qualidade de elemento representativo do Gabinete do Museus do Vaticano, um departamento que por acaso está subordinado diretamente e é da tutela desse órgão do Governo do Estado Pontifício.
Carlos Evaristo: “Os originais dos registos mais recentes encontram-se ainda na Sacristia da Capela Privada do Papa, na chamada Lipsanotheca Pontifícia do Palácio Apostólico mas os mais antigos já trasladaram para os Arquivos do Custode delle Ss. Reliquie localizados nos fundos do Arquivo do Vicariato de Roma ou no chamado Archivio Storico del Vicariato sob a designação Corpi e Reliquie de Santi Martiri donati. (Corpos e Relíquias de Santos doadas). Compostos por 6 volumes estes registam a distribuição de relíquias insignes e corpos inteiros (esqueletos) entre 1737 e 1850.” (Ref: I, 1737-1783; II, 1784-1785; III, 1787-1800; IV, 1800-1824; V, 1837-1845; VI, 1845-1850).
Existem também registos diocesanos do fornecimento regular de corpos para criação de simulacra por parte de pelo menos duas Dioceses na Alemanha ligadas ao Culto das Onze Mil Virgens Mártires e ainda outros registos de Abadias Suíças e Italianas que forneciam relíquias dos Mártires da Legião de Tebas para criação de simulacra desses soldados Romanos.
“Nestes arquivos”, afirma Carlos Evaristo, “encontra-se também correspondência entre os responsáveis das Igrejas que pediam relíquias ao Papa, nomeadamente; Cardeais, Bispos, Reis, Comunidades Religiosas e Nobres. É o caso dos pedidos dirigidos à Santa Sé por D. João V, D. José I, D. Maria I e de alguns Comendadores das Ordens de Cristo que tinham o Patronato de Igrejas e Capelas privadas no Porto e em Lisboa.”
Carlos Evaristo: “Graças a estes arquivos confirmamos por exemplo que as Relíquias que formavam um simulacrum de Santa Concórdia Mártir, depositada por uma Diocese Francesa na nossa Regalis Lipsanotheca após a extinção de um Convento e que permitiu a recriação do mesmo, teve origem no pedido da Princesa Stuart, Arabella, Duquesa Salviati que pediu um corpo (esqueleto) ao Papa Pio IX para uma comunidade de religiosas de São José de Cluny criarem um simulacrum que entretanto foi recriado na nossa Sede. É curioso que esse simulacrum cuja chegada a Senlis foi comemorada com o cunho de uma medalha de bronze hoje no Louvre, não continha as relíquias e ao contrário da maioria dos simulacra permaneceram dentro da urna selada pelo Vaticano tendo sido colocada debaixo da cabeça da imagem como se fosse uma almofada.”
Carlos Evaristo: “Encontram-se também por vezes alguns desenhos e detalhes sobre a criação dos simulacra, as plantas arquitetónicas para o fabrico das urnas relicários e o custo dos mesmos à época. Sabemos que durante a administração do Arcebispo van Lierde rondava os 450, 000 Dólares Americanos criar um conjunto destes e por isso só os grandes Santuários ou Basílicas tinham orçamento para tal.”
A COMISSÃO DE GUARDA E APOSTOLADO DE RELÍQUIAS
Carlos Evaristo é também um dos atuais Custode delle Ss. Reliquie (Guardião de Relíquias) e Presidente Fundador do “Commissio Custodum Apostolatus SS. Reliquiarum” (Comissão de Guarda e Apostolado das Relíquias Sagradas), uma entidade Canonicamente Ereta em várias Dioceses com Delegações que integram uma Federação de Guardiões com a faculdade apostólica de autenticar e rá autenticar relíquias.
Outro Membro da Comissão de Relíquias é o Padre Carlo Cecchin, Cofundador da Comissão e da Regalis Lipsanotheca que assumiu o Cargo de Capelão Mor do Apostolado após o falecimento do Capelão Mor anterior; Monsenhor José Geraldes Freire.
PATRONOS IMPERIAIS, REAIS E ECLESIÁSTICOS
São Patronos da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana e do Apostolado de Relíquias muitas figuras conhecidas do mundo Católica mas também Ortodoxo, Anglicano e Copta, tais como Cardeais, Patriarcas, Arcebispos e Bispos, Abades, Religiosos e Religiosas. Alguns dos Patronos são hoje já Santos ou estão a Caminho dos Altares, como é o caso da Santa dos Pobres; Madre Teresa de Calcutá e da Vidente de Fátima, Irmã Lúcia.
É principal Patrono Eclesiástico da Regalis Lipsanotheca e do Apostolado. o Cardeal D. José Saraiva Martins assim como vários outros Cardeais, Arcebispos, Bispos e Abades. O Bispo D. Manuel António Mendes dos Santos é o atual Capelão Geral e o Padre Carlo Cecchin o Capelão Mor, mas há também cerca de 50 Capelães e Delegados da organização em muitos países do mundo.
