Devoção de Amália Rodrigues por Nossa Senhora do Carmo foi recordada durante Missa na Capelinha das Aparições em Fátima

O centenário do nascimento de Amália Rodrigues foi oficialmente encerrado com uma Missa celebrada na Capelinha das Aparições em Fátima. Organizada pela Fundação Amália Rodrigues, com o apoio dos seus parceiros Protocolares. Recordou-se durante homilia a grande devoção que a Fadista tinha por Nossa Senhora do Carmo.

A Fundação Amália Rodrigues e os seus parceiros protocolares convidaram, através das redes sociais, todos os fiéis, amigos e admiradores da Fadista a acompanharem a celebração pública da Missa, quer presencialmente na Capelinha das Aparições, ou através da internet pela transmissão no site do Santuário de Fátima.

A Missa que teve lugar em Fátima, na Sexta-feira, 23 de Julho, dia oficial do aniversário da Rainha do Fado, foi o culminar de outras cerimónias que tiveram lugar na manhã, em Lisboa; primeiro na Casa / Museu Amália Rodrigueis e depois no Panteão Nacional, onde houve a deposição de uma coroa de flores no túmulo da Fadista.

Nestes actos memoriais estiveram presentes vários membros da Administração e do Conselho Geral da Fundação Amália Rodrigues e membros da família de Amália. O Presidente da Fundação Amália Rodrigues; Vicente Rodrigues e o sobrinho / afilhado da Fadista, José Manuel Rodrigues; Conselheiro da Fundação, depositaram uma coroa de flores junto ao tumulo.

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Vicente Rodrigues e José Manuel Rodrigues colocam uma Coroa de Flores no túmulo de Amália Rodrigues no Panteão Nacional

Já em Fátima, pelas 17:00 horas da tarde, foi celebrada a Missa de encerramento do Centenário do nascimento da Fadista na Capelinha das Aparições, celebrada pelo eterno repouso da alma de Amália. Por ser a oitava da Festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo, a Missa Votiva escolhida foi a de Nossa Senhora do Carmo, título da Virgem Santa Maria do qual Amália era muito devota.

Frei Silvino deu as boas vindas a todos antes da Missa na Capelinha das Aparições

Presidida por Frei Silvino Teixeira Filipe, Carmelita Descalço do Convento do Carmo de Viana do Castelo, a Missa contou também com a ajuda do Diácono Permanente António Machado, da Paróquia de São Tiago de Vagos, na Diocese de Aveiro, que era amigo pessoal da Fadista.

Vicente Rodrigues fez a primeira leitura

A Primeira Leitura foi feita por Vicente Rodrigues, Presidente da Fundação Amália Rodrigues e as Oração dos Fieis lida pela Joana Machado, Investigadora do acervo da Casa Museu, Amália Rodrigues.

Os cânticos da Missa foram interpretados, à capela, pela voz do Capelão do Santuário, Padre João Paulo Quelhas.

Joana Machado durante a leitura da Oração dos Fieis
O Salmo Responsorial cantado pelo Capelão João Paulo Quelhas
David Alves Pereira, Inês Rodrigues e José Manuel, Rodrigues

Presentes na Cerimónia para além do Presidente da Fundação Amália Rodrigues, Vicente Rodrigues, estiveram também outros membros da Fundação; nomeadamente Alexandrina Quaresma e Rui Órfão do Conselho da Administração e a Produtora Musical Maria de Lourdes Carvalho (Blu), amiga pessoal de Amália Rodrigues e Membro do Conselho Geral. O sobrinho / afilhado José Manuel Rodrigues, Conselheiro da Fundação Amália Rodrigues com sua esposa Inês representaram a Família da Fadista e também o Instituto Amália Rodrigues, Rainha do Fado, um Departamento da Fundação Oureana criado pela própria Fadista em 1995 .

Ao fundo na primeira fila, Alexandrina Quaresma e Rui Órfão
Frei Silvino Teixeira Filipe durante a Homília

Na Homília, Frei Silvino Teixeira Filipe relembrou a devoção de Amália por Nossa Senhora do Carmo e a invocação ou oração que recitava sempre antes de subir ao palco. Falou do uso continuado do escapulário pela Fadista e da promessa feita pela Virgem no Monte Carmelo a São Simão Stock.

Frei Silvino Teixeira Filipe na Consagração

Frei Silvino falou também de semelhanças na espiritualidade Carmelita Mariana vividas por São João da Cruz e Amália Rodrigues e como ela, tal como o grande Santo Carmelita, dava graças a Deus pela sua voz. Voz essa que Deus, por Sua vez, usava para sua maior glória.

