Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano celebra 40 anos da sua fundação e 20 anos da criação do Capítulo Português para Países Lusófonos

Carlos Evaristo com D. Duarte de Bragança no Vaticano. (Fotos: CPGPMV)

O órgão da Santa Sé responsável pela angariação de fundos para conservação do património dos Museus do Vaticano, está este ano a celebrar 40 anos desde a sua fundação pelo Papa São Paulo VI.

D. Duarte, Monsenhor Hogan e Carlos Evaristo (Fotos: CPGPMV)

Foi em 1983, que Patronos (Benfeitores de Arte dos Museus do Vaticano) criaram a “Patrons of the Art in the Vatican Museums” com Capítulos na Califórnia e em Nova York, E.U.A. Foi um ano após a Santa Sé ter realizado nos Estados Unidos a exposição itinerante “The Vatican Collections, O Papado e a Arte”. A exposição teve muitos visitantes e suscitou o desejo que um grupo de mecenas americanos de criar uma associação para ajudar o Vaticano a conservar o seu património com donativos e quotas anuais.

O Duque de Bragança em conversa com o Monsenhor Hogan no Vaticano. (Fotos: CPGPMV)

Capítulo Português do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano (CPGPMV)

Catalogo da Exposição: “Saint Peter and the Vatican, the Legacy of the Popes”

20 anos após a sua criação, no ano de 2003, foi criado em Portugal, por decisão do Governatorato da Cidade do Vaticano, a primeira representação oficial na Europa, do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano; o Capítulo Português para Países Lusófonos.

A iniciativa deveu-se ao interesse dos Patronos dos Museus do Vaticano; o Padre John Guilbert Mariani, um Membro Fundador do Capitulo Californiano e o Arqueólogo e o Perito em Arte Sacra e Relíquias, Carlos Evaristo.

Ambos haviam colaborado no mesmo ano no Catálogo da Exposição “Saint Peter and the Vatican, the Legacy of the Popes” que levou várias obras dos Museus do Vaticano aos Estados Unidos pela primeira vez.

D. Duarte falou ao Presidente Internacional do Gabinete de vários projectos em curso. (Fotos: CPGPMV)

A criação do Capítulo Português contou com o apoio do Papa São João Paulo II e do então Cardeal Edmund Casimir Szoka, Presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano que tal como o Papa era de origem Polaca.

O projecto teve também a ajuda preciosa do então Presidente Internacional do Gabinete, o Padre Allen Duston, O.P. que desde logo pediu o Patronato de S.A.R. D. Duarte Pio de Bragança para o Capítulo de língua Portuguesa.

Audiência de Paulo VI com artistas na Capela Sistina
Audiência de Paulo VI aos artistas na Capela Sistina

Os Patronos Portugueses e os Projectos realizados

Herdeiros espirituais dos antigos Patronos do Vaticano, os Reis e Mecenas, os Patronos dos Museus do Vaticano são benfeitores e fazem parte dos mais recentes “Amigos dos Museus do Vaticano” que, desde o final da década de 1960, contribuíram para a criação da Coleção Pontifícia de Arte Religiosa Moderna, idealizada pelo Papa São Paulo VI.

Artigo sobre o Capítulo Português na Revista dos Patronos dos Museus do Vaticano.

Os vários projectos de restauro adoptados e patrocinados pelos Capítulos Internacionais são escolhidos do chamado “Wish Book”, uma publicação anual dos Museus do Vaticano. É nesse catálogo que o Vaticano dá a conhecer as necessidades de restauro de obras e o valor associado à sua conservação. Desde 2003 são vários os projectos já concluídos pelo Capítulo Português.

Carlos Evaristo e os Patronos do Capítulo Português com a Equipa do Laboratório. (Foto: CPGPMV)

Em 2017, o Presidente do Capítulo Português visitou ao Laboratório de Conservação de Têxteis na companhia dos Patronos; Nicolas Descharnes e Armando Calado sendo que foi neste Laboratório que foi levado a cabo o restauro da mitra do Papa João XXII, (o Papa que aprovou a Ordem de Cristo para o Rei de Portugal, D. Dinis), realizado com o patrocínio do Capítulo.

Carlos Evaristo com a Chefe da Equipa do restauro da mitra do Papa João XXII. (Foto: CPGPMV)

Durante a visita aos Museus do Vaticano, o artefato histórico encontrado no túmulo do Papa João XXII em Avinhão, França, foi examinado por Carlos Evaristo, Presidente do Capítulo e Representante do Gabinete em Portugal tendo o Príncipe David Grabovac da Georgia, contribuído para a conclusão desse projecto.

D. Duarte examina alguns artefatos conservados em exposição nos Museus do Vaticano. (Foto: CPGPMV)

Usar a Arte para promover a Paz

O 40º Aniversário do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano ocorre num momento tão dramático da história em que a arte, segundo o Cardeal Fernando Vérgez Alzaga, actual Presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, é chamada a “construir pontes” e “promover a paz”. O Cardeal definiu os Patronos como obreiros da Paz com “um coração pulsante insubstituível, sem o qual os Museus do Vaticano não poderiam cumprir sua tarefa de preservar a beleza que guardam”.

D. Duarte de Bragança na Sala dos Mapas dos Museus junto a um Mapa Português do Século XVI. (Foto: CPGPMV)

Compartilhar Arte e Fé 

“Compartilhar Arte e Fé” é a missão das coleções papais, destacou a Diretora dos Museus do Vaticano, Barbara Jatta, a propósito do aniversário do Gabinete. Citando como exemplo a recente restauração do ícone do Salus Populi Romani, tão querido do Papa Francisco salientou que “esses benfeitores de nosso tempo apoiam os Museus do Vaticano na conservação de seu Patrimônio”.

D. Duarte recordou com ternura a sua última visita aos Museus do Vaticano aos 10 anos de idade. (Foto: CPGPMV)

“Ser Benfeitor das Artes nos Museus do Vaticano”, de acordo com Barbara Jatta, “significa ser, em certo sentido, os pais e, portanto, os mantenedores e Guardiões do Patrimônio da História, da Cultura e da Fé que a Igreja nos confiou para que possamos preservá-lo, respeitá-lo e honrá-lo”.

(Foto: CPGPMV)

Preservação e Evangelização

“Nossa missão, portanto, como a dos Patronos, é preservar para difundir, e a difusão de coleções como as nossas, fundadas, construídas e enriquecidas por Papas, Cardeais, Freiras, Bispos e leigos, é evangelização”.

Barbara Jatta Directora dos Museus do Vaticano

Juntos há 40 anos na Conservação do Património dos Povos: Ao longo de quarenta anos, graças à generosidade das doações di Patronos, foi possível restaurar obras-primas únicas dos Museus do Vaticano, como os afrescos das Salas de Raffaello, a Galeria dos Mapas, a Capela Paulina, a Galeria dos Candelabros ou o Pátio da Pinha.

O Duque de Bragança, D. Duarte Pio, que defende a preservação do património dos povos conservado nos Museus do Vaticano, comoveu-se na sua visita à Santa Sé, recordando que foi pela altura da audiência com o seu Padrinho de Baptismo, o Venerável Papa Pio XII, que visitou os Museus do Vaticano pela última vez, na companhia de seu pai; o então Duque de Bragança; D. Duarte Nuno e do irmão D. Miguel, tendo na ocasião apenas 10 anos de idade.

D. Duarte junto aos artefatos restaurados com o apoio do Capítulo Português. (Foto: CPGPMV)

Durante a visita aos Museus do Vaticano, o Duque de Bragança pode ver o conjunto de artefatos egípcios dos quais alguns foram restaurados com o patrocínio da Fundação D. Manuel II e dos Patronos do Capítulo Português.

D. Duarte aponta para o expositor com alguns dos artefatos egípcios restaurados com o apoio do Capítulo Português. (Foto: CPGPMV)
Imagens e Estatuetas “Ushabati” funerárias e suas respectivas urnas junto às Múmias e Sarcófagos. (Foto: CPGPMV)

Arte que mostra a beleza e a verdade de Deus 

Cerca de 300 participantes estiveram presentes em Roma de 6 a 9 de Novembro nas cerimónias do 40º aniversário do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano e visitaram as Salas dos Museus do Vaticano, o Palácio Apostólico de Castel Gandolfo e a Basílica de Santa Maria Maior.

D. Duarte junto ao Crucifixo Índio Português restaurado pelos Patronos do Capítulo Português. (Foto: CPGPMV)
O Crucifixo Índio Português foi oferecido ao Papa Pio XII, Padrinho de D. Duarte. (Foto: CPGPMV)
Carlos Evaristo e D. Duarte juntos ao Crucifixo Índio Português já em exposição. (Foto: CPGPMV)

Conferência do 40º Aniversário dos Patronos dos Museus do Vaticano

“Caminhemos juntos, como o Papa nos convidou a fazer no Sínodo sobre a Sinodalidade que acaba de terminar. Estamos caminhando juntos há quarenta anos”, disse o Cardeal Fernando Vérgez Alzaga, na Sala Nova do Sínodo, na abertura de na Conferência que assinalou o 40º Aniversário do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano, que teve lugar na Santa Sé, no dia 8 de Novembro.

Conferência do 40º aniversário dos Benfeitores dos Museus do Vaticano
Abertura da Conferência do 40º Aniversário que teve lugar na Sala Clementina. (Foto: PAVM)

“Não é por acaso”, acrescentou a Diretora Barbara Jatta, “que quisemos inaugurar esta reunião na Sala do Sínodo. Durante esses dias, dialogaremos juntos porque, a partir do compartilhamento e das sinergias, criam-se coisas belas para o futuro.”

Conferência durante o 40º aniversário dos Benfeitores das Artes dos Museus do Vaticano
Conferência do 40º aniversário dos Patronos dos Museus do Vaticano. (Foto: PAVM)

Para o Responsável pelo Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano, Monsenhor Terence Hogan, “Este aniversário representa uma ocasião particularmente importante com que se destaca o valor da conservação do patrimônio cultural dos Museus do Vaticano e do Estado do Vaticano. Através da arte é possível compreender a beleza e a verdade que Deus nos revela”.

(Foto: CPGPMV)
(Foto: CPGPMV)

Fazendo uma retrospectiva das atividades realizadas desde 1983, Monsenhor Hogan recordou, em particular, o financiamento da construção do primeiro laboratório de restauração de mármore de última geração nos Museus do Vaticano. “Além disso, os Patronos apoiam o trabalho dos nove diferentes laboratórios para a restauração, pesquisa e conservação das coleções Pontifícias, sem esquecer o que existe fora dos Museus, como os afrescos nas abóbadas do Santuário da Escada Santa ou o sítio arqueológico descoberto sob a Basílica de São Paulo Fora dos Muros.

Papa Francisco aos Patronos dos Museus do Vaticano: “A Arte constrói pontes em tempos de divisão!”

(Foto: PAVM)

No dia 9 de Novembro o Papa Francisco durante uma audiência privada concedida aos participantes na Conferência, elogiou os Patronos dos Museus do Vaticano pelo seu compromisso de quatro décadas com a preservação da herança cultural do Vaticano e destacou o poder transformador da Arte para promover a solidariedade num mundo dividido.

O Papa Francisco estendeu na quinta-feira as suas saudações aos Patronos das Artes, expressando gratidão pelo seu compromisso com “O importante trabalho de preservação e restauração do património artístico e cultural dos Museus do Vaticano”.

(Foto: PAVM)

O Papa Francisco elogiou os Patronos pela sua apreciação das diversas formas de Arte, enfatizando o seu poder de iluminar a beleza da Criação de Deus e os mistérios embutidos na vida humana acrescentando que “O vosso compromisso é um sinal concreto da vossa apreciação do potencial das artes, nas suas muitas formas, para abrir mentes e corações à beleza da Criação de Deus e à riqueza e mistério da nossa vida e vocação humana”.

(Foto: PAVM)

O Papa sublinhou também a importância da missão dos Patronos para promover o património cultural do Vaticano. “O trabalho de conservação para o qual vocês contribuem não apenas salvaguarda este precioso legado do passado, mas também convida as novas gerações a refletir sobre a profunda interação entre arte, história, cultura e fé”.

O Papa Francisco destacou o poder transformador da Arte, particularmente da Arte religiosa: “A Arte, e a Arte religiosa em particular, pode trazer uma mensagem de Misericórdia, compaixão e encorajamento não só aos crentes, mas também àqueles que duvidam, que se sentem perdidos, inseguros ou possivelmente sozinhos. A Arte refresca o espírito humano, assim como a água reabastece o deserto seco e árido. A história de quarenta anos dos Patronos foi inspirada não só pelo amor às artes, mas também pela convicção de que cada geração tem a responsabilidade colectiva de valorizar e preservar o património inestimável que nos foi confiado.”

Concluindo, o Papa Francisco renovou o seu apreço pelo apoio dos Patronos à missão dos Museus do Vaticano e encorajou-os a perseverar nos seus esforços. “Com estes sentimentos, queridos amigos, renovo o meu apreço pelo vosso apoio à missão dos Museus Vaticanos e encorajo-vos a perseverar no vosso louvável empreendimento”.

No final da Audiência o Papa concedeu uma especial bênção: “Sobre vós e as vossas famílias, e sobre todos os associados ao trabalho dos Patronos, invoco cordialmente as bênçãos de Deus Todo-Poderoso, fonte eterna de toda a beleza, verdade e bondade.”

Origem dos Museus do Vaticano

Os Museus do Vaticano nasceram com as obras privadas do Papa Júlio II, que quando foi eleito Papa em 1503, transferiu sua coleção para o Pátio Ottagono. Entre as obras estão o Apollo del Belvedere, a Venus, o Nilo, o rio Tevere, a Arianna Adormecida e o grupo Laocoonte e seus filhos. Novos edifícios foram então construídos ligados através de galerias àqueles existentes. Júlio II encomendou a decoração das salas de Raffaello e a rampa projetada por Donato Bramante como acesso aos andares superiores do Jardim do Belvedere.

Bento XIV

Em 1740, o Papa Bento XIV reorganizou os salões dos Museus Sagrados e Profanos e do Gabinete de Medalhas. Em 1756, as obras de arte e arqueológicas descobertas por Johann Joachim Winckelmann estimularam a exposição pública das coleções do Vaticano.

Os Papas Clemente XIV e Pio VI projetaram os “Museus Pius Clementine” e o Papa Pio VII encarregou Antonio Canova da organização do museu com seu nome.

O Papa Gregório XVI, em 1837, inaugura o “Museu Etrusco Gregoriano” e dois anos depois, fundou o “Museu Egípcio Gregoriano”. No Palazzo Laterano, foi fundada, em 1844, o “Museu Profano Gregoriano” e, desde 1870, a reorganização da exposição de obras na Igreja Católica.

Pio VI

Mais tarde, Pio XI fundou o “Museu Missionário Etnológico” e inaugurou a “Pinacoteca” exibindo pinturas roubadas por Napoleão e devolvidas após o Congresso de Viena de 1815.

Clemente XIV

Décadas mais tarde, em 1970, as antigas coleções lateranesi foram transferidas para o Vaticano; e estão hoje nos Museus Gregoriano Profano e Pio Cristiano e em 1973 o Museu Missionário Etnológico.

A Coleção de Arte Religiosa Moderna e o “Museu das Carruagens” foram já fundados em 1973 durante o Pontificado de Paulo VI.

Pio VII

De 1989 a 2000, o Museu Egípcio Gregoriano e o Gregoriano Etrusco foram reorganizados e o Museu Histórico criado.

Os Museus do Vaticano foram incluídos na lista dos museus mais importantes do mundo e visitá-los é um marco essencial para aqueles que visitam Roma. Dentro dos Museus do Vaticano estão as coleções acumuladas ao longo do tempo pelos Papas, além das grandes obras de arte de todos os tempos que se tornaram testemunhos preciosos de uma era.

Gregório XVI

Os Museus do Vaticano não só recebem as requintadas coleções de arte, arqueologia e etnologia criadas pelos vários pontífices ao longo dos séculos, mas também têm alguns dos lugares mais exclusivos, históricos e artisticamente significativos dos Palácios Apostólicos.

Em Fevereiro de 2000, a entrada monumental foi aberta na parte norte das muralhas do Vaticano, muito perto da mais antiga, de Giuseppe Momo de 1932. Aqui se encontra a escada em espiral com trilhos, uma criação de Antonio Maraini, atualmente utilizada para sair do museu. (Fotos: PAVM)

O Legado dos Museus do Vaticano

Os Museus do Vaticano que abriram suas portas no Século XVI são visitados por mais de 6 milhões de pessoas todos os anos.

No momento, os Museus do Vaticano têm 4 rotas diferentes para visitar as várias galerias que ajudam na triagem do grande número de visitantes e todos terminam na Capela Sistina.

A Capela Sistina está localizada dentro dos Museus do Vaticano e é uma visita obrigatória.

Por que visitar os Museus do Vaticano? Por que se tornar Patrono dos Museus?