Praticamente todas as Casas Imperiais e Reais Cristãs, reinantes ou não reinantes, já conferiram o seu Patronato à Reglais Lipsanotheca e ao Apostolado de Relíquias que estuda e conserva este património imemorial e isto em memória dos seus antepassados que resgatavam relíquias insignes tendo criado Santuários que se tornaram locais de culto nacional e internacional. É o caso das relíquias de São Vicente Mártir que datam do princípio da reconquista Cristã de Portugal e cuja lenda dourada da chegada do corpo incorrupto à nação, está no símbolo da Cidade de Lisboa. A Regalis Lipsanotheca tem por exemplo um pedaço do braço incorrupto desse mártir com documento de Autentica do século IX da proveniente da coleção do Padre Carlo Cecchin. que teve simulacrum na Capital até ao Terramoto de 1755. Existem porém alegados corpos do mesmo santo, em várias partes do mundo como em Espanha e nos Estados Unidos da América, mas como Evaristo já verificou, a maioria são simulacra que só contêm um osso ou uma parte do corpo incorrupto que se encontrava em Lisboa num simulacrum até ao Terramoto de 1755.
A CRUZADA INTERNACIONAL PARA AS RELÍQUIAS SAGRADAS – ICHR
A ÚLTIMA CRUZADA PARA SALVAR RELIÍQUIAS DO ABANDONO
Fundado em 1988, em Toronto, no Canadá, por Carlos e Margarida Evaristo, o Apostolado de Relíquias Oratório de Santa Ana, transformou-se, a partir de 1996, na International Crusade for Holy Relics (Cruzada Internacional pelas Relíquias Sagradas) juntando-se assim ao Apostolado Saints Alive que Thomas Joseph Serafin, havia fundado na California, EUA, em 1995.
Desde então este movimento internacional conta com mais de 5,400 membros com coleções de relíquias registadas no apostolado e outras dezenas de milhares de membros devotos das relíquias sagradas que promovem o Culto. Além de zelar pelo futuro das relíquias destas coleções quando os chamados Cavaleiros Guardiões morrem, o apostolado também ajuda na conservação, restauro e reautenticação das mesmas.
Real Confraria de Cavaleiros Guardiões de Relíquias
Parece algo retirado do filme Os Salteadores da Arca Perdida com Indiana Jones ou então saído do Código de Da Vinci mas o Apostolado de Relíquias ICHR é também uma Confraria de Cavaleiros Guardiões Professos (Membros Professos) e Cavaleiros de Oração (Membros Honorários) que procuram e resgatam relíquias abandonadas, enquanto promovem a santificação pessoal dos seus membros através da devoção aos santos e às mesmas. Guardam também relíquias ensinando as normas atuais da Igreja para o Culto e uso destes sacramentais, promovendo assim não só devoção mas também esclarecimento através de exposições, palestras, conferências e publicações.
O Apostolado têm Capelães e Delegados que dão formação em técnicas de conservação e autenticação de relíquias em Itália, no México, nas Filipinas e no Brasil e é o único apostolado que apresentou à Sagrada Congregação para a Causa dos Santos um Protocolo para a Conservação e Reautenticação das Relíquias e para a Arqueologia Sacra, uma metodologia ainda mais rigorosa do que a que a referida Congregação havia publicado e que será matéria de um curso que Carlos Evaristo está a preparar para ser oferecido na Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov (Kiev) na Ucrânia através da qual o Fundador da Regalis Lipsabotheca recebeu recentemente um Douturamento Honoris Causa em grau efetivo com reconhecimento estatal do título que permite ao mesmo lecionar e fazer parte do Conselho Pedagógico dessa faculdade pertença da Igreja Ortodoxa e uma das maiores e mais importantes da Europa e do Mundo.
Este Protocolo que a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos considerou importante e escrita por um Apostolado que reconhece ter tudo um papel meritório na Igreja, encontra-se já implementado por vários Postuladores, Comissões de Relíquias e Lipsanothecae diocesanas e técnicos da conservação e da arqueologia sacra ligadas ao movimento.
DEPARTAMENTO DE ESTUDO, CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE RELÍQUIAS E RELICÁRIOS DO CENTRO PARA A PESQUISA RELIGIOSA
Outro Departamentos da Fundação Oureana é o que trata do estudo, conservação e restauro de relíquias e relicários para a Regalis Lipsanotheca e que intervêm também nos simulacra. É um projeto já com 20 anos que conta com a colaboração de 12 peritos mundiais do Centro para a Pesquisa Religiosa que inclui arqueólogos, antropólogos, especialistas em sangue e ADN (DNA) e médicos-legistas forenses. O Centro para a Pesquisa Religiosa foi fundado em 2000 por Phillip James Kronzer (.R.I.P.) e passou por vontade do fundado a integrar a Fundação Oureana em 2010 com a incorporação dos bens da Fundação do mesmo nome.
Era intenção desse Americano mais conhecido por “Caçador de Seitas” de formar uma equipa de peritos internacionais para estudarem alegados fenómenos sobrenaturais tais como aparições, milagres, fenómenos paranormais, possessões diabólicas, e a incorrupção dos corpos para assim poder dar pareceres à Igreja.
