Teve lugar no passado fim-de-semana uma peregrinação organizada pela Real Irmandade de São Miguel del Ala, uma Associação de Fiéis Canonicamente Ereta na Arquidiocese de Santiago de Compostela e que juntou membros Espanhóis e Portugueses e Damas e Cavaleiros das Ordens Dinásticas e também representantes das Ordens da Santa Sé; de São João de Malta, de Santa Maria Teutónica e do Laicado Carmelitano.

O Duque de Bragança entrega a Custódia em forma da Virgem Maria ao Abade de Cister

A Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala é uma de oito associações da mesma Soberana Invocação que desde 2001 têm vindo a ser criadas em várias Dioceses do mundo e reunidas em Federação. A Real Irmandade toma o nome e os símbolos da antiga Ordem de São Miguel da Ala, a primeira Ordem Militar Portuguesa fundada por D. Afonso Henriques após o auxílio prestado por Cavaleiros da Ordem de Santiago Espanhola na tomada de Santarém aos Mouros em 1147. A Ordem foi aprovada mais tarde pelo Papa Alexandre III em 1171 e manteve a sua sede no Mosteiro Cisterciense de Alcobaça com uma Comenda no Mosteiro Cisterciense de Santa Maria de Oseira, na Galiza. A antiga Ordem Monástica Militar teve atividade registada em Portugal até 1834 altura em que todas as ordens religiosas foram extintas no reinado da Rainha D. Maria II. Pouco depois, a Ordem foi refundado no Vaticano pelo Rei D. Miguel I como Ordem Dinástica Condecorativa da Casa Real Portuguesa.

A Peregrinação que teve início no Mosteiro de Santa Maria de Oseira onde os Confrades foram recebidos pelo Abade e Monges de Cister (todos eles Membros da Ordem de São Miguel da Ala e Capelães da Real Irmnandade) contou com uma Missa para o grupo e almoço convívio no Claustro para os convidados que incluíram Sua Alteza Real, o Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, um grupo de religiosas Portuguesas e vários Nobres e Grandes de Espanha, além dos Confrades.

Antes de partirem, o grupo visitou a Biblioteca e a famosa Botica do Mosteiro onde existem Armas Esculpidas da Ordem de São Miguel e onde os principais mentores da restaurada Botica de São João no Castelo de Ourém, nomeadamente Carlos Evaristo, José António da Cunha Coutinho e Paulo Falcão Tavares, puderam deixar um exemplar do catálogo da exposição Ouriense.

A Fundação Histórico – Cultural Oureana sediada em Ourém, em nome do grupo, ofereceu à Comunidade Cisterciense uma especial Custódia com iluminação para expor o Santíssimo Sacramento desenhada por Carlos Evaristo em forma de Nossa Senhora do Leite, Padroeira do Mosteiro.

Depois da estadia em Oseira o grupo partiu para Compostela onde foi recebido pelo Chanceler da Arquidiocese Capelão Mor da Real Irmandade para as Espanhas, na Igreja de São Fructuoso onde presidiu a uma Velada de Armas para os novos Confrades da Real Irmandade Diocesana e onde houve um Memorial com Guarda de Honra ao Rei Dom Manuel II, no 80º Aniversário do seu falecimento.

A Peregrinação culminou com uma Missa Solene presidida pelo Senhor Arcebispo de Santiago de Compostela D. Julian Barrio Barrio, logo após uma receção no Paço Episcopal onde teve lugar a celebração de um Protocolo ente a Real Irmandade e a Arquidiocese sob o Alto Patrocínio da Casa Real Portuguesa. O Protocolo destina-se ao patrocínio do restauro e conservação do património histórico da Catedral, de preferência o de origem Portuguesa, e ainda à angariação de fundos para obras liturgicas ou de arte sacra para o Santuário.

Carlos Evaristo, Presidente da Fundação Oureana e Secretário Geral da Federação das Reais Irmandades, na presença do Deão da Catedral, do Vigário Geraldo, Chanceler da Diocese, do Juiz da Real Irmandade Luís de Castro Valle e Vice-Juiz Juan de Castro Valle e dos Membros da Real Irmandade e Ordens, anunciou que o primeiro contributo seria a oferta de duas lâmpadas em prata para a Capela do Santíssimo Sacramento da Catedral, réplicas das que foram oferecidas pelo Rei D. Dinis e a Rainha Santa Isabel e pela Rainha D. Maria I. Ambas as lâmpadas originais foram roubadas pelas tropas Francesas de Napoleão e derretidas aquando das invasões.

As réplicas em prata elaboradas por Carlos Evaristo terão cada uma delas um medalhão com as Armas da Casa Real, da Real Irmandade e as efígies da Rainha Santa Isabel e do Santo Condestável, dois dos maiores devotos Portugueses do Apóstolo São Tiago.

O dinheiro para as lâmpadas foi entregue na ocasião pela Real Irmandade ao Deão da Catedral que juntamente com o Presidente da Comissão do Património, irá supervisionar a fundição das mesmas em prata de lei.

Durante a Santa Missa presidida pelo Senhor Arcebispo, Carlos Evaristo, em nome do grupo, leu a invocação ao Senhor Santiago, pedindo por Portugal e os Portugueses nesta presente crise e pela Casa de Bragança, devota há séculos do Apóstolo e representada na celebração por Sua Alteza o Duque de Coimbra, D. Henrique de Bragança.

Já de regresso a Portugal os peregrinos visitaram o Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Pontevedra, onde os Membros do Exército Azul, renovaram a Consagração à Virgem Santa Maria.

A acompanhar os peregrinos estiveram as Relíquias Insignes do Santo Condestável São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira e uma Relíquia de São Tiago Apóstolo ambas da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana.

Gabinete de Relações Públicas
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7 de Outubro de 2010

Por Carlos Gomes

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