ARQUEOLOGIA SACRA PARA A IGREJA NÃO SE RESUME APENAS A FATORES HISTÓRICOS

Jornal de Barretos

Por Jornal | 04/01/2019

O que é Arqueologia Sacra e qual a sua importância para a Igreja? | Cléofas
Carlos Evaristo (centro) examina o verdadeiro Santo Graal na Catedral de Valência, Espanha.

Muitos conhecimentos e descobertas sobre a história da Igreja se devem ao trabalho de arqueólogos; mas, o que é realmente a arqueologia sacra e o que a diferencia da convencional?

Em entrevista concedida a ACI Digital, o arqueólogo Carlos Evaristo explicou esta questão e também sublinhou a grande importância da arqueologia sacra para a Igreja, que não se resume apenas a fatores históricos.

“Enquanto a arqueologia convencional busca, em vestígios materiais, a compreensão das culturas e dos modos de vida de diferentes sociedades humanas, do passado e do presente, a arqueologia sacra está voltada, especificamente, para o que a Igreja Católica considera sagrado”, especificou o especialista.

Carlos Evaristo é arqueólogo, historiador, autor e escritor, além de representante do Gabinete dos Patronos dos Museus do Vaticano para países Lusófonos. Também é Fundador / curador da Real Lipsanotheca, em Portugal, onde, segundo ele, é possível encontrar o maior acervo de relíquias fora do Vaticano. E, para dar suporte a esta missão, criou também o Apostolado para as Relíquias Sagradas e a Cruzada Internacional pelas Relíquias Sagradas (ICHR).

Segundo Evaristo, na arqueologia sacra, “a partir de vestígios sobrenaturais, o especialista descortina o transcendental”. Quais seriam esses vestígios? Conforme pontuou, trata-se dos “lugares santos que testemunharam acontecimentos extraordinários, as relíquias sagradas…”. Entretanto, o especialista assinalou que, “por ser uma ciência, há procedimentos adequados para a pesquisa, como manuseio correto de corpos santos e artefatos sagrados”.

Nesse sentido, resumiu, “entre os deveres de quem se dedica a essa área, está a busca da preservação dos inestimáveis tesouros da Cristandade”.

4 de Janeiro de 2019

FONTE: https://jornaldebarretos.com.br/artigos/arqueologia-sacra-para-igreja-nao-se-resume-apenas-fatores-historicos/

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SANTUÁRIO DE FÁTIMA RECONHECE PAPEL DE JOHN HAFFERT NA DIVULGAÇÃO DA MENSAGEM DE FÁTIMA EM EXPOSIÇÃO “OS ROSTOS DE FÁTIMA”

Os rostos de Fátima: fisionomias de uma paisagem espiritual Exposição  Temporária do Santuário de Fátima | Agenda | Rede Cultura 2027 Leiria
Cartaz da Exposição.
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Os Fundadores do Exército Azul; Mons. Harold Colgan e John Haffert com a Revista “Soul”.

Foi sem dúvida uma das figuras mais influentes da mensagem de Fátima e fundou, juntamente com Monsenhor Harold Colgan, “O Exército Azul” (Apostolado Mundial de Fátima) , o maior movimento apostólico de Fátima de todos os tempos.

Hoje o Americano que também foi fundador da Fundação Oureana é recordado entre os principais rostos que contribuíram para a divulgação da Mensagem de Fátima na exposição “Os Rostos de Fátima” patente no Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima de 28 de Novembro de 2020 até 15 de Outubro de 2022.

Haffert que foi sempre considerado uma figura controversa de Fátima dada a sua influência no Apostolado Mundial e as ligações directas que teve com a Vidente de Fátima Irmã Lúcia, com o Papa Pio XII, com o Senador e futuro Presidente dos EUA John F. Kennedy e até com o Presidente do Conselho de Ministros António de Oliveira Salazar.

Õ artefacto escolhido para representar Haffert, Colgan e o Exército Azul na exposição foi um raro exemplar da revista “Soul” (Alma) criada por John Haffert na década de 1950 e que hoje continua a ser editada. Era entre as décadas de 1950 e 1990 a revista de Fátima de maior tiragem no Mundo e a famosa lista de assinantes avaliada em milhões de dólares, terá sido roubada, várias vezes, da sede do Apostolado em Nova Jersey, EUA, tendo sido alegadamente usada depois por Apostolados de Fátima “rivais” para recrutarem assinantes.

Em conversa com o Reitor do Santuário de Fátima, Padre Carlos Cabecinhas, o Presidente da Direcção da Fundação Oureana e também Arquivista da Domus Pacis em Fátima, Carlos Evaristo e o amigo pessoal de Haffert Jaime Vilalta Berbel agradeceram, em nome de Patricia Haffert, víuva de John Haffert, a referência na exposição àquele que era chamado de “Mr. Fátima”.

O Padre Cabecinhas que enviou cumprimentos a Patrícia Haffert, disse ser indiscutível o papel importante que John Haffert teve para a difusão mundial da Mensagem de Fátima, afirmando que por vezes, os ataques que as pessoas sofrem no trabalho que desenvolvem para o Apostolado de Fátima, são muitas vezes uma prova de que estão a fazer o bem e que a mesma é obra de Deus.

As fotos de Mons. Colgan e John Haffert estão na sala intitulada: “Os rostos que expandem uma história e uma mensagem: informadores e arautos”.

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Sala principal da Exposição.

DESCRIÇÃO DA EXPOSIÇÃO

(Texto do Santuário de Fátima)

FONTE: https://www.fatima.pt/pt/news/nova-exposicao-temporaria-do-santuario-vai-mostrar-os-rostos-de-fatima

“Neste tempo de pandemia, que convoca toda a humanidade a refletir sobre a sua própria condição, esta nova exposição mostra a sua atualidade na reflexão que vai apresentar sobre o tema da morte e da vida, como momentos luminosos da peregrinação do Homem no mundo.”

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O mestre escultor José Ferreira Thedim com a sua famosa imagem da Capelinha.
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As imagens de Santa Jacinta e São Francisco Marto da Canonização dos mesmos.
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A Coroa da imagem de Nossa Senhora de Fátima com a bala oferecida pelo Papa João Paulo II.
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O Padre Luis Kondor que foi Vice-Postulador das Causa dos Pastorinhos Jacinta e Francisco.

“A partir do acontecimento e da Mensagem que Nossa Senhora deixou na Cova da Iria, a exposição irá contar a história de Fátima nos vários rostos que a fizeram e cuja identidade conduzirá à esperança, nesta época de insegurança, em que a necessidade do uso de máscaras tapa os rostos humanos. Através do relato das ações concretas dos protagonistas de Fátima, vai ser dado a conhecer o trabalho e o compromisso que eles assumiram na divulgação da Mensagem que a Virgem de Fátima legou aos Pastorinhos.” 

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Planta original da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
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Uma caveira humana chama à meditação sobre a morte.
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Emaus.

“Ao apresentar o Santuário como lugar de peregrinação, a mostra vai, deste modo, percorrer os rostos que construíram Fátima do ponto de vista da fé, do património e da cultura, sem deixar de olhar pluralmente para os que, durante anos, se insurgiram como críticos e opositores a Fátima.”

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Oferendas dos Papas Peregrinos.
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As Malas do Padre Joaquin Alonso.
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Partitura manuscrita do Avé de Fátima da autoria do Mestre Afonso Lopes Vieira.
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Fragmento do atentado à Capelinha das Aparições.

“A narrativa da exposição estará dividida em duas partes. Numa primeira, que percorre o primeiro século de Fátima, dão-se a conhecer os rostos relevantes da história da Cova da Iria, a começar pelos três Videntes. Na segunda, a exposição propõe um percurso orante e centrado na fé, desafiando o visitante a interpelar-se sobre a sua condição humana, numa espécie de jogo de espelhos que confronta a realidade concreta que vivemos com o desejo relacional com a transcendência.” 

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Um Véu de Verónica com o Rosto de Cristo.
Fátima | Dos crentes aos opositores: Santuário lembra quem deu voz ao  fenómeno (c/vídeo) | Médio Tejo
O Administrador de Ourém Artur de Oliveira Santos e um busto da República.

“A exposição “Rostos de Fátima” obedecerá a todas as regras de segurança sanitária exigidas neste tempo de pandemia e respeitará, na integra, o plano de contingência que o Santuário de Fátima tem em vigor, que resulta de uma articulação entre as diretrizes da Direção Geral da Saúde para os espaços museológicos e as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa.” 

Fátima | Dos crentes aos opositores: Santuário lembra quem deu voz ao  fenómeno (c/vídeo) | Médio Tejo
O Escrito e Jornalista Avelino de Almeida.
Santuário apresenta a história de Fátima pelos rostos que lhe deram vida –  Leiria-Fátima
O rostos dos Bispos e Reitores de Nossa Senhoras

“As peças que estarão expostas pertencem na sua maioria ao espólio do Santuário de Fátima, havendo também peças dos Museus do Azulejo, de Aveiro e da Póvoa do Varzim, para além de arquivos e bibliotecas privadas.” 

 “Rostos de Fátima”, a nova exposição do Santuário para ver de máscara -  Renascença

“A exposição estará patente até 15 de Outubro de 2022 e poderá ser visitada gratuitamente ao longo destes dois anos.” 

“Entre 2018 e 2020, o Santuário promoveu duas exposições temporárias centradas em dois centenários: o da Capelinha das Aparições e, neste último ano, o da escultura de Nossa Senhora de Fátima que se venera na Capelinha das Aparições. A exposição “Vestida de Branco”, que antecedeu esta nova exposição temporária, foi visitada por mais de cem mil peregrinos, apesar das contingências dos meses de confinamento.”

FOTOS: Direitos Reservados

FONTE: https://www.fatima.pt/pt/news/nova-exposicao-temporaria-do-santuario-vai-mostrar-os-rostos-de-fatima

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FUNDAÇÕES D. MANUEL II E OUREANA, JUNTAMENTE COM UNIVERSIDADE UCRANIANA, PROMOVEM “SESSÃO SOLENE” NO PALÁCIO DOS MARQUESES DE FRONTEIRA

Cartaz do Evento.

O Palácio dos Marqueses de Fronteira, em Lisboa, foi o local escolhido para a realização de uma “Sessão Solene” para o reconhecimento do mérito de várias personalidades promovida pelas Fundações parceiras D. Manuel II e Oureana, juntamente com a Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov de Kiev, Ucrânia .

A Pianista Joana Barata.

A sessão, que teve lugar na Sala das Batalhas daquele palácio, iniciou pelas 10 horas da manhã, do dia 5 de Dexembro de 2020 com um momento músical proporcionado pela pianista Joana Barata que interpretou a Avé Maria de Gounot em honra de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa em vésperas da Festa da Padroeira. 

Programa Oficial.

O Professor Humberto Nuno de Oliveira, Assessor de Sua Alteza Real o Duque de Bragança foi quem serviu de Mestre de Cerimónias tendo iniciado a Sessão com as seguintes palavras:

O Mestre de Cerimónia Prof. Humberto Nuno de Oliveira.

“Vª Alteza Real, Dom Duarte Pio de Bragança,

Excelentíssimo D. António Mascarenhas, Marquês de Fronteira, nosso anfitrião,

Senhor Professor Doutor Moritz Hunzinger, em Representação da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov,

Ilustres homenageados e convidados, minhas Senhoras e meus Senhores,

A todos bom dia e sejam bem-vindos a este belíssimo e histórico Palácio Fronteira,

Reunimo-nos aqui hoje para uma a Sessão Solene organizada por vários parceiros protocolares; nomeadamente as Fundações D. Manuel II e Histórico-Cultural Oureana, os Centros de Estudos de ambas e a Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, que entre as suas muitas atividades, realizam eventos como este para promover o reconhecimento do mérito de individualidades e ou organizações cuja contribuição para a cultura e sociedade merecem distinção académica ou por parte do Chefe da Casa Real Portuguesa.

Dias depois de comemorarmos os 380 anos da Restauração da Independência e a três dias de celebramos a Festa da Rainha e Padroeira de Portugal, Nossa Senhora da Conceição, reunimo-nos aqui para esta Sessão, agradecendo desde já, à Fundação das Casas de Fronteira e Alorna pelo apoio dado para a realização deste evento, entidade com a qual as referidas Fundações esperam em breve celebrar um Protocolo.”

HOMENAGENS DA UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA NACIONAL DRAGOMANOV DE KIEV, UCRÂNIA

“Em primeiro lugar, damos as boas vindas à Delegação Oficial da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, de Kiev, cujo prestígio e papel na educação Europeia e Mundial é de reconhecida importância nos últimos 186 anos. É através de alguns dos seus Professores, como o Magnífico Vice-Reitor Igor Vetrov e Moritz Hunzinger que a Casa Real Portuguesa e as instituições à mesma ligadas, tem vindo a beneficiar de amizade, conhecimento e frutuosa pareceria.

Hoje recebemos calorosamente esta Delegação Universitária, tendo como principal motivo, a Concessão do Título de Patrono e Membro de Honra da Faculdade de História da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov a Sua Alteza Real o Senhor Duque de Bragança, Dom Duarte Pio.