É Diretor do Cento o Mestre Arqueólogo Professor Dr. Humberto Nuno de Oliveira, Licenciado em História, Pós-Graduado em História Militar, Mestre em Edição e PhD em História, foi docente do ensino superior em diversas instituições durante vinte anos, especialmente na Universidade Lusíada de Lisboa, onde é atualmente, responsável pelos serviços editoriais. Historiador e Investigador sobretudo nos domínios da Heráldica e da Falerística preside, neste último domínio, à Academia Falerística de Portugal. É investigador do Centro Lusíada de Estudos Genealógicos, Heráldicos e Históricos da Universidade Lusíada de Lisboa. Autor de dezenas de artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras, diretor de duas publicações científicas e autor de mais de 20 livro.
Oliveira colabora com Carlos Evaristo há mais de 30 anos e preside hoje ao Conselho de Peritos do Centro que abrangem várias áreas da ciência e que são também membros confrades efetivos ou já falecidos do Apostolado de Relíquias. Entre os nomes mais conhecidos esteve o Patologista Forense e CSI de renome mundial especialista no Santo Sudário, o Professor Dr. Frederick T. Zugibe (R.I.P.), falecido em 2012 e sepultado na Regalis Lipsanotheca. São também membros o Psiquiátrico Forense Professor Dr. James Paul Panderakulam, o especialista em sangue Professor Dr. Benjamin Bing (R.I.P.), dois especialistas em ADN (DNA) de renome mundial; o Professor Dr. Michael Readers e o Professor Dr. José Lorente Acosta que é Presidente da Comissão Cientifica do Centro para a Pesquisa Religiosa desde a morte de Zugibe. São também membros do Centro o Médico Cirurgião Dr. José António da Cunha Coutinho entre outros.
O Centro conta também com dois Peritos em reconstituição facial forense Norte Americanos, de renome mundial, e dois antropólogos; um espanhol e outro norte Italiano que trabalha com a Sagrada Congregação para a Cusa dos Santos nas exumações dos corpos dos candidatos à Santidade. O que é também inédito neste Centro é que todos os Peritos ao serviço do mesmo prestam serviços à Fundação Oureana em regime de voluntariado, não remunerado.
O Centro conta também com Padres Exorcistas tendo sido o primeiro a juntar-se ao projeto o já falecido Exorcista do Vaticano, o Padre Gabriel Amorth. Outro Perito em fenomenologia paranormal era o falecido Eduardo Jaime Moran (AKA: Professor Karl Miller) que deixou ao Centro da Fundação Oureana todo o espolio e arquivo de documentos e artefactos relativos a um grande exorcismo ocorrido na Califórnia, em 1972.
Foi este Centro que refutou, há vários anos, os estudos de recriação facial de simulacra resultantes de um programa de computador Brasileiro, programa que na opinião do falecido Zugibe e de outros dois especialistas forenses CSI, eram ridículos por obterem resultados em nada fidedignos e todos até semelhantes em aparência. O facto que a maioria dos resultados foram obtidos com recurso a fotos de crânios e não a partir da aplicação de camadas de barro nos próprios crânios ou em modelo 3D dos mesmos foi o bastante para os peritos considerarem os resultados imprecisos. A equipa reconheceu no entanto que embora existam programas de computador que fazem estas reconstituições e até muito precisas, o programa em questão utilizado com os simulacra não é fiável para obter uma vera efigie.
Segundo Carlos Evaristo existem também muitas outras confusões geradas com as imagens post mortum resultantes de simulacra que encerram restos mortais de santos, quer ósseos, quer mumificados. O caso de Santa Bernadette, a Vidente de Lourdes, é o mais conhecido dado que a máscara e luvas de cera feitas por um artista no século XIX após a segunda exumação, cobrem o rosto e as mãos do corpo incorrupto e assim mascaram aparência pouco agradável e algo semelhante a uma passa de uva que é comum com os corpos que passaram por uma mumificação natural própria de uma dessecagem lenta em túmulo de pedra sem contacto com o solo e dentro de uma urna de madeira selada em chumbo. O estudo do simulacrum deste corpo e a sua preservação, foi tema predileto de outro membro do Centro para a Pesquisa Religiosa, o Teólogo e Autor René Laurentin, falecido em 2017.
CONFERÊNCIAS, PALESTRAS E PEREGRINAÇÕES
Através de Delegados nos EUA, Inglaterra, França, Itália, Espanha e no Brasil, já foram realizadas numerosas Conferencias, Palestras em Fátima e visitas especiais (Peregrinações) de Relíquias Insignes a Basílicas e Paroquias, tais como as de Santo António, em Roma, Santiago, em Compostela e nas Catedrais de Braga, Valência e Notre Dame de Paris.
Desde 1995, que a Fundação Oureana já organizou um total de 4 Conferências Nacionais sobre Relíquias com Exposições e 3 Internacionais com exibição / estreia de documentários complementares. As quatro Conferências Nacionais tiveram lugar em Fátima; em 1995, 2001, 2008 e 2011 e as Conferências Internacionais em Fátima, Valência e na República de São Marino em 2012, 2014 e 2017. Palestras temáticas sobre relíquias específicas foram organizadas em Ourém, em Santiago de Compostela, em Roma, em Paris, em Valência e em Casale Monferrato onde o Apostolado de Relíquias mantém Delegações.
Para 2021 está prevista uma nova Conferência Internacional sobre Relíquias a ser organizada pela Universidade Católica (Porto) e com a Regalis Lipsanotheca a fazer parte da Comissão Científica.