Disse também o Presidente da Celebração, que Amália era tão devota de Nossa Senhora do Carmo que deve de estar agora a cantar as glórias do Senhor, tal como São João da Cruz.

Os fieis a assistirem à Missa dentro e fora da Capelinha das Aparições

A cerimónia juntou cerca de uma centena de pessoas dentro da Capelinha das Aparições, um número limitado devido às regras de distanciamento da Pandemia da Covid 19 e por esse facto a cerimónia foi transmitida também pelo Santuário na sua página de internet.

Frei Silvino Teixeira Filipe distribui a Sagrada Comunhão
Leonilde Henriques acompanhada de seu irmão

Entre os muitos amigos e fãs da Fadista presentes, esteve também Leonilde Henriques (Lí Lí) que foi Secretária de Amália durante várias décadas.

Ao fundo na segunda fila, Maria de Lourdes Carvalho, acompanhada de sua irmã

A representar a Fundação Histórico – Cultural Oureana estiveram Carlos Evaristo, também ele amigo pessoal de Amália e David Alves Pereira.

José Manuel Rodrigues, António Machado, Frei Silvino e Carlos Evaristo antes da Missa

A todos os presentes foi distribuído uma pagela com uma fotografia da Fadista tirada aquando de uma das suas últimas peregrinações a Fátima, tendo dentro da mesma a oração que Amália recitava antes de subir ao palco. Ainda sobre esta oração popular, Frei Silvino referiu que quando os fados não lhe saiam muito bem, Amália costumava dizer que foi Nossa Senhora que não cantou tão bem. Criou assim uma simbiose de ternura mística com a Mãe do Céu.

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José Manuel Rodrigues, Vicente Rodrigues e Carlos Evaristo

As pagelas que também contêm uma fotografia de Amália com um quadro pintado de Nossa Senhora do Carmo, foram editadas pela Fundação D. Manuel II e o Instituto Amália Rodrigues, Rainha do Fado e o texto elaborado por Carlos Evaristo e António Machado.

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José Manuel Rodrigues, Carlos Evaristo e Vicente Rodrigues
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Memorial a Amália Rodrigues na Sede da Fundação Oureana / Instituto em Ourém

Depois da Missa ainda teve lugar uma reunião de trabalho em Fátima entre o Presidente da Fundação Amália Rodrigues, o Presidente da Direcção da Fundação Oureana; Carlos Evaristo, e os Directores do Instituto Amália Rodrigues, Rainha do Fado, ( Departamento da Fundação Oureana); José Manuel Rodrigues e Inês Rodrigues, para se discutir alguns projectos em curso e que vão ser realizados em conjunto pelas instituições em Protocolo.

O dia dedicado a Amália Rodrigues terminou para a Fundação Oureana junto ao Memorial à Patrona situado no Largo Memorial Amália Rodrigues da Regalis Lipsanotheca junto ao Castelo de Ourém, onde o Capelão Mór da Fundação e alguns membros da Direcção rezaram pelo Eterno Descanso da Rainha do Fado e acenderam uma vela em sua memória.

23 de Julho de 2021

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Em Memória de Joel Pina, Amigo e Patrono da Fundação Oureana

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Joel Pina e seu amigo de largas décadas, Carlos Evaristo, durante as filmagens de uma entrevista para uma rubrica “do programa “Praça da Alegria!

É com triste pesar que a Fundação Histórico – Cultural Oureana acaba de tomar conhecimento da morte de um dos seus mais antigos colaboradores e Patronos; João Manuel Pina.

Grande devoto de Nossa Senhora de Fátima, o Mestre Guitarrista e Viola Baixo mais conhecido por Professor Joel Pina, era peregrino frequente do Santuário de Fátima nas décadas de 1980/90, visitando mensalmente todos os lugares sagrados das aparições de Nossa Senhora na companhia da sua mulher e mantendo essa devoção até depois do falecimento da mesma.

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Katia Guerreiro, Carlos Evaristo e Joel Pina
Na Sessão de abertura do 100º do Nascimento de Amália Rodrigues.

Conhecido por ter sido o músico que introduziu a viola baixo no Fado e por ter sido amigo e guitarrista de Amália Rodrigues, Rainha do Fado, o Professor Joel Pina recebeu as últimas homenagens da Casa Real Portuguesa e da Fundação Oureana numa Sessão Solene que teve lugar no Palácio dos Marqueses de Fronteira no passado dia 5 de Dezembro de 2020 e durante a qual recebeu a Grã-Cruz da Real Ordem de São Miguel da Ala e o Prémio de Carreira “Rei da Guitarra e Viola Baixo”.

Joel Pina, recebe do Senhor D. Duarte, o Prémio de Carreira da Fundação.