Como no passado, em que os Reis eram os patronos, e tantas vezes protectores e mecenas das universidades, entendeu a Universidade, ao entregar este título de Patrono, que no passado era o mais alto reconhecimento das Universidades. Relevando, assim, as qualidades de humanista e estadista e o insigne papel no domínio das relações internacionais, sobretudo na defesa intrínseca da amizade entre os povos e sua história, liberdade e cultura, que o Senhor Dom Duarte vem assumido.  Ao atribuir o estatuto de Patrono e Membro de Honra da sua Faculdade de História, a Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov presta ao Chefe da Casa Real Portuguesa o reconhecimento da sua estatura no domínio das relações internacionais e ao seu inquestionável papel na história mundial como representante da Casa Real Portuguesa.

A Universidade deliberou igualmente a concessão ao Cônsul Carlos Evaristo, Pesquisador e Autor que é Presidente e Co-Fundador da Fundação Histórico Cultural Oureana e da Regalis Lipsanotheca, de um Doutoramento Honoris Causa em reconhecimento dos mais de 30 anos de serviço à Comunidade Cristã, nos domínios da História, do Culto dos Santos, da Iconografia Sacra, da Fenomenologia Religiosa e da Arqueologia Sacra. Reconhecendo, outrossim, o benemerente apoio ao longo dos anos às comunidades Ucranianas em Fátima. Doutoramento que acompanha um convite efetivo para dar aulas na Universidade, nas importantes matérias em que é reconhecido perito de renome mundial.

Em representação da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, usará agora da palavra o Prof. Doutor Moritz Hunzinger.”

O Professor Moritz Hunzinger.
O Professor Moritz Hunzinger.

TRADUÇÃO DA INTERVENÇÃO DO PROFESSOR MORITZ HUNZINGER

“Sua Alteza Real,

Caro Cônsul Carlos Evaristo,

Ilustres Confrades das Ordens Reais Portuguesas,

Caro colega Professor Dr. Humberto Nuno Lopes Mendes de Oliveira,

Caros convidados da cerimónia de premiação,

Bem-vindos em nome da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, assim designada em homenagem ao filósofo Michail Dragomanov, e localizada na sua capital, Kiev.

Monumento a Michail Dragomanov na Sede da universiddade.

A Universidade Pedagógica Nacional de Kiev foi fundada há 186 anos, tem 36.000 alunos, 4.000 funcionários e é de longe, a maior deste género na Europa.

Edifícios da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov.
Edifícios da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov.
Edifícios da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov.

Em primeiro lugar, uma palavra sobre a minha relação com a Universidade. Em 1991, fui apresentado ao primeiro Presidente da Ucrânia, Leonid Kraczuk, que por sua vez me apresentou ao Reitor da Universidade Pedagógica Nacional, o Académico Viktor Andrushchenko, que me convidou para dar aulas de Relações Públicas, e tenho feito desde então, duas vezes por mês em Kiev.

National Pedagogical Dragomanov University
Magnifico Reitor da Universidade Pedagógica Nacional, o Académico Viktor Andrushchenko

O ilustre Reitor aceitou a minha proposta tanto para S.A.R. o Duque de Bragança, como para o Cônsul Carlos Evaristo, para serem homenageados pela Universidade.

Por ocasião da cerimónia de hoje, importa referir que a Ucrânia e Portugal têm laços históricos e culturais de longa data, com origem no passado distante, nos dias da Reconquista, e o seu primeiro líder independente, o Conde Henrique da Borgonha, parente da família do Príncipe Yaroslav, o Sábio de Kiev.

Yaroslav the Wise - Prince of Kyiv
O Príncipe Yaroslav, o Sábio de Kiev. considerado Santo na Ucrânia.

A primeira menção a laços indiretos entre a Ucrânia e Portugal remonta ao século XVI. Assim, em particular, sabe-se que no século XVI em Lutsk, artesãos ucranianos cunharam pesadas moedas de ouro chamadas “Portugals” a pedido de funcionários financeiros.

Moeda com imagem do Príncipe Yaroslav, o Sábio de Kiev.

Um dos primeiros portugueses a prestar atenção à Ucrânia foi o proeminente poeta renascentista português Luís de Camões, que nos seus Lusíadas (1572), descrevendo a Europa de Leste, menciona os Ucranianos como sármatas: «Entre este Mar e o Tánais vive estranha Gente, Rutenos, Moscos e Livónios, Sármatas outro tempo; ” (Canto III, 11).

As conquistas culturais, a literatura e a arte de Portugal são bem conhecidas na Ucrânia desde o final da Idade Média, e os laços económicos ucraniano-portugueses começaram a ser estabelecidos no século XIX.

É claro que o verdadeiro desenvolvimento em grande escala nas relações entre os nossos países começou depois do colapso da União Soviética, que abriu caminho ao reforço da cooperação ucraniano-portuguesa em todas as esferas da vida pública.

Portugal reconheceu a independência da Ucrânia em 7 de Janeiro de 1992 e, menos de três semanas depois (27 de Janeiro de 1992), as relações diplomáticas foram estabelecidas. A Embaixada de Portugal em Kiev foi inaugurada em Dezembro de 1993.

Kiev, Ucrânia.

Após a visita de uma Delegação de educadores Ucranianos a Portugal em 2016, que incluiu o nosso Reitor, Académico V. Andrushchenko, intensificou-se a cooperação e parceria entre Universidades Ucranianas e Portuguesas. A decisão do lado Português (em 2009) de reconhecer os graus científicos Ucranianos e os diplomas de especialistas obtidos na Ucrânia no período anterior à adesão ao Processo de Bolonha, foi importante para a diáspora Ucraniana em Portugal.

A Ucrânia e Portugal estão bem cientes das grandes perspectivas para a nossa cooperação mútua e o mais importante é a existência de relações duradouras, sinceras e amistosas entre os povos Ucraniano e Português. Vemos um grande futuro para o desenvolvimento de nossos contatos bilaterais.

Seguindo a tradição dos antigos Reis de Portugal, Sua Alteza Real o Duque de Bragança, foi uma das primeiras figuras internacionais Portuguesas a estender um abraço fraterno à Ucrânia, apoiando grupos humanitários como os “Anjos da Misericórdia” que ajudaram os órfãos e também prestaram assistência a imigrantes Ucranianos no estabelecimento de comunidades paroquiais.

Estatua de São Miguelem Kiev.

A 19 de Novembro de 2020, o Conselho Académico da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov aprovou a nomeação de Sua Alteza Real Dom Duarte Pio, Duque de Bragança, Chefe indiscutível da Casa Real de Portugal como Patrono e Membro de Honra da Faculdade de História da Universidade.

Estamos profundamente comovidos que Sua Alteza Real tenha aceite esta nomeação.

Em 31 de Agosto de 2020, o Conselho Académico nomeou o Cônsul Carlos Evaristo como Doutor em Filosofia – Honoris Causa – da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, com um grau efetivo e convite para lecionar e dar aulas na Faculdade num futuro próximo.

Tenho a honra de lhe entregar agora o Diploma, a Insígnia e o Manto da nossa Universidade.

Viva as Relações Ucraniano-Portuguesas!”

Dom Duarte recebe as Cartas Patentes de Nomeação.
O Dr. Carlos Evaristo agradece a honra conferida.
Carlos Evaristo recebe as Cartas Patentes de Nomeação.

Seguidamente foi entregue ao Senhor Dom Duarte o chapéu académico de Professor com borla azul de Membro de Honra da Faculdade de História e as respetivas Cartas Patentes Universitárias.

Ao Cônsul Carlos Evaristo foi entregue o chapéu académico e a toga de Professor da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov e também as correspondentes Cartas Patentes.

A Delegação da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov Chefiada pelo Professor Moritz Hunzinger procedeu depois à condecoração de algumas individualidades presentes com a sua Medalha do 185º Aniversário, e / ou a Ordem de São Miguel Arcanjo conferida pelo Igreja Ortodoxa da Ucrânia em reconhecimento aos serviços a ela prestados nas diversas deslocações a Portugal dos seus membros da Faculdade, ao longo dos anos.

Entre os contemplados foram:

António Sousa Lara

Armando Calado

Bruno de Castro

Carlos Casimiro

Carlos Martins Evaristo

Hélio Loureiro

Dom António Mascarenhas

Fundação Casas Fronteira e Alorna

Humberto Nuno de Oliveira

João Pedro Teixeira

Joana Margarida Evaristo

José Alberto Ribeiro

José Silva Bastos

Maria Margarida Martins Justino Evaristo

Rui Santos Vargas

A seguir à entrega das honras Universitárias teve lugar o segundo momento musical da manhã, desta vez proporcionado por Joana Evaristo, que interpretou “Intermezzo” de Edward German na Flauta Transversal, acompanhada da Pianista Joana Barata.

O Professor Moritz Hunzinger condecora o Professor Humberto Nuno de Oliveira.
A Flautista Joana Margarida Evaristo

CASA REAL PORTUGUESA AGRADECEU E RETRIBUIU HONRAS

De volta no uso da palavra o Mestre de Cerimónia Professor Humberto Nuno de Oliveira disse que: “Retribuindo e reconhecendo, em primeiro lugar, o valor e o mérito de alguns membros da Universidade, alguns dos quais não puderam estar presentes devido à situação pandémica, mas que há anos se têm distinguido com actos de benemerência a projectos educacionais e a obras sociais e culturais patrocinadas pelas Fundações D. Manuel II e Oureana, nomeadamente na Diocese de São Tomé e Príncipe onde as Fundações, com a ajuda do Professor Moritz Hunzinger, compraram uma casa que servirá em breve de apoio aos estudantes, de poucas posses das aldeias, para poderem frequentar os institutos de ensino na Cidade. Ao Professor Mortiz Hunzinger e a todos os amigos da Faculdade da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, representados por esta Delegação, o Senhor Dom Duarte confere a Medalha de Mérito da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e, igualmente, a promoção nas outras Ordens da Casa Real Portuguesa a que já pertençam.”

O Chefe da Casa Real Portuguesa seguidamente entregou os diplomas as insígnias para a delegação ao Professor Moritz Hunzinger e ao seu Assistente Alex Techenko.

ANTIGO CHEFE DE SEGURANÇA E VICE-CHANCELER OSMA CONDECORADO

Humberto Nuno de Oliveira informou todos presentes que: “Seguidamente, querendo reconhecer as várias décadas de dedicado serviço prestado à Família Real, à Casa Real e às instituições a si ligadas, chamamos os seguintes colaboradores. Primeiro, um antigo combatente o Senhor Dr. Luis Manuel de Castro Santos, que serviu como Chefe de Segurança no Casamento de Suas Altezas Reais os Duques de Bragança há 25 anos e que desde 2000 tem servido lealmente nos cargos de Vice-Chanceler da Ordem de São Miguel da Ala e Presidente da Comissão de Admissão e Revisão da Ordens, cargos nos quais passa agora a emérito, com o público agradecimento da Casa Real Portuguesa e das instituições parceiras e ao qual Sua Alteza Real Confere o Grande-Colar da Ordem de Mérito da Casa Real Portuguesa.”

Dr. Luís de Castro Santos.
Dr. Luís de Castro Santos.

AGRADECIMENTO DA CASA REAL À FAMÍLIA HERINGA LUBEK

“A Seguir a Família Heringa / Lubek representada pelo Cônsul Carl Heringa e sua esposa, Mariola Lubek Heringa que se destinguem pelos muitos anos de serviço à Fundação D. Manuel II, à Ordem de São Miguel da Ala e a várias outras instituições ligadas às Fundações parceiras e para as quais têm ajudado graciosamente na revisão de livros editados e outros projectos. Á referida família o Senhor Duque de Bragança confere o reconhecimento para poderem ostentar nas suas nobres armas de família, as insígnias das Ordens Dinásticas a que pertencem.”

É curioso referir que esta família de nobres titulares, ostenta Armas de Família conferidas pelo Rei da Holanda (Heringa) em séculos passados e válidas até hoje e outras; conferidas pelo Rei João Sobieski da Polónia (Lubek) ao seu Porta Copa que esteve presente na Batalha de Viena que salvou a Europa da invasão Ottomana. Estas últimas reconhecidas sucessivas vezes pelos Imperadores da Rússia até ao fim do Império.

FUNDAÇÃO RECONHECE REIS DA CULTURA PORTUGUÊSA

O Cantor Lírico Mestre Armando Calado foi o artista que abriu a última parte da Sessão Solene com uma interpretação em língua inglesa da Ópera de Don Quixote que dedicou ao Actor Ruy de Carvalho que tal como ele teve início de carreira no Teatro São Carlos em Lisboa.

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Ruy de Carvalho e Armando Calado.

Antes de se declarar encerrada a Sessão Solene o Chefe da Casa Real Portuguesa, o Senhor Dom Duarte em representação das Fundações Oureana e D. Manuel II procedeu ao Reconhecimento do Mérito de várias figuras consagradas da Cultura Portuguesa.

Mestre Armando Calado.
Atuação do Mestre Armando Calado.

No uso da palavra o Mestre de Cerimónia disse: “Segue-se a distinção de três individualidades consagradas da Cultura Portuguesa. São elas o Mestre Joel Pina, e Actor e Cantor Ruy Alberto Rebelo Pires de Carvalho, mais conhecido por Ruy de Carvalho e o Fadista António Pinto Basto aos quais as Fundações conferiram como Prémios de Carreira, respectivamente os títulos de:

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D. Duarte entrega a Joel Pina o Diploma de Rei da Guitarra Portuguesa.

