Faleceu Frá Matthew Festing, Príncipe Grão-Mestre Emérito da Soberana Ordem de Malta, Patrono da Real Confraria do Santo Condestável e da Regalis Lipsanotheca

R.I.P.
Frá Matthew Festing
(1949 – 2021)

É com triste pesar que a Fundação Histórico – Cultural Oureana recebe a notícia do falecimento de Frá Matthew Festing, Príncipe Grão-Mestre Emérito da Soberana Ordem de Malta.

O falecimento de Frá Matthew de 71 anos de idade, foi comunicado pelo Grande Magistério da Ordem de Malta em Roma, como tendo ocorrido, hoje, Sexta-Feira, 12 de Novembro.

Festing, foi o 79º Grão-Mestre da Soberana Ordem de Malta, e era, desde 22 de Setembro de 2009, Patrono Fundador e Condestável-Mor Honorário da Real Confraria do Santo Condestável. Era também Patrono Honorário do Museu da Fundação; Regalis Lipsanotheca e Botica de São João / ambos os edifícios fazendo parte da Exposição Nacional do Santo Condestável da Fundação Oureana.

Numa carta dirigida à Real Confraria em 2009 informava: “Ficarei muito contente em ser Patrono Honorário do vosso Museu.”

Festing era grande devoto das Santas Relíquias mas também de São Nuno de Santa Maria tendo assistido à Missa de Canonização, a 26 de Abril de 2009, na Praça de São Pedro no Vaticano, altura em que havia solicitado à Real Confraria, uma relíquia e imagem do Santo Condestável para uso devocional na Capela no Palácio do Grande Magistério em Roma. A relíquia e imagem, oferecidas e enviadas pelos Confrades Fundadores da Real Confraria, Carlos Evaristo e José António Alves Cunha Coutinho, foram entronizadas pelo Príncipe Grão-Mestre, na referida capela, pela Festa de São João Baptista, aniversário do nascimento de D. Nuno Àlvares Pereira.

Sobre a relíquia de São Nuno escreveu: “A Ordem de Malta tem muita honra em receber uma relíquia de São Nuno (…) E obviamente iriamos ficar encantados de a ter e muito a iremos estimar.”

O Príncipe Frá Matthew Festing com os Confrades Fundadores; Carlos Evaristo e Vítor Portugal dos Santos

Frá Matthew escrevia com regularidade, e durante muitos anos, para a Real Confraria. Sua última carta como Príncipe e Grão-Mestre da Ordem de Malta, por coincidência, está datada do mesmo dia de sua abdicação.

Festing havia participado no último dia 4 de Novembro, em Malta, na Profissão de Votos Solenes de Frá Francis Vassallo, na Concatedral de São João de la Valette, mas após a cerimônia, sentiu-se mal e foi levado ao hospital onde ficou internado ao se verificar que o seu estado de saúde era considerado grave. No dia 6 de Novembro, Festa de São Nuno, foram enviados votos de rápidas melhoras e orações pelas suas rápidas melhoras por parte da Real Confraria.

Frá Matthew cumprimenta o Celebrante na Missa que teve lugar no passado dia 4 de Novembro

Frá Marco Luzzago, atual Lugar-Tenente do Grão-Mestre, pediu orações pela alma de Frá Matthew Festing que nasceu em 1949, em Northumberland, na Inglaterra. Filho de Robert Matthew Festing, era descendente de Sir Adrian Fortescue, Cavaleiro de Malta que morreu Mártir, em1539.

Matthew Festing estudou História na Universidade de Cambridge e era especialista em Arte. Também serviu os Granadeiros, foi Coronel do Exército Britânico e recebeu da Rainha Elizabeth II, o título de Oficial da Ordem do Império Britânico.

