Denominação

A Fundação Histórico – Cultural Oureana toma o seu nome da figura lendária Ouriense de uma Princesa Moura encantada chamada “Fátima”. Tida como tendo sido Senhora do Castelo de Ourém após o seu casamento com o Cavaleiro Cristão Dom Gonçalo Hermingues, converter-se ao Cristianismo e terá tomado o nome de “Aureana” ou “Oureana” que deriva de Santa Aurea e deixando os seus nomes nos topónimos de “Fátima” e “Ourém”. É esta figura lendária que personifica as duas cidades do Concelho Ouriense e que simboliza a missão Histórica e Cultural da Fundação Fátima-Oureana.

A Lenda da Princesa Moura Encantada Fátima – Oureana

A Moura Encantada Fátima – Oureana, a quem teria sido dado o nome de “Fátima” em memória da filha do Profeta Maomé, foi na imaginação de alguns Cronistas Medievais e na tradição oral, uma jovem e bela Princesa  filha única do Emir de Alcazar (Alcácer do Sal), que a guardava dos olhos dos homens numa torre ricamente decorada, tendo por companhia apenas as aias e, entre elas, a sua preferida e confidente Cadija.

Apesar de estar prometida a seu primo, o Príncipe Abu, o destino quis que Fátima se apaixonasse pelo Cristão que seu pai mais odiava, um Cavaleiro Templário de nome Dom Gonçalo Hermingues, Vassalo do Rei Dom Afonso Henriques. Este Templário tinha a alcunha de “Traga-Mouros” e era Poeta e Trovador. Vendo a bela Princesa à janela da torre todos os dias nas suas cavalgadas de patrulha pelos campos rapidamente o coração do Cavaleiro se apaixonou. Sabendo que a Princesa Fátima iria participar no cortejo da Festa das Luzes na noite de São João, (foi pela Festa de São Martinho ou de São Tiago, segunda outras versões da lenda), preparou uma cilada de amor.

No impressionante cortejo de mouras e mouros, montando corcéis lindamente ajaezados, Fátima era vigiada de perto por Abu. Mas de repente, os Cristãos liderados pelo “Traga-Mouros”, saíram ao caminho e Fátima viu-se raptada por Dom Gonçalo. Abu depressa se organizou e partiu com os seus homens em perseguição dos Cristãos e a luta que se seguiu revelou-se fatal para o rico e poderoso Príncipe Mouro. Como recompensa pelos prisioneiros Mouros e pela tomada da Fortaleza de Alcácer do Sal, Dom Gonçalo Hermingues pediu ao Rei Dom Afonso Henriques licença para se casar com a Princesa Fátima, a que o Rei acedeu com a condição que esta se convertesse ao Cristianismo. A Princesa consentiu e a região que primeiro acolheu o jovem casal viria a chamar-se “Fátima”. Mas a Princesa, que tomou o nome Cristão de Oureana, deu também o seu nome ao lugar onde se instalaram definitivamente no Castelo da Vila de Ourém.

Em boa verdade Fátima-Oureana nunca existiu mas foi esta a figura escolhida por John Mathias Haffert, Fundador da Fundação que tomou o seu nome por ser ela, segundo o mesmo, quem melhor simbolizava e personificava a história do Concelho de Ourém e que culminou com o apelo à conversão e à paz em 1917.

Em 1962, a pedido de John Haffert, o pintor surrealista Salvador Dalí incluiu a imagem de Fátima – Oureana vestida de branco e a erguer uma cruz na mão enquanto caminha do Castelo de Ourém na pintura da Visão do Inferno em Fátima. Sua imagem também faz parte do tableaux de figuras do teatro em pantomima que conta as lendas dos Espíritos do Castelo de Ourém durante o Programa Medieval “Banquete dos Reis” iniciado no Restaurante Medieval Oureana da Fundação em 1970 e visto por mais de 3.5 milhões de visitantes. 

As Armas da Fundação Oureana

As Armas da Fundação Oureana foram concebidas em 1969 por John Mathias Haffert e o desenho original executado a tinta da china por Augusto de Mascarenhas Barreto.

As mesmas foram oficialmente reconhecidas, em 1973, por Sua Alteza Real Dom Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança e Conde de Ourém, na sua qualidade de Chefe da Casa Real Portuguesa.

Desde a sua criação e até 1995 foram usadas pela firma “Castelos de Portugal Turismo Lda.” mas pertenciam, na realidade, ao seu criador John Mathias Haffert.

