Segredo com Séculos será revelado amanhã: Fundação anuncia que após revelação da verdadeira identidade de Colombo, haverá um monumento no Castelo de Ourém, dedicado a todos os que se dedicaram, ao longo dos séculos, ao estudo desses mistérios

Carlos Evaristo com o Professor Marcial Castro e o Professor José António Lorente Acosta

A Fundação Oureana anunciou no passado dia 27 de Setembro que após a revelação da verdadeira nacionalidade e identidade de Colombo, no dia 12 de Outubro, haverá  um monumento no Castelo de Ourém, dedicado e aos que estudaram esses mistérios ao longo dos séculos.

O Presidente da Direção da Fundação Histórico Cultural Oureana anunciou este projecto durante o Congresso do Instituto Preste João / Real Associação Histórico Arqueológica para Pesquisa e Descobrimento.

A erguer num terreno da Fundação no Castelo de Ourém,  esse monumento será em bronze e representará Cristóvão Colombo. Terá o nome do Professor José António Lorente Acosta, mas também de todos os cientistas e estudiosos que ao longo dos séculos se dedicaram ao estudo para desvendar a verdadeira identidade e nacionalidade do Navegador.

A ideia para o primeiro monumento no mundo dedicado à verdadeira identidade e nacionalidade de Colombo e em memória de todos os que se dedicaram ao estudo desse mistério, partiu do Real Instituto Cristóvão Colom – Salvador Fernandes Zarco, um departamento da Fundação Oureana criado  em memória do Capitão Augusto Cassiano de Mascarenhas Barreto para preservar do seu arquivo de estudos colombinos.

Augusto Mascarenhas Barreto

Barreto foi autor do projecto do Programa Medieval do famoso Restaurante da Fundação Oureana, no Castelo de Ourém, inaugurado por John Haffert em 1970 e pelo qual passaram já mais de 3.5 milhões de visitantes. O Instituto, não só preserva os escritos, estudos e artefactos medievais de Barreto ligados à história do restaurante como também outros dedicados ao seu estudo do Fado, da Tauromaquia e do mistério da identidade do Colombo, estudo esse ao qual dedicou os últimos 40 anos da sua vida.

Mascarenhas Barreto

O antigo Campeão Olímpico de Esgrima, pioneiro da RTP e Capitão da GNR, foi também Chefe da escolta pessoal da Presidência da Republica. Muito cedo tornou-se seguidor da teoria de Patrocínio Ribeiro de que o Navegador Cristóvão Colombo era de facto Português e  filho do Duque de Beja D. Fernando com talvez uma filha do Explorador Gonçalo Zarco, sendo seu verdadeiro nome Salvador Fernandes Zarco. O Capitão Barreto como era carinhosamente conhecido pelos amigos, faleceu a  3 de Janeiro de 2017 e foi autor de vários livros sobre o mistério da identidade do Colombo exemplares dos quais deixou a Fundação Oureana para que a instituição fosse a representante da sua teoria, após a sua morte, através de um Departamento propositadamente criado por si e que hoje ostenta seu nome.

Para Carlos Evaristo, Presidente da Direcção da Fundação,  e a pessoa que tem na prática representado a teoria de Mascarenhas Barreto em vários congressos; “o facto é que prometi representar a sua tese e tenho cumprido o que prometi, embora reconheça que haja várias teorias que têm um forte argumento de causa e com as quais particularmente simpatizo; como as de Colombo ser filho de uma Infanta Portuguesa, um Galego, um Maiorquino, um agente ou nobre de Pontevedra ou um Catalão. Mas nós, na Fundação, mantemos um particular carinho pela teoria defendida pelo Capitão Barreto e isto por ela estar na origem da amizade entre o Capitão e o nosso fundador, meu compadre, John Mathias Haffert e na origem do Resturante Medieval”.

John Haffert

De facto, John Haffert também era um apaixonado pelo mistério da verdadeira identidade  e nacionalidade do descobridor das Américas e estava em 1968 no seu yacht “Santa Maria” a percorrer as ilhas das caraíbas, seguindo a rota que Colombo tomou aquando da sua viagem de descoberta em 1492 quando teve a ideia de criar um programa medieval no Castelo de Ourém. Foi aí que segundo a sua biografia, procurou o Duque de Bragança, D. Duarte, e sua tia D. Filipa que lhe segredaram haver a tradição na família de Colombo ser Português. A ideia de criar o programa medieval no Restaurante do Castelo de Ourém levou Haffert a contractar Mascarenhas Barreto que para seu espanto partilhava a sua paixão por este mistério histórico e ao qual já estava a dedicar bastante tempo de pesquisa e de estudo de cabala para tentar decifrar a cifra (assinatura) de Colombo.

Yacht “Santa Maria”

Em 1995, pelo 25º aniversário do programa medieval, D. Duarte de Bragança, John Haffert e Augusto Mascarenhas Barreto reencontraram-se em Ourém e nesse momento partilharam a sua paixão pelo estudo do mistério da verdadeira identidade e nacionalidade de Colombo que todos achavam ser Portuguesa, se não pelo menos ibérica, mas jamais Genovesa!

D. Duarte na Sala dos Mapas do Vaticano.

Segundo Carlos Evaristo: “Colombo passou a maior parte da sua vida em Portugal, casou com uma Portuguesa e foi de Portugal que partiu para a Corte de Fernando e Isabel com um documento passado por D. João II que era uma verdadeira Licença para matar como só um agente Secreto como o 007 teria. Movia-se bem na Corte o que logo levantou suspeitas, tendo privilégios que só parentes do Rei teriam como se sentar na presença do Rei.” Para Carlos Evaristo; “se não era Português, pelo menos deveria ser Ibérico e ligado às famílias da alta nobreza da época, se não mesmo à realeza.”