Visitar os Museus do Vaticano é uma experiência única que deve ser experimentada pelo menos uma vez na vida. A visita completa é uma longa e interessante viagem que irá preenchê-lo com emoções através de mais de vinte séculos de história e arte. A Capela Sistina, as salas de Raffaello e a Pinacoteca são apenas uma parte de um grande número de coleções inestimáveis.

Os Museus do Vaticano reúnem uma das coleções mais impressionantes e extensas do mundo pertencente à Igreja Católica, com mais de 70 mil objetos expostos em uma área de 42 mil metros.

Uma série de atividades nos Museus do Vaticano celebrará a iniciativa de doação e patrocínio que permitiu a preservação e o aprimoramento de um patrimônio de valor inestimável.

Os Patronos dos Museus do Vaticano para além de terem o privilegio de fazer parte de uma organização cujos membros contribuem para a conservação e restauro dos artefatos dos Museus com uma quota anual; (individual, familiar, juvenil ou de membro religioso), os benfeitores também beneficiam de visitas guiadas especiais aos museus e lugares no Vaticano vedados ao grande público tais como os laboratórios e recebem newsletters e convites para eventos especiais.

Logo do evento promovido pelos Museus do Vaticano
Logo do 40º Aniversário do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano

A Beleza que Une

Ao concluir as comemorações do 40º Aniversário, o Monsenhor Terence Hogan disse, “O trabalho que fazemos hoje deixaremos para aqueles que virão depois de nós, para as futuras gerações de Patronos, graças aos quais será possível continuar a atividade a serviço desse incrível patrimônio cultural de arte, beleza e verdade”.

8 de Novembro de 2023

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2023-11/40-anos-benfeitores-dos-museus-do-vaticano.html

O Capítulo Português do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano está sedeado por Protocolo no edifício da Regalis Lipsanotheca da Fundação Histórico-Cultural Oureana.

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Estado-Maior-General das Forças Armadas Celebra Festa de São Nuno no Santuário da Padroeira em Vila Viçosa

(Foto: Fundação Oureana)

As Celebrações em honra de São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, Condestável do Reino, III Conde de Ourém e Fundador da Casa Real e Ducal de Bragança, foram organizadas, pelo segundo ano consecutivo, pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas, tendo como convidado especial, S.A.R. Dom Duarte, Duque de Bragança e Conde de Ourém, Condestável-Mor Honorário da Real Confraria do Santo Condestável, que também esteve m representação do Conselho de Curadores das Fundações Oureana e D. Manuel II.

(Foto: Fundação Oureana)

As Celebrações em honra do Patrono das Forças Armadas, tiveram lugar durante 5 e 6 de Novembro e contaram com uma representação da Real Confraria do Santo Condestável / Fundação Oureana e a presença já habitual do Busto – Relicário de São Nuno da Regalis Lipsanotheca em Ourém, presente na Missa Solene celebrada por D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Administrador Apostólico da Arquidiocese Castrense.

(Fotos: Fundação Oureana)

O programa das celebrações deste ano incluíram uma Palestra, um Concerto, uma Parada Militar, concluindo com um almoço oferecido aos convidados pelo General Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General Nunes da Fonseca.

A Missa da Festa de São Nuno de Santa Maria foi celebrada no Santuário da Padroeira em Vila Viçosa por D. Rui Valério.

Foi no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa, que no dia 5 de Novembro pelas 10:30 da manhã foi celebrada a Missa da Festa do Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, São Nuno de Santa Maria, Patrono das Forças Armadas de Portugal.

As comemorações foram organizadas pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas com o apoio do Município de Vila Viçosa, da Fundação Casa de Bragança, do Santuário da Padroeira e do Seminário São José.

(Foto: Fundação Oureana)

“A Missa Solene foi um momento de reverência a São Nuno de Santa Maria, uma figura histórica importante de Portugal. Esta celebração religiosa foi uma oportunidade para destacar o legado e a devoção a São Nuno de Santa Maria, que desempenhou um papel significativo na história militar e religiosa de Portugal.”

“No Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Vila Viçosa, estiveram presentes; o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca; Dom Duarte Pio de Bragança, todo o executivo Municipal liderado pelo Presidente Dr. Inácio Esperança entre outras entidades civis e militares que desejaram prestar homenagem a São Nuno de Santa Maria”.

“As comemorações demonstram a importância da história e da cultura de Portugal, bem como a ligação entre as Forças Armadas e a Fé. A preservação das tradições e valores nacionais é fundamental para manter viva a herança de figuras como São Nuno de Santa Maria, que continuam a ser uma fonte de inspiração para o povo Português.”

D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Administrador Apostólico da Arquidiocese Castrense salientou os valores espirituais e o espírito de sacrifício de São Nuno e também a sua devoção à Virgem Santíssima, cuja imagem em Vila Viçosa mandou fazer na Inglaterra aquando do restauro do Santuário no Século XV. D. Nuno era o Chefe de Estado Maior no seu tempo e a segunda pessoa mais poderosa do Reino a seguir ao Rei.

(Fotos: Rádio Campanário)

A Eucaristia presidida por D. Rui Valério, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, teve transmissão directa na RTP1 e foi também transmitida pela Rádio Campanário de Évora.

O Presidente da Câmara Municipal e Patriarca de Lisboa (Foto: Fundação Oureana)
Carlos Evaristo com D. Rui Valério

Ao final da tarde, o Historiador do Exército e Membro da Real Confraria do Santo Condestável, Coronel Américo Henriques, lecionou na Igreja de Santo Agostinho, uma Palestra de evocação de D. Nuno Álvares Pereira, seguida do Concerto da Banda Sinfónica do Exército com a participação da Soprano Carla Martins.

(Foto: Fundação Oureana)
(Foto: Fundação Oureana)
(Foto: Rádio Campanário)
(Foto: Rádio Campanário)
(Foto: Rádio Campanário)
“As comemorações anuais de São Nuno de Santa Maria vão manter-se em Vila Viçosa”, disse o General Nunes da Fonseca (Foto: Forças Armadas)

Vila Viçosa é, desde 2022, por decisão do antigo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Almirante António Silva Ribeiro, (Membro Alcaide da Real Confraria do Santo Condestável) o local escolhido para as cerimónias oficiais das Comemorações evocativas anuais do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, São Nuno de Santa Maria, por ocasião da sua Festa Litúrgica; 6 de Novembro.

Carlos Evaristo, Condestável Mor Co-Fundador da Real Confraria do Santo Condestável; O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca, o Duque de Bragança, D. Duarte de Bragança e o Presidente da Câmara de Vila Viçosa, Inácio Esperança. (Foto: Fundação Oureana)

Organizadas pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas, com o apoio do Município de Vila Viçosa, da Fundação da Casa de Bragança e do Seminário São José, as comemorações deste ano terminaram na segunda-feira dia 6, com uma Parada e Cerimónia Militar, no Terreiro do Paço, cerimónia esta presidida pelo General José Nunes da Fonseca, Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

(Foto: Fundação Oureana)
Carlos e Margarida Evaristo com o Padre António Marques dos Santos de 92 anos, Capelão Honorário da Real Confraria do Santo Condestável.

(Foto: Forças Armadas)

Ao final da tarde, o Coronel Américo Henriques deu uma Palestra de evocação de D. Nuno Álvares Pereira, seguida do Concerto da Banda Sinfónica do Exército com a participação da Soprano Carla Martins.

A Real Confraria reconheceu o mérito da Zeladora da Imagem de São Nuno durante 30 anos.
(Foto: Forças Armadas)
(Foto: Forças Armadas)
(Foto: Forças Armadas)

“Decorreu no Terreiro do Paço de Vila Viçosa, na manhã do dia 6 de Novembro, a Cerimónia Militar de homenagem ao Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira. Presidida pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca, a cerimónia teve como momentos marcantes a entoação do Hino Nacional pelas Forças em Parada, em conjunto com 140 crianças do agrupamento de escolas de Vila Viçosa, seguindo-se a Cerimónia de Homenagem aos Mortos, e, a encerrar, a Condecoração de um Antigo Combatente.”

(Foto: Forças Armadas)

As comemorações de homenagem a D. Nuno Álvares Pereira, Patrono do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) foram da organização do Estado-Maior-General das Forças Armadas, e tiveram o apoio do Município de Vila Viçosa, da Fundação da Casa de Bragança, do Santuário da Padroeira e do Seminário São José.

(Foto: Forças Armadas)
(Foto: Forças Armadas)

Após a Cerimónia, o General Nunes da Fonseca, em declarações aos jornalistas, fez o balanço das comemorações deste ano de 2023 começando por dizer que “as forças Armadas estão muito satisfeitas pela forma como decorreram as cerimónias.”

Ainda assim, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas considera quem melhor poderá avaliar o sucesso destas comemorações “serão os Calipolenses e as pessoas que decidiram associar-se a estas cerimónias.”

Na sua opinião, sublinha “creio que foram bem sucedidas; é uma extensão e uma ampliação do que o ano passado foi realizado e estamos todos satisfeitos.”

Interpretando o sentimento do Povo e dos Calipolenses sinto que este acontecimento está bem conseguido” realçou o General que assegura ainda que estas comemorações, nos próximos anos, se irão manter em Vila Viçosa.

A este propósito, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas sublinha “é uma tradição que passa a estar inscrita no nosso calendário anual.”

(Foto: Fundação Oureana)

Sobre São Nuno de Santa Maria, o General Nunes da Fonseca evidenciou tratar-se de “um homem muito inspirador , um Herói Nacional e um grande militar e também um homem de fé, um elemento fundamental da nossa história militar e da nossa portugalidade; viveu do Séc. XIV para o Séc. XV mas perdurará para sempre.”

6 de Novembro de 2023

TEXTOS: Fundação Oureana, Augusta Serrano e Forças Armadas Portuguesas

FONTES: https://www.radiocampanario.com/santuario-da-imaculada-concecao-em-vila-vicosa-celebra-missa-em-homenagem-a-sao-nuno-de-santa-maria-veja-fotos/

#ForcasArmadasPortuguesas

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Real Confraria Enófila e Gastronómica Medieval de Ourém na Produção de Filme e Série sobre a História do Vinho na Península Ibérica

O Realizador Cinematográfico e Produtor de Vinhos, Edwin Brochin, brinda com à sua equipa no fim das filmagens em Espanha, tendo seguido depois para Portugal, onde resgitaram a história dos melhores Vinhos nacionais.

Terminaram, hoje, no Castelo de Ourém, as últimas filmagens para “Blood of the Ancient Vine” (Sangue da Vinha antiga), um novo Filme Documentário e Série Televisiva sobre a história da produção do Vinho na Peninsula Ibérica.

No emblemático Restaurante Medieval no Castelo de Ourém que já recebeu mais de 4 milhões de visitantes desde 1970, Carlos Evaristo explicou ao Realizador, Edwin Brochin, a tradição do Vinho na Medicina Popular e nos Rituais Litúrgicos Medievais com Relíquias

O filme é produzido pela Brochin Films, Produtora Norte Americana premiada que faz parte do Grupo Renegade Network, uma cadeia de plataformas digitais de televisão por cabo que transmitem, 24 horas por dia, programas culturais, de vida selvagem, de caça, pesca e agricultura.

A Produtora foi premiada este mês no Festival de Cinema de Madrid, pelo seu Documentário; Spirit of the Bull (Espírito do Touro), tendo desenvolvido durante a rodagem, a ideia para o actual projecto após o nome do filme ter sido dado a um vinho Espanhol de reserva V.Q.P.R.D., também ele premiado.

Edwin Brochin assina o Livro de Ouro dos Confrades da Cúria Baquia da Real Confraria Enófila e Gastronómica Medieval – Instituto D. Afonso, IV Conde d’ Ourém, após ter sido admitido como Confrade.

O Documentário tem na Produção Executiva o mesmo Edwin Brochin que é também o Falcoeiro da Real Confraria do Santo Condestável. A Co-Protutora é sua mulher, Julie Brochin e o trabalho conta com a Colaboração na Produção de outro Realizador igualmente premiado, Paul Perry da Paul Perry Productions e Sakkara Productions.

O projecto conta desde o início com o apoio da Fundação Histórico – Cultural Oureana e da Fundação D. Manuel II. Em Protugal a Equipa de Produção e Edição é da Produtora Crown Pictures, fundada em 2004 por Carlos Evaristo, e que chamou para a equipa deste projecto; o conhecido Realizador e Editor premiado; Carlos Casimiro e o igualmente célebre Cinematógrafo Júlio Torres.

Edwin Brochin e Júlio Torres
Insignia do Falcoeiro da Real Confraria do Santo Condestável desenhadas por Mathieu Chaine, Desenhador Heráldico do Conselho Heráldico da Fundação Oureana

O Apresentador de Televisão, Carlos Evaristo, Presidente da Direcção da Fundação Oureana, é o Consultor Histórico do Projecto e também um dos Guionistas do Projecto que conta com o Alto Patrocínio da Casa Real Portuguesa, na pessoa de S.A.R. Dom Duarte Pio de Bragança, Duque de Bragança e Conde de Ourém.

No Bar do Mestre Bernardino sito no Salão D. João I do Restaurante Medieval Oureana, Carlos Evaristo, deu a provar a Edwin Brochin o Elixir Medieval, também conhecido por Elixír da Longa Vida, uma bebida tradicional de brinde de Boas Vindas ao Castelo e cujo segredo de confecção foi confiado a John Haffert pelo Historiador Augusto de Cassiano Barreto, em 1969.

No Salão D. João I do Restaurante Medieval, provou-se Vinho Templário, produzido hoje exclusivamente para a Fundação Oureana numa quinta no Valle do Loire, na França, utilizando o mesmo processo de fabrico que vem descrito num livro manuscrito da Idade Média.

Segundo Carlos Evaristo; “Duas equipas de filmagens passaram um mês a recolher imagens nas mais conhecidas Vinículas do Norte, Cento e Sul da Península Ibérica. Este trabalho será o mais completo registo sobre a História do Vinho na Peninsula Ibérica e relata a sua produção desde os registos deixados pelos mais primitivos povos, passando pelos Fenícios, Gregos, Romanos até ao célebre IV Conde de Ourém.”

O Realizador e Editor Carlos Casimiro brinda com Vinho Xerez em Jerez.

“Foi o Primógénito da Casa de Bragança quem introduziu o primeiro Vinho Tinto em Portugal num processo que é hoje conservado na produção do Vinho Classificado de Vinho Medieval de Ourém. Foram longas semanas de filmagens para o Filme e depois uma Série de vários episódios.”

Em Portugal, a Equipa filmou em muitos locais de produção dos mais conhecidos Vinhos Portuguêses, incluíndo Caves de Vinho do Porto. Na Cidade Invicta a Equipa foi acompanhada pela Assistente de Produção Maria Castro.

A história do Vinho Ibérico também incluiu um capítulo sobre as campanhas de promoção que levaram a que certos vinhos com pouca fama local ou nacional à época, se tornassem marcas mundialmente conhecidas e representativas de Portugal e Espanha.

O Historiador e Arqueólogo Carlos Evaristo, explicou na Série que; “São os casos dos Vinhos Xerez de Jerez de la Frontera das marcas Osbourne e Tio Pepe e também do Vinho do Porto Sandeman e do Mateus Rosé. A campanha de publicidade da Osbourne de 1954 colocou cartazes com a silhueta de um touro, nos montes Espanhóis, símbolo do Vinho que hoje, após o fim da campanha continuam expostos por se ter tornando símbolo de Espanha. É o caso também do Vinho Mateus Rosé que deve muito da sua fama nos Estados Unidos da América, à tournée musical de Amália Rodrigues que patrocinou na década de1950 com uma garrafa em forma de Guitarra Portuguesa.”

Ainda no Capítulo sobre os Vinhos Ourienses, foram dados a provar, os Vinhos Terras de Oureana da Fernando Rodrigues Lda. e o Vinho da Moura Encantada. O primeiro, a marca que era servida no Restaurante Medieval Oureana desde 1970 e até 1995 e o segundo um Vinho Medieval exclusivamente produzido e engarrafado para a Fundação Oureana desde que a Real Confraria Enófila e Gastronómica Medieval foi criada em 2003 e passou em 2006 a ser o Departamento que gére o espaço emblemático.

Os Vinhos “Cosher” de produção Judaica, cuja origem está também muito ligada ao terceiro e ao quarto Condes de Ourém, são outro tema apresentado por Carlos Evaristo com recurso a artefactos e manuscritos históricos apresentados no Documentário de Edwin Brochin.

Carlos Evaristo e Julie Brochin preparam cenários para as filmagens no Restaurante Medieval Oureana

No Documentário, assim como na Série haverá mostra de novas tecnologias de filmagens digitais; drones, recurso a CGI e também recriações históricas.

No Castelo de Ourém, realizou-se ainda provas de vinhos antigos da Adega de John Haffert, como um Porto de 1808, outro de 1832 e provas de Vinhos Cosher Sefarditas produzidos Sob o Alto Patrocínio da Casa Real Portuguesa, uns nos Estados Unidos da América, e outros, em Belmonte, no Alentejo, e que fazem parte dos Vinhos tradicionais servidos no Restaurante Medieval desde a sua criação por John Haffert em 1970.