– Rei da Guitarra e Viola baixo Portuguesa

– Rei do Teatro Português

– Rei o Fado Aristocrático”

Joel Pina, Ruy de Carvalho e António Pinto Basto.

D. DUARTE CONFERE ORDEM DE SÃO MIGUEL DA ALA A ARTISTAS

A Casa Real Portuguesa, conferiu ainda aos três agraciados; Ruy de Carvalho, Joel Pina e António Pinto Basto, a Grã-Cruz da Ordem de São Miguel da Ala, a mais antiga Ordem de origem Portuguesa e uma das Ordens dinásticas da Casa Real.

Dom Duarte condecora Ruy de Carvalho.

Com autorização do Senhor Dom Duarte, Humberto Nuno de Oliveira agradeceu a presença de todos e endereçou um agradecimento especial aos músicos Mestre Armando Calado, Joana Evaristo e Joana Barata pelos extraordinários momentos musicais que proporcionaram. Seguidamente declarou encerrada a Sessão.

Dom Duarte condecora Joel Pina.

O Duque de Bragança agradeceu a presença de todos e particularmente aos Marqueses de Fronteira a quem renovou o convite para assinarem um protocolo de colaboração com as fundações parceiras, algo que D. António Mascarenhas disse ser do agrado da Fundação Casas Fronteira e Alorna, anfitrião da sessão.

Dom Duarte Condecora António Pinto Basto.

DUQUE DE BRAGANÇA CONCEDE AUDIÊNCIAS

Após terminar a Sessão Solene, o Duque de Bragança concedeu Audiências ao casal de anfitriões, à Delegação da Universidade e aos Condecorados e suas Famílias. Foram momentos de conversa e algumas fotografias formais respeitando todas as regras da pandemia. (Ver Galeria de Fotos)

ALMOÇO DE NATAL DA FUNDAÇÃO OUREANA

A manhã terminou com o habitual almoço de Natal da Fundação Oureana patrocinado por Moritz Hunzinger e este ano organizado numa sala privada em Lisboa com limitação de participantes devido às regras da pandemia a que estamos sujeitos.

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Para além dos membros da organização da Sessão Solene e dos membros da delegação da Universidade Ucraniana, só puderam participar no almoço alguns dos homenageados e familiares seus.

GALERIA DE FOTOS – DIREITOS RESERVADOS

O Duque de Bragança conversa com Ruy de Carvalho e sua família.
O Actor João de Carvalho à comversa com Dom Duarte de Bragança.
Carel e Mariola Heringa com Dom Duarte de Bragança.
Ruy de Carvalho, Joel Pina e António Pinto Basto.
Audiência do Duque de Bragança concedida aos Marqueses de Fronteira.
Audiência do Duque de Bragança concedida a Joel Pina e aos sobrinhos.
Audiência do Duque de Bragança concedida a Ruy de Carvalho e aos Filhos.
Prof. Humberto Nuno de Oliveira, D. Duarte de Bragança e D. António Mascarenhas.
Audiência do Duque de Bragança concedida ao Casall Heringa / Lubek.
Audiência do Duque de Bragança concedida aos Artistas Agraciados.

5 de Dezembro de 2020

FOTOS: Direitos Reservados

FONTE: https://www.facebook.com/FundacaoHistoricoCulturalOureana/videos/420286042461522

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DUQUE DE BRAGANÇA HOMENAGEADO COM A MAIS ALTA DISTINÇÃO UNIVERSITÁRIA

Prof. Moritz Hunzinger, Magnífico Patrono Prof. D. Duarte de Bragança e Dr. Carlos Evaristo.

O Presidente da Fundação D. Manuel II, S.A.R. Dom Duarte de Bragança, recebeu hoje, no Palácio Fronteira, em Lisboa, os títulos de “Patrono” e “Membro de Honra da Faculdade de História” da Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov, de Kiev, Ucrânia.

Prof. Moritz Hunzinger, Magnífico Patrono Prof. D. Duarte de Bragança e Dr. Carlos Evaristo.

Tal como no passado, em que os Papas, Imperadores e Reis eram os Patronos, e tantas vezes protetores e mecenas das universidades, entendeu esta Universidade Ucraniana, uma das maiores da Europa, ao entregar este título de Patrono, que era o mais alto reconhecimento das Universidades, assinalar as qualidades de humanista e estadista e o insigne papel no domínio das relações internacionais, sobretudo na defesa intrínseca da amizade entre os povos e sua história, liberdade e cultura, que o Senhor Dom Duarte vem assumido. Ao atribuir o estatuto de Patrono e Membro de Honra da sua Faculdade de História, a Universidade Pedagógica Nacional Dragomanov presta ao Chefe da Casa Real Portuguesa o reconhecimento da sua estatura no domínio das relações internacionais e ao seu inquestionável papel na história mundial como representante da Casa Real Portuguesa.

Prof. Moritz Hunzinger, Magnífico Patrono Prof. D. Duarte de Bragança e Dr. Carlos Evaristo.

A Universidade deliberou também a concessão ao Cônsul Carlos Evaristo, Pesquisador e Autor, Presidente e Co-Fundador da Fundação Histórico Cultural Oureana, de um Doutoramento Honoris Causa em reconhecimento dos mais de 30 anos de serviço à Comunidade Cristã, nos domínios da História, do Culto dos Santos, da Iconografia Sacra, da Fenomenologia Religiosa e da Arqueologia Sacra. A entrega destas distinções foi levada a cabo pelo Prof. Moritz Hunzinger que chefiou uma Delegação Oficial enviada pela Reitoria da Universidade para o efeito.

Dr. Carlos Evaristo, Magnífico Patrono Prof. D. Duarte de Bragança e Prof. Moritz Hunzinger.

5 de Dezembro de 2020

Fotos: Direitos Reservados

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CUMPRE-SE SONHO DE JOHN HAFFERT: PAPA PROCLAMA ANO DEDICADO A SÃO JOSÉ

Um curioso monumento dedicado a São José colocado por vontade de John Haffert à entrada da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana no Castelo de Ourém, antecipava a Proclamação pelo Papa de um Ano dedicado ao Patriarca da Sagrada Família e Protetor Universal da Igreja.

Pensava Haffert, fundador da Fundação Oureana e do Exército Azul em 1999, que o Papa João Paulo II iria proclamar um Ano dedicado ao Patrono da Igreja, São José, no Ano 2000 ou logo a seguir a esse Ano Santo mas tal não veio a acontecer.

Haffert que faleceu a 31 de Outubro de 2001, estava convencido que no futuro o Papa havia de dedicar um ano a são José e em antecipação inaugurou o Monumento a São José no Castelo de Ourém no local onde começa a rua dedicada ao Patriarca da Sagrada Família e onde existia em tempos uma Ermida de reclusas dedicada ao mesmo Santo e destruída no século XIX..

O Monumento a São José que recorda também a aparição do Patrono da Igreja no Milagre do Sol em Fátima a 13 de Outubro de 1917 acompanhado pela figura do menino Jesus que aparentava ter uns 12 anos, foi desenhado por John Haffert e Carlos Evaristo em 1999 e benzido depois na Festa de São José, 19 de Março de 2000, pelo Padre Carlos Querido da Silva, Pároco de Ourém (Nossa Senhora das Misericórdias) então Vice-Presidente do Conselho de Curadores da Fundação.

Contribuíram para o Monumento executado pelo artista Fatimense Arlindo Vieira, os Benfeitores; Helen Bergkemp, Armand James Williamson e Jran Macdonald em memória de seu marido william L. Macdonald.

Monumento à Aparição de São José com o Menino Jesus no Milagre do Sol em Fátima.
Imagem de São José a dormir fotografada na mesa dos aposentos do Papa Francisco.
É debaixo desta imagem que o Papa coloca seus pedidos e petições antes de se deitar.

CARTA APOSTÓLICA PATRIS CORDE DO PAPA FRANCISCO

POR OCASIÃO DO 150.º ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA

Com coração de pai: assim José amou a Jesus, designado nos quatro Evangelhos como «o filho de José».[1]

Os dois evangelistas que puseram em relevo a sua figura, Mateus e Lucas, narram pouco, mas o suficiente para fazer compreender o género de pai que era e a missão que a Providência lhe confiou.

Sabemos que era um humilde carpinteiro (cf. Mt 13, 55), desposado com Maria (cf. Mt 1, 18; Lc 1, 27); um «homem justo» (Mt 1, 19), sempre pronto a cumprir a vontade de Deus manifestada na sua Lei (cf. Lc 2, 22.27.39) e através de quatro sonhos (cf. Mt 1, 20; 2, 13.19.22). Depois duma viagem longa e cansativa de Nazaré a Belém, viu o Messias nascer num estábulo, «por não haver lugar para eles» (Lc 2, 7) noutro sítio. Foi testemunha da adoração dos pastores (cf. Lc 2, 8-20) e dos Magos (cf. Mt 2, 1-12), que representavam respetivamente o povo de Israel e os povos pagãos.

Teve a coragem de assumir a paternidade legal de Jesus, a quem deu o nome revelado pelo anjo: dar-Lhe-ás «o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados» (Mt 1, 21). Entre os povos antigos, como se sabe, dar o nome a uma pessoa ou a uma coisa significava conseguir um título de pertença, como fez Adão na narração do Génesis (cf. 2, 19-20).

No Templo, quarenta dias depois do nascimento, José – juntamente com a mãe – ofereceu o Menino ao Senhor e ouviu, surpreendido, a profecia que Simeão fez a respeito de Jesus e Maria (cf. Lc 2, 22-35). Para defender Jesus de Herodes, residiu como forasteiro no Egito (cf. Mt 2, 13-18). Regressado à pátria, viveu no recôndito da pequena e ignorada cidade de Nazaré, na Galileia – donde (dizia-se) «não sairá nenhum profeta» (Jo 7, 52), nem «poderá vir alguma coisa boa» (Jo 1, 46) –, longe de Belém, a sua cidade natal, e de Jerusalém, onde se erguia o Templo. Foi precisamente durante uma peregrinação a Jerusalém que perderam Jesus (tinha ele doze anos) e José e Maria, angustiados, andaram à sua procura, acabando por encontrá-Lo três dias mais tarde no Templo discutindo com os doutores da Lei (cf. Lc 2, 41-50).

Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo. Os meus antecessores aprofundaram a mensagem contida nos poucos dados transmitidos pelos Evangelhos para realçar ainda mais o seu papel central na história da salvação: o Beato Pio IX declarou-o «Padroeiro da Igreja Católica»,[2] o Venerável Pio XII apresentou-o como «Padroeiro dos operários»[3] e São João Paulo II, como «Guardião do Redentor».[4] O povo invoca-o como «padroeiro da boa morte».[5]

Assim, ao completarem-se 150 anos da sua declaração como Padroeiro da Igreja Católica, feita pelo Beato Pio IX a 8 de dezembro de 1870, gostaria de deixar «a boca – como diz Jesus – falar da abundância do coração» (Mt 12, 34), para partilhar convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós. Tal desejo foi crescendo ao longo destes meses de pandemia em que pudemos experimentar, no meio da crise que nos afeta, que «as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiras e enfermeiros, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. (…) Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos».[6] Todos podem encontrar em São José – o homem que passa despercebido, o homem da presença quotidiana discreta e escondida – um intercessor, um amparo e um guia nos momentos de dificuldade. São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão.

1. Pai amado

A grandeza de São José consiste no facto de ter sido o esposo de Maria e o pai de Jesus. Como tal, afirma São João Crisóstomo, «colocou-se inteiramente ao serviço do plano salvífico».[7]

São Paulo VI faz notar que a sua paternidade se exprimiu, concretamente, «em ter feito da sua vida um serviço, um sacrifício, ao mistério da encarnação e à conjunta missão redentora; em ter usado da autoridade legal que detinha sobre a Sagrada Família para lhe fazer dom total de si mesmo, da sua vida, do seu trabalho; em ter convertido a sua vocação humana ao amor doméstico na oblação sobre-humana de si mesmo, do seu coração e de todas as capacidades no amor colocado ao serviço do Messias nascido na sua casa».[8]

Por este seu papel na história da salvação, São José é um pai que foi sempre amado pelo povo cristão, como prova o facto de lhe terem sido dedicadas numerosas igrejas por todo o mundo; de muitos institutos religiosos, confrarias e grupos eclesiais se terem inspirado na sua espiritualidade e adotado o seu nome; e de, há séculos, se realizarem em sua honra várias representações sacras. Muitos Santos e Santas foram seus devotos apaixonados, entre os quais se conta Teresa de Ávila que o adotou como advogado e intercessor, recomendando-se instantemente a São José e recebendo todas as graças que lhe pedia; animada pela própria experiência, a Santa persuadia os outros a serem igualmente devotos dele.[9]

Em todo o manual de orações, há sempre alguma a São José. São-lhe dirigidas invocações especiais todas as quartas-feiras e, de forma particular, durante o mês de março inteiro, tradicionalmente dedicado a ele.[10]

A confiança do povo em São José está contida na expressão «ite ad Joseph», que faz referência ao período de carestia no Egito, quando o povo pedia pão ao Faraó e ele respondia: «Ide ter com José; fazei o que ele vos disser» (Gn 41, 55). Tratava-se de José, filho de Jacob, que acabara vendido, vítima da inveja dos seus irmãos (cf. Gn 37, 11-28); e posteriormente – segundo a narração bíblica – tornou-se vice-rei do Egito (cf. Gn 41, 41-44).