Frei Matthew Festing ingressou na Soberana Ordem de Malta no ano de 1977 onde Professou Solenemente os votos em 1991, tornando-se no primeiro membro da Ordem a ter o título de Grão-Prior de Inglaterra após 450 anos. Em 2008, foi Eleito Príncipe e 79º Grão-Mestre da soberana Ordem de Malta e permaneceu no cargo até à sua renúncia, a pedido do Papa, em Janeiro de 2017.

O Papa Francisco com o Príncipe Matthew Festing em 2017

Durante os anos que passou à frente da Ordem de Malta, visitou todos os Continentes para conhecer com detalhes o trabalho da Ordem além de reforçar laços Diplomáticos com todos os países. Foi o principal promotor das peregrinações anuais da Ordem de Malta aos Santuários Marianos, de Fátima e Lourdes, onde se encarregava pessoalmente de acolher os peregrinos com deficiências.

Rogamos a todos os Capelães e Confrades da Real Confraria que rezem para que Deus conceda o Eterno descanso ao nosso querido Patrono para assim gozar de paz na Pátria Celeste na companhia de São Frei Nuno Nuno de Santa Maria que também foi Prior da Ordem de São João em Portugal.

Um Missa por alma de Frá Matthew Festing será mandada celebrar pela Real Confraria em data a anunciar.

12 de Novembro de 2021

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Família Real Portuguesa visitou Exposição no Palácio Nacional da Ajuda

O Chefe da Casa Real Portuguesa, Dom Duarte Pio de Bragança, visitou a exposição temporária “D. Maria II. De Princesa Brasileira a Rainha de Portugal (1819 – 1853)”, acompanhado de sua mulher D. Isabel, dos filhos e dos primos.

A visita guiada à exposição patente na Galeria de Pintura Rei D. Luís I do Palácio da Ajuda, foi conduzida pelo Dr. José Alberto Ribeiro, Director do Monumento, que explicou aos Duques de Bragança e seus filhos D. Afonso, Príncipe da Beira e D. Maria Francisca, Duquesa de Coimbra, a história das peças expostas que incluem a Coroa Real, o Ceptro e o Trono mandados fazer para a Coroação da Rainha D. Maria II.

É de recordar que as Fundações D. Manuel II e Oureana mantêm Protocolos com o Palácio Nacional da Ajuda para conservação, consulta e divulgação de património.   

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27 de Outubro de 2021

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Real Confraria e Real Guarda de Honra celebram Festa do seu Patrono na Igreja do Santo Condestável em Lisboa

Mural do Altar Mor da Igreja

A Real Confraria do Santo Condestável juntamente com a Real Guarda de Honra, voltaram a celebrar a Festa do seu patrono na Igreja do Santo Condestável, em Lisboa, com investiduras de novos Confrades, Missa Solene com Veneração de Relíquia Insigne e um Jantar de Convívio / Capítulo Geral.

Alguns Membros do Conselho da Real Confraria com os novos Confrades e elementos da Real Guarda de Honra

A Festa litúrgica de São Nuno de Santa Maria celebrada pela Real Confraria do Santo Condestável e a Real Guarda de Honra, teve lugar na Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique, Lisboa, com início às 18:30 Horas, altura em que se realizaram as Investiduras de novos Confrades na Cripta da Igreja junto ao túmulo de São Frei Nuno de Santa Maria Álvares Pereira.

A cerimónia este ano foi presidida por Sua Alteza Real Dom Afonso de Bragança, Príncipe da Beira, Condestável-Mor Honorário e Patrono em representação de seu pai, Sua Alteza Real Dom Duarte Pio de Bragança, Chefe da Casa Real Portuguesa, que não pode estar presente por se encontrar, à mesma hora, a assistir à Missa de Exéquias Fúnebres de Sua Exª Rev.ma D. Basílio do Nascimento, Bispo de Baucau, Timor Leste que teve lugar no Mosteiro dos Jerónimos.