Foi também dado a provar ao Falcoeiro Edwin Brochin, o chamado Vinho Nobre. O primeiro dessa classificação é o Rei Arduino produzido pela Vinícola Marchese Di Ivrea. Servido num corno de touro este primeiro Vinho Nobre a ser produzido do Estado de São Paulo, no Brasil, é da Safra 2019.

A Vinícola Marchese di Ivrea, localizada em Ituverava (SP), lançou o primeiro Vinho Nobre com graduação alcoólica de 15⁰ quando a Instrução Normativa nº 14, de 8 de Fevereiro de 2018, criou a figura do “Vinho Nobre”, fermentado de uva Vitis vinífera com teor alcoólico entre 14,1⁰ e 16⁰ em volume.

Edwin Brochin, o Falcoeiro da Real Confraria do Santo Condestável, já realizou um Documentário sobre este Desporto de Reis. Em 2014, a Fundação Oureana reconheceu o seu trabalho de há várias décadas como Falcoeiro, e preparou um Brasão de Armas em processo de Concessão. Foram criadas pelo Desenhador Heráldico Mathieu Chaine do Colégio Heráldico da Fundação Oureana.

A Mesa dos Cavaleiros no Salão D. João I do Restaurante Medieval Oureana

Arduino 2019, o Primeiro Vinho Nobre Produzido pela Vinícola Marchese di Ivrea em Ituverava, São Paulo

No Documentário pode-se ver que o nome de Edwin Brochin a ser conferido a um vinho Fondillón de 1944, tendo o próprio, a honra de assinar o casco número 23 C22 na Adega.

Dave Horner, Arqueólogo Sub-Aquático, fundador da R.A.H.A. (Real Associação História e Arqueologica) Departamento de Pesquisa Arqueológica da Fundação Oureana, também teve a honra de ver seu nome dado a um Vinho Xerez.

Dave Horner na Adega “Tio Pepe” em Jerez de la Frontera.

Em Setembro de 1971, por ocasião do 24º Festival Anual do Xerez em Jerez de la Frontera, Espanha, Dave e Jayne Horner passaram uma semana na Vinócola do Marquês de Bonanza tendo sido convidado de honra desse evento anual. Naquele ano específico dedicado aos EUA, Horner foi homenageado após ter descoberta de uma caixa de garrafas de xerez no navio submerso ELLA, que teve a infelicidade de encalhar contra uma maré forte e vazante do Rio Cape Fear, que teve que ser negociado para chegar ao último porto aberto ao os Estados do Sul em dificuldades durante os dias finais da Guerra Civil Americana.

Dave Horner na companhia do actual Marquês de Bonanza examina artefactos que descobriu em 1971

Este corredor de bloqueio confederado carregava uma variedade de munições de guerra e suprimentos de alimentos destinados ao General Robert E. Lee e seu exército inicial nas trincheiras frias e lamacentas ao redor de Petersburgo e Richmond. Infelizmente para o Exército do General Lee, vários navios de guerra adversários perceberam a dificuldade do ELLA e se moveram prestes a matar, destruindo o navio com sua artilharia pesada. Isso foi de manhã de 5 de dezembro de 1864.

ELLA ficou esquecida por um século, até que Dave Horner a descobriu em 1964. O achado está descrito no seu livro; THE BLOCKADE RUNNERS, publicado em 1968.
Parte da carga da ELLA era uma arca com garrafas de Xerez de Jerez, provavelmente o estoque particular do Capitão. Produzido pela Viníciola Gonzalez Byass, conforme a forma exclusíva das suas garrafas comprovo, algumas ainda com suas rolhas intactas, depois de mais de um século no fundo do mar.

Paul Perry, Dave Horner, o Marquês de Bonanza e Carlos Evaristo na Adega da Vinícola González – Byass em Jerez

Horner ofereceu algumas destas garrafas a D. Manuel Maria Gonzalez Gordon, Marquês
de Bonanza então Presidente-Executivo da empresa. A nótícia da descoberta atraiu a atenção mundial para Jerez de la Frontera, e fez as delícias de aficionados de xerez em todos os lugares. As garrafas descobertas por Horner estão hoje expostas com uma placa descritiva na sala do Museu da Vinícula Gonzaléz – Byass ainda dirigida pela família dos Marquêses de Bonanza, produtores do conhecido vinho; Tio Pepe.

Loja com o Vinho Xerez “Tio Pepe”

As filmagens para o Documentário e para a Série concluíram no Castelo de Ourém, com um capítulo dedicado a ilustrar a história de D. Afonso, IV Conde de Ourém e da sua ligação à produção do vinho, hoje denominando e calssificado como; “Vinho Medieval de Ourém”.

As cenas filmadas em Ourém incluem um Banquete Real no Restaurante Medieval Oureana filmado por José Alves da Soutaria TV e uma Prova de Vinhos Medievais filmada na Casa do Castelo por Júlio Torres.

Entronização de Edwin Brochin por D. Duarte de Bragança na Cripta do Conde.

S.A.R. D. Duarte de Bragança com Edwin Brochin junto ao Túmulo de D. Afonso, IV Conde de Ourém

Na Cripta da Sé – Colegiada de Santa Maria da Misericórdia de Ourém, réplica da Sinagóga de Tomar onde está sepultado o IV Conde de Ourém, D. Duarte, Duque de Bragança, actual Conde de Ourém e Grão Mestre das Ordens Dinásticas da Casa Real Portuguêsa, falou do legado de D. Afonso, que também foi o 1º Marquês de Valença, tendo entronizado Edwin Brochin como Confrade da Real Confraria Enófila e Gastronómica Medieval, a primeira Confraria de Vinho Medieval a ser criada no Mundo, em reconhecimento pelo seu trabalho em prol da história do vinho e a promoção do Vinho Ibérico.

O traje dos Confrades desenhado pelo falecido Padre John Guilbert Mariani reproduz as vestes que o IV Conde de Ourém apresenta na imagem jacente no seu túmulo e com as cores das vestes da sua efigie nos Painéis de São Vicente.

https://agc.sg.mai.gov.pt/details?id=257104&ht=

Edwin Brochin, Júlio Torres e Carlos Evaristo

Tanto o Filme Documentário “Blood of the Ancient Vine” (Sangue da Vinha antiga), como a Série com o mesmo nome, irão passar na Net Flix, Amazon Prime, Hulu, Tubi TV, Filmzie, Cinedigm, Little Dot, Xumo, para além de e outros canais de streaming com as quais as produtoras envolvidas já trabalham. O trabalho estará universalmente distribuído e os conteúdos acessiveis na Roku, Amazon Fire TV, Apple TV, Android TV, Google Play, IOS e Android Phones.

Tradução: “Wine on the Vine”

Fotos: Direitos de Autor Reservados

15 de Setembro de 2023

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Concluídos trabalhos de reparação e conservação na estátua em bronze do Monumento ao Papa Pio XII na Regalis Lipsanotheca.

O dia do Conde de Ourém, 29 de Agosto, aniversário da morte de D. Afonso, IV Conde de Ourém, foi assinalado este ano com a conclusão de trabalhos de reparação, restauro e conservação na estátua em bronze do Monumento ao Papa Pio XII na Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana.

A inauguração do Monumento decorreu a 13 de Maio de 2021, dia em que se assinalava o 75º Aniversário da Coroação de Nossa Senhora de Fátima como “Rainha do Mundo” pelo Papa Pio XII, o chamado “Papa de Fátima”.

Os trabalhos efectuados incluíram limpeza e reparação de fendas no metal, o tratamento do bronze e pintura com uma película protectora.

A estátua em bronze do Monumento é obra do Mestre Escultor Espanhol Félix Burriel e foi oferecida à Fundação Oureana pelo Prof. Moritz Hunzinger.

O Monumento desenhado por Carlos Evaristo e Nicolas Descharnes foi construído com o apoio de vários admiradores e defensores do Papa internacionais, incluindo um grupo de historiadores Judeus da “Pave the Way Foundation”, numa iniciativa da Fundação Histórico-Cultural Oureana.

Imagens do antes e depois

Todos os trabalhos de conservação e manutenção em curso no Património da Fundação são realizados por uma equipa especializada chefiada pelo Conservador e Arqueólogo Carlos Evaristo. O Departamento de Conservação e Restauro está a cargo do Técnico de Restauro e Parceiro Protocolar da O.S.I.C. Jorge Gonçalves.

31 de Agosto de 2023

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Príncipe Grão – Mestre da Ordem de Malta recebe Duque de Bragança e Comitiva

S.A.R. O Duque de Bragança e sua comitiva com o Grão Magistério S.M.O.M.
S.A.E. Fra’ John Dunlap
Príncipe e Grão Mestre S.M.O.M.
H.E. Fra’ Emmanuel Rousseau
Chanceler Mor S.M.O.M.
H.E. Riccardo Paternò di Montecupo
Hospitalário Mor S.M.O.M.
H.E. Fra’ Alessandro de Franciscis
Treasoureiro S.M.O.M.
H.E. Fabrizio Colonna

Na semana em que se celebra a Festa de São João Baptista e aniversário do nascimento de São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, Sua Alteza Real, D. Duarte, Duque de Bragança, acompanhado de uma comitiva composta por membros da Cúria, Chancelaria e Delegação Canadiana da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala e da Real Confraria do Santo Condestável, foi recebido oficialmente pelo Príncipe e Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar e Hospitalária de São João de Malta, Sua Alteza Eminentíssima Frá John Dunlap, no Palácio Magistral do Governo do Estado situado na Via dei Condotti, em Roma, Itália.

Frá Dunlap, de nacionalidade Canadiana, foi eleito 81º Soberano Chefe de Estado e Grão – Mestre da Ordem de Malta, no passado dia 3 de Maio de 2023, sendo Grã-Cruz da Ordem de São Miguel da Ala, há quase 20 anos, sendo membro da Delegação Canadiana da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala.

Durante a audiência que antecedeu a Sessão Solene, Sua Alteza Eminentíssima, o Príncipe escutou atentamente o relatório das diversas actividades humanitárias que a Real Irmandade e a Real Confraria têm vindo a desenvolver em diversas partes do mundo e particularmente com os desalojados e vítimas do presente conflicto na Ucrânia. Ficou ainda a conhecer as actividade desenvolvidas pela Real Confraria que honra São Nuno, um Santo da Ordem de Malta, já que tal como seu pai D. Gonçalo e irmão D. Pedro, foi Prior da Ordem de São João, no Crato, em Portugal.

Depois da audiência o Senhor D. Duarte foi apresentado aos membros do Governo da Ordem, seguindo-se uma troca protocolar de insígnias. O Duque de Bragança promoveu o Príncipe a Grã-Cruz com Colar da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala e concedeu-lhe a Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Frá Dunlap retribuiu com a Grã-Cruz da Ordem pro Merito Melitensi em Classe Especial ao Chefe da Casa Real Portuguesa.

Depois de cumpridas as formalidades da visita oficial do Chefe da Casa Real Portuguesa e sua comitiva à sede de Governo da Ordem, seguiu-se um almoço oferecido pelo Grão-Mestre, durante o qual, Frá John Dunlap brindou ao Chefe e à Casa Real Portuguesa, suas Ordens Dinásticas e instituições sob o seu Alto Patronato.

A visita terminou com uma oração na Capela da Ordem onde foram invocados os Santos da mesma e entre eles, São Frei Nuno, ocorrendo uma troca de lembranças entre os dois Príncipes.

Frá John Dunlap também recebeu o diploma de Condestável-Mor Honorário Grã-Colar por ter aceite renovar o Patronato à Real Confraria do Santo Condestável sediada na Botica de São João da Fundação Oureana no Castelo de Ourém, Patronato que havia sido previamente conferido pelo falecido Príncipe e Grão-Mestre Frá Matthew Festing.

Fotos: Soberana Ordem Militar e Hospitalária de São João de Malta / Real Confraria do Santo Condestável

24 de Junho de 2023

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Fundação Oureana deu Parecer sobre Reliquias e Ritual da Coroação

A Coroação do Rei Carlos III

A Inglaterra vai hoje reviver um dos rituais mais antigos da história da Europa Cristã, a Sagração e Coração do novo Monarca, neste caso o de Carlos III, Rei da Grã Bretanha e do Reino Unido. Consultamos Carlos Evaristo*, especialista em relíquias e em rituais de coroação para saber mais a cerca destas tradições pouco conhecidas.

Por Humberto Nuno de Oliveira

Carlos III com a Regalia de Príncipe de Gales

O RITUAL DA COROAÇÃO
De acordo com Carlos Evaristo, “É irónico que a Inglaterra seja um país que deixou a obediência Católica no Reinado de Henrique VIII, se tenha tornado numa Monarquica Constituicional no tempo do Rei Carlos
II, mas que seja hoje o único Reino no mundo que ainda segue um Ritual Católico Medieval para a Coroação dos seus Monarcas. Ritual pleno de simbolismo e mistério com recurso a Relíquias, Santos óleos e toda a Regália (Jóias da Coroa), num modelo instituído pelo Rei São Luís IX da França e pelo Imperador Carlos Magno, tradições Católicas que tecnicamente deviam de ter sido abolidas quando da
reforma cismática que fez dos Soberanos Inglêses, Chefes Supremos da Igreja Católica dita Anglicana”.

“O Ritual da Coroação remonta a tradições bíblicas, da Coroação e Unção dos Reis David e Salomão, Santos Reis de Israel e antepassados de Cristo na Realeza Sacerdotal do Antigo Testamento. É esse o
Direito Sagrado a Reinar que hoje só os Reis de Inglaterra ainda revindicam com todo este Ritual que envolve a Sagração do Monarca com Santos Óleos enquanto está ocultado debaixo do Pálio, a Investidura com camisa de ouro e Manto de arminho, a colocação do anel de estado no dedo anelar direito e o uso de umas pulseiras de ouro.

A Bênção e Entronização sob Trono com uma Relíquia e a Coroação com Coroa, segue-se a colocação nas mãos, da Orbe e dos Ceptros. O toque nas esporas de ouro e o elevar da espada representa que o Monarca deverá ser Defensor da Fé Cristã e o Grã-Mestre das Ordens de Cavalaria e Chefe e Fons Honorum de toda a Nobreza com poder para armar Cavaleiros e conferir títulos. No entanto mudanças ao Ritual da Coroação foram feitas pelo Rei Carlos III que fazem com que a cerimónia que demorava cinco horas, fosse agora reduzida para hora e meia.”

Carlos III foi coroado Príncipe de Gales, em 1969, por sua mãe, Isabel II

Atentemos, pois, nas partes deste complexo ritual.
I. A Apresentração e Aclamação
Esta é a primeira parte do Ritual que apresenta o Rei aos quatro cantos da Igreja, que representam os
quatro cantos do Reino. Os arautos tocam trombetas e gritam: “Eis o vosso mui Nobre Servo Principe…”,
ao que respondem os presente com gritos de: “ Viva o Rei!”.

II. A Unção e o Toque Real
A unção é a parte mais misteriosa e sagrada do Ritual da Coroação. Realizada pelo Arcebispo de Cantuária, de modo oculto, por baixo de um pálio suportado tradicionalmente por Cavaleiros da Ordem
da Jarrateira, tradição que Carlos III alterou ao escolher outros Nobres para segurar as varas. O Rei é ungido com Santos óleos, na fronte, no peito e nas palmas das mãos e assim sagrado com o tradicional Poder Sacerdotal; “o Toque Real” para abençoar, curar e absolver pecados. Óleo ainda hoje preparado e benzido no Santo Sepulcro de Jerusalém por um Bispo Anglicano para assim simbolizar a Realeza Davidica e Solomónica de Cristo que será transmitida espiritualmente ao
Monarca por via do Espírito Santo.

III. A Entronização e Coroação na Cadeira de Santo Eduardo e a Pedra de Scone ou do Destino

Depois de vestido com o Manto de Arminho, as Braceletes de ouro (que representam a força de Sansão)e outras Insígnias como o anel, o Monarca é Coroado com a Coroa de Santo Eduardo, na Cadeira de Santo Eduardo, o chamado Trono do Confessor, debaixo da qual é colocada a Pedra da Coroação ou de Scone, simbolizando o Destino, uma pedra com duas argolas em ferro que a tradição diz ser a Relíquia da Almofada do Profeta Jacó.

A Pedra de Scone pesa 125 quilos e veio da Terra Santa durante as Cruzadas. Faz parte da Regália dos Reis da Escócia, hoje parte do Reino Unido.

Foi levada para a Inglaterra há séculos, sendo usada pelos Monarcas da Grã Bretanha e Reino Unido quando das Coroações.

A mesma relíquia foi devolvida pela Rainha
Isabel II ao Castelo de Ediburgo, na Escócia, em 1996, após os Escoceses a terem roubado da Catedral de Westminster, em sinal de protesto contra a sua permanência em Londres.

Usada pela última vez em 1953, esta Relíquia foi enviada para Londres na passada quinta feira dia 27 de Abril, após uma Cerimónia de Trasladação presidida pelo Lord Lyon da Escócia e seus asistentes; Carrick e Falkland, Guardiães das Insígnias desse Reino e da Pedra de Scone, a Relíquia mais preciosa do Reino Unido.