Em Cuba do Alentejo, onde se diz que Colombo nasceu existe um centro de interpretação do Colombo Português dedicado a Mascarenhas Barreto e é lá que está a sede da Associação Cristóvão Colon que junta os defensores das várias teorias Portuguesas e que mantém um monumento a essa tradição.

D. Duarte de Bragança com Carlos Calado, Presidente da Associação Cristóvão Colon, o Presidente da Câmara de Cuba, João Português e Carlos Evaristo, prestam uma Guarda de Honra junto à estátua de ao Colombo Português em Cuba do Alentejo, terra que mantém viva essa tradição.

Um estudo efectuado por Carlos Evaristo comprovou que a ideia de Colombo ser Italiano, e principalmente Genovês, veio só a ser propagada largamente pelos Knights of Columbus (Cavaleiros de Colombo), uma organização Católica antimaçónica fundada para homens no final no Século XIX, (1882) nos Estados Unidos da América, por um sacerdote Irlandês de nome Michael J. McGivney.

Padre Michael J. McGivney, Fundador dos Cavaleiros de Colombo.

Já o Dia do Colombo, 12 de Outubro, como festa nacional americana, hoje controversa, Evaristo descobriu ter sido algo criado por um senador corrupto, apoiado pela Máfia Nova Iorquina no princípio do Século XX.

Para Evaristo: “Foi graças à ligação que fizeram de Colombo à Festa de Nossa Senhora do Pilar e das Américas, (que fixaram a 12 de Outubro), mas também ao biografo Washington Irving, que temos o Colombo lendário. Foi ao Consul em Espanha, Washington Irving, conhecido pelo livro a Lenda de Sleepy Hollow, com a personagem do Cavaleiro sem cabeça, que o governo após a revolução de 1775, encomendou uma biografia de Colombo para dar aos americanos uma história de um Pai da Pátria que não tivesse nada com a história inglesa que era ensinada aos colonos. E assim se criou e propagou o mito do Colombo através do livro de Irving que se tornou um Best-Seller em todo o mundo levando a Espanha do Século XIX a fabricar os primeiros monumentos na história ao navegador até então esquecido para a história!”

Túmulo de Colombo no Farol em Santo Domingo.
Túmulo de Colombo em Sevilha.

Para chegar à verdadeira identidade de Cristóvão Colombo, a equipa do Professor José Lorente Acosta do Laboratório de ADN do Departamento de Medicina Legal, Toxicologia y Antropologia Física da Faculdade de Medicina da Universidade de Granada, realizou analises entre 2002 e 2004 que comprovaram definitivamente que os poucos ossos que estão no monumento a Colon na Catedral de Sevilha são mesmo do Navegador, pois eram do pai de Hernan Colon, também sepultado na Catedral, e de um irmão, Diego Colon, que estava sepultado na Cartuxa da mesma cidade. Todos estes parentes foram exumados para se retirar amostras.

Após essa confirmação inicial houve uma espera de vários anos até que a tecnologia sequencial de ADN avançasse bastante para se poder retomar os estudos com fragmentos de amostras mais pequenos. Isso realizou-se em 2021 com um encontro internacional em Granada para apresentação de 25 teorias sobre a nacionalidade de Colombo e que foi tema de um congresso e  um documentário produzido por uma Produtora Espanhola que está prestes a ser exibido na TVE.

Desde 2021 que as diversas teorias têm vindo a ser descartadas enquanto as amostras fornecidas pelos promotores das mesmas, foram sendo testadas pelo Laboratório de Granada e outros Laboratórios parceiros em outros países.  Eventualmente, das vinte e cinco teorias inicialmente apresentadas sobraram oito que necessitavam de amostras de ADN para as validar.

Várias exumações em Portugal e Espanha realizaram-se com a esperança de que as amostras recolhidas pudessem ter elos nas cadeias de ADN semelhantes às de Colombo, seu filho e irmão.

Carlos Evaristo que escreveu com o explorador subaquático de renome mundial Dave Horner, “Secrets and Mysteries of Christopher Columbus”, um colossal volume com todas as teorias históricas sobre a identidade de Colombo tendo um especial carinho para com a teoria de Augusto Mascarenhas Barreto, ajudou também na produção do documentário de Paul Perry do mesmo nome e entra no documentário espanhol.

Como Parceiro Protocolar de vários projectos de ADN com o laboratório de Lorente, para o Projecto ADN Colombo, não só forneceu amostras diversas de Nobres Portugueses como também relíquias de Santos da família real; Rainha Santa Isabel, Infanta Santa Joana, São Nuno, etc. para suporte de várias teorias portuguesas e espanholas, como também para outras teorias, tal como a do Almirante ter sido um explorador Italiano, ligado à descoberta de Cabo Verde.

Carlos Evaristo com José Lorente Acosta em Granada.