Presentes este ano nas cerimónias estiveram os Condestáveis Fundadores José António e Maria Antonieta da Cunha Coutinho juntamente Maria Margarida Evaristo, o Condestável-Mor para Lisboa, Humberto Nuno de Oliveira, e o Alcaide para Ourém e Coordenador da Acção Social “Peacemakers” David Alves Pereira. No total participaram 35 Confrades e uma Delegação de 6 elementos da Real Guarda de Honra, comandados nesta ocasião pela Comandante em Exercício, Dama Guarda de Honra Maria Filomena de Castro.

Investiduras de Novos Confrades e Promoções

Os Confrades investidos nesta ocasião foram Maria de Lurdes Antunes de Ascensão Teixeira Fernandes Lopes, José Tomé Chasqueira Boavida, Nuno Ricardo Gonçalves Pereira Candeias e D. António Albuquerque de Sousa Lara admitido no grau de Alcaide.

Os Confrades estrangeiros honorários admitidos nesta ocasião foram dois espanhóis: o Alferes de Navio José Luis Barceló e sua mulher Maria del Pilar Vicente, Cavaleiro e Dama Honorários da Casa Real Portuguesa e ainda um Irlandês; William Smyth.

Foi promovido a Alcaide o Confrade Mário Neves, que tem sido incansável na promoção do Culto de São Nuno e igualmente promovido a Alcaide e Adjunto do Condestável-Mor para Lisboa, o Confrade João Pedro Antunes de Ascensão Teixeira, que tal como sua irmã, Maria de Lurdes Antunes de Ascensão Teixeira Fernandes Lopes, foi baptizado naquela igreja onde se encontra o túmulo oficial de São Nuno.

Todos os novos Confrades foram dispensados da imposição do escapulário de Nossa Senhora do Carmo pelo facto de já terem sido investidos há vários anos com o mesmo por um Sacerdote.

No uso da palavra o Condestável-Mór Fundador Carlos Evaristo informou que este ano o Revº. Padre Francisco Rodrigues, O. Carm. Capelão Mór Fundador da Real Confraria e Vice-Postulador Emérito, não pode estar presente pelo facto de ter sido recentemente internado no hospital devido a uma intoxicação alimentar. Carlos Evaristo recordou que foram também investidos este ano como Confrades Professos; Leonardo Pereira Rodrigues, Hernani Luis de Carvalho e Rui Salazar de Lucena e Mello e como Confrades estrangeiros, Professos e Honorários; Simon Andrew Robert Appleby-Wintle, Thomas Joseph Serafin, André Ladislau Olegario Jaross, Eugénio Emiliano Arciuszkiewicz, Anton Tkachuk, Eugenio Magnarin, Franco Vassallo de Ferrari di Brignano e Fernando Diago de la Presentación.

José António da Cunha Coutinho, D. Afonso de Bragança, Carlos Evaristo, Mário Neves e David Alves Pereira
A Promoção a Alcaide do Confrade Mário Neves
O momento da Investidura do Alcaide D. António de Sousa Lara
O Alcaide Mário Neves agradece a promoção
A imposição do Hábito ao Alcaide D. António de Sousa Lara
Alferes de Navio José Luis Barceló
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A imposição do Hábito ao Alferes de Navio José Luis Barceló
A Imposição do Hábito à Confradesa Maria de Lurdes pela Dama Condestável Fundadora Margarida Evaristo
A Investidura de Maria de Lurdes Antunes de Ascensão Teixeira Fernandes Lopes
A Investidura de Maria de Lurdes Antunes de Ascensão Teixeira Fernandes Lopes

A Investidura da Confradesa Maria del Pilar Vicente
A Imposição do Habito ao Confrade José Tomé Chasqueira Boavida pelo Alcaide David Pereira
O Confrade José Tomé Chasqueira Boavida cumprimenta o Condestável-Mor Fundador Carlos Evaristo
O Condestável-Mor para Lisboa, Humberto Nuno de Oliveira preside ao Capítulo Geral com o Adjunto, Alcaide João Pedro Teixeira e o Alcaide e Coordenador da Acção Social David Alves Pereira

Missa Solene presidida pelo Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa

Durante a homilia D. Manuel Clemente relembrou como o Santo Condestável antes das batalhas se preocupava se o inimigo teria comida suficiente e enviava mantimentos caso não tivessem, algo que mostrava a humanidade e generosidade de São Nuno como Comandante.