A uma semana de completar 101 anos, o artista que é figura indissociável da história do fado, faleceu esta noite pelas 21:30 horas, em casa de sua sobrinha e para onde tinha ido viver nos últimos meses, após ter tido alta hospitalar.

O Senhor D. Duarte de Bragança com o Professor Joel Pina e os Sobrinhos.

Sua Sobrinha; Ema da Graça Gonçalves Pina de Castro Navarro e os demais familiares agradecem desde já a atenção que todos os amigos tiveram com o tio durante a sua doença oncológica prolongada e que se agravou bastante nos últimos meses. A todos os amigos que manifestarem votos de pesar e de estima pelo seu querido tio, os sobrinhos agradecem comovidamente, informando que dada a situação pandémica que vivemos não haverá velório e a Missa de Corpo Presente e Funeral terá lugar no Sábado, 13 de Fevereiro, pelas 11:30 horas, no Cemitério de São Domingos de Rana.

O Senhor Dom Duarte condecora Joel Pina com a Grã-Cruz da Ordem de São Miguel da Ala.
Dom Duarte. Joel Pina. Carlos Evaristo e Humberto Nuno de Oliveira.

À Família enlutada e a todos os amigos de Joel Pina, o Senhor Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, Presidente do Conselho de Curadores e o Presidente da Direção Carlos Evaristo enviam as mais sentidas condolências.

R.I.P. Joel Pina

(1920 – 2021)

Nasceu no Rosmaninhal, uma aldeia do concelho de Idanha-a-Nova, a 17 de Fevereiro de 1920. e adoptou o nome artístico de Joel Pina e a interpretação da viola baixo para o seu percurso como músico profissional.

O nome de Joel Pina é indissociável da história do fado, seja pela contribuição fundamental que deu na integração da viola baixo no conjunto de instrumentos de acompanhamento do fado, seja pela qualidade interpretativa que o destaca no universo musical, desde que se profissionalizou em 1949 até hoje.

Através das emissões radiofónicas teve os primeiros contactos com o fado, ainda em criança e, com 8 anos, começou a tocar, quando o pai, numa viagem a Lisboa, lhe comprou um bandolim. Seguiu-se a viola e a guitarra. A sua aprendizagem foi autodidacta e pela observação dos outros, como próprio descreveu a Baptista Bastos: “na minha terra tocava-se muito e, então, via os outros e talvez por uma questão de intuição comecei logo a mexer na viola e a mexer na guitarra também.” (Bastos: 256).

Amália Rodrigues e Joel Pina.

Em 1938 mudou a sua residência para Lisboa e, como apreciador de fado, frequentava assiduamente o Café Luso. Nessa casa conheceu Martinho de Assunção que, em 1949, o convidou para integrar o Quarteto Típico de Guitarras de Martinho de Assunção. Deste conjunto faziam também parte Francisco Carvalhinho e Fernando Couto. É neste conjunto que Joel Pina se começa a dedicar à viola baixo e, nesta altura, que se profissionaliza como músico.

No ano seguinte passa a integrar o elenco da Adega Machado, com Francisco Carvalhinho, na guitarra, e Armando Machado, na viola. Neste ambiente Joel Pina começa a construir a presença da viola baixo no acompanhamento instrumental do fado, que até essa altura não era habitual. Vai manter-se no elenco desta casa durante 10 anos.

Em paralelo Joel Pina trabalhou como funcionário público na Inspecção Económica, iniciou esta actividade em 1961 e que manteve até se reformar.

No decorrer do seu percurso profissional foi um dos fundadores do Conjunto de Guitarras com Raul Nery, Fontes Rocha e Júlio Gomes. Este quarteto granjeou um sucesso extraordinário e foi um marco na interpretação musical do universo do fado. O conjunto surgiu por iniciativa de Eduardo Loureiro, chefe do departamento de música da Emissora Nacional, que convidou Raul Nery a formar um conjunto, com o intuito de apresentar na rádio, quinzenalmente, um programa de guitarradas. Em 1959 iniciaram-se as emissões regulares e o programa prolongou-se por 12 anos.

O Conjunto de Guitarras de Raul Nery “estabeleceu um conjunto instrumental maior para o acompanhamento do fado e para a execução do reportório instrumental ligado a esse género, contribuindo também para a formulação dos papéis musicais da primeira e da segunda guitarra, bem como da viola baixo.” (Castelo-Branco: 127). Para além das emissões radiofónicas e da gravação de inúmeros discos, o conjunto popularizou-se, também no acompanhamento dos mais carismáticos intérpretes de fado, nomeadamente Maria Teresa de Noronha ou Amália Rodrigues, entre muitos outros.