Lord Lyon da Escócia com Carrick e Falkland

Antes da partida para Londres a pedra foi analisada por um grupo de estudiosos. Uma análise com luzes
infra-vermelhas revelou algumas inscrições antias que poderão revelar a sua origem e verdadeira
natureza. O Professor Mark Hall do Museu de Perth e a Professora Sally Foster do Departamento de
Património e Conservação da Universidade de Sterling fazem parte do grupo de estudo e revelaram
haver o que parecem ser cruzes romanas gravadas na pedra e vestígios de gesso policromado.

Num parecer enviado para o grupo que estuda a pedra, o Perito em Relíquias, Carlos Evaristo, afirma que “todos os sucessores dos Reis e Bispos que participaram nas Cruzadas, quando da queda do Reino Latino de Jerusalém, nomeadamente os Monarcas de França, de Espanha e do Sacro Império, passaram a intitular-se Reis de Jerusalém e faziam-se coroar sob caixas de terra ou pedras trazidas da Terra Santa incorporadas em Tronos e Cadeirões”. Este modelo de cadeira-relicário medieval foi criado por Carlos Magno e pensava-se que dele emanava o poder Davídico e Salomónico para governar, direitos sagrados simbolizados na pedra trazida da Terra Santa.

Na Regalis Lipsanotheca, uma Capela de Relíquias de estílo medieval que Carlos Evaristo criou no
Castelo de Ourém, no ano 2000, e que conta com o Alto Patrocínio da maior parte das Casas Reais da
Europa, que existe entre a colecção de milhares de relíquias que pertenceram a Reis e Imperadores,
uma raríssima Cadeira de Coroação do Século XVI que ainda conserva por baixo uma pedra reivindicada
como sendo do Muro do Templo de Jerusalém. Refere Evaristo, “Hoje apenas os Monarcas da Grã-Bretanha e de Espanha ainda se dizem «Rei de Jerusalém», embora apenas os Reis da Inglaterra sejam coroados numa Cadeira de Coroação ou Trono de Sabedoria com Relíquia.

O Lord Lyon com a Pedra de Scone antes da sua recolocação na Cadeira da Coroação

Uma análise feita à Pedra da Cadeira de Coroação que existe na Colecção da Regalis Lipsanotheca no castelo de Ourém revelou que a mesma é composta de uma típo de granito azulado proveniente do Sul de Israel.

A Regália do Reino da Escôcia


Para Evaristo, “Se a Pedra de Scone, não é da muralha do Templo de Jerusalém, do Santo Sepulcro ou do
Monte do Calvário, então poderá ser mesmo, como a tradição diz, uma pedra da Igreja que assinala o local onde o Profeta Jacó teve o sonho de anjos a acenderem e a descerem do céu por via de uma escadaria dourada. Os vestígios de gesso policromado na pedra e as cruzes gravadas certamente por peregrinos, poderão defender essa ideia pois há uma semelhança com as pedras da Santa Casa de Nazaré que os Senhores Feudais trouxeram para a Europa para criarem réplicas da casa à escala real”.

O Ritual da Coroação Inglês que foi usado pelo Rei Filipe I em Tomar “Era nestas Cadeiras”, que segundo Evaristo, “eram Coroados ou Entronizados, não só Reis, mas também os Bispos, Duques e Grão-Mestres de Ordens de Cavalaria como a Ordem dos Templários, e mais tarde, a sucessora que foi a Ordem de Cristo. Entre outros títulos ques estes senhores apresentavam estava também o de «Rei e Senhor de Jerusalém». Esta foi uma prática que se manteve viva muito antes da queda do Reino Latino de Jerusalém. Provinha de uma tradição muito mais antiga de colocar relíquias nos tronos, algo iniciado pelo Imperador Carlos Magno, depois copiado na Capela de Relíquias da Sainte Chapelle pelo seu descendente São Luis IX Rei da França e seguidamente pelos Senhores Feudais de toda a Europa incluíndo os Monarcas Ingleses. Esta prática está retratada na cena do falso juramento de Harold na famosa Tapecaria de Bayeux”. “Os Portugueses viviam muito esta tradição e criaram no Convento de Cristo em Tomar uma Réplica do Santo Sepulcro, como seria à época, completo com Relíquias vindas da Terra Santa colocadas em altares e em Relicários por cima dos arcos da Charola. Foi nessa Charola que o primeiro Rei Filipe da Dinastia Filipina repetiu este Ritual quando se fez Sagrar e Coroar Rei de Portugal em 1580. Mais tarde ofereceu para o Convento um Relicário precioso com um Espinho Sagrado da Coroa de Espinhos de Cristo e que está hoje no Tesouro da Sé de Lisboa.

Os elementos da Regália
A Regália, como se chama o conjunto de Jóias da Coroa: a Coroa ou Coroas, a Orbe, os Ceptros e outras
Insígnias usadas na Coroação dos Monarcas, é algo cujo desenho e simbolismo histórico é exclusivo a
cada Reino. A Regália Inglêsa, que incorporava peças dos tempos dos Reis Anglo-Saxónicos, foi destruída
em 1649 depois da execução do Rei Carlos I e a Proclamação da República Inglêsa, mas já durante a
década de 1620, dificuldades financeiras levaram Carlos I a leiloar muitos tesouros da Jewel House na
Torre de Londres, embora ele não tenha vendido as principais peças.


Desentendimentos com o Parlamento, cedo se transformaram em Guerra Civil e, depois de 1642, os oponentes do Rei avidamente tomaram posse das Jóias da Coroa. Após a execução de Carlos I no mesmo ano, todas as peças de ouro da Regália foram vendidas para financiar o novo governo, enquanto as insígnias da Coroação de Santo Eduardo, os símbolos da Monarquia, como instituição sagrada, foram
derretidos na Casa da Moeda para se cunhar moeda. Foi o ourives real Robert Vyner quem foi encarregado de criar novas peças para a Regália usada na
Coroação do Rei Carlos II em 1661 e são essas as peças em uso até hoje.

As primeiras descrições sobreviventes de uma coroação Inglesa datam de antes de 1000 a.C. e incluiam
o uso de coroas, anéis e ceptros, que tal como em todos os Reinos da Europa, eram confeccionados de
novo para uso exclusivo de cada Monarca. Foi após o Reinado de Santo Eduardo, o Confessor ,que surgiu
a tradição de haver uma única colecção de Regália Sagrada.

Cem anos após sua morte, Eduardo foi declarado Santo, e os objetos relacionados a ele passaram a ser “Relíquias Sagradas”. A Coroa do Santo que foi usada na Coroação de Henrique III em 1220 foi depois cuidadosamente usada para uso pelos futuros Monarcas. Esta coroa foi depois acompanhada por uma série de outras Coroas menores incluindo uma de duas hastes e uma colher de ouro para Unção do Monarca.

Coroação de Carlos II em 1661

As peças antigas que sobrevivem foram usadas em todas as Coroações durante mais de 500 anos e as
outras foram foram recriados para a Coroação de Carlos II em 1661.


A Colher e a Ampula de Unção
Para Carlos Evaristo “é irónico que o único item da Regália Medieval a sobreviver fosse a Colher da
Unção conhecida também por Colher da Coroação e que data do século XII”.

É nela que se deita um pouco de óleo benzido em Jerusalém que o Arcebispo toma no seu polegar direito para ungir o Monarca.

A ampula feita em forma do Espírito Santo relembra a Unção do Rei David, o Crisma Sagrado e a Lenda da Pomba Milagrosa de São Tomás Beckett.
A cabeça da águia é removível, havendo uma abertura no bico para derramar o óleo. O seu estilo é baseado numa peça anterior que recordava uma lenda do século XIV em que a Virgem Santa Maria teria aparecido a São Tomás Beckett e presenteado-o com uma águia dourada e um frasco de óleo para ungir os futuros Reis de Inglaterra.

Segundo Carlos Evaristo “a lenda baseia-se noutra mais antiga, contada acerca da Coroação do Rei Clovis da França pelo Arcebispo de Reims, São Remígio, no ano de 496. De facto havia uma ampula de vidro em forma de pomba que se enchia milagrosamente com óleo (líquido turvo) antes da Coroação de cada Rei (ou não). Na realidade, uma espécie de desumidificador natural, criado por monges na Idade Média, e que absorvia a humidade na Catedral de Reims para espanto dos fieis”.

O óleo da ampola é derramado na Colher de Unção no momento mais sagrado da Coroação. O Ritual de Unção remonta ao Livro dos Reis do Antigo Testamento, onde é descrita a unção de Salomão como Rei por Zadoc o Sacerdote.

A Coroa de Santo Eduardo
A Coroa de Santo Eduardo é a coroa usada no momento da Coroação. A que existe hoje foi mandada fazer em 1661 para substitutir a que foi derretida em 1649. A original era do Século XI, e pertenceu, tal como o Trono e Cruz-Bastão ao mesmo Rei Santo Eduardo, o Confessor, aquele que foi o último rei Anglo-Saxónico de Inglaterra.


A Coroa foi criada por Robert Vyner segue o padrão original da Coroa de Santo Eduardo, daí o seu nome. Pesa 2,07 kg e é decorada com rubis, ametistas e safiras. Tem quatro cruzes páteas e quatro flores-de-lis e dois arcos.

É composta por uma moldura de ouro maciço cravejada de rubis, ametistas, safiras, granadas, topázios e turmalinas e por dentro tem um barrete de veludo roxo com uma faixa de arminho que representa o antigo barrete de “Defensor da Fé” dado pelos Papas na Idade Média aos Monarcas que recebiam o título de “Dux Pontífício”.

(Imperadores Hapsburgos, o Rei D. Manuel I de Portugal e até do Rei Henrique VIII antes de cismar)


As Coroas forradas de veludo “Carmesim Português”
No estudo que Carlos Evaristo fez sobre as tradições da Coroação, descobriu que o uso de um forro de
veludo nas Coroas Europeias foi algo que nasceu do uso combinado da Coroa do Monarca com o Barrete
Cardinalício (Vermelho) ou o Barrete de Dux Pontifício (Roxo) que o Rei Carlos II de Inglaterra uniu de
forma permanente em 1661. Foi um estilo que posteriormente a sua viúva, a Rainha Catarina de
Bragança, trouxe para Portugal.

Coroa mandada fazer por D. João VI

O Barrete Cardinalício era símbolo da Sagração e Unção dos Reis que os colocava em grau de
equivalência aos Cardeais como Príncipes da Igreja. Esse Barrete chamado de “Cap of Maintenance” ou Chapéu da Manutenção (Saberdoria) ainda é levado em Procissão durante as Coroações e chama-se o “Chapéu de Sabedoria” sendo que a cor ficou conhecida por “Portuguese Crimson” ou “Carmesim Português”, isto porque foi a partir de Portugal que a tradição de se forrar as coroas de veludo passou para todas as Coroas dos Monarcas Católicos da Europa.

Cap of Maintenance

A Coroa Imperial e a ligação Portuguêsa
Uma das peças da Regália Inglesa quetem ligação a Portugal é o chamado Rubi do Principe Negro, um
espinélio que é uma das jóias mais antigas da Coroa e que está hoje incorporada na Coroa de Estado ou
Coroa Imperial do Reino Unido.

Esta é uma jóia com uma história que remonta a meados do século XIV quando Pedro de Castela, chamado “O Cruel” ou “O Justo”, a adquiriu ao conquistar Sevilha. Foi retirada ao cadaver de Abū Sa’īd, Príncipe de Granada. É um rubi grande e irregular espinélio cabochão vermelho pesando 170 quilates (34 g) e que estaria incorporado num Colar de Regente usado por esse Principe.


Pedro de Castela, filho da Princesa D. Maria e por isso neto do Rei D. Afonso IV de Portugal, refugiou-se em Portugal quando em 1366 rompeu a guerra civil com seu meio irmão D. Henrique de Trastâmara. O
monarca que trouxe com ele as Jóias da Coroa foi recebido pelo seu tio, D. Pedro I a quem prometeu este magnífico rubi caso o ajudasse com um exército contra o ursurpador.

Mas o Rei de Portugal recusou-se ajudá-lo e Pedro de Castela aliou-se então ao Príncipe Negro, filho de Eduardo III de Inglaterra. A revolta do Príncipe Henrique foi reprimida com sucesso e depois da vitória o Príncipe Negro exigiu o rubi em troca dos serviços que havia prestado.

Mas o Rei recusou e só mais tarde, quando o Príncipe Negro voltou de Inglaterra para levar as duas filhas do Rei; Dona Constânça de Castela e Dona Isabel de Castela, para contrairem casamento com os dois irmãos do Rei, é que o
Príncipe Inglês terá levado o rubi amaldiçoado como dote, embora o mesmo tenha desaparecido dos registros históricos até 1415.

Para Carlos Evaristo esse é o ano em que a Rainha Filipa de Lencastre faleceu e por isso o mesmo acha que pode por isso ter sido oferecido à mesma pelo pai, João de Gand, Duque de Lencastre e sua mulher a Infanta D. Constânça de Castela, quando do casamento com o Rei de Portugal D. João I em 1387 e depois devolvida à Coroa Inglesa por testamento.

Casamento de D. João I com Filipa de Lencastre

A jóia que diz ter sido amaldiçoada pelo Príncipe de Sevilha, ficou com a Família Real Inglesa que a usou em colares e jóias até ao Século XIX, até que no reinado da Rainha Vitória, foi incorporado na cruz pátea
acima do diamante Cullinan II na frente da Coroa do Estado Imperial do Reino Unido.

A Coroa do Estado Imperial actual, foi porém refeita para a Coroação do Rei Jorge VI em 1937, substituindo a Coroa anteriormente feita para a Rainha Vitória. A Coroa é cravejada com 2.868 diamantes, além de várias jóias famosas como a Safira de Santo Eduardo, que dizem ter sido usada num anel por Eduardo, o Confessor. A Coroa também inclui o diamante Cullinan II, a segunda maior pedra cortada do grande Diamante Cullinan que antes de ter sido partido era o maior diamante jamais descoberto.

A Coroa do Estado Imperial é usada pelo Monarca quando deixa a Abadia de Westminster na Carruagem
de Ouro após a Coroação. Ao ser Coroado com a Coroa de Estado Imperial, hoje também conhecida por
Coroa do Commonwealth, o Monarca inglês dispensa ser coroado com a Coroas dos outros Reinos do
qual também é Monarca; como é o caso da Escócia, Irlanda do Norte e Gales e ainda de outros Domínios
como o Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Gibraltar que não possuem Regalia própria.

Jorge VI foi o último Rei a usar o chamado “Cap of Maintenance” após a Unção


Outras Coroas
Houve outras Coroas pessoais mandadas fazer pelos Reis e Rainhas de Inglaterra e algumas das que
sobrevivem são adornos extravagantes.

A mais extravagante de todas era a Coroa de Diamantes do Rei Jorge IV feita especialmente para a Coroação do pai da Rainha Vitória em 1821.

Jorge IV com a sua Coroa de Diamantes

Ornada com 12.314 diamantes, alguns provenientes de minas do Brasil Português, a Coroa fazia o Rei
parecer um “lindo pássaro do leste” pois era de desenho russo e baseada na Coroa de Diamantes dos
Czares. Uma inovadora moldura de ouro e prata foi criada por Philip Liebart da Bridge & Rundell e
projectada para ser quase invisível. Sob a mesma estava um barrete de veludo azul- escuro em vez de
carmesim Português ou roxo imperial.

Houve porém um adiamento à Coroação de Jorge IV devido a um julgamento a que esteve submetida a
esposa, a Rainha Carolina. O Rei que no final não teve dinheiro para pagar a Coroa teve de alugar pedras preciosas para a poder usar na Coroação e depois fazer-se representar com ela ao lado num quadro a
óleo oficial. A conta final para o aluguer de pedras para usar na coroa foi de £ 24,425.00.

Isabel II foi Coroada em 1953

Após a sua Coroação, o Rei mostrou-se relutante em desfazer-se da sua nova Coroa e pressionou o
governo a comprá-la para que ele a pudesse usar na abertura solene anual do Parlamento. Mas como
era muito cara, a Coroa foi desmantelada em 1823. O Rei Jorge como recordação comprou o modelo da
armação em bronze pelo modesto preço de £ 38, que hoje se encontra na torre de Londres com uma
inscrição ao lado onde se pode ler “Armação da rica Coroa Imperial de diamantes com a qual Sua
Santíssima Majestade o Rei Jorge IV foi Coroado a 19 de Julho de 1821″.

A armação da Coroa passou para a família Amherst que a emprestou ao Museu de Londres entre 1933 e 1985 altura em que foi a leilão tendo sido comprada em 1987 por Jefri Bolkiah, Príncipe de Brunei.

O novo dono apresentou ao Reino Unido um pedido de exportaçãoda armação para os Estados Unidos, pedido esse que foi negado durante uma análise do Comité de Revisão da Exportação de Obras de Arte.
Adquirido pela Crown Trust, a armação faz parte da Royal Collection da Torre de Londres.