Para Evaristo; “Outro mistério que permanecerá após a revelação da sua identidade e nacionalidade será o de haver tão poucos ossos no seu túmulo em Sevilha. Isto é algo que se deve certamente ao costumo da época, que era uma obrigatoriedade Católica canónica, de um terço das ossadas permanecerem sempre no sepulcro ou túmulo original cada vez que houvesse uma trasladação. Sabemos que no caso de Colombo e seu filho Diego Cólon, filho da Portuguesa, Filipa Moniz Perestrelo, houve meia dúzia de trasladações desde o seu sepultamento temporário em Valladolid em 1506 até à chegada dos restos mortais a Sevilha no final do Século XIX.” Segundo o Arqueólogo; “uma boa parte das ossadas deve de ter permanecido em Santo Domingo, e misturadas com as do filho, estão hoje no chamado Farol Mausoléu de Colombo, tendo sido trasladadas do Catedral dessa cidade para onde tinham sido levadas pela nora de Colombo já após a morte do filho. Outra parte das ossadas terão ficado na Cartuxa em Sevilha e outra parte em Cuba, sendo que só escassos ossos chegaram a ser colocados numa urna colocada no sumptuoso monumento da Catedral de Sevilha. Como a República Dominicana não permite que examinem os restos no Farol de Colombo em Santo Domingo, não é possível testar esta teoria.”

Os restos mortais de Colombo retirados da urna no Monumento Fúnebre na Catedral de Sevilha.

Em 2022, durante plena pandemia, localizaram o primeiro túmulo de Cristóvão Colombo numa rua de Valladolid.  A equipa de pesquisadores liderada pelo Professor Marcial Castro, confirmou a localização precisa do primeiro túmulo de Cristóvão Colombo, hoje, na rua Constitución, debaixo de um banco.

A 10 de Outubro, o Professor José António Lorente Acosta, anunciou oficialmente e “de modo definitivo” que os restos mortais na Catedral de Sevilha são mesmo de Cristóvão Colombo. Assim terminou um dos enigmas históricos sobre a figura de Cristóvão Colombo, em referência aos restos no monumento da Catedral de Sevilha.

Porém a sua verdadeira origem genética será revelada amanhã, dia 12 de Outubro, em exclusivo, durante a apresentação do documentário “Colon ADN. A sua verdadeira origem” a ser exibido às 22:35 horas na TVE1 e RTVE Play .

Segundo Carlos Evaristo; “Houve muita gente que afirmava que seriam os primeiros a divulgar os resultados destes exames, mas serão os investigadores forenses da Universidade de Granada, liderados pelo Professor José Antonio Lorente Acosta que irão revelar a nacionalidade de Colombo e a sua identidade e precisamente no Dia de Colombo e da Hispanidade no documentário que vai ser transmitido na RTVE em exclusivo.”

Carlos Evaristo, Arqueólogo, Perito em Relíquias Sagradas e Iconografia Sacra Medieval dedicou mais de 25 anos ao estudo da origem do Colombo e das diversas teorias sendo autor de livros e estudos publicados. Para ele o facto é que “estávamos perante um mistério histórico, um dos maiores, e agora que está prestes a ser revelado, vivemos um momento verdadeiramente histórico! Não deverá haver tristeza por parte de nenhum dos defensores das diversas teorias, porque tal como quando há um crime por desvendar, devemos seguir pistas diversas para desenvolver teorias. Algumas foram muito bem fundamentadas e eram credíveis, merecendo terem sido postas à prova do ADN, para se descobrir a verdadeira nacionalidade, e possivelmente, a verdadeira identidade de Colombo, que já sabemos com exames realizados em centenas de pseudo-descendentes / parentes que ele não era Genovês, algo que seu filho e primeiro biografo, Hernan Colon, havia escrito após ter viajado àquela cidade três vezes na tentativa de encontrar provas.”

O Prof. José Lorente Acosta

Evaristo acrescenta: “Agora, após a revelação final, há que reconhecer principalmente o esforço de tantos, através dos séculos, e particularmente, da equipa que finalmente desvendou este enigma apesar do receio de tocar em algo que era e ainda é considerado tabu. O Mundo merece saber quem foi Colombo e a história merece essa verdade pois tem-se escrito muita ficção a seu respeito. Afinal ele tem que ser filho de alguém e foi o facto de não se saber a verdadeira nacionalidade e o seu verdadeiro nome, que levou a o Papa e a Igreja, no Século XIX a rejeitar o processo para a canonização, introduzido no Vaticano pelos Bispos das Américas.”

Carlos Evaristo entregou a José Lorente Acosta amostras diversas para testar várias teorias.

Evaristo afirma ainda que: “com a sua verdadeira nacionalidade e identidade confirmada, esse processo já podia ser retomado pois há muitos que o consideram o primeiro Santo Missionário das Américas.” Nem a família de Colombo à época ou hoje, sabe o seu verdadeiro nome ou a identidade. Foi algo que o Navegador sempre ocultou dos filhos até à hora da morte, É por isso intenção da Fundação Oureana de também encerrar o enigma com primeiro monumento no mundo dedicado ao verdadeiro Colombo e a todos quanto estudaram este mistério e particularmente, ao Professor Marcial Castro que teve a ideia de se estudar o ADN de Colombo e ao Professor Lorente e sua equipa internacional.

Segundo D. Duarte de Bragança entrevistado em Ourém no passado dia 28; “Reconheço que o Professor Lorente Acosta e sua equipa tiveram uma grande coragem de encabeçar esta missão que vai rescrever a história. É claro que gostaria que Colombo fosse Português até porque existe essa tradição em Portugal mas fico feliz de saber quem realmente foi Colombo independentemente de ele ser ou não Português e de ter contribuído com ADN para a pesquisa. Está comprovado que sou parente de Colombo mas se é somente um grau de parentesco que partilhamos com seus descendentes após sua neta ter casado com um Bragança ou se vai mais para trás é algo que podemos descobrir com a revelação no dia 12.”