Depois da Comunhão foi colocada uma Coroa de Flores junto ao túmulo de São Nuno localizado debaixo do altar-mor e recitada uma oração, composta pelo Infante D. Pedro, pelo Cardeal Patriarca de Lisboa.

Depois do Coro ter cantado o Hino do Santo Condestável, terminada a Missa, foi dada a bênção final por D. Manuel Clemente e depois, ficou exposta no altar para veneração, a Relíquia Insigne do fémur de São Nuno, oferecida à Paróquia há 70 anos pelo então Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira.

Início do Cortejo litúrgico
O Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa relembra o 70º Aniversário da Igreja do Santo Condestável
Sua Alteza Real o Príncipe da Beira D. Afonso de Bragança
Os Membros do Conselho da Real Confraria e Maria Castro, a Comandante em Exercício da Real Guarda de Honra
Os Membros do Conselho da Real Confraria e a Comandante em Exercício da Real Guarda de Honra
O Coro da Paróquia
Duas jovens colocaram uma Coroa de Flores junto ao Túmulo do Santo Condestável
Duas jovens colocaram uma Coroa de Flores junto ao Túmulo do Santo Condestável
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Duas jovens colocaram uma Coroa de Flores junto ao Túmulo do Santo Condestável
O Cardeal Patriarca de Lisboa invoca o Santo Condestável durante a Oração
A Relíquia Insigne do Fémur de São Nuno de Santa Maria
Carlos Evaristo venera a Relíquia Insigne do Santo Condestável

Jantar de Convívio

Após a solene celebração litúrgica em honra de São Nuno de Santa Maria, seguiu-se um jantar de confraternização e o Capítulo Geral dos Confrades da Real Confraria do Santo Condestável e dos Membros da Real Guarda de Honra. Presidiu à Sessão o Senhor Dom Duarte Pio de Bragança, Condestável-Mor acompanhado de seu filho, o Príncipe da Beira o Senhor Dom Afonso de Bragança.

Presentes este ano em representação da Delegação Norte Americana da Real Confraria, estiveram os Confrades James e Jean Dudek que há mais de 20 anos promovem a devoção a São Nuno nos Estados Unidos da América no contexto da Mensagem de Fátima.

Agradecimentos Especiais

Antes de terminar o Capítulo Geral o Chefe da Casa Real Portuguesa deu as boas vindas aos novos confrades e agradeceu a presença de todos e particularmente os que vieram de longe. Agradeceu também à organização na pessoa do Alcaide João Pedro Teixeira, que organizou o protocolo da Missa e o jantar, e ao Confrade Armando Mendes que há mais de 30 anos colabora com o Apostolado de São Nuno e das Sagradas Relíquias.

No uso da palavra, Carlos Evaristo agradeceu a presença de todos os Confrades e relembrou os que não podiam estar presente e ainda os que faleceram recentemente. Agradeceu também a Filomena Maria Castro e aos membros da Real Guarda de Honra que deram brilho à homenagem a São Nuno e à Igreja do Santo Condestável no dia do seu 70º Aniversário.

Carlos Evaristo anunciou o encerramento do Centro de São Nuno da Real Confraria em Fátima, que durante muitos anos foi mantido pelos Confrades Brenda e Martin Cleary. O Centro não só acolhia peregrinos devotos em Fátima como também ajudava a angariar fundos para as obras sociais da Diocese de São Tomé e Príncipe. Carlos Evaristo agradeceu também a presença de Mário Pontes, José Manuel e Inês Rodrigues, sobrinhos da saudosa fadista Amália Rodrigues, que foi grande devota do Santo Condestável e à Delegação de Évora da Real Confraria e Real Guarda de Honra chefiada por Ricardo Maria Louro. Presente também esteve Roman von Ruppe, o Confrade responsável em Portugal pela obra social, Mary’s Meals.