Diamantes no valor de £ 2 milhões foram emprestados pela De Beers e são exibidos ao lado da armação para dar aos
visitantes uma ideia de como teria sido originalmente a peça mais extravagante que alguma vez existiu na Regália Inglesa.

Quando da Coroação do Rei Jorge V descobriu-se que algumas das pedras preciosas das Coroas do
Reino eram feitas de vidro de cor lapidado e não eram jóias verdadeiras. Estas pedras falsas foram
substituidas por verdadeiras por Jorge IV.

O Orbe
O Orbe é uma bola de ouro encimada por uma cruz, que representa o poder temporal do Soberano que
proveniente de Cristo Rei. Simboliza o Mundo Cristão com uma Cruz montada sobre o globo terrestre.
As faixas de jóias que o dividem em três secções representam os três Continentes conhecidos na época
Medieval.

Montado com cachos de esmeraldas, rubis e safiras rodeados por diamantes rosa e fileiras únicas de pérolas. Uma cruz no topo é cravejada com diamantes em talhe rosa, com uma safira no centro de umlado e uma esmeralda no outro e com pérolas nos ângulos e no final de cada braço.

O Orbe é benzido no Altar onde permanece até ao momento da Coroação em que é colocada na mão direita do Monarca que é assim investido com o Símbolos da Soberania Divina de Cristo Rei.

Os Ceptros
Os Ceptros representam os poderes do Rei; Temporal e Espiritual. O Cepto principal da Regália é o do Soberano e tem uma Cruz que tem sido usada desde 1661 em todas as Coroações. Contêm o magnífico diamante Cullinan I, o maior diamante lapidado incolor do mundo colocado em 1911 pelo Joalheiro Real Garrard que teve de reforçar a peça para suportar peso.

O Ceptro encimado pela Pomba, simbolizando o Espírito Santo e também foi criado para Carlos II. representa o papel espiritual do Soberano como Chefe da Igreja Anglicana e por isso é também conhecida como “ Vara de Equidade” ou “Cepto da Misericórdia”.

Um terceiro Ceptro da Regália foi criado para uso exclusivo das Rainhas Consorte.

Os Armilares ou Pulseiras da Força de Sansão
Os Armilares são pulseiras de ouro usadas pela primeira vez em Coroações Inglesas no século XII. No
século XVII, os Armilares deixaram de ser usados pelo Monarca, que passou somente a tocá-las na
Coroação.

Mas um novo par de pulseiras foi criado para a Coroação de Carlos II, em 1661 e têm 4 cm de largura, 7 cm de diâmetro com champlevé esmaltados na superfície com rosas, cardos e harpas (os símbolos
nacionais da Inglaterra, Escócia e Irlanda), bem como flores-de-lis.

Para a Coroação de Isabel II, em 1953, a tradição medieval foi revivida e um novo conjunto de pulseiras
de ouro liso em 22 quilates forradas com veludo carmesim português, foi apresentado à Rainha em
nome de vários governos da Commonwealth. Cada pulseira é equipada com uma dobradiça invisível e
um fecho em forma de Rosa Tudor. A marca inclui um pequeno retrato da Rainha, que continuou a usar
estes armilares ao deixar a Abadia, podendo ser vista usando-os também mais tarde, juntamente com a
Coroa do Estado Imperial e o Anel de Soberana, na sua aparição na sacada do Palácio de Buckingham.
Não se sabe se o Rei Carlos III vai tocar ou usar Armilares.


A Espada de Estado
Existem várias Espadas de Estado na Regália da Coroação de Inglaterra e estas refletem o papel do
Monarca como Defensor da Fé e Chefe das Forças Armadas; a Espada da Misericórdia (também
conhecida como Curtana), a Espada da Justiça Espiritual e a Espada da Justiça Temporal. Foram fornecidas na época de Jaime I entre 1610 e 1620, por um membro da Worshipful Company of Cutlers, usando lâminas criadas na década de 1580 pelos cuteleiros Italianos Giandonato e Andrea Ferrara.


Foram depositadas com as Insígnias de Santo Eduardo na Abadia de Westminister por Carlos II. A Espada
de Estado de duas mãos, feita em 1678, simboliza a autoridade do Soberano e também é carregada
perante o Monarca nas Aberturas Estatais do Parlamento.

A Espada de Estado Irlandesa é do século XVII e foi mantida pelo Lord Lieutenant of Ireland (um vice-rei) antes da independência da Irlanda do Reino Unido em 1922. Está exposta na Jewel House desde 1959.

O cabo tem a forma de um leão e um unicórnio e é decorada com uma harpa celta. Cada novo vice-rei era investido com a espada no Castelo de Dublin, onde geralmente ficava nos braços de um trono, representando o rei ou a rainha em sua ausência.

Foi carregado em procissão na frente dos Monarcas durante suas visitas oficiais a Dublin. Em Junho de 1921, a espada esteve presente na abertura oficial do Parlamento da Irlanda do Norte por Jorge V.

A espada foi exibida no Castelo de Dublin em 2018 como parte da exposição ‘Making Majesty’, sendo a primeira vez que esteve na Irlanda em 95 anos.

As Esporas de São Jorge
As Esporas que existem hoje foram também feitas para Carlos II e são de ouro maciço, ricamente
gravadas com padrões florais e pergaminhos. Têm tiras de veludo carmesim português bordadas em
ouro. Ambos os pescoços terminam com uma Rosa Tudor com uma ponta no centro.

São símbolo da Cavalaria e denotam o papel do Soberano como Chefe das Forças Armadas e Grão Mestre das Ordens e com o poder de Investir Cavaleiros. Sabe-se que Esporas de ouro foram usadas pela primeira vez em 1189 na Coroação de Ricardo I, embora seja provável que tenham sido introduzidas por Henrique, o Jovem Rei, em 1170, e esse elemento do
Ritual foi provavelmente inspirado na Cerimónia de Investidura dos Cavaleiros.

Um par de esporas douradas, de meados do século XIV, foi adicionado às Joias de Santo Eduardo na Abadia de Westminster em 1399, e usadas em todas as Coroações até sua destruição em 1649.
Historicamente, as esporas eram presas às botas de um Monarca, mas desde a Restauração que elas são
simplesmente roçadas nos calcanhares dos Soberanos ou mostradas às Rainhas.

No túmulo recém aberto do Rei D. Dínis, em Odivelas, o esqueleto do Monarca foi encontrado com
vestígios de esporas que terão sido sepultadas com ele.

O Bastão Relicário oferecido a Catarina de Bragança por Carlos II e Relíquia para um novo Bastão –
Relicário oferecida pelo Papa Francisco ao Rei Carlos III

A tradição de Sagrar os Monarcas e de os abençoar com Relíquias foi algo que se perdeu na Inglaterra
depois do Cisma de Henrique VIII e no resto da Europa com a abolição dos monarcas absolutos. A
reforma de Cromwell e a implementação da Monarquia Constituicional no Século XVII destruiu a maior
parte das Relíquias no Reino Unido e acabou com o uso da Cruz Bastão do Monarca contendo Relíquias.
Mas o Papa Francisco veio agora mudar tudo isso ao oferecer ao Rei Carlos III para a sua Coroação, dois
pedaços da Relíquia do Santo Lenho, a Relíquia da Madeira da Cruz de Jesus Cristo, uma Relíquia Insigne
trazida para Roma pela Imperatriz Mãe Santa Helena para adornar a Regália Imperial de seu filho
Constantino, o primeiro Imperador Cristão.

Carlos Evaristo é perito nessa história e conhece bem as Relíquias da Colecção Imperial de Relíquias guardada na Basílica Romana da Santa Cruz “em” Jerusalém, (assim chamada por estar construída sobre toneladas de terra do Monte do Calvário trazida pela Imperatriz). Evaristo vê neste gesto de Francisco, que passou despercebido a muitos, algo de extraordinário pois restaura na Monarquia Inglesa algo de
Sagrado que foi perdido com o protesto de Henrique VIII e nunca mais retomado após a implantação da República Inglêsa. O uso pelo Monarca de uma Cruz-Relicário Processional ou Bastão-Relicário era algo semelhante ao uso das Cruzes Processionais e Báculos pelo Papa e os Bispos.

Estas cruzes tinham nelas uma relíquia com que o Rei conduzia espiritualmente o seu rebanho “Católico” para Cristo, o Bom Pastor. A chamada Cruz de Santo Eduardo, o Bastão – Relicário em uso desde os tempos dos primeiros Reis Anglo-Saxónicos Cristãos foi supostamente oferecido pelo 1º Arcebispo de Cantuária mas perdido pelo Rei Ricardo, Coração de Leão, quando esse foi capturado e mantido refém durante as Cruzadas.


Foi depois substituído pelo Bastão – Relicário de Santo Tomás Beckett, o Arcebispo de Cantuária, morto
em 1170 por soldados do Rei Henrique II, que ao ouvirem o Monarca dizer em tom de lamento; “quem é
que me livra deste bispo medonho?” trataram de o assasinar.

Para relembrar aos Monarcas Inglêses essa tragédia, a Relíquia do Báculo ensanguentado do Arcebispo Mártir foi revestido de prata e passou a ser a Cruz-Bastão dos Reis do Reino Unido. Usada a última vez na Coroação do Rei Carlos I a relíquia foi depois oferecida por Carlos II à sua mulher, a Rainha Catarina de Bragança, que a levou consigo para Portugal depois de ficar viúva. Está hoje na Colecção do Paço Ducal de Vila Viçosa.
Existe um outro Bastão o Chamado Saint Edward’s Staff que é uma bengala de ouro cerimonial de 1,4
metros de comprimento (4,6 pés) feita para Carlos II usar em 1661. Não tem relíquia e é de um modelo
simples com uma cruz no topo e uma lança de aço na parte inferior.

É uma cópia da longa vara mencionada na lista de placas e joias reais destruídas em 1649, embora a versão pré-Interregno fosse um Bastão-Relicário de ouro e prata encimada por uma pomba e contendo uma relíquia que era colocada no Altar durante a Coroação.

A Relíquia agora oferecida pelo Papa já foi colocada por ordem do Rei Carlos III numa cruz de prata Celta oferecida em 2021 por Francisco e agora transformada pelos Ourives Reais numa nova Cruz-Bastão, o primeiro Relicário a ser usado por um Monarca em mais de 400 anos.

Outras Insígnias Reais usadas na Coroação

Durante o serviço de Coroação, o novo Soberano é também apresentado com vários ornamentos que
simbolizam a natureza espiritual da realeza. Estes incluem mantos, um anel, maços de guerra (chegou a
haver 16 maços mas hoje só sobrevivem 13), trombetas de aclamação e outras coroas e ceptros
menores que se destinam a ser utilizados pelas Rainhas Mãe, Consortes e pelo Príncipe de Gales e
Príncipes de Sangue Real.


A Copa ou Cálice da Fortaleza
É costume o novo Monarca oferecer para a Abadia de Westminister em sinal de agradecimento pela sua
Coroação, um conjunto de Cálice e Patena para culto Eucarístico. Esta tradição Europeia segundo Carlos Evaristo era baseada na Lenda do Santo Graal, o Cálice da última Ceia de Cristo que ficou popularizado no Culto Graalico do Conto Medieval do Rei Artur. Segundo uma lenda Medieval esta Relíquia terá sido levada para Inglaterra por São José de Arimateia e guardada na Abadia de Glastonbury onde os Reis de Inglaterra iam beber do mesmo para receberem a Sabedoria Salomónica. Mas tudo isso é lenda pois o único Graal reconhecido pela Igreja Católica como tal é o Cálice da Catedral de Valência que fazia parte das joias da Coroa dos Reis de Aragão.

Carlos Evaristo examina o Santo Cálice de Valência

O Santo Calíce de Valência incorpora uma copa de pedra do Século I que um estudo arqueológico identificou como sendo um copo pascal judaíco e que pode muito bem ter sido usado por Cristo antes de ter sido transformado num Cálice ornamentado pelo Sultão do Egipto na Idade Média. É durante a Coroação dos Reis de Inglaterra que os Cálices, Patenas e Pratos Litúrgicos anteriormente oferecidos à Abadia de Westminister por Monarcas antecessores, são exibidos no Altar para relembrar a Realeza Sacerdotal de Malquisedec, Rei de Salem e Sacerdote de El Elyon referido no Antigo Testamento. Outro Santo invocado é Zadoc cujo Arcebispo simboliza durante a cerimónia. Zadoc era o Sacerdote que ungiu David e Salomão tal como relembra letra da Música do mesmo nome composta por Jorge Handel para a Coroação do Rei Jorge II em 1727, e que será cantada na Coroação de Carlos III.

A REGÁLIA DA RAINHA CAMILA
Quanto à Rainha Consorte Camila sabemos que o título confirmado pela Rainha Isabel II para a esposa
do futuro Rei por ordem do mesmo deixará de ser usado após a Coroação pois quer Carlos III que seja
Rainha de facto.

Camila vai ser também coroada com uma Coroa que pertenceu à Rainha Maria, mulher de Jorge V e que
foi modificada com a colocação dos Diamantes Cullinan III, IV e V, pedaços menores dos Diamantes Cullinan I e II que estão na Regália do Rei e que Isabel II mandou transformar em pendentes de alfinete.

A modificação da Coroa deve-se ao facto de que o Palácio de Buckingham confirmou em Fevereiro que o diamante Koh-i-Noor não faria parte da Coroação do Rei Carlos e da Rainha Camilla.


O grande diamante foi dado à Rainha Vitória em 1849 como condição do Tratado de Lahore, que encerrou a primeira Guerra Anglo-Sikh, mas acredita-se que a jóia tenha vindo da Índia, e muitos indianos consideram a pedra como um pedaço de sua história nacional, roubado durante o reinado do
Império Britânico. A Rainha Camila também terá direito a orbe, ceptro e ao uso de dois mantos reais; o primeiro aquele nque foi usado por Isabel II durante a Coroação, e depois, outro feito propositadamente para a Rainha Camila desfilar.

Humberto Nuno de Oliveira

6 de Maio de 2023

Fotos: Arquivo Lyon Court, RTP, Arquivo Fundação Oureana e Arquivo Royal Collection Trust

*Carlos Evaristo, é Presidente da Direcção Vitalício da Fundação Oureana. Nasceu junto de um Castelo em London (Ontário) e reside hoje no Castelo de Ourém. É Comentador da RTP e CNN e Perito em Iconografia Sacra Medieval. Súbdito de Sua Majestade, conhece bem todo o ritual e tudo o que a Coroação simboliza. Nobre Escocês com o título de Barão Bailio de Plean. Foi o primeiro, e até hoje, o único Súbdito de Sua Majestade, de nacionalidade Luso-Canadiana, a poder usar Brasão de Armas e Bandeira em Flâmula e ainda um padrão pessoal de Tartã; honras concedidas em 2020, pela Rainha Isabel II através do seu Lord Lyon, Rei de Armas da Escócia. Evaristo é quem legalmente substitui o Barão de Plean nesse Condado aquando da sua ausência. George Way, Barão de Plean é Membro da Corte do Lord Lyon da Escócia e tem o título de “Carrick” sendo um dos três Guardiões da Regália de Carlos III como Rei da Escócia, Jóias que incluem a “Pedra da Coroação” colocada no Trono ou Cadeirão de Santo Eduardo, a peça mais importante de todo o Ritual da Coroação.

Poderá rever na RTP Play a explicação feita por Carlos Evaristo sobre o tema da Regalia da Coroação. Ver Programa “Praça da Alegria” transmitido a 4 de Abril de 2023.

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Carlos Evaristo em entrevista ao Diário de Notícias: “Festa das Santas Relíquias de Belver é uma celebração única no país!”

Procissão anual leva urna relicário com relíquias à volta da Vila de Belver

“A vila protegida de Deus onde a história salva o futuro das jovens gerações”

FESTAS Agosto é tempo de regresso às raízes, em vilas e aldeias de bisavs e avós onde a história é feita de lendas e verdades. Nesta localidade alentejana, ficção e realidade uniram-se há muito tempo para proteger a continuidade desta terra e das suas gentes. Este domingo honram-se as Santas Relíquias de Belver, esperando-se uma afluência recorde.

Do alto de um monte, com vista sobre o rio Tejo, Belver é Terra de Guidintesta, envolta num ar de magia e fé em honra das Santas Relíquias. Hoje, é dia de festa e a gente regressa à terra para um reencontro anual. Jovens e anciãos, paróquia e Clube Recreativo e Desportivo Belverense, unem-se para criar “uma celebração única no país”, diz Carlos Evaristo, arqueólogo especialista em relíquias sagradas. O culto secular coloca o poder de Deus nas ruas de Belver. Resta saber se é possível desvendar o que são as Santas Relíquias da vila. Mil anos antes, talvez também em dia de festa, uma princesa clamou, na colina do castelo junto a uma oliveira que ainda lá está, “mas que belo ver”, batizando assim este ponto das Terras de Guidintesta. Pelo menos é assim que diz a lenda, que em Belver é inseparável da História, num Alto Alentejo fronteiriço à Beira Baixa, lugar de fusão de costumes e tradições.