CAMPANHA INTERNACIONAL CONTRA A VENDA, ROUBO E FALSIFICAÇÃO DE RELÌQUIASE PARA O REGISTO E CATALOGAÇÃO PREVENTATIVA
Outra atividade do Apostolado é o combate à venda de relíquias no ebay e noutras plataformas digitais de vendas na internet e também o combate à falsificação. A implementação de normas que proíbem a venda de restos mortais de seres humanos no ebay já foi uma batalha ganha pelo Apostolado quando o Cofundador da I.C.H.R. o Confrade Thomas Serafin conseguiu forçar a plataforma a mudar a sua política na venda de relíquias. No entanto foi uma vitória de pouca dura pois a proibição é contornada por vendedores, sem escrúpulos, que descrevem os relicários como artefactos e assim ocultando ou mentindo sobre o conteúdo nas descrições publicadas.
No Brasil, através do Confrade Fábio Tucci Farah, Delegado e Vice-diretor da Regalis Lispnsotheca, o Apostolado tenta apresentar uma proposta de lei para proibir a venda de relíquias pois segundo as rubricas da Igreja tal prática é matéria de excomunhão ipso facto assim como a falsificação de relíquias.
Farah está também a levar a cabo a inventariação das relíquias e relicários da Arquidiocese de São Paulo para a criação de uma Lipsanotheca Diocesana ou até nacional. Trabalho semelhante está a ser realizado nas Delegações do Apostolado no México, Estados Unidos e Filipinas.
PRODUÇÕES TELEVISIVAS E PUBLICAÇÕES
Um importante meio para desfazer mitos e divulgar o trabalho com as relíquias que o Apostolado e a Regalis Lipsanotheca desenvolve há mais de 3 décadas é a televisão. Há mais de 25 anos que Carlos Evaristo também participa como Perito, Escritor e Produtor Executivo em documentários, programas especiais e series televisivas sobre relíquias, (produzidas pela RTP, EMI Valentim de Carvalho, Sakarra Productions, Crown Pictures, Paul Perry Productions e Label News) com exibição nos canais europeus e norte americanos; RTP, História, Odisseia, Rai 2, Timeline, National Geographic e RMC Decouverte.
Há vários anos, Evaristo juntou-se ao Professor Frederick T. Zugibe para darem parecer na fase de pré-produção sobre a recriação dos instrumentos da paixão de Jesus para o filme A Paixão de Cristo de Mel Gibson. Os amigos também deram parecer para dois documentários sobre o Santo Sudário, sendo que o Centro Português de Sindonologia (o estudo do Sudário de Turim) criado por outro grande devoto de relíquias, o Engenheiro Fernando Lagrifa Fernandes, é hoje outro Departamento da Fundação Oureana que se especializa no estudo das relíquias, da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Carlos Evaristo é autor de mais de 150 livros e publicações muitas das quais são sobre relíquias. Seu nome vem referido como perito em várias publicações sobre o tema e em Catálogos dos Museus do Vaticano. Para além de contribuir para o volume “Retábulos Relicários” da coletânea escrita por Francisco Lameira e José João Loureiro, escreveu com Fabio Tucci Farah (com quem fundou o Real Instituto para a Arqueologia Sacra) o livro “Relíquias Sagradas, dos tempos Bíblicos à era Digital” publicado pela Paulus, editora da Igreja de renome e que conta com o prefácio de vários Cardeais ligado às relíquias.
Estas recentes publicações, juntamente com o Protocolo para as intervenções com Relíquias foram pessoalmente entregues ao Papa Francisco pelo Patrono e Protetor do Apostolado, D. Manuel António Mendes dos Santos.
O ano passado, o Apostolado viu os 32 anos de trabalho com relíquias reconhecido pela a mais alta Congregação que zela pelo seu culto; a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos que através do seu Prefeito, considerou o contributo da organização uma trabalho meritório.
Um exemplar do Protocolo para a intervenção com relíquias preparado e proposto por Carlos Evaristo para servir de guia para todos os que se dedicam à Preparação, Conservação e Reautenticação de Relíquias já goza de Imprimatur e Nihil Obstat.
Graças ao Protocolo entre as Fundações D. Manuel II e Oureana já foram patrocinados através do Gabinete dos Patronos um conjunto de relíquias dos Museus do Vaticano ligadas à história de Portugal, tal como a Mitra de João XXII, o Papa que criou a Ordem de Cristo. Atualmente está a ser patrocinado o restauro de vários relicários e crucifixos.
DEPÓSITO E REPOSITÓRIO SAGRADO DE RELÍQUIAS
O Apostolado de Relíquias tornou-se tão conhecido mundialmente que a sua sede, a Regalis Lipsaotheca, passou a ser um Repositório Sagrado Internacional para Relíquias da Igreja e um Depósito para Relíquias vindas de Museus seculares e dos Estados.