Enquanto descendente de David (cf. Mt 1, 16.20), de cuja raiz deveria nascer Jesus segundo a promessa feita ao rei pelo profeta Natan (cf. 2 Sam 7), e como esposo de Maria de Nazaré, São José constitui a dobradiça que une o Antigo e o Novo Testamento.

2. Pai na ternura

Dia após dia, José via Jesus crescer «em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens» (Lc 2, 52). Como o Senhor fez com Israel, assim ele ensinou Jesus a andar, segurando-O pela mão: era para Ele como o pai que levanta o filho contra o seu rosto, inclinava-se para Ele a fim de Lhe dar de comer (cf. Os 11, 3-4).

Jesus viu a ternura de Deus em José: «Como um pai se compadece dos filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem» (Sal 103, 13).

Com certeza, José terá ouvido ressoar na sinagoga, durante a oração dos Salmos, que o Deus de Israel é um Deus de ternura,[11] que é bom para com todos e «a sua ternura repassa todas as suas obras» (Sal 145, 9).

A história da salvação realiza-se, «na esperança para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18), através das nossas fraquezas. Muitas vezes pensamos que Deus conta apenas com a nossa parte boa e vitoriosa, quando, na verdade, a maior parte dos seus desígnios se cumpre através e apesar da nossa fraqueza. Isto mesmo permite a São Paulo dizer: «Para que não me enchesse de orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás, para me ferir, a fim de que não me orgulhasse. A esse respeito, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Mas Ele respondeu-me: “Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza”» (2 Cor 12, 7-9).

Se esta é a perspetiva da economia da salvação, devemos aprender a aceitar, com profunda ternura, a nossa fraqueza.[12]

O Maligno faz-nos olhar para a nossa fragilidade com um juízo negativo, ao passo que o Espírito trá-la à luz com ternura. A ternura é a melhor forma para tocar o que há de frágil em nós. Muitas vezes o dedo em riste e o juízo que fazemos a respeito dos outros são sinal da incapacidade de acolher dentro de nós mesmos a nossa própria fraqueza, a nossa fragilidade. Só a ternura nos salvará da obra do Acusador (cf. Ap 12, 10). Por isso, é importante encontrar a Misericórdia de Deus, especialmente no sacramento da Reconciliação, fazendo uma experiência de verdade e ternura. Paradoxalmente, também o Maligno pode dizer-nos a verdade, mas, se o faz, é para nos condenar. Entretanto nós sabemos que a Verdade vinda de Deus não nos condena, mas acolhe-nos, abraça-nos, ampara-nos, perdoa-nos. A Verdade apresenta-se-nos sempre como o Pai misericordioso da parábola (cf. Lc 15, 11-32): vem ao nosso encontro, devolve-nos a dignidade, levanta-nos, ordena uma festa para nós, dando como motivo que «este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado» (Lc 15, 24).

A vontade de Deus, a sua história e o seu projeto passam também através da angústia de José. Assim, ele ensina-nos que ter fé em Deus inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades, da nossa fraqueza. E ensina-nos que, no meio das tempestades da vida, não devemos ter medo de deixar a Deus o leme da nossa barca. Por vezes queremos controlar tudo, mas o olhar d’Ele vê sempre mais longe.

3. Pai na obediência

De forma análoga a quanto fez Deus com Maria, manifestando-Lhe o seu plano de salvação, também revelou a José os seus desígnios por meio de sonhos, que na Bíblia, como em todos os povos antigos, eram considerados um dos meios pelos quais Deus manifesta a sua vontade.[13]

José sente uma angústia imensa com a gravidez incompreensível de Maria: mas não quer «difamá-la»,[14] e decide «deixá-la secretamente» (Mt 1, 19). No primeiro sonho, o anjo ajuda-o a resolver o seu grave dilema: «Não temas receber Maria, tua esposa, pois o que Ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados» (Mt 1, 20-21). A sua resposta foi imediata: «Despertando do sono, José fez como lhe ordenou o anjo» (Mt 1, 24). Com a obediência, superou o seu drama e salvou Maria.

No segundo sonho, o anjo dá esta ordem a José: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar» (Mt 2, 13). José não hesitou em obedecer, sem se questionar sobre as dificuldades que encontraria: «E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito, permanecendo ali até à morte de Herodes» (Mt 2, 14-15).

No Egito, com confiança e paciência, José esperou do anjo o aviso prometido para voltar ao seu país. Logo que o mensageiro divino, num terceiro sonho – depois de o informar que tinham morrido aqueles que procuravam matar o menino –, lhe ordena que se levante, tome consigo o menino e sua mãe e regresse à terra de Israel (cf. Mt 2, 19-20), de novo obedece sem hesitar: «Levantando-se, ele tomou o menino e sua mãe e voltou para a terra de Israel» (Mt 2, 21).

Durante a viagem de regresso, porém, «tendo ouvido dizer que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de Herodes, seu pai, teve medo de ir para lá. Então advertido em sonhos – e é a quarta vez que acontece – retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré» (Mt 2, 22-23).

Por sua vez, o evangelista Lucas refere que José enfrentou a longa e incómoda viagem de Nazaré a Belém, devido à lei do imperador César Augusto relativa ao recenseamento, que impunha a cada um registar-se na própria cidade de origem. E foi precisamente nesta circunstância que nasceu Jesus (cf. 2, 1-7), sendo inscrito no registo do Império, como todos os outros meninos.

São Lucas, de modo particular, tem o cuidado de assinalar que os pais de Jesus observavam todas as prescrições da Lei: os ritos da circuncisão de Jesus, da purificação de Maria depois do parto, da oferta do primogénito a Deus (cf. 2, 21-24).[15]

Em todas as circunstâncias da sua vida, José soube pronunciar o seu «fiat», como Maria na Anunciação e Jesus no Getsémani.

Na sua função de chefe de família, José ensinou Jesus a ser submisso aos pais (cf. Lc 2, 51), segundo o mandamento de Deus (cf. Ex 20, 12).

Ao longo da vida oculta em Nazaré, na escola de José, Ele aprendeu a fazer a vontade do Pai. Tal vontade torna-se o seu alimento diário (cf. Jo 4, 34). Mesmo no momento mais difícil da sua vida, vivido no Getsémani, preferiu que se cumprisse a vontade do Pai, e não a sua,[16] fazendo-Se «obediente até à morte (…) de cruz» (Flp 2, 8). Por isso, o autor da Carta aos Hebreus conclui que Jesus «aprendeu a obediência por aquilo que sofreu» (5, 8).

Vê-se, a partir de todas estas vicissitudes, que «José foi chamado por Deus para servir diretamente a Pessoa e a missão de Jesus, mediante o exercício da sua paternidade: desse modo, precisamente, ele coopera no grande mistério da Redenção, quando chega a plenitude dos tempos, e é verdadeiramente ministro da salvação».[17]

4. Pai no acolhimento

José acolhe Maria, sem colocar condições prévias. Confia nas palavras do anjo. «A nobreza do seu coração fá-lo subordinar à caridade aquilo que aprendera com a lei; e hoje, neste mundo onde é patente a violência psicológica, verbal e física contra a mulher, José apresenta-se como figura de homem respeitoso, delicado que, mesmo não dispondo de todas as informações, se decide pela honra, dignidade e vida de Maria. E, na sua dúvida sobre o melhor a fazer, Deus ajudou-o a escolher iluminando o seu discernimento».[18]

Na nossa vida, muitas vezes sucedem coisas, cujo significado não entendemos. E a nossa primeira reação, frequentemente, é de desilusão e revolta. Diversamente, José deixa de lado os seus raciocínios para dar lugar ao que sucede e, por mais misterioso que possa aparecer a seus olhos, acolhe-o, assume a sua responsabilidade e reconcilia-se com a própria história. Se não nos reconciliarmos com a nossa história, não conseguiremos dar nem mais um passo, porque ficaremos sempre reféns das nossas expectativas e consequentes desilusões.

A vida espiritual que José nos mostra não é um caminho que explica, mas um caminho que acolhe. Só a partir deste acolhimento, desta reconciliação, é possível intuir também uma história mais excelsa, um significado mais profundo. Parecem ecoar as palavras inflamadas de Job, quando, desafiado pela esposa a rebelar-se contra todo o mal que lhe está a acontecer, responde: «Se recebemos os bens da mão de Deus, não aceitaremos também os males?» (Job 2, 10).

José não é um homem resignado passivamente. O seu protagonismo é corajoso e forte. O acolhimento é um modo pelo qual se manifesta, na nossa vida, o dom da fortaleza que nos vem do Espírito Santo. Só o Senhor nos pode dar força para acolher a vida como ela é, aceitando até mesmo as suas contradições, imprevistos e desilusões.

A vinda de Jesus ao nosso meio é um dom do Pai, para que cada um se reconcilie com a carne da sua história, mesmo quando não a compreende totalmente.

O que Deus disse ao nosso Santo – «José, Filho de David, não temas…» (Mt 1, 20) –, parece repeti-lo a nós também: «Não tenhais medo!» É necessário deixar de lado a ira e a desilusão para – movidos não por qualquer resignação mundana, mas com uma fortaleza cheia de esperança – dar lugar àquilo que não escolhemos e, todavia, existe. Acolher a vida desta maneira introduz-nos num significado oculto. A vida de cada um de nós pode recomeçar miraculosamente, se encontrarmos a coragem de a viver segundo aquilo que nos indica o Evangelho. E não importa se tudo parece ter tomado já uma direção errada e se algumas coisas já são irreversíveis. Deus pode fazer brotar flores no meio das rochas. E mesmo que o nosso coração nos censure de qualquer coisa, Ele «é maior que o nosso coração e conhece tudo» (1 Jo 3, 20).

Reaparece aqui o realismo cristão, que não deita fora nada do que existe. A realidade, na sua misteriosa persistência e complexidade, é portadora dum sentido da existência com as suas luzes e sombras. É isto que leva o apóstolo Paulo a dizer: «Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm 8, 28). E Santo Agostinho acrescenta: tudo, «incluindo aquilo que é chamado mal».[19] Nesta perspetiva global, a fé dá significado a todos os acontecimentos, sejam eles felizes ou tristes.

Assim, longe de nós pensar que crer signifique encontrar fáceis soluções consoladoras. Antes, pelo contrário, a fé que Cristo nos ensinou é a que vemos em São José, que não procura atalhos, mas enfrenta de olhos abertos aquilo que lhe acontece, assumindo pessoalmente a responsabilidade por isso.

O acolhimento de José convida-nos a receber os outros, sem exclusões, tal como são, reservando uma predileção especial pelos mais frágeis, porque Deus escolhe o que é frágil (cf. 1 Cor 1, 27), é «pai dos órfãos e defensor das viúvas» (Sal 68, 6) e manda amar o forasteiro.[20] Posso imaginar ter sido do procedimento de José que Jesus tirou inspiração para a parábola do filho pródigo e do pai misericordioso (cf. Lc 15, 11-32).

5. Pai com coragem criativa

Se a primeira etapa de toda a verdadeira cura interior é acolher a própria história, ou seja, dar espaço no nosso íntimo até mesmo àquilo que não escolhemos na nossa vida, convém acrescentar outra caraterística importante: a coragem criativa. Esta vem ao de cima sobretudo quando se encontram dificuldades. Com efeito, perante uma dificuldade, pode-se estacar e abandonar o campo, ou tentar vencê-la de algum modo. Às vezes, são precisamente as dificuldades que fazem sair de cada um de nós recursos que nem pensávamos ter.

Frequentemente, ao ler os «Evangelhos da Infância», apetece-nos perguntar por que motivo Deus não interveio de forma direta e clara. Porque Deus intervém por meio de acontecimentos e pessoas: José é o homem por meio de quem Deus cuida dos primórdios da história da redenção; é o verdadeiro «milagre», pelo qual Deus salva o Menino e sua mãe. O Céu intervém, confiando na coragem criativa deste homem que, tendo chegado a Belém e não encontrando alojamento onde Maria possa dar à luz, arranja um estábulo e prepara-o de modo a tornar-se o lugar mais acolhedor possível para o Filho de Deus, que vem ao mundo (cf. Lc 2, 6-7). Face ao perigo iminente de Herodes, que quer matar o Menino, de novo em sonhos José é alertado para O defender e, no coração da noite, organiza a fuga para o Egito (cf. Mt 2, 13-14).

Numa leitura superficial destas narrações, a impressão que se tem é a de que o mundo está à mercê dos fortes e poderosos, mas a «boa notícia» do Evangelho consiste precisamente em mostrar como, não obstante a arrogância e a violência dos dominadores terrenos, Deus encontra sempre a forma de realizar o seu plano de salvação. Às vezes também a nossa vida parece à mercê dos poderes fortes, mas o Evangelho diz-nos que Deus consegue sempre salvar aquilo que conta, desde que usemos a mesma coragem criativa do carpinteiro de Nazaré, o qual sabe transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência.

Se, em determinadas situações, parece que Deus não nos ajuda, isso não significa que nos tenha abandonado, mas que confia em nós com aquilo que podemos projetar, inventar, encontrar.