Afirmando que “existe uma parte de factos históricos e outra de lenda associada às relíquias”, o historiador belverense CarlosGrácio mantém um profundo “respeito pela originalidade e longevidade que as Santas Relíquias têm no imaginário e memória de Belver, de tal forma que ligam o religioso e profano numa celebração única”. O que são as Santas Relíquias “é o mistério”. Carlos Grácio ouviu a sua mãe contar que “nos anos de 1950 o relicário foi aberto e lá dentro estava uma caixa com várias divisórias onde as relíquias estavam dispostas em saquinhos, entre elas um anel de prata do bispo S. Braz, em honra de quem foi erguida a Ermida de S. Braz, dentro dos muros do Castelo de Belver e onde, originalmente, estavam depositadas as relíquias”. O que estaria nos saquinhos? E se as Santas Relíquias de Belver forem pedaços do poder de Deus na Terra? Lenda dourada ou fé inabalável?

Carlos Evaristo está na senda das relíquias portuguesas há décadas. Arqueólogo e historiador, integra um projeto da Fundação Histórico Cultural Oureana para catalogação destes artefactos em Portugal. Das Santas Relíquias de Belver conhece a “Lenda Dourada”, como é denominado o folclore criado em torno de devoções.

Citação completa de Carlos Evaristo: “O regresso das Santas Relíquias a Belver, depois de roubadas ou removidas, navegando sozinhas Tejo acima é um conto que se repete em outras terras da Península Ibérica, omo em Oviedo”, explica. “O mais provável é que as Relíquias foram pilhadas pelos Franceszes ou retiradas dos bustos relicários da Lipsanotheca do Castelo de Belver aquando da desacralização em 1834 mas isso são teorias minhas que preciso de investigar. O certo é que a devolução à Paróquia das relíquias, pilhadas no século XIX pelas tropas de Napoleão ou retiradas e colocadas numa Arca são algumas hipoteses viaveis. Outra é que tenam sido pedidas outras mais tarde ao Vaticano que, depois, as fez chegar novamente a Belver. Numa das hipoteses é certo que as mesmas foram transportadas provavelmente de barco pelo Tejo acima e daí a origem da lenda”.

A primeira referência identificada por Carlos Evaristo sobre este misterioso conjunto de objetos é de 1555, data em que foram trazidas para Belver, pela primeira vez, por D. Luís, filho do rei D. Manuel I e, à época, Prior do Crato, sendo a este priorado que pertencia a Ordem dos Hospitalários” detentora das Terras de Guidintesta. O que eram as Santas Relíquias no século XVI “não se consegue verdades. Nesta localidade alentejana, ficção e realidade uniram-se há muito tempo para proteger a continuidade desta terra e das suas gentes. Este domingo honram-se as Santas Relíquias de Belver, esperando-se uma afluência recorde.”

(…)

Sobre o que estará guardado hoje no relicário, Carlos Evaristo apurou em arquivos oficiais que Citação completa de Carlos Evaristo: “guarda várias relíquias provávelmente,. sem estarem e, relicários ou tecas pois foram retiradas dos bustos relícários existentes na Capela do Castelo que estão vazios assim sendo estão certamente dentro de envulcros de papel ou de pano com equiquetas ou escritos a identificar as mesmas e daí elas estarem numa espécie de arca que é venetrada. Mas consta também que existem outras em relicários de prata tal como uma relíquia de São Sebastião, outra de São Braz, Patrono da Ermida e ainda algumas referencias a ceras”.

As ceras em relicários são, habitualmente, Agnus Dei, Citação completa de Carlos Evaristo: pedaços de discos ovais imbuídos de benções contra os males benzidas pelo Papa e seus Cardeais a cada 7 anos do Pontificado e assim emanam o poder de Deus canalizado por uma bênção do seu representante na Terra: o Papa”.

Com pedaços do poder de Deus a percorrer todos os anos as ruas de Belver, não é de espantar
que a vila se mantenha a salvo de todos os males. “Facto é que em tempo de aflição as pessoas recorrem às Santas Relíquias e são atendidas”, conta Martina de Jesus, presidente da Junta de Freguesia.

(…)

A autarca não tem dúvidas de que “a história, folclore e etnografia de Belver representam o passado e são o futuro da terra”, que encontrou grande desenvolvimento no turismo de natureza e turismo cultural. O Castelo de Belver. “ (…)

Citação completa de Carlos Evaristo: Tal como as replicas da Arca da Aliança que são levadas em procissão pelos Padres Coptas de Gondar na Etiópia, ninguém sabe o que vai dentro da Arca Relicário de Belver.

TEXTO ANA MARTINS VENTURA

Diário de Notícias, 19 de Agosto de 2022

(Página 18 – Local)

https://www.dn.pt/local/belver-a-vila-protegida-de-deus-onde-a-historia-salva-o-futuro-das-jovens-geracoes-15100393.html?fbclid=IwAR0k4junkoRWjxXTsmLOG4OUFGLGFCvRzAXKq5uS-j8bCVDZRu6qNCADdQk

A equipa de peritos de Carlos Evaristo está a levar a cabo a reautenticação das relíquias da Peninsula Ibérica e já reautenticou os relicários da fabulosa colecção da Igreja de Nossa Senhora do Pópulo em Braga entre outras colecções insignes. Para Evaristo; “As Relíquias da Arca de Belver deviam de ser estudadas e reautenticadas com a colocação de selos de lacre e emissão de Autenticas novas em conformidade com as normas e rubricas da Santa Sé para veneração pública de relíquias. Estas normas foram recentemente promulgadas pelo Papa Francisco e por isso esperamos que permitam que se realize este trabalho”.
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Faleceu Francisco Ramalho; Foi Chanceler da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala

NOTÍCIA – É com triste pesar que comunicamos o falecimento, ontem, 9 de Julho de 2022, de Francisco Pereira Ramalho (Mestre), Chanceler Emérito da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala e um dos mais antigos membros da Ordem de São Miguel.

“O Senhor Ramalho” como era carinhosamente tratado por todos, nasceu em Moura, no Alentejo, a 4 de Março de 1932, tendo sido durante muitos anos bibliotecário da Fundação Calouste Gulbenkian, primeiro em Lisboa, e depois em Santarém.

Casou a 18 de Setembro de 1966, com Maria Isabel Diniz Pereira Ramalho, falecida em 1999, e com a qual teve duas filhas; Isabel Diniz Pereira Ramalho Jorge e Berta Diniz Pereira Ramalho falecida em 1994.

Francisco Ramalho era Membro Fundador da R.I.S.M.A

Monárquico assumido, Francisco Ramalho foi fundador a 16 de Novembro de 1987, da primeira Real Associação nacional em Mogadouro então denominada DECORO = Real Associação Escalabitana para a Defesa da Coroa, e depois com seu amigo de longa data, o Senhor Marquês de Rio Maior, D. João Vicente Saldanha de Oliveira e Sousa, fundou a Real Associação de Santarém, hoje Real do Ribatejo.

Foi Membro Fundador da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala em 2001, e desde a fundação que fazia parte do Comando Geral da Real Associação de Guardas de Honra dos Castelos Panteões e Monumentos Nacionais, do Conselho dos Condestáveis da Real Confraria do Santo Condestável e membro da Real Irmandade do Santíssimo Milagre de Santarém.

Francisco Ramalho era Grã-Cruz com Colar da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala e também Cavaleiro Grã – Colar da Real Ordem de São Miguel da Ala, tendo sido investido em 1981, por S.A. R. o Duque de Bragança e o então Chanceler das Ordens Prof. Marcello de Morães. Era também Comendador Honorário da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e Cavaleiro com Colar da Ordem de Mérito da Casa Real. Tinha recebido a Medalha de Mérito de ambas as Ordens Dinásticas da Casa Real pelos longos anos de serviço e dedicação à Causa Monárquica e o seu empenho como Assessor do Chefe da Casa Real, D. Duarte Pio de Bragança.

Francisco Ramalho e o Marquês de Rio Maior

Em 2001, Francisco Ramalho foi nomeado Vice-Chanceler da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala, cargo que exerceu até 2017, altura em que foi promovido a Chanceler devido à elevação do Marquês de Rio Maior a Chanceler Mor por morte de S.A. D. Henrique de Bragança, Duque de Coimbra.

Em 2019, foi exonerado dos cargos que ocupava por motivos de saúde, tendo recebido em 2020 o grau de Grã-Cruz com Colar da R.I.S.M.A. por ocasião dos 850 anos da Ordem de São Miguel da Ala e os 20 anos da Real Irmandade da mesma Soberana Invocação. Infelizmente, por ter contraído COVID 19 não pôde participar nas Cerimónias de abertura do Ano Jubilar de São Miguel da Ala que tiveram lugar no Mosteiro de Alcobaça.

Era membro Grã-Cruz das Ordens Dinásticas de várias Casas Imperiais e Reais Patronas do Instituto Preste João do qual era também membro fundador; nomeadamente as Casa da Etiópia, da Geórgia, do Ruanda, do Vietnam, do Montenegro, do Havai, do Kupang, do Sulu, etc.

Representou no estrangeiro, várias vezes, a Chancelaria das Ordens Dinásticas da Casa Real Portuguesa, e presidiu com os restantes membros da Chancelaria. aos Capítulos Gerais da R.I.S.M.A. que tiveram lugar em Casale Monferrato e Roma, Itália, Santiago de Compostela e Oseira, Espanha tendo participado em várias Peregrinações Internacionais que ajudou a organizar; a Fátima, Santiago de Compostela, ao Vaticano, a Pádua e a Veneza.

Na Missa de Corpo presente que teve lugar hoje, pelas 12:00 Horas, somente com os familiares e alguns amigos mais chegados a assistirem na Capela do Crematório em Santarém, o Manto da Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala e as suas condecorações cobriam o caixão.

À família enlutada a Família Real Portuguesa e a Chancelaria das Ordens Dinásticas da Casa Real Portuguesa e Cúria, enviam os mais sentidos pêsamos.

A filha: Maria Isabel Diniz Pereira Ramalho Jorge, o genro Ângelo Rui Jacinto Jorge o os neto Pedro Miguel Ramalho Jorge e Rita Isabel Ramalho Jorge, agradecem a todos os amigos que manifestaram e continuam a manifestar o pesar pelo falecimento de Francisco Ramalho.

R.I.P. Francisco Pereira Ramalho (Mestre)
4 de Março de 1932 – 9 de Julho de 2022

COMUNICA-SE que haverá uma Missa de 7º dia presidida pelo Capelão Mor Adjunto da R.I.S.M.A. na Capela de Cristo Rei da Regalis Lipsanotheca, no Castelo de Ourém, Sábado, 16 de Julho de 2022, pelas 17:30 Horas, e outra Missa, em Santarém, na Igreja Paroquial de Marvila, Domingo, 17 de Julho de 2022, pelas 12:00 Horas.

No Columbário da Fundação Oureana será inaugurado com Honras de Exéquias Fúnebres, a 24 de Setembro de 2022, o Memorial a Francisco Pereira Ramalho (Mestre) amigo benfeitor da Fundação Oureana por quem os membros do Conselho de Curadores, Direcção e Conselho Jurídico – Fiscal rezam:

Dai-lhe, Senhor, o eterno descanso 
Entre os esplendor da luz perpétua. 
Descanse em paz.

Ámen

11 de Julho de 2022

Armas de Óbito de Francisco Ramalho desenhadas pelo Desenhador Heráldico Mathieu Chaine
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Fundações ajudam Real Confraria do Santo Condestável com patrocínio de transporte de bens para Apoio Social em Portugal e em África

A Real Confraria do Santo Condestável, um Apostolado Canonicamente erecto no espírito do laicado Carmelitano tem vindo, desde 1996, a servir de Departamento Socio-Caritativo das Fundações Oureana e D. Manuel II. A mesma organização acaba de realizar mais uma série de acções socias em antecipação da Festa do seu Patrono, São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira.

O Coordenador de Acção Social David Alves Pereira com o carregamento de bens entregue em Évora

Teve início no mês de Outubro, Mês dedicado a Nossa Senhora do Rosário, mais uma série de campanhas para angariação e entrega de bens aos mais carenciados, tanto em Portugal como em África. Os bens resultam de um esforço nacional levado a cabo por parte da Coordenação Norte da Real Confraria e da Associação Mãos Unidas com Maria em Fátima para a recolha de roupas e outros bens de primeira necessidade para os pobres.

O Duque de Bragança em trabalho de voluntariado na Sede da ONG – “SIM”, no passado mês de Agosto

Foi o Coordenador Social da Real Confraria do Santo Condestável; Jorge Manuel Reis Gonçalves, juntamente com seus irmãos voluntários; os Confrades António e José Gonçalves, que procederam, por quatro vezes, à recolha e transporte em camião TIR, de toda uma série de bens usados recolhidos e também doados pessoalmente pelo Coordenador Regional Norte da Real Confraria; Rui Salazar de Lucena e Mello.

Dom Duarte de Bragança e a Drª Carmo Jardim no armazém da ONG – SIM, a 26 de Agosto de 2021

Seguidamente, foi preparado pela prima do Coordenador Rui Mello, a Coordenadora Marília Oliveira, o recheio de outro contentor de bens usados transportados pela ONG -“SIM” da Drª Carmo Jardim.

O Duque de Bragança em trabalho de voluntariado na Sede da ONG – “SIM”, no passado mês de Agosto

Um quinto carregamento de bens foi descarregado, há duas semanas, nos portos de contentores de Lisboa e Setúbal, tendo na altura, o Coordenador Geral e Condestável-Mor da Real Confraria, Carlos Evaristo, e sua mulher, a Confradesa Margarida Evaristo, acompanhado o processo em representação das Fundações D. Manuel II e Oureana que patrocinaram a recolha, transporte e logística dos voluntários.

O Juiz da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde, Ricardo Louro, acompanhado dos Irmãos voluntários.

A Associação Mãos Unidas com Maria, cuja Fundadora e Presidente é a dedicadíssima Confradesa Florinda Marques, também recolheu e preparou um outro carregamento de roupas de inverno para homem, mulher e criança, mantas e roupas de cama, assim como outros bens essenciais para crianças e também brinquedos. Estes bens porém, estão destinados aos mais desfavorecidos da Arquidiocese de Évora. Foi graças à pareceria de colaboração social existente com a Real Confraria do Santo Condestável que foi patrocinado e coordenado a entrega de hoje.

O Coordenador David Alves Pereira com o Juiz da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde, Ricardo Louro, acompanhado dos Veneráveis Irmãos voluntários

O material carregado em Fátima pela Florinda Marques e o Coordenador Social David Alves Pereira, que actuando na qualidade de Alcaide da Real Confraria do Santo Condestável e Comandante Geral Adjunto da Real Guarda de Honra, quis pessoalmente patrocinar todas as despesas de transporte em nome das organizações que representa.

A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria
A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria

Já em Évora foram Veneráveis Irmãos Voluntários da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora que receberam o carregamento que seguidamente irão entregar em parte às Casa Religiosas e à Santa Casa da Misericórdia de Évora. Estes bens, em grande parte, roupas, sapatos, mantas e brinquedos, serão distribuídos, por ocasião da Festa do Santo Condestável, pelos pobres e mais desfavorecidos da Arquidiocese incluindo famílias de migrantes.

A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria
A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria

Durante uma reunião com Coordenadores a semana passada em Sesimbra, o Condestável Mor da Real Confraria e Comandante Geral da Real Guarda de Honra, Carlos Evaristo, disse: “Estes bens enviados para Angola e Moçambique vão complementar um carregamento, já entregue, em Agosto, à ONG – SIM, pois o Sr. D. Duarte de Bragança, através da Real Confraria e das Fundações D. Manuel II e Oureana, quis ajudar as vítimas de Cabo Delegado, os pobres em Angola e São Tomé e Príncipe mas também pretende ajudar os mais necessitados em Cabo Verde e os refugiados da Síria, em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal.”

Carlos Evaristo
Presidente da Direcção da Fundação Oureana

Para Carlos Evaristo; “É muito bom ver a Real Confraria e anteriormente, os Peacemakers, organização que criamos há 25 anos com o falecido John Haffert e posteriormente que desenvolveram actividades no estrangeiro com a ajuda dos falecidos Phillip Kronzer e o Capelão Padre John Mariani e isto sob a orientação do Vice-Postulador da Causa do Beato Nuno, o Padre Francisco Rodrigues, O. Carm. e do Bispo de São Tomé e Príncipe D. Manuel António Mendes dos Santos. Hoje, são associações de fieis que servem de departamentos de acção social das Fundações e com grandes papeis activos na Igreja no campo da acção social, tanto em Portugal com em África. Importante também são as parcerias estabelecidas com organizações homólogas pois ninguém por si só consegue fazer o que se faz em conjunto. Fazemos isto em nome e em memória de São Nuno que com a sua Confraria e um Caldeirão, iniciou este trabalho social de recolha de alimentos e bens para os pobres de Lisboa a partir do Carmo em Lisboa. É ele o verdadeiro fundador da acção social em Portugal muito antes da Rainha D. Leonor e das Misericórdias que hoje têm um papel tão importante na sociedade. É igualmente importante a coordenação de trabalho de limpeza, desinfecção e preparação dos bens doados pelas pessoas voluntárias dedicadas tais como a equipa da Drª Carmo Jardim, a Florinda Marques, a Marília Oliveira e o Rui Mello. Mas igualmente importante é o trabalho dos voluntários no carregamento e transporte e aqui são as Fundações e as ONG que patrocinam as despesas, incluindo o envio de contentores. Agora esperamos poder ajudar com o envio de outro que queremos ainda patrocinar este mês para Cabo Verde e com bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria que incluem mobiliário e material escolar.” !”