Os Elementos de Ordenação do Escudo estão em Ordem Distincta

Num escudo em ponta de azul, cor que simboliza a Consagração de Portugal como Terra Santa Maria, estão duas pombas brancas, de forma a que as suas asas fazem lembrar duas mãos unidas em oração, adoptadas como  Armas do movimento “Exército Azul”, Apostolado Mundial de Fátima, fundado por John Mathias Haffert com a Vidente de Fátima, Irmã Lúcia e o Monsenhor Harold Colgan em 1947. As pombas (mãos) sustentam um terço branco, em círculo, de Nossa Senhora de Fátima (em alusão às Aparições de 1917) de onde pende a Cruz do Santo Condestável São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, III Conde de Ourém e Fundador da Casa de Bragança, que é o Santo Patrono da Fundação Oureana.

As pombas brancas perfiladas em chefe, dextra e sinistra por sete Castelos de Portugal (Ourém, Porto de Mós, Leiria, Tomar, Torres Novas, Almourol e São Jorge em Lisboa), os mesmos monumentos nacionais que faziam parte da rota promocional do Programa Medieval inaugurado por John Haffert em 1970 através da firma “Castelos de Portugal Turismo Lda.” em parceria com o Ministério do Turismo, a T.A.P. Air Portugal e a R.T.P. (Rádio Televisão Portuguesa).

Sotoposto ao escudo, uma águia vermelha, bicada, lampassada e armada de ouro, virada à sinistra retirada do Brasão de Armas da antiga Vila de Ourém que remonta ao tempo da Rainha Dona Teresa, filha de Dom Afonso Henriques, a mesma que concedeu o primeiro Foral ao velho burgo amuralhado. A águia é na realidade a lendária fénix de fogo ou a chamada Águia de Sabóia, uma divisa heráldica que a Rainha herdou da sua Mãe D. Mafalda de Sabóia, e que, tal como a Vila Ouriense na história, renasce sempre das cinzas da destruição.

A águia é encimada por uma Coroa Condal que relembra o Condado Ouriense no tempo do Santo Condestável São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira e os outros célebres Condes ao longo da história desde o Reinado de Dom Pedro I, que criou o título, até Dom Duarte Pio, o actual Conde de Ourém que reconheceu e confirmou as Armas em 1973.

Nas suas garras da águia, um listel com a designação FUNDAÇÃO OUREANA e 1995.

Desenho original de Augusto Mascarenhas Barreto (Arquivo da Fundação Oureana)

Com o fim de atividade da firma Castelos de Portugal Turismo Lda. estas Armas foram oficialmente doadas pelo seu criador e proprietário John Mathias Haffert, e reconhecido e confirmado à Fundação Histórico-Cultural Oureana, a 12 de Agosto de 1995, por Motu Proprio de Sua Alteza Real Dom Duarte de Bragança, atual Conde de Ourém, na sua qualidade de Chefe da Casa Real Portuguesa.

Brasão de Armas
“Castelos de Portugal”
Escultura em Madeira Talhada – 1970
(Arquivo da Fundação Oureana)

A versão atual do Brasão de Armas em uso pela Fundação Histórico-Cultural Oureana é da autoria do Desenhador Heráldico Mathieu Chaine, Membro do Conselho do Colégio Heráldico da Fundação Oureana.

O Colégio Heráldico da Fundação Oureana

O Colégio Heráldico da Fundação Oureana, criado por Carlos Evaristo e sedeado no Centro de Estudos das Ordens Dinásticas da Casa Real Portuguesa no Castelo de Ourém, foi instituído em 1996 por John Mathias Haffert e D. Duarte Pio de Bragança.

Este Colégio Heráldico como Departamento da Fundação, é um órgão que dá pareceres e trata da elaboração gratuita de projectos de Brasões de Armas e Condecorações, tanto para entidades públicas como privadas, assim como para entidades eclesiásticas, Casas Dinásticas e pessoas individuais.

Os pareceres, estudos e projectos, são depois propostos à consideração, para aprovação e registo de Dioceses, Conselhos Heráldicos de Estado, Reis d’Armas de Reinos, Heraldistas e Departamentos Heráldicos Municipais e de Estado, com legítimo Fons Honorum legal para concederem autorização, para criar Brasões e Ordens Honoríficas e Implementar e Regular o uso das mesmas.

O Colégio Heráldico da Fundação Oureana também dá pareceres às Dioceses e Casa Reais e Dinásticas estrangeiras através de outro Departamento da Fundação; O Instituto Preste João, Real e Imperial Conselho de Nobreza Estrangeira, que é também uma Associação, criada pela Fundação Oureana em 2003 e que é hoje reconhecida mundialmente como único órgão para Registo das Honras, Ordens e Mercês conferidas por Casas Reais e Imperiais extra Europeias, não reinantes.