Seguidamente o Senhor D. Afonso de Bragança investiu o Revº Padre Mário Cabral de Timor Leste como Capelão Honorário da Real Confraria do Santo Condestável e nomeou o Confrade William Smyth como Organista da Real Confraria e da Real Lipsanotheca.

A Festa de São Nuno terminou com a entrega de um donativo extraordinário de 100.00€ para a Obra do Caldeirão pela Confradessa Maria de Lurdes Antunes de Ascensão Teixeira Fernandes Lopes e a oferta do livro “O Exército e Nuno Álvares Pereira” pelo Alcaide Mário Neves, destinado à Biblioteca Condestabriana.

O Alferes José Barceló também entregou uma Relíquia Insigne de um lenço ensanguentado de Sua Majestade a Rainha Maria de las Mercedes de Orleans y Borbón, adquirida pela Fundação Oureana para a Real Lipsanotheca em Ourém. A Relíquia que chegou acompanhada de Madrid pelos Alferes e sua mulher era da Rainha de Espanha parente do Senhor D. Duarte de Bragança que morreu com fama de Santidade em Madrid, a 26 de Junho de 1878.

Carlos Evaristo e D. Afonso de Bragança agradeceram a Maria de Castro por ter representado o Comando Geral
D. Duarte de Bragança em conversa com membros da Família Mendes e o Confrade William Smyth
O Alferes José Barceló entrega uma Relíquia Insigne de Sua Majestade a Rainha Maria de las Mercedes

6 de Novembro de 2021

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Fundações ajudam Real Confraria do Santo Condestável com patrocínio de transporte de bens para Apoio Social em Portugal e em África

A Real Confraria do Santo Condestável, um Apostolado Canonicamente erecto no espírito do laicado Carmelitano tem vindo, desde 1996, a servir de Departamento Socio-Caritativo das Fundações Oureana e D. Manuel II. A mesma organização acaba de realizar mais uma série de acções socias em antecipação da Festa do seu Patrono, São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira.

O Coordenador de Acção Social David Alves Pereira com o carregamento de bens entregue em Évora

Teve início no mês de Outubro, Mês dedicado a Nossa Senhora do Rosário, mais uma série de campanhas para angariação e entrega de bens aos mais carenciados, tanto em Portugal como em África. Os bens resultam de um esforço nacional levado a cabo por parte da Coordenação Norte da Real Confraria e da Associação Mãos Unidas com Maria em Fátima para a recolha de roupas e outros bens de primeira necessidade para os pobres.

O Duque de Bragança em trabalho de voluntariado na Sede da ONG – “SIM”, no passado mês de Agosto

Foi o Coordenador Social da Real Confraria do Santo Condestável; Jorge Manuel Reis Gonçalves, juntamente com seus irmãos voluntários; os Confrades António e José Gonçalves, que procederam, por quatro vezes, à recolha e transporte em camião TIR, de toda uma série de bens usados recolhidos e também doados pessoalmente pelo Coordenador Regional Norte da Real Confraria; Rui Salazar de Lucena e Mello.

Dom Duarte de Bragança e a Drª Carmo Jardim no armazém da ONG – SIM, a 26 de Agosto de 2021

Seguidamente, foi preparado pela prima do Coordenador Rui Mello, a Coordenadora Marília Oliveira, o recheio de outro contentor de bens usados transportados pela ONG -“SIM” da Drª Carmo Jardim.