Sobre este longo processo de há séculos para identificar Colombo, Carlos Evaristo conclui: “Fico honrado de ter podido colaborar e contribuir para o processo da desvenda deste mistério porque a revelação da verdadeira nacionalidade e identidade de Colombo será a maior descoberta Colombina desde a descoberta das Américas, e sem dúvida, a maior descoberta do Século XXI! Mas é à coragem do Professor José António Lorente Acosta, o Howard Carter do ADN, a quem principalmente se deve esse feito extraordinário!”

11 de Outubro de 2024

Share

RELÍQUIAS DE SANTOS PORTUGUÊSES PODEM DESVENDAR MISTÉRIO DA IDENTIDADE DE COLOMBO

O Presidente da Fundação Oureana Carlos Evaristo, entregou várias amostras de osso, sangue e cabelo de Santos Portugueses para estudo na Universidade de Granada.

Para chegar à identidade de Cristóvão Colombo a equipa do Professor José Lorente Acosta do Laboratório de ADN do Departamento de Medicina Legal, Toxicologia y Antropologia Física da Faculdade de Medicina da Universidade de Granada, realizou analises entre 2002 e 2004 que comprovaram que os poucos ossos que estão na Catedral de Sevilha são mesmo do Navegador pois comprovou-se que eram do pai de Hernan Colon, também sepultado na Catedral, e de um irmão de Diego Colon que estava sepultado na Cartuxa da mesma cidade.

O Prof. José António Lorente com as caixas contendo três amostras da família Colón.

Uma vez obtido o perfil genético de Colombo procedeu-se à comparação do seu ADN com várias famílias Italianas com as mais diversas variações do apelido, mas foi algo que segundo Lorente “não foi conclusivo dado que não se verificaram ligações com nenhumas das famílias italianas.”

A falta de matéria óssea aliada à pouca que então foi disponibilizada para o projeto cedo se revelou um impedimento pelo facto da tecnologia à época não poder ir mais além, estando-se igualmente a destruir o pouco de matéria óssea que havia. Tal determinou a suspensão do projeto que só agora foi retomado, 16 anos mais tarde, precisamente no dia 20 de Maio, por ocasião do 515º aniversário do falecimento do navegador em 1506.

Para testar as várias teorias procuraram-se ossadas de supostos parentes de Colombo que serão analisadas e comparadas com os marcadores do ADN do navegador, do seu irmão e filho, para se tentar estabelecer uma ligação próxima de parentesco. Porém duas amostras para suporte de duas das teorias portuguesas não foram submetidas para análise pelo laboratório a cargo de Lorente porque segundo os defensores das duas teses, as análises de ADN serão feitas em Portugal e os resultados depois enviados para Granada para comparação.

No entanto, três amostras que podem ser determinantes neste projeto, foram oficialmente entregues no laboratório na passada quarta-feira por Carlos Evaristo, arqueólogo especialista em relíquias sagradas e iconografia sacra medieval que colabora no projeto Colombo há já vários anos. As relíquias transportadas da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana no Castelo de Ourém num cofre de metal selado com selos de lacre episcopais, foi aberto no laboratório sendo o conteúdo entregue mediante a assinatura de um auto.

No âmbito da retoma do projecto de estudo do ADN de Cristóvão Colombo, anunciado na passada quarta-feira pela Universidade de Granada, foi organizada pela mesma Universidade, uma Conferência Internacional onde peritos nas várias teorias que existem acerca da nacionalidade do navegador, apresentaram as provas para sustentarem as suas teses.

Na ausência de outras amostras de restos mortais contemporâneos que pudessem sustentar a teoria genovesa, os cientistas voltaram a atenção para as outras teorias, descartando algumas mais distantes e considerando agora aquelas que defendem que Colombo era ibérico como as mais plausíveis.

A Magnifica Reitora, Lorente e o Produtor da Série Documentária para a TVE.

Só os defensores da teoria hoje mais comummente aceite, mas também a mais questionada, a de Colombo ter sido Genovês, é que não se fizeram representar. No entanto houve apresentações por peritos das teorias de Colombo Catalão, Valenciano, Aragonês, Galego, Castelhano, e de três teorias distintas, mas que defendem a sua origem Portuguesa: a de ter sido um corsário, de ascendência nobre, apresentada por Fernando Branco; a de que seria um filho bastardo de uma Infanta D. Isabel, de José Matos e Silva e a de que era filho de um Infante da Casa Real de Avis, do falecido Mascarenhas Barreto apresentada por Carlos Evaristo.

O Professor Lorente dirigindo-se a Carlos Evaristo durante a Conferência de Imprensa.

Evaristo foi convidado especial da Universidade de Granada e da TVE no encontro tendo participado na Conferência de Imprensa Internacional e na Conferência do Projecto Cólon ADN. Durante os três dias em Granada o Presidente da Fundação Oureana apresentou um dossier de provas documentais que sustentam a hipótese do Colombo ser Português mas disse considerar todas as teorias apresentadas na conferência “muito bem fundamentadas embora simpatize mais com a teoria de que Colombo era um membro bastardo da Casa Real Portuguesa”.

O Presidente da Fundação Oureana e Autor que compilou um estudo juntamente com o explorador subaquático Dave Horner sobre os Segredos e Mistérios de Colombo e co-produziram também um documentário com o premiado realizador americano Paul Perry sob o mesmo tema.