Trata-se da mesma coragem criativa demonstrada pelos amigos do paralítico que, desejando levá-lo à presença de Jesus, fizeram-no descer pelo teto (cf. Lc 5, 17-26). A dificuldade não deteve a audácia e obstinação daqueles amigos. Estavam convencidos de que Jesus podia curar o doente e, «não achando por onde introduzi-lo, devido à multidão, subiram ao teto e, através das telhas, desceram-no com a enxerga, para o meio, em frente de Jesus. Vendo a fé daqueles homens, disse: “Homem, os teus pecados estão perdoados”» (5, 19-20). Jesus reconhece a fé criativa com que aqueles homens procuram trazer-Lhe o seu amigo doente.

O Evangelho não dá informações relativas ao tempo que Maria, José e o Menino permaneceram no Egito. Mas certamente tiveram de comer, encontrar uma casa, um emprego. Não é preciso muita imaginação para preencher o silêncio do Evangelho a tal respeito. A Sagrada Família teve que enfrentar problemas concretos, como todas as outras famílias, como muitos dos nossos irmãos migrantes que ainda hoje arriscam a vida acossados pelas desventuras e a fome. Neste sentido, creio que São José seja verdadeiramente um padroeiro especial para quantos têm que deixar a sua terra por causa das guerras, do ódio, da perseguição e da miséria.

No fim de cada acontecimento que tem José como protagonista, o Evangelho observa que ele se levanta, toma consigo o Menino e sua mãe e faz o que Deus lhe ordenou (cf. Mt 1, 24; 2, 14.21). Com efeito, Jesus e Maria, sua mãe, são o tesouro mais precioso da nossa fé.[21]

No plano da salvação, o Filho não pode ser separado da Mãe, d’Aquela que «avançou pelo caminho da fé, mantendo fielmente a união com seu Filho até à cruz».[22]

Sempre nos devemos interrogar se estamos a proteger com todas as nossas forças Jesus e Maria, que misteriosamente estão confiados à nossa responsabilidade, ao nosso cuidado, à nossa guarda. O Filho do Todo-Poderoso vem ao mundo, assumindo uma condição de grande fragilidade. Necessita de José para ser defendido, protegido, cuidado e criado. Deus confia neste homem, e o mesmo faz Maria que encontra em José aquele que não só Lhe quer salvar a vida, mas sempre A sustentará a Ela e ao Menino. Neste sentido, São José não pode deixar de ser o Guardião da Igreja, porque a Igreja é o prolongamento do Corpo de Cristo na história e, ao mesmo tempo, na maternidade da Igreja, espelha-se a maternidade de Maria.[23] José, continuando a proteger a Igreja, continua a proteger o Menino e sua mãe; e também nós, amando a Igreja, continuamos a amar o Menino e sua mãe.

Este Menino é Aquele que dirá: «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40). Assim, todo o necessitado, pobre, atribulado, moribundo, forasteiro, recluso, doente são «o Menino» que José continua a guardar. Por isso mesmo, São José é invocado como protetor dos miseráveis, necessitados, exilados, aflitos, pobres, moribundos. E pela mesma razão a Igreja não pode deixar de amar em primeiro lugar os últimos, porque Jesus conferiu-lhes a preferência ao identificar-Se pessoalmente com eles. De José, devemos aprender o mesmo cuidado e responsabilidade: amar o Menino e sua mãe; amar os Sacramentos e a caridade; amar a Igreja e os pobres. Cada uma destas realidades é sempre o Menino e sua mãe.

6. Pai trabalhador

Um aspeto que carateriza São José – e tem sido evidenciado desde os dias da primeira encíclica social, a Rerum novarum de Leão XIII – é a sua relação com o trabalho. São José era um carpinteiro que trabalhou honestamente para garantir o sustento da sua família. Com ele, Jesus aprendeu o valor, a dignidade e a alegria do que significa comer o pão fruto do próprio trabalho.

Neste nosso tempo em que o trabalho parece ter voltado a constituir uma urgente questão social e o desemprego atinge por vezes níveis impressionantes, mesmo em países onde se experimentou durante várias décadas um certo bem-estar, é necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica e do qual o nosso Santo é patrono e exemplo.

O trabalho torna-se participação na própria obra da salvação, oportunidade para apressar a vinda do Reino, desenvolver as próprias potencialidades e qualidades, colocando-as ao serviço da sociedade e da comunhão; o trabalho torna-se uma oportunidade de realização não só para o próprio trabalhador, mas sobretudo para aquele núcleo originário da sociedade que é a família. Uma família onde falte o trabalho está mais exposta a dificuldades, tensões, fraturas e até mesmo à desesperada e desesperadora tentação da dissolução. Como poderemos falar da dignidade humana sem nos empenharmos para que todos, e cada um, tenham a possibilidade de um digno sustento?

A pessoa que trabalha, seja qual for a sua tarefa, colabora com o próprio Deus, torna-se em certa medida criadora do mundo que a rodeia. A crise do nosso tempo, que é económica, social, cultural e espiritual, pode constituir para todos um apelo a redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho para dar origem a uma nova «normalidade», em que ninguém seja excluído. O trabalho de São José lembra-nos que o próprio Deus feito homem não desdenhou o trabalho. A perda de trabalho, que afeta tantos irmãos e irmãs e tem aumentado nos últimos meses devido à pandemia da Covid-19, deve ser um apelo a revermos as nossas prioridades. Peçamos a São José Operário que encontremos caminhos onde nos possamos comprometer até se dizer: nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!

7. Pai na sombra

O escritor polaco Jan Dobraczy?ski, no seu livro A Sombra do Pai,[24] narrou a vida de São José em forma de romance. Com a sugestiva imagem da sombra, apresenta a figura de José, que é, para Jesus, a sombra na terra do Pai celeste: guarda-O, protege-O, segue os seus passos sem nunca se afastar d’Ele. Lembra o que Moisés dizia a Israel: «Neste deserto (…) vistes o Senhor, vosso Deus, conduzir-vos como um pai conduz o seu filho, durante toda a caminhada que fizeste até chegar a este lugar» (Dt 1, 31). Assim José exerceu a paternidade durante toda a sua vida.[25]

Não se nasce pai, torna-se tal… E não se torna pai, apenas porque se colocou no mundo um filho, mas porque se cuida responsavelmente dele. Sempre que alguém assume a responsabilidade pela vida de outrem, em certo sentido exercita a paternidade a seu respeito.

Na sociedade atual, muitas vezes os filhos parecem ser órfãos de pai. A própria Igreja de hoje precisa de pais. Continua atual a advertência dirigida por São Paulo aos Coríntios: «Ainda que tivésseis dez mil pedagogos em Cristo, não teríeis muitos pais» (1 Cor 4, 15); e cada sacerdote ou bispo deveria poder acrescentar como o Apóstolo: «Fui eu que vos gerei em Cristo Jesus, pelo Evangelho» (4, 15). E aos Gálatas diz: «Meus filhos, por quem sinto outra vez dores de parto, até que Cristo se forme entre vós!» (Gl 4, 19).

Ser pai significa introduzir o filho na experiência da vida, na realidade. Não segurá-lo, nem prendê-lo, nem subjugá-lo, mas torná-lo capaz de opções, de liberdade, de partir. Talvez seja por isso que a tradição, referindo-se a José, ao lado do apelido de pai colocou também o de «castíssimo». Não se trata duma indicação meramente afetiva, mas é a síntese duma atitude que exprime o contrário da posse. A castidade é a liberdade da posse em todos os campos da vida. Um amor só é verdadeiramente tal, quando é casto. O amor que quer possuir acaba sempre por se tornar perigoso: prende, sufoca, torna infeliz. O próprio Deus amou o homem com amor casto, deixando-o livre inclusive de errar e opor-se a Ele. A lógica do amor é sempre uma lógica de liberdade, e José soube amar de maneira extraordinariamente livre. Nunca se colocou a si mesmo no centro; soube descentralizar-se, colocar Maria e Jesus no centro da sua vida.

A felicidade de José não se situa na lógica do sacrifício de si mesmo, mas na lógica do dom de si mesmo. Naquele homem, nunca se nota frustração, mas apenas confiança. O seu silêncio persistente não inclui lamentações, mas sempre gestos concretos de confiança. O mundo precisa de pais, rejeita os dominadores, isto é, rejeita quem quer usar a posse do outro para preencher o seu próprio vazio; rejeita aqueles que confundem autoridade com autoritarismo, serviço com servilismo, confronto com opressão, caridade com assistencialismo, força com destruição. Toda a verdadeira vocação nasce do dom de si mesmo, que é a maturação do simples sacrifício. Mesmo no sacerdócio e na vida consagrada, requer-se este género de maturidade. Quando uma vocação matrimonial, celibatária ou virginal não chega à maturação do dom de si mesmo, detendo-se apenas na lógica do sacrifício, então, em vez de significar a beleza e a alegria do amor, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração.

A paternidade, que renuncia à tentação de decidir a vida dos filhos, sempre abre espaços para o inédito. Cada filho traz sempre consigo um mistério, algo de inédito que só pode ser revelado com a ajuda dum pai que respeite a sua liberdade. Um pai sente que completou a sua ação educativa e viveu plenamente a paternidade, apenas quando se tornou «inútil», quando vê que o filho se torna autónomo e caminha sozinho pelos caminhos da vida, quando se coloca na situação de José, que sempre soube que aquele Menino não era seu: fora simplesmente confiado aos seus cuidados. No fundo, é isto mesmo que dá a entender Jesus quando afirma: «Na terra, a ninguém chameis “Pai”, porque um só é o vosso “Pai”, aquele que está no Céu» (Mt 23, 9).

Todas as vezes que nos encontramos na condição de exercitar a paternidade, devemos lembrar-nos que nunca é exercício de posse, mas «sinal» que remete para uma paternidade mais alta. Em certo sentido, estamos sempre todos na condição de José: sombra do único Pai celeste, que «faz com que o sol se levante sobre os bons e os maus, e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores» (Mt 5, 45); e sombra que acompanha o Filho.

* * *

«Levanta-te, toma o menino e sua mãe» (Mt 2, 13): diz o anjo da parte de Deus a são José.

O objetivo desta carta apostólica é aumentar o amor por este grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo.

Com efeito, a missão específica dos Santos não é apenas a de conceder milagres e graças, mas de interceder por nós diante de Deus, como fizeram Abraão[26] e Moisés,[27] como faz Jesus, «único mediador» (1 Tm 2, 5), que junto de Deus Pai é o nosso «advogado» (1 Jo 2, 1), «vivo para sempre, a fim de interceder por [nós]» (Heb 7, 25; cf. Rm 8, 34).

Os Santos ajudam todos os fiéis «a tender à santidade e perfeição do próprio estado».[28] A sua vida é uma prova concreta de que é possível viver o Evangelho.

À semelhança de Jesus que disse: «Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11, 29), também os Santos são exemplos de vida que havemos de imitar. A isto nos exorta explicitamente São Paulo: «Rogo-vos, pois, que sejais meus imitadores» (1 Cor 4, 16).[29] O mesmo nos diz São José através do seu silêncio eloquente.

Estimulado com o exemplo de tantos Santos e Santas diante dos olhos, Santo Agostinho interrogava-se: «Então não poderás fazer o que estes e estas fizeram?» E, assim, chegou à conversão definitiva exclamando: «Tarde Vos amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei!»[30]

Só nos resta implorar, de São José, a graça das graças: a nossa conversão.

Dirijamos-lhe a nossa oração:

Salve, guardião do Redentor

e esposo da Virgem Maria!

A vós, Deus confiou o seu Filho;

em vós, Maria depositou a sua confiança;

convosco, Cristo tornou-Se homem.

Ó Bem-aventurado José,

mostrai-vos pai também para nós

e guiai-nos no caminho da vida.

Alcançai-nos graça, misericórdia e coragem,

e defendei-nos de todo o mal.

Ámen.

Roma, em São João de Latrão, na Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, 8 de dezembro do ano de 2020, oitavo do meu pontificado.

Francisco

[1] Lucas 4, 22; João 6, 42; cf. Mateus 13, 55; Marcos 6, 3.

[2] Sacra Congregação dos Ritos, Quemadmodum Deus (8 de dezembro de 1870): ASS 6 (1870-71), 194.

[3] Cf. Discurso às Associações Cristãs dos Trabalhadores Italianos (ACLI) por ocasião da Solenidade de São José Operário (1 de maio de 1955): AAS 47 (1955), 406.

[4] Cf. Exortação apostólica Redemptoris custos (15 de agosto de 1989): AAS 82 (1990), 5-34.

[5] Catecismo da Igreja Católica, 1014.

[6] Francisco, Meditação em tempo de pandemia (27 de março de 2020): L’Osservatore Romano (29/III/2020), 10.

[7] Homiliæ in Matthæum, V, 3: PG 57, 58.

[8] Homilia (19 de março de 1966): Insegnamenti di Paolo VI, IV (1966), 110.

[9] Cf. Livro da Vida, 6, 6-8.

[10] Todos os dias, há mais de quarenta anos, depois das Laudes, recito uma oração a São José tirada dum livro francês de devoções, do século XIX, da Congregação das Religiosas de Jesus e Maria, que expressa devoção, confiança e um certo desafio a São José: «Glorioso Patriarca São José, cujo poder consegue tornar possíveis as coisas impossíveis, vinde em minha ajuda nestes momentos de angústia e dificuldade. Tomai sob a vossa proteção as situações tão graves e difíceis que Vos confio, para que obtenham uma solução feliz. Meu amado Pai, toda a minha confiança está colocada em Vós. Que não se diga que eu Vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é tão grande como o vosso poder. Amen».