Este ano a Festa de São Nuno de Santa Maria e o Capítulo Geral da Real Confraria do Santos Condestável, tem lugar na Igreja do Santo Condestável, em Lisboa, com Investiduras a iniciarem pelas 18:30 Horas, seguido depois de Missa Solene e Jantar de Convívio dos Confrades.

Os Confrades; Ricardo Louro e David Pereira
Logo da Associação Mãos Unidas com Maria
Peacemakers, Obra de Acção Social da Real Confraria do Santo Condestável

30 de Outubro de 2021

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SANTO GRAAL – O cálice usado por Jesus na Última Ceia está na Catedral de Valência

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O perito em Relíquias Carlos Evaristo examina o Santo Graal na Catedral de Valência na companhia do Zelador Don Jaime Sancho Andreu, do Realizador Paul Perry e de Don José Leto Melero Crespo (Vice-Presidente Confradia del Santo Caliz de Valencia.

O Santo Cálice, conhecido desde a tradição medieval como o Santo Graal, é uma das relíquias mais sagradas de sempre e tem inspirado numerosas histórias na literatura e no cinema. Será verdade que esta peça esteve nas mãos de Cristo? Conheça aqui a sua história e onde ainda hoje o contemplar.

A palavra graal deriva provavelmente do Latim gradalis, que significa jarra, recipiente, e refere-se ao cálice de vinho que Jesus usou durante a Última Ceia.

El Santo Cáliz de Valencia | Reliquiosamente

Tanto os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) como São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, mencionam que Jesus usou um cálice na Última Ceia com os seus discípulos: «Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos eles beberam» (Mc., 14,23), e «do mesmo modo, depois da Ceia, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que beberdes dele, fazei-o em memória de Mim”» (1Cor., 12,25-26). Mas as informações sobre o paradeiro desse cálice encontramo-las na famosa Legenda Áurea (Lenda Dourada), uma colectânea sobre a vida e as histórias dos santos, elaborada por volta de 1260 pelo dominicano Tiago de Voragine, e que teve um grande sucesso na Idade Média. Aqui é-nos dito que São Pedro teria levado o Santo Graal para Roma, onde permaneceu por cerca de dois séculos e foi utilizado pelos Papas na liturgia eucarística. Sendo o maior indício disso a oração eucarística primeira (ou cânone romano) em que o sacerdote diz ao consagrar o vinho, referindo-se a Jesus: «Tomou este sagrado cálice em suas santas e adoráveis mãos».

SANTO GRAAL
O Santo Graal – Cálice da Última Ceia de Cristo venerado na Capela da Catedral de Valência,

No ano 258, o 24.° sucessor de Pedro, o Papa Sisto II, recusando ao imperador Valeriano oferecer um sacrifício pagão no templo de Marte, antes de ser martirizado encarregou o diácono Lourenço, tesoureiro da Igreja, de dispor dos tesouros da Igreja como julgasse melhor. Por isso, o diácono Lourenço foi martirizado por não ter entregado ao imperador os bens da Igreja, mas os ter distribuído pelos pobre de Roma. No século seguinte, o imperador Constantino mandou construir um oratório no local da sepultura de São Lourenço que mais tarde veio a tornar-se numa das basílicas papais de Roma. Num dos frescos da basílica, destruído pelos ataques durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943, um soldado ajoelhado recebia um cálice das mãos de São Lourenço e outro soldado testemunhava a cena, e ambos teriam recebido a missão de levar a relíquia para um lugar seguro.

A tradição diz que este dois soldados romanos cristãos são os primeiros cavaleiros do Santo Graal e que foram bem sucedidos na missão que lhes foi confiada: levar o Santo Cálice para a casa dos pais de São Lourenço, nos arredores de Huesca, em Espanha, e que Orêncio e Paciência, juntamente com o seu irmão gémeo, se tornaram os guardiães do cálice da Última Ceia.

Historia
O Santo Graal é somente a copa superior do Cálice.

Em 533 a relíquia terá passado para a catedral de Huesca e aí custodiada. Por causa da invasão moura em 711, o Santo Cálice terá sido levado pelo bispo Adalberto para não cair nas mãos dos inimigos da fé cristã, e foi passando por várias igrejas até chegar ao mosteiro de São João da Penha, a cerca de trinta quilómetros de Huelva. Em 1399, o rei Martinho terá exigido a relíquia e em troca ofereceu ao mosteiro um cálice de ouro. O Santo Graal foi assim levado para a capela do palácio de Aljafería, em Saragoça, e duas décadas depois foi levado para a residência real em Barcelona. Afonso V pediu um empréstimo à Igreja para custear as guerras da expansão do reino e deu como garantia a relíquia do Santo Cálice. Impedido de saldar a dívida, o tesouro real, incluindo o Santo Cálice, foi entregue ao cabido da catedral de Valência, em 1437, e o cálice era utilizado apenas na Quinta-feira Santa pelo arcebispo. Em 1809, por causa das invasões napoleónicas, o Santo Cálice teve de ser levado, mas regressou à catedral de Valência. Durante a guerra civil espanhola, em 1936, a catedral de Valência foi saqueada e incendiada, mas a relíquia foi preservada. Esta foi ainda cobiçada pelo regime nazi, mas mais uma vez o Santo Cálice foi escondido e restituído novamente à catedral de Valência, onde ainda hoje se encontra e pode ser visto numa das capelas medievais rebatizada com o nome de Capela do Santo Cálice.

O aspecto que o actual cálice tem não é o original, apenas a copa superior (em ágata polida, de origem oriental e datada entre os anos 100 e 50 antes de Cristo) é considerada aquela usada por Jesus. A base, decorada com duas esmeraldas, dois rubis e 27 pérolas, bem como a haste, o nó central e as duas asas laterais tem um estilo de ourivesaria árabe de Sevilha ou de Córdoba, e são acrescentos posteriores.

O aspecto actual como Cálice despois de adicionada uma base e duas pegas.

Outro itinerário do Santo Graal, diferente do da Lenda Dourada, desde a sala da Última Ceia até à catedral de Valência, é referido por Carlos Evaristo e Fábio Tucci Farah na obra “Relíquias Sagradas” (Paulus Brasil, 2020), tendo por base dois pergaminhos encontrados no Cairo, documentos do Século XI escritos por Al-Qifti, e as pesquisas da especialista Catalina Martin Lloris: «O Santo Graal não teria sido carregado a Roma por São Pedro. Nem enviado secretamente a Huesca por São Lourenço. Ele teria permanecido alguns séculos em Jerusalém, na Basílica do Santo Sepulcro, onde seria venerada por Egéria, o Venerável Beda e inúmeros outros peregrinos. E desembarcaria na Península Ibérica pela mediação diplomática do emir de Dénia».

Mas o Santo Graal é muito mais do que história e mistério, é símbolo do maior dom que Cristo deixou à Humanidade: a Eucaristia. Por meio desta, somos regenerados no corpo e na alma, acolhendo Cristo que Se faz alimento para nós. A Eucaristia que é celebrada todos os dias em qualquer parte do mundo é o verdadeiro Santo Graal que produz efeitos de santidade em nós.

João Paulo II e Bento XVI celebraram com o Santo Cálice

João Paulo II presidiu à ordenação sacerdotal de 141 diáconos, em Valência, em 8 de Novembro 1982, mas antes venerou e na Eucaristia usou o Sagrado Cálice.

Na homilia exortou os ordenandos: «Será a Eucaristia vértice do vosso ministério de evangelização, ápice da vossa vocação orante, de glorificação de Deus e de intercessão pelo mundo. E pela comunhão eucarística há de consumar-se dia após dia o vosso sacerdócio».

Juan Pablo II en la Catedral ~ Catedral de Valencia
O Papa São João Paulo II examina o Santo Graal em 1982.
Imágenes de Juan Pablo II en la Catedral de Valencia ~ Catedral de Valencia
O Papa São João Paulo II venera o Santo Graal com um beijo.

Também Bento XVI, em 2006, visitou Valência, celebrou a missa de encerramento do Encontro Mundial das Famílias com o Santo Cálice e na oração do Angelus, no dia 8 de Julho de 2006, referiu que «ao chegar a Valência, quis visitar primeiramente o lugar que representa o centro desta antiquíssima e florescente Igreja particular que me recebe: a sua bela catedral, onde rezei diante do Santíssimo Sacramento e me detive diante da famosa relíquia do Santo Cálice».

Em Fátima, a 13 de Maio de 2000, o Papa São João Paulo II usou uma réplica do Santo Graal durante a celebração da Missa. O Papa Bento XVI também usou o Santo Graal em Valência, durante uma Missa a 8 de Julho de 2006.

JOSÉ CARLOS NUNES

9 de Julho de 2021

Jornal O Clarim

FONTE: Família Cristã / O Clarim (Macau)

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Entrevista com “Paul Perry” Realizador da Crown Pictures / Fundação Oureana

Meet Paul Perry, Book Author and Documentary Filmmaker

We had the good fortune of connecting with Paul Perry and we’ve shared our conversation below:

Hi Paul, can you walk us through the thought-process of starting your business?
How did you begin your career as a writer? When I was 18 years old I had the fortune of writing a story that was good enough to sell to a newspaper. It was a story about a travelling magic show that appeared at the Arizona state fair. Entertainers would blow massive fireballs by spraying lighter fluid from their mouths on to a lighted match, or use mirrors and costumes to evolve into wild animals before our very eyes. It was very low-grade entertainment, but the story I wrote was good enough to publish. When I was paid $50 by the newspaper I switched my career choice from marine biology to writing. If I could make money, travel and get a byline why wouldn’t I choose writing as a profession? As Hunter S. Thompson (Fear and Loathing in Las Vegas) declared to me later in my life, “writing is a ticket to ride. Hell Paul, who doesn’t want that?”

 

Can you open up a bit about your work and career? We’re big fans and we’d love for our community to learn more about your work.
Over the years I have written numerous books about a variety of things, 23 books to be exacts. Maybe even 25 books. I’m not totally sure. For instance, while editing a running magazine funded by the Nike shoe company, I went to China to cover their first international marathon. I assigned Ken Kesey of One Flew Over the Cuckoo’s Nest fame to write the story about this event, and through that venture Kesey and I became friends, so much so that he authorized me to write a photo documentary about his wild LSD days with the Grateful Dead and a motley crew known as the Merry Pranksters. My work on this running magazine led me to contact Dr. Hunter S. Thompson, the creator and king of Gonzo journalism and author of Fear and Loathing in Las Vegas. Before long I asked if he would cover the Honolulu Marathon and to my surprise he said yes. At that point he was extremely unreliable, not having published anything in eight years yet taking advance payments from magazines to do so. So when his favorite illustrator Ralph Steadman offered to go along as an artist and personal motivator, I took him up on the offer and turned certain failure into a massive success, packing the magazine with Ralph’s sharp and satirical art and Hunter’s acerbic verbiage.


I took notes of the time I spent with Hunter over the next few years, and eventually wrote an unauthorized biography of Dr. Gonzo. To say he was not happy about the book is an understatement. He threatened me with death and dismemberment for writing a biography of him without asking but in the end his animas melted and renewed his old habit of making frequent three a.m. calls to talk about politics, the good old days, and what a bastard I was to write something about him that was unauthorized. He even agreed to write an introduction to On The Bus, my photo documentary about Kesey and the Merry Pranksters that ran next to a foreword by Jerry Garcia of the Grateful Dead.
Throughout the years I have followed an almost schizophrenic mixture of interests, writing books about health (I became the Executive Editor of American Health magazine, so why not?), books about the paranormal (mainly near-death experiences which have earned me five New York Times bestsellers), a book about the Whydah, the only pirate ship in the world to be excavated, followed by an expedition with explorer Barry Clifford to Madagascar where we found Captain Kidd’s flagship. The finding of Kidd’s ship was enormous news in the archaeology community and a big hit with the national media.
Shortly after the Captain Kidd find, 9/11 happened. I had planned to go to Egypt to follow the Holy Family Trail, the route believed to have been followed by Jesus and his family in their escape from King Herod of Israel. I decided to override my concerns about going to the middle East so soon after 9/11 and went alone despite the perceived danger. There I found no danger just a warm welcome from the Egyptians, who seemed to be as aggrieved by 9/11 as Americans were. I followed the lengthy route of the Holy Family from the border with Israel to the middle of Egypt and wrote the book Jesus in Egypt. Less than a year later when the book came out I found myself back in Egypt making a documentary film about the trail. That movie has run at least 25 times on American TV and is now available on Amazon Prime as Jesus in Egypt.

So is this where the filmmaker part of your bio comes in?
Well, sort of. Several years before turning my book Jesus in Egypt into a movie, I became interested in the art work of Fritz Scholder, a native American artist famed for a style of art entitled “Super Indian,” consisting of colorful, powerful and imposing Indian braves. Fritz was as colorful as his work. Sometimes that meant literally. For example he’d wear the paint smeared shirts he wore while painting to the supermarket , looking so stylish that strangers would offer substantial amounts of money to buy the shirt right off his back. His attitude toward life can be he summed up in one quote, “I believe in everything because there are too many possibilities not to.“

I suggested doing a documentary about him and he jumped at the chance. We raised the amount of money necessary from his collectors and then travelled to his favorite haunts – Santa Fe, New York, and Paris – knitting it all together with scenes of him working in his Scottsdale, Arizona studio. For the fine narration of Pulitzer Prize winner N. Scott Momaday, Fritz traded a painting.

The film ran on the Public Broadcasting System under the title Painting the Paradox. It was like a Fritz painting, a strange and somewhat abstract piece of work, and the network was thrilled to air it. If you want a copy of that video, contact me at:  pperry87@cox.net

My interest in filmmaking has expanded. In between writing books, I have written and directed a number of documentaries on a variety subjects. These are available on Amazon Prime and other streamers:

Afterlife, a documentary about near death experiences, told largely through the eyes of those who have nearly died and come back to tell stories of out of body events, meeting with dead relatives, seeing magnificent being of Light, and other glimpses of eternity. To add scientific heft to a mystical subject were deep interviews with Raymond Moody, MD, the researcher who named and defined the near-death experience, and Jeffrey Long, MD, one of the founders of The Near-Death Research Foundation. The film was primarily shot in New Orleans, the city treated to a near-death experience by hurricane Katrina.

Dali’s Fatima Secret, a true story of Salvador Dali’s painting of the vision of Hell, one of the horrific visions seen by the three shepherd children in Fatima, Portugal. The Fatima visions were and remain earth-changing event for Catholics. It was also a life-changing event for the great surrealist himself. He went from being an atheist to a true believer as result of this painting. We interviewed Amanda Lear, Dali’s girlfriend, as well as Robert Descharnes, Dali’s late and great photographer for 40 years. Dali’s Fatima Secret can be seen on Amazon Prime, Tubi and other streamers. The story itself can be read in the book I wrote of the same name. As a side-note, I was knighted for this film by his highness the Duke of Braganza of Portugal and made the official filmmaker of the Portuguese Royal House.

Secrets & Mysteries of Christopher Columbus is a film that challenges the history of the controversial explorer. And I mean it really challenges his history, questioning where he was born, his parentage, his relation to royalty, even his religions. All of this was done with the stealthy examination of his DNA by Jose Lorente, former FBI and now head of the CSI department at Granada University of Spain and interviews with descendants of kings and explorers, including those of King John of Portugal, Vasco da Gama and even Christopher Columbus. I only agreed to do this film because a Vatical relic expert, Carlos Evaristo, kept using the secret history of Columbus to make the point that “all that we read in history books is not true.” We followed his lead and he was probably correct.

So what’s next on your agenda?
I have a new book out right now from Simon & Schuster/Beyond Words, PROOF OF LIFE AFTER LIFE: 7 Reasons to Believe There Is an Afterlife. It is the sixth book I have written with Raymond Moody, MD, PhD, the researcher who named and defined the near-death experience. This book explores shared death experiences, which do indeed prove that consciousness survives one’s bodily death. I know Proof is a big word, so trust me when I say we have the research and case studies to earn that title.

And yes, I am beginning production on a movie about this book as well, my second about near-death experiences since Afterlife. There is tremendous interest in the subject of death, largely, I suspect, because of the pandemic and the millions of loved ones lost to that terrible disease. I venture a guess that hardly a day goes by when we don’t think about death and that age old question: What happens when we die? But whatever the reason for their interest, people are beginning to see that life is like money: No matter how much they have, they are always wondering where it goes and will they get more. Death is one of mankind’s most persistent concerns, and those who research it through near-death experiences are reaching some important conclusions.