O Duque de Bragança em trabalho de voluntariado na Sede da ONG – “SIM”, no passado mês de Agosto

Um quinto carregamento de bens foi descarregado, há duas semanas, nos portos de contentores de Lisboa e Setúbal, tendo na altura, o Coordenador Geral e Condestável-Mor da Real Confraria, Carlos Evaristo, e sua mulher, a Confradesa Margarida Evaristo, acompanhado o processo em representação das Fundações D. Manuel II e Oureana que patrocinaram a recolha, transporte e logística dos voluntários.

O Juiz da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde, Ricardo Louro, acompanhado dos Irmãos voluntários.

A Associação Mãos Unidas com Maria, cuja Fundadora e Presidente é a dedicadíssima Confradesa Florinda Marques, também recolheu e preparou um outro carregamento de roupas de inverno para homem, mulher e criança, mantas e roupas de cama, assim como outros bens essenciais para crianças e também brinquedos. Estes bens porém, estão destinados aos mais desfavorecidos da Arquidiocese de Évora. Foi graças à pareceria de colaboração social existente com a Real Confraria do Santo Condestável que foi patrocinado e coordenado a entrega de hoje.

O Coordenador David Alves Pereira com o Juiz da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde, Ricardo Louro, acompanhado dos Veneráveis Irmãos voluntários

O material carregado em Fátima pela Florinda Marques e o Coordenador Social David Alves Pereira, que actuando na qualidade de Alcaide da Real Confraria do Santo Condestável e Comandante Geral Adjunto da Real Guarda de Honra, quis pessoalmente patrocinar todas as despesas de transporte em nome das organizações que representa.

A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria
A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria

Já em Évora foram Veneráveis Irmãos Voluntários da Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde de Évora que receberam o carregamento que seguidamente irão entregar em parte às Casa Religiosas e à Santa Casa da Misericórdia de Évora. Estes bens, em grande parte, roupas, sapatos, mantas e brinquedos, serão distribuídos, por ocasião da Festa do Santo Condestável, pelos pobres e mais desfavorecidos da Arquidiocese incluindo famílias de migrantes.

A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria
A recepção em Evora dos bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria

Durante uma reunião com Coordenadores a semana passada em Sesimbra, o Condestável Mor da Real Confraria e Comandante Geral da Real Guarda de Honra, Carlos Evaristo, disse: “Estes bens enviados para Angola e Moçambique vão complementar um carregamento, já entregue, em Agosto, à ONG – SIM, pois o Sr. D. Duarte de Bragança, através da Real Confraria e das Fundações D. Manuel II e Oureana, quis ajudar as vítimas de Cabo Delegado, os pobres em Angola e São Tomé e Príncipe mas também pretende ajudar os mais necessitados em Cabo Verde e os refugiados da Síria, em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal.”

Carlos Evaristo
Presidente da Direcção da Fundação Oureana

Para Carlos Evaristo; “É muito bom ver a Real Confraria e anteriormente, os Peacemakers, organização que criamos há 25 anos com o falecido John Haffert e posteriormente que desenvolveram actividades no estrangeiro com a ajuda dos falecidos Phillip Kronzer e o Capelão Padre John Mariani e isto sob a orientação do Vice-Postulador da Causa do Beato Nuno, o Padre Francisco Rodrigues, O. Carm. e do Bispo de São Tomé e Príncipe D. Manuel António Mendes dos Santos. Hoje, são associações de fieis que servem de departamentos de acção social das Fundações e com grandes papeis activos na Igreja no campo da acção social, tanto em Portugal com em África. Importante também são as parcerias estabelecidas com organizações homólogas pois ninguém por si só consegue fazer o que se faz em conjunto. Fazemos isto em nome e em memória de São Nuno que com a sua Confraria e um Caldeirão, iniciou este trabalho social de recolha de alimentos e bens para os pobres de Lisboa a partir do Carmo em Lisboa. É ele o verdadeiro fundador da acção social em Portugal muito antes da Rainha D. Leonor e das Misericórdias que hoje têm um papel tão importante na sociedade. É igualmente importante a coordenação de trabalho de limpeza, desinfecção e preparação dos bens doados pelas pessoas voluntárias dedicadas tais como a equipa da Drª Carmo Jardim, a Florinda Marques, a Marília Oliveira e o Rui Mello. Mas igualmente importante é o trabalho dos voluntários no carregamento e transporte e aqui são as Fundações e as ONG que patrocinam as despesas, incluindo o envio de contentores. Agora esperamos poder ajudar com o envio de outro que queremos ainda patrocinar este mês para Cabo Verde e com bens recolhidos pela Associação Mãos Unidas com Maria que incluem mobiliário e material escolar.” !”