A partir de 1966 Joel Pina começa a acompanhar regularmente Amália Rodrigues, atividade que mantêm por três décadas até ao final da carreira da fadista. Com ela percorrerá os palcos de todo o mundo, em inúmeros espetáculos e digressões que passam, por exemplo, pelo Canadá, Estados Unidos e Brasil (diversas vezes), Chile, Argentina, México, Inglaterra, França, Itália (diversas vezes), Rússia, cinco vezes ao Japão, Austrália, África do Sul, Angola, Moçambique, Macau, Coreia do Sul.

A vasta carreira de Joel Pina torna quase impossível a tarefa de enumerar os fadistas com quem tocou e que continua a acompanhar. Para além das já mencionadas Amália Rodrigues e Maria Teresa de Noronha, marca presença na gravação de discos e espectáculos de fadistas como Carlos do Carmo, Carlos Zel, João Braga, Fernando Farinha, Nuno da Câmara Pereira, João Ferreira-Rosa, Teresa Silva Carvalho, Fernanda Maria, Celeste Rodrigues, Carlos Ramos, Lenita Gentil, Rodrigo e, mais recentemente, Cristina Branco, Joana Amendoeira ou Ricardo Ribeiro.

O seu percurso é reconhecido, Joel Pina foi condecorado com a Medalha de Mérito Cultural em Maio de 1992 pelo Estado português, em 2005, na Gala dos Prémios Amália Rodrigues, recebeu o Prémio para Melhor Viola Baixo no Fado e em 2006, na Grande Noite do Fado, o Prémio Carreira (Instrumentistas). Os elementos do Conjunto de Guitarras de Raul Nery foram homenageados, em 1999, no Museu do Fado, e reconhecidos com a Medalha da Cidade de Lisboa, grau ouro, em 2010.

Ao fim de mais de seis décadas de fado, Joel Pina continuava a “acompanhar, dar “chão”, dar a base a quem estava a cantar” (Joel Pina, 2006) e não restam dúvidas quanto ao significativo papel que desenvolveu para que a viola baixo fosse, como é hoje, parte integrante da base instrumental do universo musical do fado.

Fonte:“Fado” (2012), documentário de Sofia de Portugal Aurélio Vasques; Baptista-Bastos, (1999), “Fado Falado”, Col. “Um Século de Fado”, Lisboa, Ediclube; Castelo-Branco, Salwa El-Shawan (1994), “Vozes e Guitarras na Prática Interpretativa do Fado”, in Fado: Vozes e Sombras, Lisboa: Museu Nacional de Etnologia; Museu do Fado – Entrevista realizada em 21 de Setembro de 2006.

12 de Fevereiro de 2021

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PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE OURÉM, JOÃO MOURA, ATRIBUIU MEDALHA DE OURO DA AMO À FUNDAÇÃO HISTÓRICO – CULTURAL OUREANA

O Dr. João Moura confere a Medalha à Fundação Oureana.

A Concessão do mais alto galardão da AMO reconhece os 25 anos da Fundação e os seus elevados préstimos ao Concelho de Ourém, nomeadamente na valorização do seu património histórico/cultural.

A Medalha de Ouro foi recebida por D. Duarte, Duque de Bragança na qualidade de Membro do Conselho de Curadores da Fundação Oureana e o Diploma entregue a Carlos Evaristo, Presidente do Conselho Executivo.

Medalha e Diploma.

Esta distinção acontece no dia em que foi renovado o Protocolo de Acordo de Parceria e Cooperação entre o Município de Ourém e a Fundação e no âmbito do programa da Comemoração do Centenário do Nascimento de Amália Rodrigues, do qual fez parte a inauguração das Exposições “Bem-vinda Seja Amália” / “Viva Amália! Rainha do Fado!”, patentes no Auditório Cultural dos Paços do Concelho até 10 de Outubro.

26 de Setembro de 2020

FONTE: https://www.facebook.com/assembleiamunicipaldeourem/posts/672295920076528

🎖️(O presidente da AMO, João Moura, atribuiu hoje a medalha de ouro da Assembleia Municipal à Fundação Histórico – Cultural Oureana. O mais alto galardão da AMO reconhece os 25 anos da Fundação e os seus elevados préstimos ao concelho de Ourém, nomeadamente na valorização do seu património histórico/cultural. A medalha foi recebida por D. Duarte, Duque de Bragança. Esta distinção acontece no dia em que foi renovado o protocolo de acordo de parceria e cooperação entre o Município de Ourém e a Fundação e no âmbito do programa da comemoração do Centenário sobre o nascimento de Amália Rodrigues, do qual fez parte a inauguração da exposição “Bem-vinda Seja Amália” / “Viva Amália! Rainha do Fado!”, patente no Auditório Cultural dos Paços do Concelho até 10 de outubro.)

FOTOS: Município de Ourém

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