There is tremendous interest in the subject of near-death experiences these days, that’s for sure. Do you have any other plans for that subject area?
I do. Over the years my co-authors and I have been able to reacquire the right to our books from our publishers. Now I have assembled a half dozen of those books and started a publishing company, www.glimpsesofeternity.com.  This is a highly-specialized publishing company that deals with afterlife subjects. Right now this company deals with the classic authors in the field, including Raymond Moody, MD, PhD, Melvin Morse, MD, Dannion Brinkley and others. But I am interested in bringing more books on this subject to market. There are many great writers out there on this subject and I would love to hear from them. Contact me through www.paulperryproductions.com . 

Who else deserves some credit and recognition?
A lot of people deserve credit because no one becomes successful alone. First on my list is my wife, Darlene Bennett-Perry, who is truly a North Star. My agent and longtime friend Nat Sobel deserves credit for his guidance, my publishers Michele Ashtiani Cohn and Richard Cohn at Beyond Words/Simon & Schuster for taking my books under their wings. And on and on. There is a long list of people who have been helpful in my life because for each of us it takes a village. 

Website: https://paulperryproductions.com/

Facebook: https://paulperryproductions.com/books/

Other: https://en.wikipedia.org/wiki/Paul_Perry_(author)

Image Credits
Paul Perry Marlin Darrah Carlos Casimiro

6 de Novembro de 2023

FONTE: https://shoutoutla.com/meet-paul-perry-meet-paul-perry-book-author-and-documentary-filmmaker/

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Visíta Oficial do Duque de Bragança ao Corpo della Gendarmeria dello Stato della Città del Vaticano

O Presidente do Conselho de Curadores da Fundaçao Oureana e Fundação D. Manuel II, D. Duarte Pio de Bragança, de visita ao Estado do Vaticano, foi condecorado pelo Inspector-General da Policia Vaticana, Comandante Domenico Giani, com a Medalha de Ouro do Corpo della Gendarmeria dello Stato della Città del Vaticano.

O Duque de Bragança e Conde de Ourém, retribuiu a honra ao condecorar o Estandarte da Polícia Vaticana com a Medalha de Mérito da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.

Recordamos que o Senhor Dom Duarte é afilhado de Baptismo de Sua Santidade o Papa Pio XII, de Venerável Memória, e reconhecido pelo Protocolo da Casa Pontifícia, do Estado do Vaticano e pelas Ordens da Santa Sé; Ordem Soberana de Malta e Ordem do Santo Sepulcro, como o indiscutível Chefe da Família Bragança e da Casa Real Portuguesa.

Ao Inspector-General da Policia Vaticana, o Comandante Domenico Giani, que já é membro da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e da Real Ordem e Irmandade de São Miguel da Ala, D. Duarte pessoalmente conferiu a Ordem da Cruz de Mérito da Casa Real Portuguesa no grau de Cavaleiro Grã-Cruz.

A Medalha de Ouro do Corpo della Gendarmeria dello Stato della Città del Vaticano, foi também conferida ao Presidente da Direcção da Fundação Oureana, Carlos Evaristo, pelos seus reconhecidos serviços para com esse corpo Policial aquando de vários eventos Pontifícios internacionais.

Agradecimentos ao Nobile Alessio Butti e ao Conde Prof. Giuseppe Tedeschi que organizaram e Patrocinaram a visita do Duque de Bragança ao Vaticano.

29 de Julho de 2018

Aviso: Fotos protegidas por direitos autorais Fundação Oureana / Gendarmerie dello Stato della Città del Vaticano.

Fontes: Corpo della Gendarmeria dello Stato della Città del Vaticano / Fundação Oureana

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Fundação Oureana recordou em Gibraltar nos 80 anos da morte do General Władysław Sikorski, Primeiro-Ministro da Polônia

Tenente-General Władysław Sikorski Primeiro-Ministro da Polónia
1881 – 1943

O dia 4 de Julho de 2023 assinalou os 80 anos desde a trágica morte, por acidente de aviação em Gibraltar, do Tenente-General Władysław Sikorski, Primeiro-Ministro da Polónia.

O Co-autor da vitória sobre o Exército Vermelho, em 1920, e Primeiro-Ministro da Segunda República Polaca, morreu quando o avião em que viajava, caiu no mar, perto do Rochedo de Gibraltar.

Sikorski era também Comandante Supremo das Forças Armadas Polacas durante a Segunda Guerra Mundial e Chefe do Governo Polaco no Exílio.

As comemorações do 80º Aniversário da morte do General Sikorski deslocou a Gibraltar, uma Delegação Polaca liderada pelo Presidente do Instituto da Memória Nacional, Dr. Karol Nawrocki e que reuniu membros do Gabinete para Veteranos e Vítimas da Opressão.

Em Maio de 1943, o General Sikorski partiu para inspecionar as tropas Polacas no Médio Oriente e na viagem de regresso, a 4 de Julho, pouco depois de descolar do aeroporto de Gibraltar, o avião em que viajava caiu no mar. Todos a bordo, excepto o piloto checo, morreram, incluíndo a filha do General, Zofia Leśniowska.

Uma Santa Missa por alma das vítimas dessa tragédia, teve lugar pela manhã do dia 4 de Julho, na Catedral Católica de Santa Maria Coroada de Gibraltar tendo sido celebrada por Padres Polacos, Caplães do Exército e concelebrada por membros do clero local.

A Missa contou com a presença do Bispo Diocesano D. Carmelo Zammit e das entidades governamentais locais e representativas de Sua Majestade o Rei Carlos III.

Após a Missa, houve no Farol de Europa Point um Serviço Memorial de homenagem ao General Sikoprski e aos que o acompanharam na trágica viagem.

O Serviço Memorial teve lugar junto ao Monumento em memória das vítimas dessa tragédia em Gibraltar.

Presidentes de várias organizações de Veteranos, assim como as autoridades de Gibraltar e Representantes do Consulado Polaco no Reino Unido, colocaram flores no Monumento e seguidamente discursaram.

Durante a Cerimónia, o Chefe do Gabinete para Veteranos de Guerra e Vítimas da Opressão, Jan Józef Kasprzyk, leu uma carta do Presidente da República da Polónia, Andrzej Duda.

“A história da última missão do General Władysław Sikorski é o culminar do dramático destino da Polónia e dos Polacos durante a Segunda Guerra Mundial. A nossa nação, embora sofrendo, travou uma luta desigual contra os poderosos agressores por todos os meios – militares e diplomáticos – até ao fim. Em ambas as arenas, o General Sikorski desempenhou um papel único. Foi um notável comandante e diplomata que, renunciando ao seu próprio conforto e assumindo riscos pessoais, serviu com firmeza a Pátria e sacrificou a sua vida por ela. E por isso a República da Polónia irá sempre honrá-lo como um herói nacional”, escreveu o Presidente da Polónia na carta que foi lida.

“Independentemente das emoções políticas da primeira metade do Século XX, hoje, de uma perspectiva histórica, todos sabemos que estamos a prestar homenagem a uma das figuras-chave da história polaca do século XX“; disse o Dr. Karol Nawrocki, durante a sua intervenção.

“A nação Polaca sempre defende aqueles que serviram a Polónia e quer enterrá-los com dignidade. Prova também que para nós a história não é apenas um registo do passado, mas é uma questão de vida social, mesmo 80 anos após a morte do General Władysław Sikorski”; acrescentou o Presidente do IPN.

As circunstâncias da morte do General Władysław Sikorski ainda são controversas. A aeronave – Liberator II AL523, na qual o General voltava de uma inspeção do Exército Polonês no Leste, caiu no mar às 23h07. A filha do General e os seus colegas, incluindo o Chefe do Estado-Maior do Comandante-em-Chefe Tadeusz Klimecki, também morreram na catástrofe.

O Relatório do Comitê Britânico que investigou o acidente em 1943 concluiu; “A causa do desastre foi o travamento dos controles do elevador.”

O corpo do General Sikorski foi transportado para Inglaterra a bordo do destróier ORP “Orkan”.

Cerimónias Fúnebres foram realizadas no dia 15 de Julho de 1943, na Catedral de Westminster com a participação de representantes das autoridades Polacas e Britânicas, incluindo o Primeiro-Ministro Winston Churchill.

O General Sikorski foi condecorado postumamente com a Ordem da Águia Branca da Polónia e após o funeral oficial em Londres, o corpo foi enterrado no Cemitério dos Aviadores Polacos em Newark, perto de Nottingham.

O Conselho de Ministros da República da Polónia decidiu que o seu corpo seria sepultado posteriormente no Castelo Real de Wawel, em Cracóvia, e assim sendo, a 17 de Setembro de 1993, seus restos mortais foram exumados e trasladados para a Cripta da Catedral de São Leonardo de Wawel, Cracóvia, Polónia.

Tem havido muita especulação de que a morte do General Sikorski possa ter sido o resultado de uma Conspiração Soviética, Britânica, Nazi ou até Polaca. Alguns defensores de teorias de conspiração alegam que o desastre foi consequência de um assassinato e pediram uma investigação.

Em Novembro de 2008, como parte da investigação do IPN, o corpo do General Sikorski foi de novo exumado e os seus restos mortais examinados por peritos forenses Polacos que concluíram que Sikorski morreu devido a lesões em muitos órgãos, típicas de vítimas de desastres de aviação.

Como parte das cerimónias memoriais, no dia 4 de Julho de 2023, pelas 23h07, hora da tragédia occorida em Gibraltar em 1943, quando o avião afundou no mar, rosas foram atridas ao mar por todos presentes e, no dia seguinte, a Delegação do IPN, depositou flores nos túmulos dos mortos na queda do Liberator II AL523, no Cemitério da Frente Norte.

A Fundação Histórico – Cultural Oureana fez-se respresentar nos Serviços Memoriais por Carlos e Margarida Evaristo que assitiram à Missa em que foi relembrado o General e Heroí Polaco da II Guerra Mundial.

O papel de Sikorski contra o Nazismo e a sua devoção a Nossa Senhora de Częstochowa, a chamada “Mãe Negra da Polónia”, foi tema de uma Palestra dada pelo Historiador, Carlos Evaristo, Presidente da Direcção da Fundação Oureana, que, junto ao Memorial ao General na Catedral de Gibraltar que inclui uma pintura da Rainha e Padroeira da Polónia, também falou da devoção à Virgem Negra do Papa São João Paulo II, dos Fundadores da Fundação Oureana; John e Patrícia Haffert e do Padre Edwin Anthony Carmel Gordon, Capelão da Regalis Lipsanotheca, que era natural de Gibraltar e que faleceu e está sepultado em Fátima.

Em Gibraltar existem várias comunidades lusófonas; Portugueses, Brasileiros, e também Portugueses de Goa, muitos dos quais assistiram à Palestra.

Há 10 anos que a Fundação Oureana leva a cabo um Projecto de Pesquisa em Gibraltar; o chamado “Gibraltar Research Protocol”, que, segundo Carlos Evaristo, estuda não só achados arquelológicos, como também a história do rochedo, do Culto de Nossa Senhora da Europa, as ligaçóes históricas de Comércio e Correspondência com Portugal e o papel que Gibraltar teve na história da partida para o Exílio do Rei D. Manuel II e o contributo importante para a devoção Mariana na Peninsula Ibérica.

4 de Julho de 2023

Fontes: https://www.surinenglish.com/gibraltar/gibraltar-commemorates-80th-anniversary-the-death-general-20230707173835-nt.html

Fotos: Sur English / Fundação Oureana / Gibraltar Chronicle

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Duque de Bragança apresentou em Ourém o Estudo para a Medalha Oficial Comemorativa do Casamento da Filha

Foi na antiga Sé – Colegiada onde jaz o Primógénito da Casa Real de Bragança, que o Chéfe da Casa Real Portuguêsa, apresentou o desenho da Medalha Oficial Comemorativa do Casamento de sua filha, a Infanta D. Maria Francisca, Duquesa de Coimbra.

O Casamento de D. Maria Francisca de Herédia e Bragança com o Dr. Duarte de Sousa Araújo Martins, terá lugar na Real Basílica de Mafra, no dia 7 de Outubro de 2023 e o estudo da Medalha Oficial Comemorativa do enlace apresenta numa das faces, o monograma dos noivos composto pelas letras “F” de Francisca e “D” de Duarte estando o “F” encimado por uma Coroa estilizada de Infanta. Por cima do conjunto estão os nomes; “Francisca e Duarte” e por baixo a palavra “Casamento”.

Na outra face da medalha estão os brasões de família da noiva e do noivo e o meio encimando ambos r uma Coroa ou Coronel “Ducal” correspondente ao título pelo qual serão conhecidos o de “Duques de Coimbra”.

Por cima dos brasões pode-se ler: “Real Basílica de Mafra” e em baixo dos mesmos a data do Casamento; “7 de Outubro de 2023”.

Medalha Oficial do Casamento

O desenho das armas dos noivos que serão executadas em alto relevo, é de Mathieu Chaine, Artista -Heráldico Oficial do Conselho Heráldico da Fundação Histórico – Cultural Oureana tendo sido elaborado graciosamente pelo mesmo assim que foi noticíado o enlace.

O desenho final para a cunhagem, o trabalho de execução, abertura de cunhos estampagem e polimento da medalha biface com 60mm de diâmetro em bronze, é uma edição da Medalhistica Lusatenas de Coimbra. A Lusatenas é a Medalhistica Oficial da Casa Real, está a celebrar 50 anos da sua fundação. Fundada em 1972 por Fernando Simões Ribeiro, falecido em 2018, a firma de renome mundial continua hoje a cargo de seu filho, António Ribeiro que doou o espólio de seu pai à Fundação.

Desenho de Mathieu Chaine
S.A.R. Dom Duarte, Duque de Bragança e Conde de Ourém
Fotos: Direitos Reservados Arquivo Fundação Oureana

FONTE: Medalhistica Lusatenas

17 de Setembro de 2023

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FALECEU ANTÓNIO RODRIGUES VIEIRA (BRAGANÇA)

É com triste pesar que se tomou conhcimento da notícia da morte do Sr. António Rodrigues Vieira (Bragança), grande benemérito Ouriense e amigo da Fundação Oureana e do seu fundador John Mathias Haffert.

Recordamos que o Sr. Vieira foi Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias e Solicitador, tendo sido o responsável principal pela 2ª restauração da Sociedade Filarmónica Ouriense, a criação da Associação Recreativa e de Propaganda de Ourém, a construcção da Escola Primária.

Foi o Sr. Vieira quem elaborou os primeiros Estatutos da Fundação Oureana apresentados à Notária de Ourém, a 11 de Agosto de 1995, tendo sido Membro do Conselho Fiscal desta instituição, de 1995 a 1997, e depois, nomeado Conselheiro da Direcção.

Defensor da história e cultura Ouriense, foi também defensor do restauro do Castelo de Ourém, dinamizador turístico e apoiante desde o início do Restaurante e Programa Medieval, tendo contribuído também para a realização de vários eventos e para a criação do Instituto Amália Rodrigues, Rainha do Fado. Patrocinou  a edição de CD’s e a publicação de vários livros sobre a história da sua amada Sociedade Filarmónica Ouriense, quer da sua autoria ou co-autoria.

Foi o Solicitador Ouriense António Rodrigues Vieira (Bragança) quem elaborou os primeiros Estatutos da Fundação Oureana apresentados à Notária de Ourém, a 11 de Agosto de 1995. 

Recebeu muitas merecidas homenagens municipais e estrangeiras e entre elas, a Medalha do Descobridor do Brasil Pedro Álvares Cabral. Recebeu o grau de Cavaleiro Honorário na Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e de Comendador Honorário na Ordem de São Miguel da Ala, honras conferidas por D. Duarte de Bragança, Duque de Bragança e Conde de Ourém por reconhecidos serviços à cultura, ao velho burgo Ouriense e à Casa Real.

Católico devoto e praticante, era amigo e colaborador do Pároco Padre Carlos Querido da Silva, participando sempre activamente nas celebrações religiosas da Paróquia tendo estado em Ourém ainda no passado fim de semana para assitir à Procissão da Festa de Corpo de Deus.  

O Sr. Vieira, mais conhecido pela alcunha “Bragança” pelo facto de também ter trabalhado na Fundação da Casa de Bragança, faleceu na sua casa em Lisboa, a 16 de Junho de 2023, aos 97 anos.

Com reconcida gratidão pelo seu contributo para a preservação do património Ouriense, físico e imemorial, o Executivo da Fundação Oureana, em nome do seu Presidente do Conselho de Curadores, D. Duarte de Bragança e Presidente da Direcção, Carlos Evaristo e demais membros dos órgãos, envia as mais sentidas condolências e união de orações, aos filhos, netos, familiares e amigos do falecido.

O funeral do Sr. António Rodrigues Vieira terá lugar, em Ourém (Castelo) no dia 17 de Junho de 2023, com velório e Missa na Igreja Paróquia (Antiga Sé Colegiada) a partir das 17 horas.

16 de Junho de 2023

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