No encontro Evaristo apresentou provas e defendeu a teoria do seu falecido amigo e mentor, o pesquisador Augusto de Mascarenhas Barreto, que defendia que Colombo seria filho bastardo de D. Fernando, Duque de Beja e de Isabel Zarco, filha do Navegador João Gonçalves Zarco, nascido na Cuba do Alentejo, tendo como verdadeiro nome Salvador Fernandes Zarco ou Salvador Gonçalves Zarco. Mas considera, “o mais importante é comprovar que o Colombo era ibérico, e não Genovês, algo que o Papa Alexandre VI já havia afirmado ao referir-se ao Almirante como um filho amado das Hispanias na Bula Inter cætera.”

Esta Bula, de 4 de Maio de 1493, estabelecia um meridiano situado a 100 léguas a oeste do arquipélago do Cabo Verde, relativamente ao qual o que estivesse a oeste do meridiano seria Espanhol, e o que estivesse a leste, Português, antecedendo a divisão do Novo Mundo que viria em 1494 a ser acordada em Tordesillhas e que veio a favorecer Portugal na corrida para encontrar o caminho marítimo para a Índia.

Na balança histórica pesa mais o prato das provas de que era português; independentemente das teorias o facto é que todas elas o colocam como ligado à Casa Real, sendo então fundamental, tentar estabelecer a eventual ligação genética obtendo marcadores iguais com Santos da Casa Real.

De qualquer das formas evaristo acredita que Colombo serviu como Capitão de Guerra, uma espécie de Agente Secreto naquilo que diz respeito a desviar as atenções do Papa Borja Espanhol e dos Reis Católicos do verdadeiro caminho marítimo para a Índia e da existência de terras no Brasil e no Canadá, descobertas anteriormente à chegada do Colombo às Américas em 1492 e que seriam perdidas para Castela, tal como haviam sido as Ilhas Canárias, ao abrigo do tratado das Alcáçovas. Por isso estas descobertas só foram reveladas oficialmente depois de D. João II ter garantido mais 370 léguas com o Tratado de Tordesilhas que as abrangeram. É por isso que segundo Evaristo, com as revelações da existência destas terras em 1498 e 1500 Colombo cai na desgraça, foi preso e embora liberto, morreu em relativa obscuridade e com todos os direitos revogados.

Com a finalidade de encontrar provas genéticas que comprovem estas teorias, o perito em relíquias, Carlos Evaristo passou 10 dos 30 anos que já dedica ao estudo de Colombo, à procura de material genético contemporâneo ou anterior ao mesmo, mas sem êxito. Segundo o arqueólogo fundador do Real Instituto de Arqueologia Sacra; “não existem restos mortais na maioria dos túmulos e sepulturas dos supostos pais ou irmãos de Colombo em Portugal, para comparação. Alguns de Reis como D. Manuel I, D. João II e a Princesa Santa Joana são difíceis de abrir sem causar danos ou se gastar muito dinheiro. Os restos mortais em falta, por não haver registos de traslados, crê-se terem sido simplesmente removidos e transferidos para as valas comuns dos cemitérios públicos quando da ordem de despejo de todas as campas nas igrejas depois de 1834, uma ação que levou à chamada revolta da Maria da Fonte.”

Lorente e Evaristo conferem as amostras de osso, sangue e cabelo no Laboratório.

Foi então que o autor pensou em se testarem relíquias de Santos da Casa Real Portuguesa para possível comparação do ADN com os três Colombos; o navegador, o filho e o irmão. A escolha recaiu nas relíquias que Evaristo juntou e guarda na Regalis Lipsanotheca no Castelo de Ourém, local onde está sedeado o Apostolado de Relíquias canonicamente ereto, fundado por ele e pela mulher Margarida, técnica assistente de conservação de relíquias há 33 anos.

“O problema”, segundo Evaristo, “era que há 16 anos, por exemplo, não era possível extrair ADN de cabelo e hoje já é e por isso o Professor Lorente como não queria gastar mais matéria óssea por haver pouca, decidiu sabiamente suspender o estudo até que a tecnologia evoluísse. Agora que já é possível, pediu para que nós submetêssemos as amostras.”

Assim, três cabelos da Rainha Santa Isabel com mas de sete séculos foram cuidadosamente removidos por Lorente e Evaristo de um relicário com uma sua madeixa, selado em lacre com o sinete do Bispo Conde de Coimbra D. Frei Joaquim de Nossa Senhora da Nazaré. Este cabelo havia sido recolhido pelo mesmo prelado na presença do Rei D. Miguel I conforme documentação existente em arquivos quando da abertura do túmulo da Rainha Santa para verificação do estado de conservação do seu corpo incorrupto.

As outras duas amostras de relíquias de Santos fornecidas por Evaristo são mais difíceis de re-autenticar por terem perdido os selos de autenticidade ao longo dos séculos e terem sido removidas de relicários originais antes de terem sido vendidos por particulares. São supostamente sangue e ossos de dois Santos Portugueses que já tinham um grande culto contemporâneo a Colombo e que eram membros da Família Real de Avis e de Bragança. Embora Evaristo acredite que sejam genuínas, caso não se verifique o parentesco entre elas, o mesmo está preparado para pedir outras amostras destes santos e de outros que ainda estão na posse das entidades originais desde o falecimento dos mesmos.

Evaristo entregou também várias amostras de ossos que pensa serem de membros da alta nobreza Portuguesa de comprovada antiguidade contemporânea ao Colombo para comparação.