A primeira coleção de centenas de relicários a ser depositada foi proveniente da Lipsanotheca da Ordem Jesuíta de França localizada em Paray le Monial. Foi guardada durante mais de 50 anos pelo Padre Jean Durieu S.J,. até a coleção ser enviada para o Depósito Sagrado de Relíquias da Fundação em 1993. Em 1999 a Fundação recebeu todo o espólio do extinto Museu Mariano em Brooklyn, Nova Iorque que incluiu uma coleção de milhares de relíquias colecionadas pelo Fundador do mesmo Armand James Williamson e também já recebeu dezenas de coleções de relíquias de Lipsanothecas Diocesanas, Conventuais e de particulares.
Existe também na Regalis Lipsanotheca um outro tipo de Repositório de Relíquias, uma espécie de arquivo morto selado que se destina a guardar sem veneração, exposição ou culto relíquias duvidosas, falsas ou cuja autenticidade já não pode ser confirmada e por isso não podem ficar expostas aos fieis de acordo com a regras da Igreja Católica .
Festa das Sagradas Relíquias
No dia 5 de Novembro, a Igreja Católica celebrava universalmente a Festa das Sagradas Relíquias até à reforma litúrgica do II Concilio Vaticano. Hoje é uma Festa reservada aos locais onde existem coleções insignes de relíquias, o que é o caso da Regalis Lipsanotheca. Depois de se celebrar o Dia de Todos os Santos, a Festa de todas as almas que entraram no Céu, a Igreja homenageia as Santas Relíquias de seus corpos que permanecem na terra, aguardando a gloriosa ressurreição.
Desde os primeiros tempos da Igreja que os santos mistérios eram celebrados nas Catacumbas sobre os túmulos dos mártires, para assim unir o seu sacrifício ao do Salvador Jesus Cristo. Mais tarde, em Roma, basílicas foram erguidas em sua homenagem; vastos relicários que albergaram o túmulo dos mártires mais famosos. Os restos mortais dos que haviam confessado sua fé pelo martírio foram depositados sob o altar-mor, ou confissão das basílicas que lhes foram consagradas; Daí o costume de transferir as relíquias dos mártires, parte essencial da cerimônia de dedicação de uma igreja, bem como de colocar as relíquias dos santos mártires em todos os altares, na cavidade de uma pequena cavidade da ara, chamada de tumba. A Missa da Festa das Sagradas Relíquias celebrada anualmente na Regalis Lipsanotheca é amplamente composta de passagens retiradas da liturgia dos mártires.
Sobre as relíquias e particularmente os corpos e simulacra dos Santos foi afirmado no Santo Concílio de Trento:
“Instrua também os fiéis no sentido de que devem venerar os corpos sagrados dos santos mártires e de outros que vivem com Cristo, que eram membros vivos do próprio Cristo, e templos do Espírito Santo, por meio dos quais devem subir para a vida eterna para para ser glorificado, e pelo qual Deus concede muitos benefícios aos homens; para que sejam absolutamente condenados, como antigamente os condenavam, e agora também condenados pela Igreja, aqueles que afirmam que as relíquias dos santos não devem ser honradas ou veneradas; ou que a adoração que estes e outros monumentos sagrados recebem dos fiéis é em vão; e que as visitas frequentes às capelas dedicadas aos santos para obter o seu auxílio são inúteis ”.
FONTE: “The Regalis Lipsanotheca; A Sacred Repository of Holy Relics An Interview with Carlos Evaristo“; The Relics Call – ICHR Newsletter”, Vol III. Nº 1 1/11/2020)
O Palácio dos Marqueses de Fronteira, em Lisboa, foi o local escolhido para a realização de uma “Sessão Solene” para o reconhecimento do mérito de várias personalidades promovida pelas Fundações parceiras D. Manuel II e Oureana, juntamente com a Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov de Kiev, Ucrânia .
A sessão, que teve lugar na Sala das Batalhas daquele palácio, iniciou pelas 10 horas da manhã, do dia 5 de Dexembro de 2020 com um momento músical proporcionado pela pianista Joana Barata que interpretou a Avé Maria de Gounot em honra de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa em vésperas da Festa da Padroeira.
O Professor Humberto Nuno de Oliveira, Assessor de Sua Alteza Real o Duque de Bragança foi quem serviu de Mestre de Cerimónias tendo iniciado a Sessão com as seguintes palavras:
“Vª Alteza Real, Dom Duarte Pio de Bragança,
Excelentíssimo D. António Mascarenhas, Marquês de Fronteira, nosso anfitrião,
Senhor Professor Doutor Moritz Hunzinger, em Representação da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov,
Ilustres homenageados e convidados, minhas Senhoras e meus Senhores,
A todos bom dia e sejam bem-vindos a este belíssimo e histórico Palácio Fronteira,
Reunimo-nos aqui hoje para uma a Sessão Solene organizada por vários parceiros protocolares; nomeadamente as Fundações D. Manuel II e Histórico-Cultural Oureana, os Centros de Estudos de ambas e a Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, que entre as suas muitas atividades, realizam eventos como este para promover o reconhecimento do mérito de individualidades e ou organizações cuja contribuição para a cultura e sociedade merecem distinção académica ou por parte do Chefe da Casa Real Portuguesa.