[11] Cf. Deuteronómio4, 31; Salmo 69, 17; 78, 38; 86, 5; 111, 4; 116, 5; Jeremias 31, 20.

[12] Cf. Francisco, Exortação apostólica Evangelii gaudium (24 de novembro de 2013), 88; 288: AAS 105 (2013) 1057; 1136-1137.

[13] Cf. Génesis 20, 3; 28, 12; 31, 11.24; 40, 8; 41, 1-32; Números 12, 6; I Samuel 3, 3-10; Daniel 2; 4; Job 33, 15.

[14] Também nestes casos, estava prevista a lapidação (cf. Deuteronómio 22, 20-21).

[15] Cf. Levítico 12, 1-8; Êxodo 13, 2.

[16] Cf. Mateus 26, 39; Marcos 14, 36; Lucas 22, 42.

[17] São João Paulo II, Exortação apostólica Redemptoris custos (15 de agosto de 1989), 8: AAS 82 (1990), 14.

[18] Francisco, Homilia na Santa Missa com Beatificações (Villavicencio – Colômbia, 8 de setembro de 2017): AAS 109 (2017), 1061.

[19] «… etiam illud quod malum dicitur», in Enchiridion de fide, spe et caritate, 3.11: PL 40, 236.

[20] Cf. Deuteronómio 10, 19; Êxodo 22, 20-22; Lucas 10, 29-37.

[21] Cf. Sacra Congregação dos Ritos, Quemadmodum Deus (8 de dezembro de 1870): ASS 6 (1870-71), 193; Beato Pio IX, Carta apostólica Inclytum Patriarcham (7 de julho de 1871): ASS 6 (1870-71), 324-327.

[22] Concílio Ecuménico Vaticano II, Constituição dogmática Lumen gentium, 58.

[23] Cf. Catecismo da Igreja Católica, 963-970.

[24] Edição original: Cie? Ojca (Varsóvia 1977).

[25] Cf. São João Paulo II, Exortação apostólica Redemptoris (15 de agosto de 1989), 7-8: AAS 82 (1990), 12-16.

[26] Cf. Génesis 18, 23-32.

[27] Cf. Êxodo17, 8-13; 32, 30-35.

[28] Concílio Ecuménico Vaticano II, Constituição dogmática Lumen gentium, 42.

[29] Cf. I Coríntios 11, 1; Filipenses 3, 17; I Tessalonicenses 1, 6.

[30] Confissões, 8,11,17; 10,27,38: PL 32, 761; 795.

8 de Dezembro de 2020

FONTE: Vatican News

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REAL CONFRARIA CELEBROU FESTA DE SÃO NUNO NA IGREJA DO SANTO CONDESTÁVEL EM LISBOA

A Real Confraria do Santo Condestável São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira celebrou pela primeira vez este ano, a Festa do seu Patrono, na Igreja do Santo Condestável em Lisboa.  

Igreja do Santo Condestável.

A Real Confraria do Santo Condestável que anualmente recebe convite para estar presente nas celebrações naquela Igreja (que conserva a maior parte dos restos mortais do seu patrono; São Frei Nuno de Santa Maria), aceitou este ano o convite para estar presente e acompanhar o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança juntamente com a Ordem do Santo Sepulcro, a Real Guarda de Honra e demais Confrarias da Família Carmelitana.

OBRA DO CALDEIRÃO

Criada originalmente pelo próprio Santo Condestável, pouco depois de entrar para a Ordem do Carmo como Irmão Donato, a associação de leigos de assistência aos pobres e sem abrigo de Lisboa, transformou-se ao longo dos séculos na Ordem Terceira do Carmo esquecendo as suas origens e fundador.

A Confraria da Virgem Santa Maria ou Confraria do Caldeirão, como era popularmente conhecida ao tempo de D. Nuno, foi re-fundada em 2009, no espírito da família Carmelitana, pelo Vice-Postulador da Causa da Canonização Rev. Padre Francisco Rodrigues, O. Carm, sob o Alto Patrocínio da Casa Real Portuguesa, fixando a sua Sede na reconstruída Botica de São João da Fundação Oureana no Castelo de Ourém cujas origens remontam ao tempo em que o III Conde de Ourém era Prior da Ordem Hospitalária de São João (Hoje Soberana Ordem de Malta).

Canonicamente Erigida em várias Dioceses como um Apostolado, a Real Confraria e a sua chamada “Obra do Caldeirão” da qual fazem parte os “Peacemakers” (“Obreiros da Paz” ou “Pacificadores”) é o Departamento Sócio-caritativo da Fundação Oureana que opera em parceria protocolar com a Fundação D. Manuel II e a Real Guarda de Honra.

OS PACIFICADORES

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” Mateus 5:9

Este ano as obras de assistência social da “Obra do Caldeirão” levadas a cabo pelas Fundações parceiras, do Apostolado da Real Confraria do Santo Condestável, através dos “Peacemakers” (“Obreiros da Paz” ou “Os Pacificadores”), obra fundada em 1985 como Sociedade Missionária e então denominada “Sociedade Conde Nuno” e mais tarde, “Sociedade Beato Nuno” e que é hoje parte da Real Confraria da Fundação Oureana.

Esta obra foi fundada na Casa Alta, antiga Ermida do Espírito Santo, onde se situava a primeira residência oficial de John Haffert no Castelo de Ourém. Foram mentores da mesma o Bispo Missionário Constantino Luna, Patrono do Exército Azul e o antigo Tesoureiro do Exército Azul, Timothy Richard Heinan que se inspiraram na biografia de São Nuno por John Haffert; “The Peacemaker that went to War” ou “O Pacificador que foi para a Guerra”.

O Duque de Bragança com a Delegação da Ordem do Santo Sepulcro.

Criada pelo VI Centenário da vitória de São Nuno em Aljubarrota, a obra tem levado a cabo numerosas campanhas anuais de ajuda humanitária em Missões em África, no México, na Guatemala, no Peru e no Brasil, países onde mantém apoio a orfanatos criados e sustentados em boa parte pela mesma.

A Sociedade Beato Nuno foi mais tarde Canonicamente Erigida em várias Dioceses como as de Duluth no Minnesota, E.U.A. e no México até que passou a ser incorporada, por Protocolo, na Real Confraria e em 2009 por ocasião da Canonização de São Nuno. Ostenta hoje o nome que deriva da primeira biografia em língua inglesa de São Nuno, um “best-seller” publicado em 1946 da autoria do Fundador da Fundação Oureana; John Mathias Haffert; intitulada; “The Peacemaker that went to War” (O Pacificador que foi para a Guerra).

Confrades e Guardas de Honra junto ao Túmulo de São Nuno.

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Depois da Missa, e a seguir à romaria dos Confrades e Guardas de Honra em torno do túmulo de São Frei Nuno, foi altura do Confrade Condestável David Alves Pereira informar a Assembleia de Confrades dos resultados das várias campanhas humanitárias que a Real Confraria, através dos “Peacemakers”, tem levado a cabo, desde o início da presente Pandemia, para ajuda dos mais necessitados.

“Tendo-se organizando a distribuição de bens de primeira necessidade a famílias carenciadas, distribuindo subsídios, roupa e outros bens, uma obra que tem realizado neste ano de Pandemia com a ajuda particular das Fundações Parceiras, dos Confrades Condestáveis José António e Maria Antonieta da Cunha Coutinho; do Confrade Nuno Coutinho Faria e dos Benfeitores Duarte Pizarro, Miguel Pape, Susana Rodrigues Lopes e da Drª Isabel Jonet do Banco Alimentar Contra a Fome. Do Apostolado “Mãos Unidas com Maria” de Florinda Marques, também ela membro da Real Confraria recebeu-se medicamentos, roupa, material escolar e agasalhos.

APOIO DADO PELA REAL CONFRARIA DURANTE A PANDEMIA COVID 19

Para os casos com necessidades básicas dos concelhos de Ourém, Tomar e Leiria, para além de ajudas pontuais em dinheiro ou em cabazes de alimentos comprados, estabeleceram-se contactos com as respetivas Câmaras Municipais, que já haviam criado linhas de apoio social. Alguns casos de Ourém e de Fátima foram encaminhados para a Assistência Social do Concelho, que dava 50 Euros por pessoa, por semana, para ajudar com despesas e 150 euros por família.

Das 19 Famílias (77 Pessoas) ajudadas na primeira grande campanha de distribuição de bens alimentares que a Real Confraria coordenou na Comunidade Brasileira, com o apoio do Consulado Honorário do Brasil em Fátima (Ourém), foram também ajudadas até Abril com cabazes de alimentos ou vales distribuídos, 9 pessoas de Fátima. Posteriormente, com a ajuda da Real Confraria, todas foram inscritas no Banco Alimentar contra a Fome, na Cáritas Diocesana ou na Missão Continente para um apoio continuado.

Houve ainda uma família de 4 pessoas que foi transportada, juntamente com a sua mobília e bens, de Viseu para Fátima pelos Confrades David Alves Pereira e Jorge Gonçalves, a fim de receberem apoio de uma Comunidade Religiosa.

É importante esclarecer que desde 2001 que a Fundação Oureana não recebe donativos para obras de caridade, nem distribui donativos com essa finalidade. Para total transparência todas as campanhas de angariação de fundos são levadas a cabo pela Real Confraria do Santo Condestável, e por voluntários, sendo que os beneficiários, a serem ajudados em Portugal ou no estrangeiro, recebem fundos diretamente dos doadores nas suas contas ou então, são-lhes entregue vales ou cheques emitidos pelos doadores a seu favor. A Contabilidade é feita pela Diocese de São Tomé e Príncipe em cuja Diocese está Canonicamente Erigida a Real Confraria que opera a partir de Ourém. É a mesma Diocese que recebe os fundos diretamente e emite os recibos aos doadores. A Real Confraria também dá apoio e manutenção contínua à “Casa dos Pequeninos” da Diocese de São Tomé e Príncipe.

De salientar também os apoios especiais e médicos dados aos que foram atingidos pela presente Pandemia (que juntaram um grupo de 17 Benfeitores, entre eles o jogador de futebol Jardel), com fundos para compra de roupa, pagamento de transportes, carregamentos de telemóveis, e ajuda a pagamentos de faturas de gás, água e luz. Foi ainda adquirida uma ambulância equipada e cadeiras de rodas e andarilhos enviada em Agosto para São Tomé e Príncipe.

Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte de Bragança, Duque de Bragança, na qualidade de Condestável Mor Honorário e Patrono da Real Confraria, felicitou o Condestável-Mor e os Adjuntos; Condestáveis David Alves Pereira; Bruno de Castro e Jorge Gonçalves que juntamente com o Esmoler-Mor António Boleto Catela, são os Esmoleres da Real Confraria e os que dirigem o grupo dos “Peacemakers” em Portugal e o apio dado pelos Confrades Condestáveis Angelo Musa, Kevin Couling, Stephen Besinaiz e Paul Perry a liderarem as campanhas de angariação de fundos com o Condestável-Mor Carlos Evaristo, em vários países do estrangeiro e que resultaram no êxito destas campanhas.

Romaria e Oração dos Confrades participantes junto ao Túmulo de São Nuno.

INVESTIDURAS NA CRIPTA DO CONDESTÁVEL

Antes da Missa da Festa de São Nuno, pelas 16:30 Horas, teve lugar na Cripta da Igreja do Santo Condestável, no piso abaixo do Altar-Mor junto ao local onde se encontra o túmulo com relíquias de São Nuno, a Investidura de novos Confrades e também de novos Guardas de Honra da Real Guarda de Honra (RGH).

O Senhor Dom Duarte de Bragança, que ostenta hoje os títulos que eram de São Nuno, Conde de Ourém e Conde de Barcelos, na qualidade de Condestável-Mor Honorário e Patrono Fundador da Real Confraria, relembrou a família dos Duques de Cadaval, que tradicionalmente representam a família “Pereira” e ostentam as Armas que eram de D. Nuno, mas que não poderem estar presentes. Seguidamente o Senhor Dom Duarte entregou os diplomas e felicitou os novos membros das duas Associações que gozam do Patronato Real, apelando a que todos sigam sempre o exemplo de Caridade, Humildade e de Amor a Deus e à Virgem que foi de São Nuno e particularmente, ajudando aqueles que mais necessitam sempre, e de forma extraordinária, neste tempo de Pandemia.

Sua Alteza Real o Duque de Bragança.

Para além de serem investidos por procuração vários membros Norte Americanos e Italianos, houve também a investidura presencial de novos membros das Legiões da RGH de Beja e de Évora, e ainda, nomeado mais um Capelão.

Os Confrades Humberto Nuno e João Pedro.

Foi designado Confrade Condestável Grã-Colar Humberto Nuno Lopes Mendes de Oliveira que passa a assumir o Comando da Legião da Real Confraria e Real Guarda de Honra na Igreja do Santo Condestável.

O Alcaide João Pedro com sua irmã e Madrinha Maria de Lurdes junto à Pia Batismal.