“Sendo os Santos da Casa Real antepassados comuns ou parentes directos das várias pessoas apresentadas nas diversas teorias Ibéricas como sendo possíveis pais de Colombo, a descobrir-se um elo de ligação poderá esse servir para confirmar que ele era pelo menos ibérico, se não mesmo Português. Uma vez que tudo o que roda em torno da sua vida, desde os escritos às ligações e afirmações feitas por outros à época vão nesse sentido. Até a sentença do Supremo Tribunal Espanhol de 1515 que ratificou uma decisão do Tribunal de Santo Domingo a respeito dos direitos à herança familiar, declarou que o Navegador se chamava Xproval Colomo em 1484 quando chegou de Portugal e que era provavelmente de origem Portuguesa. O mesmo escreveu Paolo Toscanelli em correspondência contemporânea e é o que referem recibos de pagamento da Rainha D. Isabel entre outros escritos existentes. O facto de ser um estrangeiro e ter casado com uma nobre portuguesa, de ter uma Carta de D João II que é um Salvo Conduto entre outros privilégios que só um parente da Família Real teria, tais como se sentar na presença do Rei, de assistir à Missa com ele e de estar a sós com a Rainha e o Príncipe D. Manuel durante vários dias, são todos factos documentados que levaram pessoas a questionar a sua verdadeira identidade e verdadeira missão à época.”

Para já fica de parte a proposta que Carlos Evaristo apresentou a Lorente há já vários anos como sendo a mais concreta para estabelecer uma ligação à Casa Real Portuguesa: a abertura da urna em chumbo do Príncipe D. Miguel da Paz, que Evaristo identificou há vários anos na Capilla Real de Granada. Príncipe que foi primogénito de D. Manuel I e da filha dos Reis Católicos e por isso, segundo a tese de Mascarenhas Barreto, um sobrinho de Colombo.

O Cabido da Sé de Granada porém tem até agora recusado permitir a abertura da urna e mesmo com um método não demasiado invasivo proposto por Evaristo de introduzir uma c
câmara endoscópica com pinça. Afirmaram em carta ser “um momento inoportuno”.

Restos óseos exhumados de la tumba de Cristóbal Colón en la Catedral de Sevilla en el año 2003.
Fragmentos de la urna y los huesos de los restos de Cristóbal Colón recuperados, en la Catedral de Sevilla. Horizontal.

O facto de haver poucos ossos de Colombo em Sevilha, um mero punhado de uma matéria óssea que mais se parece com uma mão cheia de pedras, deve-se, segundo um estudo Carlos Evaristo “à prática religiosa universal em vigor até ao século XIX de deixar uma terça parte do esqueleto no local de sepultamento original quando havia um traslado. Isto para que no caso de se perderem os ossos no transporte ou posteriormente, por outra razão, haver sempre algo para que os anjos no dia do julgamento final pudessem recriar o corpo para o unir à alma e assim o reanimar na ressurreição dos mortos.

Dado que os restos de Colombo estiveram insepultos em Valladolid tendo sido o corpo desmembrado e descarnado segundo o processo Teutónico (a prática de desmembrar e descarnar os corpos para posterior transporte), e depois os mesmos transferidos para o Mosteiro da Cartuxa em Sevilha e daí para Santo Domingo, depois para a ilha de Cuba e de regresso a Sevilha, não é de admirar que a República Dominicana afirme guardar uma boa parte do esqueleto do navegador no chamado farol de Colón em Santo Domingo e de a maior parte ter desaparecido. Pode ser também que os restos que estão lá sejam os de Diogo Colombo ou uma mistura dos dois. Em Valladolid o município procede com escavações no local do antigo Convento de São Francisco, local onde morreu Colombo. Foi já identificado o local preciso do seu primeiro sepultamento ou repouso da caixa com os seus ossos e onde teria sido enterrada, segundo Evaristo, a primeira terça parte dos mesmos.

O historiador Marciel Castro que foi quem teve a ideia em 2002 de se iniciarem estudos genéticos aos restos mortais de Colombo, foi também a pessoa instrumental na localização dos restos mortais do irmão do navegador, de nome Diego, e esteve na origem da ideia para a abertura do túmulo do filho do Navegador; Hernan. Castro foi também quem localizou a capela da primeira sepultura sobrepondo um mapa antigo a um mapa actual.

Maciel Castro, Carlos Evaristo e José António Lorente.

Carlos Evaristo descobriu também que o facto de não se conhecer o verdadeiro nome de Colombo e a sua verdadeira nacionalidade foi o impedimento maior que a Sagrada Congregação dos Ritos teve no século XIX para abrir o processo para a Canonização do navegador, tal como havia sido proposto pelo fundador dos Cavaleiros de Colombo, Padre Michael Mc Givney através do Episcopado Norte Americano.

Para Carlos Evaristo “a identidade de Colombo é uma página da história universal que falta escrever e se não for o Professor Lorente e sua equipa finalmente a escrever esse capítulo final, nunca se poderá pôr fim a um mistério com mais de 500 anos. E mesmo que ele não seja Genovês, ou Espanhol ou Português, o que interessa é a verdade. Isso em nada tira o valor da missão dele ou daqueles dedicados investigadores que perante este mistério forense seguiram pistas válidas baseadas em factos contemporâneos para apresentarem várias teorias. Não é afinal o que fazem sempre todos os investigadores quando há um crime por resolver?”

“Mas é o ADN”, garante o Professor José Lorente Acosta, chefe da equipa de investigação do Projeto ADN Colón da Universidade de Granada, “que será a chave para desvendar o mistério”. Um mistério que Colombo nunca quis revelar em vida, nem mesmo aos filhos.