O Colégio Heráldico da Fundação Oureana tem dois Patronos e é Presidido pelo Conselho Heráldico Chefiado por dois Heraldistas Chefes e composto por um Desenhador (Artista) Heráldico, vários Conselheiros Heráldicos e Legais e com um Secretariado para atendimento para recepção, aprovação e despacho de pedidos.

É de referir que embora haja quem assuma o uso de armas pessoais ou associações e heraldistas privados que produzem Cartas de Armas, a verdade é que, legalmente nenhuma organização ou pessoa, a não ser parte de um órgão de Estado com poderes para o efeito, ou entidade com Fons Honorum; Pontifício, Diocesano ou Dinástico de uma Casa Real, pode validamente atribuir, registar e regular armas para uso individual, familiar ou institucional.

Conselho do Colégio Heráldico

Patrono Eclesiástico

Bispo D. Abílio Rodas de Sousa Ribas (2001 – 2007)

Bispo D. Manuel António Mendes dos Santos (2007 – )

Patrono Real

D. Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança e Conde de Ourém (1996 – )

Heraldistas Chefes

Carl Lindgren (2000 – 2003)

David Ashley Pritchard (2003 – 2005)

Carlos Evaristo (1996 – ), Perito em Ordens e Especialista em Heráldica Eclesiástica e Iconografia Sacra.

Humberto Nuno de Oliveira (2019 – ), Especialista em Falerística, Heráldica e Protocolo de Estado.

Desenhadores (Artistas) Heráldicos

Mestre José Bénard Guedes (1996 – 2012)

Clyde William Webb (2000 – 2005)

Hernani Marques de Carvalho (2005)

Padre John Guilbert Mariani (2005 – 2015)

Mathieu Chaine (2005 – )

Conselheiros Heráldicos

Pier Felice degli Uerti, Presidente da I.C.O.C., Especialista Mundial em Ordens e Casas Reais.

Manuel Beninger Simões, Conselheiro Diplomático e Especialista em Relações Diplomáticas.

Kevin Couling, Especialista em Heráldica e Ordens do Reino Unido e Commonwealth.

José António da Cunha Coutinho, Especialista em Heráldica de Família.

Conselheiros Legais

António Agostinho dos Santos Pereira, Advogado e Notário do Colégio Heráldico.

Jorge Costa Rosa, Advogado e Notário do Colégio Heráldico.

Luís Roberto Lorenzato di Ivrea, Advogado em Direito Dinástico e Heráldica Familiar.

Secretariado

David Alves Pereira

Bruno de Castro

João Pedro Teixeira

Trabalhos Realizados

Até hoje, o Colégio Heráldico da Fundação Oureana já preparou e apresentou gratuitamente e a pedido de entidades Governamentais, Episcopais, Diocesanas ou Chefes de Casas Reais Dinásticas (não reinantes), mais de 35 projectos para a criação de Condecorações de Mérito e Ordens, um dos quais acaba de ser aprovados e implementados pelos Governos da República da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe. Outros três estão actualmente em apreciação por parte de Governos estrangeiros.

Este Departamento Heráldico também desenhou gratuitamente mais de 150 Brasões de Armas para indivíduos, entidades, particulares e instituições sendo que alguns foram posteriormente usados na elaboração de Cartas Oficiais de Concessão de Armas e Cartas de Reconhecimento de Armas.

O Colégio Heráldico da Fundação Oureana já preparou também Brasões de Armas que foram posteriormente aprovados e conferidos pela Corte do Lord Lyon, o Rei d’armas da Escócia e pelo recém-criado Gabinete do Heraldista de Estado da República de Malta.

O Departamento desenhou também as Insígnias da Real Guarda de Honra, da Real Confraria do Santo Condestável, do Instituto Amália Rodrigues, Rainha do Fado, as novas Insígnias da Ordem de São Miguel da Ala e da Real Irmandade da mesma soberana Invocação (Ordem do Arcanjo São Miguel), da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora, as Armas da Regalis Lipsanotheca e divisas do Instituto Preste João entre muitas outras organizações.

Também criou Brasões de Armas, Insígnias de Ordens e Condecorações Diocesanas, e entre elas, o logotipo da CEAST; Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe, as insígnias da Ordem da Cruz de São Tomé Apóstolo da Diocese de São Tomé e Príncipe e os Brasões Episcopais do 2º e 3º Bispos de São Tomé e Príncipe; D. Manuel António Mendes dos Santos e de D. João de Ceita Nazaré.

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