Dias depois de comemorarmos os 380 anos da Restauração da Independência e a três dias de celebramos a Festa da Rainha e Padroeira de Portugal, Nossa Senhora da Conceição, reunimo-nos aqui para esta Sessão, agradecendo desde já, à Fundação das Casas de Fronteira e Alorna pelo apoio dado para a realização deste evento, entidade com a qual as referidas Fundações esperam em breve celebrar um Protocolo.”
HOMENAGENS DA UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA NACIONAL DRAGOMANOV DE KIEV, UCRÂNIA
“Em primeiro lugar, damos as boas vindas à Delegação Oficial da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, de Kiev, cujo prestígio e papel na educação Europeia e Mundial é de reconhecida importância nos últimos 186 anos. É através de alguns dos seus Professores, como o Magnífico Vice-Reitor Igor Vetrov e Moritz Hunzinger que a Casa Real Portuguesa e as instituições à mesma ligadas, tem vindo a beneficiar de amizade, conhecimento e frutuosa pareceria.
Hoje recebemos calorosamente esta Delegação Universitária, tendo como principal motivo, a Concessão do Título de Patrono e Membro de Honra da Faculdade de História da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov a Sua Alteza Real o Senhor Duque de Bragança, Dom Duarte Pio.
Como no passado, em que os Reis eram os patronos, e tantas vezes protectores e mecenas das universidades, entendeu a Universidade, ao entregar este título de Patrono, que no passado era o mais alto reconhecimento das Universidades. Relevando, assim, as qualidades de humanista e estadista e o insigne papel no domínio das relações internacionais, sobretudo na defesa intrínseca da amizade entre os povos e sua história, liberdade e cultura, que o Senhor Dom Duarte vem assumido. Ao atribuir o estatuto de Patrono e Membro de Honra da sua Faculdade de História, a Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov presta ao Chefe da Casa Real Portuguesa o reconhecimento da sua estatura no domínio das relações internacionais e ao seu inquestionável papel na história mundial como representante da Casa Real Portuguesa.
A Universidade deliberou igualmente a concessão ao Cônsul Carlos Evaristo, Pesquisador e Autor que é Presidente e Co-Fundador da Fundação Histórico Cultural Oureana e da Regalis Lipsanotheca, de um Doutoramento Honoris Causa em reconhecimento dos mais de 30 anos de serviço à Comunidade Cristã, nos domínios da História, do Culto dos Santos, da Iconografia Sacra, da Fenomenologia Religiosa e da Arqueologia Sacra. Reconhecendo, outrossim, o benemerente apoio ao longo dos anos às comunidades Ucranianas em Fátima. Doutoramento que acompanha um convite efetivo para dar aulas na Universidade, nas importantes matérias em que é reconhecido perito de renome mundial.
Em representação da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, usará agora da palavra o Prof. Doutor Moritz Hunzinger.”
TRADUÇÃO DA INTERVENÇÃO DO PROFESSOR MORITZ HUNZINGER
“Sua Alteza Real,
Caro Cônsul Carlos Evaristo,
Ilustres Confrades das Ordens Reais Portuguesas,
Caro colega Professor Dr. Humberto Nuno Lopes Mendes de Oliveira,
Caros convidados da cerimónia de premiação,
Bem-vindos em nome da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, assim designada em homenagem ao filósofo Michail Dragomanov, e localizada na sua capital, Kiev.
A Universidade Pedagógica Nacional de Kiev foi fundada há 186 anos, tem 36.000 alunos, 4.000 funcionários e é de longe, a maior deste género na Europa.
Em primeiro lugar, uma palavra sobre a minha relação com a Universidade. Em 1991, fui apresentado ao primeiro Presidente da Ucrânia, Leonid Kraczuk, que por sua vez me apresentou ao Reitor da Universidade Pedagógica Nacional, o Académico Viktor Andrushchenko, que me convidou para dar aulas de Relações Públicas, e tenho feito desde então, duas vezes por mês em Kiev.
O ilustre Reitor aceitou a minha proposta tanto para S.A.R. o Duque de Bragança, como para o Cônsul Carlos Evaristo, para serem homenageados pela Universidade.
Por ocasião da cerimónia de hoje, importa referir que a Ucrânia e Portugal têm laços históricos e culturais de longa data, com origem no passado distante, nos dias da Reconquista, e o seu primeiro líder independente, o Conde Henrique da Borgonha, parente da família do Príncipe Yaroslav, o Sábio de Kiev.
A primeira menção a laços indiretos entre a Ucrânia e Portugal remonta ao século XVI. Assim, em particular, sabe-se que no século XVI em Lutsk, artesãos ucranianos cunharam pesadas moedas de ouro chamadas “Portugals” a pedido de funcionários financeiros.
Um dos primeiros portugueses a prestar atenção à Ucrânia foi o proeminente poeta renascentista português Luís de Camões, que nos seus Lusíadas (1572), descrevendo a Europa de Leste, menciona os Ucranianos como sármatas: «Entre este Mar e o Tánais vive estranha Gente, Rutenos, Moscos e Livónios, Sármatas outro tempo; ” (Canto III, 11).
As conquistas culturais, a literatura e a arte de Portugal são bem conhecidas na Ucrânia desde o final da Idade Média, e os laços económicos ucraniano-portugueses começaram a ser estabelecidos no século XIX.