May be an image of 6 people, including António A Sousa Lara, people standing and eyeglasses

TEORIAS APRESENTADAS DURANTE A CONFERÊNCIA

Teoria Valenciana: Colombo tinha uma dupla identidade: “Genovês de nação” e cidadão Valenciano”.

Palestrante: Francesc Albardaner i Llorens, Membro da Sociedade Catalã de Estudos Históricos do I.E.C., Sócio da Instituição Catalã de Genealogia e Heráldica.

Resumo: A pesquisa de Francesc Albardaner situa Cristóbal Colom em Valencia no seio de uma família de judeus convertidos, cujo comércio era tecelões de seda, à qual pertencia sua mãe. Seu pai era um emigrante da Ligúria que chegou a Valência com o clã Gavoto de Savona, que criou empresas de tecelagem de seda e brocado e fábricas de papel em Valência, a partir do ano de 1445 ou pouco antes. O casamento pode ser considerado intra-união, uma ocorrência frequente naquela época. Por ser filho de casal misto, podia apresentar-se tanto como “genovês da nação”, por ser filho de pai genovês, ou como súdito natural da Coroa de Aragão, por ser cidadão de o Reino de Valência. Cristóbal Colom também teve uma formação dual: cristã na esfera pública e judia no claustro familiar. Na verdade, ele foi um criptojudeu que não se interessou em dar a conhecer as suas origens hebraicas nos momentos difíceis da imposição da inquisição castelhana em todos os territórios da Coroa de Aragão. Sua origem judaica sefardita foi um dos principais motivos que o obrigaram a não divulgar sua origem.

Teoria Portuguesa I: Colombo era na verdade um corsário português

Palestrante: Fernando Branco, Professor da Universidade de Lisboa (IST, Instituto de Engenharia) e Membro Honorário da Academia Portuguesa de História

Resumo: A hipótese portuguesa afirma que Cristóvão Colombo se chamava realmente Pedro Ataíde e era um corsário português. O Professor Fernando Branco recolhe no seu livro “Cristóvão Colombo, nobre português” as numerosas coincidências entre a vida do almirante e a de Ataíde, ambas inclusive participaram na guerra de Aragão e na batalha naval do Cabo de S. Vicente. O que se sabe de Pedro Ataíde justifica, como aconteceu com Colombo, sua fuga para Castela em 1485, suas ligações com a nobreza portuguesa em Sevilha e o texto da carta que D. Juan II lhe enviou. Justificaria também, ao regressar da primeira viagem, o seu reconhecimento por João da Castanheira na ilha de Santa Maria e a visita da Rainha de Portugal ao convento da Castanheira. Em 2017, o grupo de investigadores da Universidade de Coimbra e do Instituto Superior Técnico de Lisboa exumou os restos mortais do primo paterno de Pedro Ataíde. Os ossos de António de Athayde, primeiro Conde de Castanheira e primo do corsário português, foram exumados da igreja onde foi sepultado, perto de Lisboa, para extracção do ADN nuclear.

Teoria portuguesa II: Colombo, filho bastardo de Infanta Portuguêsa

Palestrantes: José Mattos e Silva (António Mattos e Silva)

Resumo: Cristóvão Colombo era filho bastardo da Princesa Leonor de Aviz e D. João Menezes da Silva, justamente em período de negociações para o futuro casamento da princesa com o Imperador Frederico III, portanto não poderia ser considerado filho da princesa e foi adotada por um de seus servos. Ambos os pesquisadores fornecem amostras genéticas do suposto ramo paterno e materno.

Teoria de Navarra: Colombo transferiu o topônimo de Ainza para a América

Palestrante: Jose Mari Ercilla, Pesquisador e médico aposentado.

Resumo: Segundo a tese de José Mari Ercilla, Cristóbal Colón nasceu na Baixa Navarra e era portador do antígeno HLA-B27, característico de escapamentos. Todos os personagens importantes da vida de Colombo têm um forte vínculo com Navarra e grande parte do seu vocabulário coincide com o da área dos ultra-portos. O topônimo Ainza era o nome da cidade da Baixa Navarra onde nasceu Cristóvão Colombo (atualmente Ainhice Mongelos). Este nome não existia em outra parte do mundo além da América e após a descoberta deste por Colombo. Um nome que só quem nasceu ali poderia saber porque os Colom, segundo o censo real navarro, habitavam esta localidade com apenas cinco casas.

Teoria de Maiorca: Colombo era o filho secreto do Príncipe de Viana

Palestrante: Gabriel Verd Martorell, Historiador e Presidente da Associação Cultural Cristóbal Colón

Resumo: A teoria da origem maiorquina de Cristóvão Colombo não foi documentada documentalmente até o século passado em que diversos historiadores tentaram mostrar que o descobridor era filho natural de Dom Carlos, Príncipe de Viana (irmão do Rei Fernando el Católico) e o maiorquino Margalida Colom. Ele nasceu em Felanitx, Maiorca, em 1460. Esta teoria foi defendida por historiadores de grande prestígio, como Manuel Lópéz Flores de Sevilha, Irmão Nectário Maria venezuelano e Torcuato Luca de Tena, etc. Colombo durante sua terceira viagem ao Novo Mundo batizou Ilha Margarita na costa da Venezuela em 1498 com o nome da mãe e escreveu-o em maiorquino «Margalida». O grande filólogo espanhol Ramóm Menéndez Pidal mostrou que Colombo “sempre escreveu em latim ou espanhol, nunca em italiano ou genovês, e tampouco os italianismos aparecem em seus escritos”. Em abril de 1492, um importante documento de valor histórico incalculável foi assinado em Santa Fé de Granada, conhecido como “as Capitulações de Santa Fé” e no qual foram estipuladas todas as condições estabelecidas entre o Descobridor e a Coroa, por meio do qual o levaria a cabo o empreendimento da descoberta. No documento citado, Colombo é nomeado almirante, vice-rei e governador geral. Ele também recebe o título de “Don”, que, como nos diz o professor Juan Manzano em uma de suas publicações, “era um título honorário e digno usado por reis e membros de suas famílias”. Os cargos de vice-rei e governador geral aparecem na época do descobrimento na Coroa de Aragão e não na castelhana. São cargos de alta categoria social e até mesmo o de Governador Geral foi reservado para pessoas de sangue real. Outro fato importante a destacar é que Colombo possuía uma cultura extraordinária para sua época. Todos esses dados, junto com outros, defendem a hipótese de que o descobridor não poderia ser o genovês Cristoforo Colombo, tecelão e estalajadeiro.