Será assistido pelo Adjunto e Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira, Confrade que foi batizado na mesma Igreja pelo Padre Mário, no dia 13 de Maio de 1966, tendo como Madrinha, sua irmã, Maria de Lurdes, também presente na Missa da Festa de São Nuno para recordar esse dia com o irmão.

Batismo do Confrade Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira
na Igreja do Santo Condestável.
O Padre Mário administra o batismo a João Pedro Teixeira ao colo de sua irmã e Madrinha.

MISSA PRESIDIDA PELO BISPO AUXILIAR DE LISBOA

A Missa, que teve início pelas 19:00 Horas, foi presidida por D. Américo Aguiar, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Lisboa. Antes e depois da Missa uma relíquia de São Nuno foi levada no Cortejo Litúrgico pelo Pároco da Igreja do Santo Condestável, Revº Padre Luís Carlos Silva de Almeida que publicamente saudou e agradeceu a presença do Senhor Duque de Bragança, dos Confrades da Real Confraria e membros da Real Guarda de Honra.

A Relíquia de São Nuno levada na Procissão Litúrgica.







A Santa Missa foi presidia por D. Américo Aguiar.

Membros de uma Família da Paróquia colocaram a Coroa de Flores no Túmulo de São Nuno.
O Confrade Fundador D. Nuno de Bragança van Uden.

Presentes na Santa Missa também uma representação oficial da Ordem do Santo Sepulcro da qual fazia parte D. Nuno de Bragança van Uden, primo do Duque de Bragança e Confrade Fundador Condestável da Real Confraria.

Os Confrades Carlos e Margarida Evaristo

Presente também esteve o Confrade Fundador Dr. Alexandre Patrício Gouveia, Condestável para a Capela de São Jorge em Aljubarrota e Presidente da Fundação Batalha de Aljubarrota com a qual a Fundação Oureana celebrou um Protocolo de Cooperação em 2009 que criou a Exposição Nacional do Santo Condestável no Castelo de Ourém.

Os Confrades João Pedro Teixeira e Mário Neves.
O confrade Mário Neves.
O Confrade Alexandre Patrício Gouveia.

No final da Assembleia, o Confrade Mário Neves foi nomeado Alcaide para o Santuário da Princesa Santa Joana em Aveiro pelo Condestável Mor como reconhecimento do importante trabalho que tem vindo a realizar na pesquisa da história e promoção do Culto de São Nuno e ainda, na preparação de uma publicação sobre São Nuno que será editado em breve pela Real Confraria através da Regina Mundi Press ICHR, Editora das Fundações.

Representante do Chefe do Estado Maior do Exército.
O Comandante da Legião de Tomar da Real Guarda de Honra Bruno de Castro
que representava o Comando Geral da RGH.

Delegações da Ordem do Santo Sepulcro e dos Escuteiros cujo Patrono é o Santo Condestável.

Membros Confrades da Real Guarda de Honra das Legiões de Beja e Évora.
O Confrade Alexandre Patrício Gouveia.
O Confrade Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira.
O Alcaide João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira e sua irmã Maria de Lurdes..
A Delegação da Ordem do Santo Sepulcro.

BRINDE À MEMÓRIA DE S.A. D. HENRIQUE DUQUE DE COIMBRA

Nesse dia foi recordado Sua Alteza, o Senhor Dom Henrique de Bragança, Duque de Coimbra, Chanceler Mor das Ordens Dinásticas da Casa Real Portuguesa e Condestável Mor Honorário da Real Confraria do Santo Condestável, falecido a 14 de Fevereiro de 2017 e que havia nascido no dia 6 de Novembro, Festa de São Nuno, em 1949.

S.A.R. Dom Duarte de Bragança com o Confrade Justin Carpentier durante o Jantar.
S.A.R. Dom Duarte de Bragança com o Confrade Justin Carpentier durante o Jantar.

Antes da Missa, num jantar informal que teve lugar num restaurante junto à Igreja, brindou-se à memória do Senhor Dom Henrique.

6 de Novembro de 2020

Fotos: Direitos Reservados

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Fundações Oureana e D. Manuel II organizaram primeira “Conferência Internacional Papa Pio XII”, Comemorativa do 80.º Aniversário da Coroação Pontifícia

Cartaz da Conferência

Foi no dia 27 de Setembro de 2019, que decorreu, em Fátima, no Auditório da Domus Pacis, (Exército Azul), o primeiro Congresso Internacional dedicado ao Papa Pio XII e ao seu Legado.

Este venerável Papa, cujo processo de Canonização se encontra a decorrer actualmente no Vaticano, foi Padrinho de Baptismo de S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança e grande devoto de Nossa Senhora de Fátima.

O Congresso assistido por mais de uma centena e meia de pessoas juntou um grupo de reconhecidos oradores, peritos na vida de Eugénio Pacelli que revelaram, não só aspectos pouco conhecidos daquele que era tido no seu tempo como “o Papa de Fátima”, como também comprovaram ter havido, nos últimos anos, uma campanha altamente deshonesta de calúnias com intenção de denegrir um líder que foi sempre muito respeitado durante a II Guerra Mundial e pelas mais altas entidades Judaicas pelo que fez para ajudar Judeus vítimas do Nazismo.

Neste congresso participaram vários especialistas  e o próprio sobrinho-neto do Papa Pio XII, o Conde Giovanni Rizzardi Pacelli que juntamente com a sua mulher ofereceram um Solideu Pontifício do tio avô para a Colecção de Relíquias da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana,

Solideu do Papa Pio XII
O Conde Giovanni Rizzardi Pacelli e sua mulher oferecem um Solideu Pontifício do Papa Pio XII para a Colecção de Relíquias da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana

Durante a primeira parte da Conferência que teve início na noite do dia 26 Carlos Evaristo (Presidente da Fundação Oureana) deu as Boas Vindas a todos os Conferencistas e Oradores e falou das Relíquias do Papa Pio XII tendo em seguida inaugurado a Exposição das Relíquias do Papa Pio XII. Seguiu.-se a exibição do Filme: O Papa Pio XII.

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Carlos Evaristo deu as Boas Vindas a Todos e Abriu a Exposição de Relíquias de Pio XII.

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Noite de 26 de Setembro de 2019
Sapatos do Papa Pio XII

Já na segunda parte da Conferência, que teve lugar na manhã do dia 27, sob o tema; “O Papa Pio XII e a sua devoção a Fátima”, foi D. Manuel António Mendes dos Santos (Bispo Patrono da Fundação) que deu as boas vindas a todos os Conferencistas e Oradores.

Comunicação de S.E.R. o Senhor Bispo de S. Tomé e Principe, D. Manuel António dos Santos.
(Video de Monarquia TV)

antes do Padre Carlo Cecchin (Capelão Mór) e Membro do Conselho da Fundação começar as Orações de Abertura.

Abertura e bênção pelo Capelão-Mor Padre Carlo Cecchin: Conferência Papa Pio XII, comemorativa do 80.º Aniversário da Coroação Pontifícia de S.S. o Papa Pio XII.
(Video de Monarquia TV)

Entre as 10h00 e as 10h30 falou David Carollo (Presidente do Exército Azul WAF, EUA / e Membro do Conselho de Curadores da Fundação Oureana) sobre “O Papa Pio XII, Co-fundador do Exército Azul”

Dave Carollo

Comunicação do Presidente do “Blue Army WAF, USA”, David Carollo,
!Pio XII, Co-fundador do Exército Azul (Blue Army)”
(Video de Monarquia TV)

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Michael Hesemann

Entre as 10:h35 e as 11h05 foi a vez do Autor Alemão Michael Hesemann (Historiador da Igreja) falar de “Pio XII; o Papa de Fátima”.

Conferência de de Michael Hesemann. (Video de Monarquia TV)

O Italiano Roberto Vittorio Favero (Autor e Historiador) falou entre as 11h10 e as 11h40 sobre “Eugenio Maria Pacelli di Onano: Un Diplomatico da Cardinale a Papa”.

Roberto Favero

Seguidamente discursou entre as 11h50 e as 12:h20, Bruno von Nunlist (Cantor de ópera, Neto do Chefe da Guarda Suíça). Bruno deu a conhecer a história dos “Soldados do Papa: Papa Pio XII e a Guarda Suíça”, tendo revelado detalhes inéditos sobre um atentado vida do Papa.

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Bruno von Nunlist
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O Cantor de Opera Suiço Bruno von Nunlist, neto do Comandante da Guarda Suiça durante três Pontificados, deu um testemunho inédito e pessoal sobre Papa Pio XII tendo doado à Fundação Oureana o espólio que guardava do seu avô ligado aos Papas Pio XII, João XXII e Paulo VI.

Comunicação de Bruno von Nunlist,, neto do Comandante da Guarda Suiça do Papa Pio XII.
(Video de Monarquia TV)

Para encerrar a Conferência da manhã Nunlist cantou um híno a Nossa Senhora de Fátima. Seguiu-se um almoço de Convívio servido no Salão de Banquetes da Domus Pacis.

“A Espiritualidade e Legado do Papa Pio XII” foi o tema apresentado entre as 14h00 e as 14h30 pelo Padre Edgardo Arellano (Fundador Aliança da Holy Family Foundation International). Foi ele também que recitou as Orações de Abertura e falou do tema da tarde: !”A Espiritualidade do Papa Pio XII”.

Entre as 14h35 e as 15h05 foi a vez de Johan Ickx (Arquivista Chefe da Secretaria de Estado da Santa Sé) falar do “Papa Pio XII e o Holocausto”. Explicando o “Fato Versus Ficção” quanto aos boatos que circulam sobre o Papa e o holocausto judaico sob o regime de Hitler.

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Johan Ickx

Também em defesa da acção de Pio XII durante a II Guerra Mundial veio Michael Feldkamp (Historiador do Parlamento Alemão) que entre as 15h00 e as 15h35 falou do “Papa Pio XII, Diplomata e Homem da Paz”.

Michael Feldkamp

O Conde Pier Felice degli Uberti (Presidente da ICOC, Autor e Historiador) falou da “L’araldica e la Nobiltà dei Pacelli di Onano e eu discorsi alla Nobiltà Romana di SS Pio XII” entre as 15h40 e as 16h10.

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Pier Felice degli Uberti

A última Conferência apresentada pelo sobrinho neto do Papa Pio XII, o Conde Giovanni Rizzardi Pacelli teve lugar entre as 16h15 e as 16h45 e teve como tema “O Legado do Papa Pio XII”

O Conde Giovanni Rizzardi Pacelli

A Conferência sobre Pio XII foi encerrada por S.A.R. Dom Duarte Pio de Bragança (Presidente da Fundação D. Manuel II e afilhado de baptismo do do Papa Pio XII) que falou das suas “Reflexões pessoais do Papa Pio XII, o Pastor Angélico”.

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Dom Duarte de Bragança

Seguidamente o grupo deslocou-se ao Santuário de Fátima para participar numa Missa de Acção de Graças celebrada por D. Manuel António Mendes dos Santos, na Capelinha das Aparições.

Durante a Conferência esteve presente a Imagem Oficial do Centenário das Aparições de Nossa Senhora de Fátima benzida pelo Papa Francisco – AHFFI

O Congresso abriu com a exibição do filme Pio XII, produzido pela televisão da Baviera.

Foto de grupo com todos os Oradores e a Organização da Conferência Pio XII

Já na Regalis Lipsanotheca no Castelo de Ourém, o Presidente da Fundação, Carlos Evaristo, anunciou que estava a ser criada uma imagem Simulacra de Pio XII para exibir algumas das Relíquias Insignes do Papa que foi amigo pessoal de John Haffert. A imagem depois de concluída concluída será instalada na Regalis Lipsanotheca V em Fátima.

Participaram na Conferência vários representantes de Casas Reais entre elas do Brasil, do Ruanda, do Havaii, da Albânia e o Lord Lyon e Xerife da Escócia.

As Palestras da Conferência gravadas pela Monarquia TV ficam disponíveis online graças a um Protocolo com as Fundações Oureana e D. Manuel II.


Simulacra de Pio XII na Regalis Lipsanotheca V em Fátima

27 de Setembto de 2019

FONTE: Monarquia TV

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Fundação Oureana Celebrou Protocolo de Colaboração com a DGPC através do Palácio Nacional Da Ajuda para Estudo e Divulgação de Colecções

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Carlos Evaristo, José Alberto Ribeiro e Dom Duarte de Bragança

No Dia Internacional dos Museus a Fundação Histórico – Cultural Oureana anunciou que teve lugar no Palácio Nacional da Ajuda, a celebração de um importante Protocolo com a Direcção Geral do Património Cultural (DGPC).

Igual Protocolo foi celebrado no mesmo dia entre a DGPC e a Fundação D. Manuel II, a primeira parceira protocolar da Fundação Oureana.

Para Carlos Evaristo, Presidente da Fundação Oureana; “este Protocolo é um marco importantíssimo na história dos 25 anos da nossa instituição e dos 50 aos do nosso Programa Medieval.”

José Alberto Ribeiro e Carlos Evaristo após a assinatura de Protocolo.

Dom Duarte de Bragança, Presidente da Fundação D. Manuel II e Membro do Concelho de Curadores da Fundação Oureana considera “importante o estudo e a preservação da memória dos seus antepassados que muito contribuíram para o enriquecimento cultural da nação e do espólio que deixaram a Portugal.”