Este ano a Festa de São Nuno de Santa Maria e o Capítulo Geral da Real Confraria do Santos Condestável, tem lugar na Igreja do Santo Condestável, em Lisboa, com Investiduras a iniciarem pelas 18:30 Horas, seguido depois de Missa Solene e Jantar de Convívio dos Confrades.

Os Confrades; Ricardo Louro e David Pereira
Logo da Associação Mãos Unidas com Maria
Peacemakers, Obra de Acção Social da Real Confraria do Santo Condestável

30 de Outubro de 2021

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Fatima Vision of Hell helped Salvador Dali return to God

By Barb Ernster

Salvador Dali is considered one of the greatest artists of the 20th century and the most famous Surrealist. At the height of his popularity in 1960, he was commissioned by The Blue Army of Our Lady of Fatima to paint the Vision of Hell, as Lucia, Jacinta and Francisco experienced during the July 13, 1917, apparition at Fatima. The idea for the painting came from a Protestant who, having read about the vision from Sister Lucia’s memoirs, converted to Catholicism and entered the seminary. The thought was that Dali could reach young people and unbelievers far more effectively with this message than any sermon on Sunday morning or story about saints. This commission would change Dali’s life and work, and lead him from his avowed atheism back to his Catholic roots.

Dali grew up in Spain near the border of France in Catalonia. His father was an anti-clerical, atheist and his mother a devout Roman Catholic. Born just nine months after his brother, also Salvador, died, he was often told by his parents that he was his reincarnated brother. Having to juggle between the influences of belief and unbelief in God, Dali grew up confused and uncertain, stating once, “Heaven is to be found exactly in the center of the bosom of the man who has faith. At this moment I do not yet have faith, and I fear I shall die without heaven.” 

Dali’s fame grew throughout the ‘30s and ‘40s and he became an immediate sensation in the U.S. after his first exhibition there in 1934. His famous painting, The Persistence in Memory, with the image of melting pocket watches, helped define his method of creativity and surrealism, the “paranoiac-critical method.”  Dali’s creativity arose from images he drew from the subconscious as he fell into a state of semi-wakefulness, or hypnogogy.

Throughout his life, Dali struggled with the idea of his own death, a fear he could not overcome. He studied new discoveries related to the third dimension, which led him to seek access to the fourth dimension and immortality.  His works are permeated with themes of eroticism, death and decay, but also religious themes and subjects related to scientific progress. 

He was 55 when he was approached by The Blue Army to paint the Vision of Hell.  Blue Army co-founder John Haffert had received a letter from the seminarian encouraging him to approach Dali with the idea. He also put up his life’s savings to pay for it. Haffert met with Dali in the New York hotel where he was staying and told him about The Blue Army’s mission to spread the message of Fatima. He read him the story of Fatima from Lucia’s writings and the description of the Vision of Hell.

“It’s up to you to present this Vision truthfully and vividly,” Haffert told him. “You are being chosen to be Our Lady’s artist. A visual interpreter for God.”

Dali listened intently, then ordered a plate of escargot. When it arrived, he began to probe the snails with escargot forks, explaining to Haffert that the great artists always used pitchforks to depict the devils in hell, but he would use escargot forks instead.  “The soul of a sinner is like a snail,” he explained. “It curls and cowls up in the shell and the only way to retrieve it is by using an escargot fork!”