Teoria Galega: Colombo era de origem Galega

Palestrante: Eduardo Esteban Meruéndano, Presidente da Associação Cristóbal Colón Galego “Celso García de la Riega”

Resumo: A possível origem galega de Cristóbal Colón foi postulada em 1898 como a primeira refutação da origem genovesa, por Celso García de la Riega de Pontevedra. Documentos, toponímia e linguagem foram a base fundamental do suporte de uma teoria conhecida, seguida e difundida por historiadores (Enrique Zas Simó, Constantino de Horta e Pardo), pedagogos (Virgilio Hueso Moreno, Ramón Marcote Miñarzo, Nicolás Espinosa Cordero), acadêmicos (Wenceslao Fernández Flórez, Emilia Pardo Bazán) ou figuras culturais (Ramón María del Valle – Inclán, Torcuato Luca de Tena e Álvarez Ossorio), entre muitos outros. Em 1928, silenciado por pressões políticas devido à iminente celebração da Exposição Ibero-americana de Sevilha.

A recente legitimação dos documentos históricos pelo Instituto do Patrimônio Cultural da Espanha (2013), que contêm os sobrenomes “Colón” e “de Colón”, bem como as Capitulações de Santa Fé, pode colocar a família do navegador em Pontevedra , antes e durante a descoberta.

Teoria Castelhana: Colombo era Castelhano

Palestrante: Alfonso C. Sanz Núñez, Autor do livro “Don Cristóbal Colón. Almirante de Castela “

Resumo: A tese castelhana afirma que Cristóvão Colombo nasceu em Espinosa de Henares (Guadalajara) em 18 de junho de 1435. Ele era neto de Don Diego Hurtado de Mendoza, Almirante de Castela. Sua mãe era Dona Aldonza de Mendoza, Duquesa de Arjona . Ela morreu de parto duplo. No testamento desta Senhora, feito dois dias antes de sua morte, aparece Cristóbal Genovés, a quem ela deixa 13.000 maravedíes. O irmão gêmeo do almirante, Alfón el Doncel, foi assassinado quando tinha cinco anos. Seu tio, o Marquês de Santillana, usurpou sua herança. Os reis concederam-lhe as mesmas prerrogativas que o Almirante de Castela tinha o título de Almirante do Mar Oceano antes do Descobrimento, porque lhe correspondia por linhagem. Os emblemas de seu avô e de sua mãe aparecem no brasão de Colombo.

Teoria portuguesa III: Colombo, um bastardo da Casa Real e Espião ao Serviço do Rei de Portugal.

Palestrante: Carlos Evaristo, Arqueólogo e Historiador, Presidente da Fundação Oureana e do Instituto Cristóvão Colom.

Resumo: A teoria do falecido Autor Professor Augusto Mascarenhas Barreto, defendida por Carlos Evaristo é que Cristóvão Colom não seria Genovês, mas poderia ser filho bastardo de D. Fernando, Duque de Beja e Viseu, e de Isabel Gonçalves Zarco, de ascendência Judia e Genovesa.

O seu nome seria Salvador Fernandes Zarco e seria originário de Cuba, Alentejo. Colom seria um Capitão de Guerra, um Espião como o 007, com licença para matar, ao serviço do Rei João II de Portugal. A missão deste suposto irmão de D. Manuel I era desviar a atenção dos Reis Católicos da verdadeira rota para a Índia, oferecendo-lhes uma rota alternativa. Esse engano permitiu que Portugal negociasse um novo Tratado para ficar com a Índia e com a posse das terras do Brasil e do Canadá já descobertas.

Carlos Evaristo, para além de estudar os túmulos do Duque de Beja e das suas irmãs, todos estranhamente vazios, identificou uma urna de chumbo com os restos mortais do Príncipe Miguel da Paz, filho de D. Manuel I na Cripta da Capela Real de Granada na espera de autorização para abri-lo.

Foram também recolhidas por Evaristo outras relíquias significantes ligadas à Casa Real Portuguesa que serviriam como principais amostras de DNA para finalmente permitirem confirmar, ou não, esta que é a teoria mais antigo do Colombo português.

May be an image of one or more people, people standing and outdoors

Os resultados das análises de ADN serão divulgadas pelo Professor Lorente no dia 12 de Outubro, aniversário da chegada de Colombo às Américas em 1492.

Granada, 19 de Maio de 2021

Real Instituto Cristóvão Colom – Salvador Fernandes Zarco – RAHA

(DEPARTAMENTO DE PESQUISA COLOMBIANA AUGUSTO MASCARENHAS BARRETO DA FUNDAÇÃO OUREANA)

image.png
Share