D. Duarte de Bragança assina o Protocolo.
José Alberto Ribeiro e D. Duarte de Bragança após a assinatura.

Bruno de Castro, Diretor de Relações Públicas da Fundação Oureana como mediador deste Protocolo esclareceu que “as Fundações Oureana e D. Manuel II que se prezam pelo estudo, preservação e difusão da História de Portugal colocam assim o seu conhecer, a experiência e peças históricas das suas coleções à disposição da DGPC e do Palácio Nacional da Ajuda para estudo e divulgação através de publicações e exposições já em fase de preparação.”

O Relações Públicas da Fundação Oureana Bruno de Castro com José Alberto Ribeiro e D. Duarte.

O Protocolo que foi assinado no dia 8 de Outubro de 2019, pelo Director do Palácio Dr. José Alberto Ribeiro e pelos Presidentes das Fundações Oureana e D. Manuel II devidamente mandatados para o efeito teve que ser depois Ratificado pela Directora Geral da DGPC, a Drª Paula Araújo Da Silva que após aprovação do Ministério da Cultura homologou o mesmo no dia 23 de Janeiro de 2020.

18 de Maio de 2020

Fotos: Direitos Reservados

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Recordar Santa Teresa de Ourém no VIII Centenário do seu nascimento e 25º aniversário da redescoberta da relíquia da sua cabeça

Imagem Processional de Santa Teresa de Ourém

Foi no ano de 1220 que Tareja (Teresa), a primeira Santa Ouriense, nasceu na aldeia do Zambujal, tendo falecido na Vila de Ourém (Castelo), a 3 de Setembro de 1266, com apenas 46 anos de idade.

Lapide no Zambujal junto à Capela

Reza a tradição que Teresa nasceu precisamente no local onde hoje existe a Capela do Zambujal construída no local de uma outra mais antiga.

Capela de Santa Teresa no Zambujal

A história da Santa canonizada por proclamação do único Papa Português João XXI, após aclamação popular, conta que era padeira de profissão e servia os Padres das Igrejas de Santiago e de São João na Vila amuralhada do Castelo de Ourém, vivendo num solar que existia junto ao povoado mais antigo no Terreiro de Santiago.

Relíquia Insigne da Cabeça de Santa Teresa

Contam as lendas populares passadas a escrito em vários livros dos séculos XVII e XVIII como o “Flos Sanctorum” do Padre Rosário, que Teresa como “por milagre” se fazia pequena para assim passar pela fechadura da cadeia de Ourém e poder tratar, alimentar e pregar a Boa Nova aos presos. Por esta razão é retractada na iconografia sacra com uma bíblia numa mão e o ferrolho da fechadura da prisão na outra.

Seu culto popular ganhou novos devotos após o Terramoto de 1 de Novembro de 1755 quando seu túmulo primitivo na Sé-Colegiada foi posto a descoberto. Infelizmente o mesmo terá desaparecido posteriormente com as Invasões Francesas.

Livro da Biblioteca da Regalis Lipsanotheca

Venera-se no entanto a Relíquia do Casco da Cabeça da Santa preservado numa caixa-relicário de prata cujo fabrico, segundo o Perito em Relíquias, Carlos Evaristo, é anterior ao Concílio de Trento dado que tem rasgos gradeados nas paredes da caixa para a exposição parcial e veneração, algo que se deixou de usar depois de 1600.

Esta Relíquia Insigne da Cabeça de Santa Teresa de Ourém era exposta para a veneração dos fieis, anualmente, a 3 de Setembro, dia do seu falecimento e de sua Festa. Nesse dia os estudantes vinham em romaria e recebiam a bênção com o toque da relíquia nas suas cabeças para assim serem bons alunos e terem boas notas.

A prática foi continuada até cerca de 1911 quando a relíquia foi retirada do Culto pelo Pároco, Padre Carlos Pereira Gens que assim a quis poupar do arrolamento de que já havia sofrido o Relicário do IV Conde de Ourém.

A Relíquia da cabeça de Santa Teresa esteve perdida desde a altura em que o Relicário do IV Conde de Ourém foi levado da Sé-Colegiada para o Museu Nacional de Arte Antiga de onde jamais voltou.

imagem de Santa Teresa na antiga Sé-Colegiada

A Relíquia Insigne foi reencontrada em 1995, juntamente com as Relíquias do Relicário do IV Conde de Ourém, por Carlos Evaristo, Presidente da Direcção da Fundação Oureana e re-autenticadas a 9 de Outubro do mesmo ano pelo Pároco Padre Carlos Querida da Silva depois de ter sido positivamente identificada por Evaristo através do “Estudo das Relíquias da Sé-Colegiada” enviado ao Vaticano e validado pela Sagrada Congregação para a Causa dos Santos.

O reencontro no Arquivo Paroquial de uma “Autentica” (documento de autenticidade da relíquia) escrito pelos Cónegos no Século XIX veio revalidar a declaração sobre a identificação da descoberta de Evaristo e contribuir para a história da Santa e de seu Culto.

O casco da cabeça apresenta dois orifícios que se pensava ser resultado da prática médica de trepanação (furação do crânio para alívio da dor de cabeça severa) mas segundo o estudo de Carlos Evaristo estes foram propositadamente abertos para serem usados, pelos Cónegos da Real e Insigne Sé-Colegiada, para retirarem a relíquia da caixa de prata, feita à sua medida e isto numa altura, já depois do Concílio de Trento, quando a veneração e o toque nas relíquias já era permitido.

O Perito em Relíquias Carlos Evaristo

A relíquia óssea, segundo um estudo forense do Centro para a Pesquisa Religiosa da Fundação Oureana, levado a cabo pelo seu Presidente, o Médico-Legista Forense Prof. Frederick T. Zugibe, “é bastante antigo” e “de uma mulher de média idade e estatura pequena”.

Por Protocolo celebrado entre a Paróquia e a Fundação Oureana a relíquia passou a ficar depositado em exposição na Regalis Lipsanotheca e assim permaneceu desde 1995 e até depois da morte do Padre Carlos Querido da Silva em 2011. Durante esses anos a relíquia foi estudada, conservada e assegurada com um seguro contra todos os riscos. Para além de toda esta precaução, a Fundação Oureana ainda contribuía anualmente com um generoso donativo à Paróquia para manutenção do Culto de Santa Teresa, com uma Missa anual com Veneração da Relíquia. Retomou-se também a tradição da bênção dos estudantes. É de lamentar que a Festa anual acabou por ser descontinuada com a partida do Padre Querido.

A Caixa de prata com a Relíquia Insigne foi devolvida à Paróquia com registo na Diocese de Leiria-Fátima pouco depois do falecimento do Padre Carlos Querido da Silva e jamais venerada ou usada em actos de Culto Devocional e de Veneração

O Culto popular de Santa Teresa que já havia sido reduzido a culto local como “Beata” após as reformas do Concílio de Trento é hoje somente venerada na sua terra natal do Zambujal embora ainda haja imagens suas na Capela de Santo Amaro e na Igreja da Sé-Colegiada. Estas três imagens em madeira talhada e policromada são as únicas que existem.

Antiga Cadeia de Ourém

Hoje no Zambujal mantém-se o seu culto bem vivo com Missa anual no dia de sua Festa e Procissão. Um relicário que é levado na Procissão contem um pequeno fragmento da cabeça da Santa que se encontrava já solto entre os dois orifícios abertos do casco.

Padre Dr. Fernando Varela na Regalis Lipsanoethca com a Relíquia da Cabeça de Santa Teresa de Ourém entregue a Capela do Zambujal
Pormenor da Relíquia

Este fragmento foi retirado, há vários anos, com autorização do Bispo Diocesano e do Pároco, para veneração do povo na sua terra natal. O relicário preparado por Carlos Evaristo, na Regalis Lipsanotheca, foi entregue ao Padre Dr. Fernando Varela, grande devoto da Santa e o dedicado Sacerdote que tem mantido o seu culto vivo na terra onde nasceu.

Imagem Pintada de Santa Teresa na Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana
Fechadura Milagrosa de Santa Teresa proveniente da Cadeia de Ourém

Reza a tradição que as ruínas de um forno de pão junto ao largo com o nome de Santa Teresa do Ourém era onde a mesma cozia o pão. Já a sua casa ou solar no Terreiro de Santiago cujas ruínas acabaram por ser demolidas por ordem de D. Afonso, IV Conde de Ourém em 1445, havia sido parcialmente desmantelada para de acordo com o seu testamento, reparar as cadeias ou prisões de Ourém que manteve sempre “a fechadura do milagre de Santa Teresa” até à sua remodelação como Ucharia (Restaurante) quando foi descartada juntamente com as madeiras velhas tendo sido recuperada pela Fundação Oureana e hoje exposta na Regalis Lipsanotheca numa altar com um painel pintado em honra da Santa Ouriense.

A história de Santa foi tema de uma Palestra apresentada por Carlos Evaristo, em Ourém, no dia 3 de Setembro, aquando de uma Missa comemorativa dos 800 anos do nascimento de Beata Teresa de Ourém celebrada na Regalis Lipsanotheca.

https://www.facebook.com/212843178822287/videos/636982263662207

Video da Palestra de Carlos Evaristo gravado e editado por José Alves (Soutaria TV)

FOTOS: Arquivo da Regalis Lipsanotheca da Fundação Oureana / José Alves

9 de Outubro de 2020

25º Aniversário da re-autenticação da Relíquia do casco da Cabeça de Santa Teres de Ourém

LANÇAMENTO DO LIVRO "SANTA TERESA DE OURÉM", DE ANTÓNIO RODRIGUES BAPTISTA  | Programme | Rede Cultura 2027 Leiria
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Duques de Bragança em Alcobaça com a Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala

A Real Irmandade da Ordem de São Miguel da Ala, a Ordem de Cavalaria mais antiga de origem Portuguesa, regressou ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça em Festa de São Miguel, liderada pelo Grão – Mestre Nato, Dom Duarte Pio, Duque de Bragança.

A Ordem Dinástica, uma de três da Casa Real Portuguesa, foi fundada em 1147 por D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal e aprovada pelo Papa Alexandre III, através de Bula datada de 1171. Desde então e até à sua reforma já no reinado de D. Miguel I, a Ordem esteve sediada no Real Mosteiro Cisterciense de Santa Maria, em Alcobaça, onde tinha Capela e Altar com imagem do Arcanjo.

Com a partida do Rei D. Miguel para o exílio, em 1834, a Ordem passou a ser uma condecoração da Casa Real até ser reformulada, na década de 1980, pelo actual Duque de Bragança. Em 2000, a Ordem Dinástica, á semelhança de muitas outras, foi reformulada com a criação de uma Real Irmandade Católica para seus membros e através da qual a Casa Real realiza obras de Beneficência e apoio cultural, tanto em Portugal como em países lusófonos.

Estiveram presentes como convidados da Ordem e dos Duques de Bragança, D. Duarte e D. Isabel, o Lord Lyon da Escócia, o Príncipe Leka da Albânia, o Principe D. Luiz Filipe do Brasil, actualmente Deputado Federal, para alem de vários outros Príncipes e membros de Governos e do Clero estrangeiros, Patronos e Membros da Ordem.

Foram investidos na Real Irmandade da Ordem de são Miguel da Ala, durante este Capítulo Geral, por reconhecido Mérito, a Fadista Katia Guerreiro, os Mestres Guitarristas Joel Pina e João Mário Veiga, o Cantor Lírico Armando Calado e o sobrinho neto do Papa Pio XII Conde Giovanni Rizzardi Pacelli.

O XII Capitulo da Federação das Reais Irmandades da Ordem de São Miguel da Ala, composta por 8 Bispos Diocesanos e 2500 membros com Delegados de 12 países, teve como tema o Legado do Papa Pio XII, Padrinho de baptismo do Senhor Duque de Bragança e incluiu uma Conferência em Fátima e Peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora da Conceição em Vila Viçosa.

Tanto o Duque de Bragança como as Reais Irmandades da Ordem de São Miguel da Ala afastaram-se de actos religiosos em Alcobaça e de usar os símbolos históricos durante vários anos em obediência a uma previdência cautelar do Tribunal após um grupo liderado por um conhecido Fadista ter registado os mesmos símbolos como marca patente em nome de uma associação de São Miguel da Ala e de essa ter processado os históricos utilizadores dos símbolos; a Casa Real Portuguesa e a Igreja.

O Fadista que difamou o Duque de Bragança foi obrigado a aceitar um acordo com indemnização. Seguidamente viu o Tribunal decretar a caducidade do seu registo dos símbolos de São Miguel da Ala por não ter feito uso dos mesmos para fins comerciais. Após várias contestações por parte do mesmo, as marcas foram confirmadas definitivamente ao Duque de Bragança e às instituições da Igreja que são as únicas legitimas sucessoras da Ordem que foi em tempos Monástica e Militar.

D. Manuel António Mendes dos Santos, Capelão Geral da Ordem e Presidente da Federação dos Arcebispos e Bispos das Reais Irmandades Diocesanas, foi o Prelado que presidiu à Missa e Investiduras em Alcobaça.

29 de Setembro de 2019

FOTOS: Bruno de Castro

FONTE: https://infocul.pt/actualidade/duques-de-braganca-em-alcobaca-com-a-ordem-de-sao-miguel-da-ala/

15 Outubro, 2019

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