É claro que o verdadeiro desenvolvimento em grande escala nas relações entre os nossos países começou depois do colapso da União Soviética, que abriu caminho ao reforço da cooperação ucraniano-portuguesa em todas as esferas da vida pública.
Portugal reconheceu a independência da Ucrânia em 7 de Janeiro de 1992 e, menos de três semanas depois (27 de Janeiro de 1992), as relações diplomáticas foram estabelecidas. A Embaixada de Portugal em Kiev foi inaugurada em Dezembro de 1993.
Após a visita de uma Delegação de educadores Ucranianos a Portugal em 2016, que incluiu o nosso Reitor, Académico V. Andrushchenko, intensificou-se a cooperação e parceria entre Universidades Ucranianas e Portuguesas. A decisão do lado Português (em 2009) de reconhecer os graus científicos Ucranianos e os diplomas de especialistas obtidos na Ucrânia no período anterior à adesão ao Processo de Bolonha, foi importante para a diáspora Ucraniana em Portugal.
A Ucrânia e Portugal estão bem cientes das grandes perspectivas para a nossa cooperação mútua e o mais importante é a existência de relações duradouras, sinceras e amistosas entre os povos Ucraniano e Português. Vemos um grande futuro para o desenvolvimento de nossos contatos bilaterais.
Seguindo a tradição dos antigos Reis de Portugal, Sua Alteza Real o Duque de Bragança, foi uma das primeiras figuras internacionais Portuguesas a estender um abraço fraterno à Ucrânia, apoiando grupos humanitários como os “Anjos da Misericórdia” que ajudaram os órfãos e também prestaram assistência a imigrantes Ucranianos no estabelecimento de comunidades paroquiais.
A 19 de Novembro de 2020, o Conselho Académico da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov aprovou a nomeação de Sua Alteza Real Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, Chefe indiscutível da Casa Real de Portugal como Patrono e Membro de Honra da Faculdade de História da Universidade.
Estamos profundamente comovidos que Sua Alteza Real tenha aceite esta nomeação.
Em 31 de Agosto de 2020, o Conselho Académico nomeou o Cônsul Carlos Evaristo como Doutor em Filosofia – Honoris Causa – da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, com um grau efetivo e convite para lecionar e dar aulas na Faculdade num futuro próximo.
Tenho a honra de lhe entregar agora o Diploma, a Insígnia e o Manto da nossa Universidade.
Viva as Relações Ucraniano-Portuguesas!”
Seguidamente foi entregue ao Senhor Dom Duarte o chapéu académico de Professor com borla azul de Membro de Honra da Faculdade de História e as respetivas Cartas Patentes Universitárias.
Ao Cônsul Carlos Evaristo foi entregue o chapéu académico e a toga de Professor da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov e também as correspondentes Cartas Patentes.
A Delegação da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov Chefiada pelo Professor Moritz Hunzinger procedeu depois à condecoração de algumas individualidades presentes com a sua Medalha do 185º Aniversário, e / ou a Ordem de São Miguel Arcanjo conferida pelo Igreja Ortodoxa da Ucrânia em reconhecimento aos serviços a ela prestados nas diversas deslocações a Portugal dos seus membros da Faculdade, ao longo dos anos.
Entre os contemplados foram:
António Sousa Lara
Armando Calado
Bruno de Castro
Carlos Casimiro
Carlos Martins Evaristo
Hélio Loureiro
Dom António Mascarenhas
Fundação Casas Fronteira e Alorna
Humberto Nuno de Oliveira
João Pedro Teixeira
Joana Margarida Evaristo
José Alberto Ribeiro
José Silva Bastos
Maria Margarida Martins Justino Evaristo
Rui Santos Vargas
A seguir à entrega das honras Universitárias teve lugar o segundo momento musical da manhã, desta vez proporcionado por Joana Evaristo, que interpretou “Intermezzo” de Edward German na Flauta Transversal, acompanhada da Pianista Joana Barata.
CASA REAL PORTUGUESA AGRADECEU E RETRIBUIU HONRAS
De volta no uso da palavra o Mestre de Cerimónia Professor Humberto Nuno de Oliveira disse que: “Retribuindo e reconhecendo, em primeiro lugar, o valor e o mérito de alguns membros da Universidade, alguns dos quais não puderam estar presentes devido à situação pandémica, mas que há anos se têm distinguido com actos de benemerência a projectos educacionais e a obras sociais e culturais patrocinadas pelas Fundações D. Manuel II e Oureana, nomeadamente na Diocese de São Tomé e Príncipe onde as Fundações, com a ajuda do Professor Moritz Hunzinger, compraram uma casa que servirá em breve de apoio aos estudantes, de poucas posses das aldeias, para poderem frequentar os institutos de ensino na Cidade. Ao Professor Mortiz Hunzinger e a todos os amigos da Faculdade da UniversidadePedagógica Nacional Dragomanov, representados por esta Delegação, o Senhor Dom Duarte confere a Medalha de Mérito da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e, igualmente, a promoção nas outras Ordens da Casa Real Portuguesa a que já pertençam.”
O Chefe da Casa Real Portuguesa seguidamente entregou os diplomas as insígnias para a delegação ao Professor Moritz Hunzinger e ao seu Assistente Alex Techenko.
ANTIGO CHEFE DE SEGURANÇA E VICE-CHANCELER OSMA CONDECORADO
Humberto Nuno de Oliveira informou todos presentes que: “Seguidamente, querendo reconhecer as várias décadas de dedicado serviço prestado à Família Real, à Casa Real e às instituições a si ligadas, chamamos os seguintes colaboradores. Primeiro, um antigo combatente o Senhor Dr. Luis Manuel de Castro Santos, que serviu como Chefe de Segurança no Casamento de Suas Altezas Reais os Duques de Bragança há 25 anos e que desde 2000 tem servido lealmente nos cargos de Vice-Chanceler da Ordem de São Miguel da Ala e Presidente da Comissão de Admissão e Revisão da Ordens, cargos nos quais passa agora a emérito, com o público agradecimento da Casa Real Portuguesa e das instituições parceiras e ao qual Sua Alteza Real Confere o Grande-Colar da Ordem de Mérito da Casa Real Portuguesa.”
AGRADECIMENTO DA CASA REAL À FAMÍLIA HERINGA LUBEK
“A Seguir a Família Heringa / Lubek representada pelo Cônsul Carl Heringa e sua esposa, Mariola Lubek Heringa que se destinguem pelos muitos anos de serviço à Fundação D. Manuel II, à Ordem de São Miguel da Ala e a várias outras instituições ligadas às Fundações parceiras e para as quais têm ajudado graciosamente na revisão de livros editados e outros projectos. Á referida família o Senhor Duque de Bragança confere o reconhecimento para poderem ostentar nas suas nobres armas de família, as insígnias das Ordens Dinásticas a que pertencem.”
É curioso referir que esta família de nobres titulares, ostenta Armas de Família conferidas pelo Rei da Holanda (Heringa) em séculos passados e válidas até hoje e outras; conferidas pelo Rei João Sobieski da Polónia (Lubek) ao seu Porta Copa que esteve presente na Batalha de Viena que salvou a Europa da invasão Ottomana. Estas últimas reconhecidas sucessivas vezes pelos Imperadores da Rússia até ao fim do Império.
FUNDAÇÃO RECONHECE REIS DA CULTURA PORTUGUÊSA
O Cantor Lírico Mestre Armando Calado foi o artista que abriu a última parte da Sessão Solene com uma interpretação em língua inglesa da Ópera de Don Quixote que dedicou ao Actor Ruy de Carvalho que tal como ele teve início de carreira no Teatro São Carlos em Lisboa.
Antes de se declarar encerrada a Sessão Solene o Chefe da Casa Real Portuguesa, o Senhor Dom Duarte em representação das Fundações Oureana e D. Manuel II procedeu ao Reconhecimento do Mérito de várias figuras consagradas da Cultura Portuguesa.
No uso da palavra o Mestre de Cerimónia disse: “Segue-se a distinção de três individualidades consagradas da Cultura Portuguesa. São elas o Mestre Joel Pina, e Actor e Cantor Ruy Alberto Rebelo Pires de Carvalho, mais conhecido por Ruy de Carvalho e o Fadista António Pinto Basto aos quais as Fundações conferiram como Prémios de Carreira, respectivamente os títulos de:
– Rei da Guitarra e Viola baixo Portuguesa
– Rei do Teatro Português
– Rei o Fado Aristocrático”
D. DUARTE CONFERE ORDEM DE SÃO MIGUEL DA ALA A ARTISTAS
A Casa Real Portuguesa, conferiu ainda aos três agraciados; Ruy de Carvalho, Joel Pina e António Pinto Basto, a Grã-Cruz da Ordem de São Miguel da Ala, a mais antiga Ordem de origem Portuguesa e uma das Ordens dinásticas da Casa Real.
Com autorização do Senhor Dom Duarte, Humberto Nuno de Oliveira agradeceu a presença de todos e endereçou um agradecimento especial aos músicos Mestre Armando Calado, Joana Evaristo e Joana Barata pelos extraordinários momentos musicais que proporcionaram. Seguidamente declarou encerrada a Sessão.
O Duque de Bragança agradeceu a presença de todos e particularmente aos Marqueses de Fronteira a quem renovou o convite para assinarem um protocolo de colaboração com as fundações parceiras, algo que D. António Mascarenhas disse ser do agrado da Fundação Casas Fronteira e Alorna, anfitrião da sessão.
DUQUE DE BRAGANÇA CONCEDE AUDIÊNCIAS
Após terminar a Sessão Solene, o Duque de Bragança concedeu Audiências ao casal de anfitriões, à Delegação da Universidade e aos Condecorados e suas Famílias. Foram momentos de conversa e algumas fotografias formais respeitando todas as regras da pandemia. (Ver Galeria de Fotos)
ALMOÇO DE NATAL DA FUNDAÇÃO OUREANA
A manhã terminou com o habitual almoço de Natal da Fundação Oureana patrocinado por Moritz Hunzinger e este ano organizado numa sala privada em Lisboa com limitação de participantes devido às regras da pandemia a que estamos sujeitos.
Para além dos membros da organização da Sessão Solene e dos membros da delegação da Universidade Ucraniana, só puderam participar no almoço alguns dos homenageados e familiares seus.