The two of them settled on a commission fee and signed an agreement on a paper napkin. 

Dai and John Haffert

Haffert set out to try to get a meeting between Dali and Sister Lucia, who in 1960 was a cloistered Carmelite nun in Coimbra, Portugal. He was not having any success, even after writing to her personally.  Dali told Haffert it was no problem. He would study what she said about the Vision and put together his own vision, telling him, “I will paint what I see.”

For over a year, Dali poured over Lucia’s description of the Vision of Hell and searched his subconscious for imagery, to no avail. Haffert suggested he go to Fatima for inspiration. Part of Dali’s problem was he did not know how to present the Blessed Virgin Mary. His wife, Gala, was always the face of the women in his paintings.

At Fatima, he was brought directly to the spot where the Blessed Mother appeared and where the children saw the earth open revealing hell.  The key to understanding the Vision of Hell, he was told by his guide, Canon Jose Galamba de Oliveira, was the appeal for conversion. And the Immaculate Heart of Mary is sign of hope for all who respond to her message of conversion.

Through Galamba’s influence, Dali was finally able to meet with Sister Lucia during this trip. He spent a short time with her, conversing through the bars of the parlor grill. Dali would later comment how special it felt to “breath the same air as a future saint,” like being in a heavenly presence. Dali finally had the inspiration to paint the Vision of Hell.

Before leaving Fatima, Dali asked Canon Galamba to hear his confession.  Galamba later told Haffert, it was “the most moving, sincere and profound confession” he had ever heard in his many decades as a priest.

A Vision Like No Other

Monsignor Harold Colgan and Dali

On March 13, 1962, Haffert received notice that the painting was finished and Mr. Dali wanted to present it to him. He was not able to be there at the time, but Msgr. Harold Colgan, Haffert’s co-founder of The Blue Army, went in his stead. From the look on his face when the painting was revealed, Msgr. Colgan was shocked at the Vision according to Dali. It was not what he expected.

The Vision of Hell

However, upon further study and examination, it is believed that Dali portrayed himself in the vision and painted his own conversion. It shows a dying person, his soul translucent red, tortured and tormented by demons in hell who probe him with escargot forks, trying to extract his soul. The fissured earth opens beneath to the place of hell. The Blessed Mother above, in anguish, revealing her sorrowful and loving heart before the horror of a soul being lost. A lone figure holds up a crucifix to heaven in prayer.

The Fatima children said they would have died of fright at the Vision of Hell if Mary had not been with them. She told the children, “You have seen hell where the souls of sinners go. To save them, God wishes to establish in the world devotion to my Immaculate Heart.”  During the August apparition, she implored them, “Pray, pray very much, for many souls go to hell because they have no one to pray for them.”

No one knows what Sister Lucia said to Dali after his brief visit with her, but she had a knack for saying exactly what someone needed to hear to return to God, including hardened Communists. She must have helped him know the love of God and the Blessed Mother as well, and that her Immaculate Heart is a refuge for sinners. Dali did not use Gala as his model for the face of Mary in his picture.  He returned to his Catholic roots and belief in God and faced his mortality.

When Sister Lucia finally saw his painting of the Vision in 1997, she studied it intently, then said to her interpreter, “Hell is spiritual and not physical, and it is impossible for anyone to make an image of hell. The painting comes as close as humanly possible to representing hell.”

Salvador Dali died of heart failure on this day, January 23, in 1989, at the age of 84. He kept his religious sentiments secret from the world. Sister Lucia must surely have prayed for him.

His Vision of Hell painting hangs in the home of a Connecticut art collector who purchased it from the World Apostolate of Fatima/Blue Army in 2007. 

The full story of Dali’s Fatima Secret is portrayed in a documentary film and book (Regina Mundi Press) by Paul Perry. The DVD documentary is available in our Gift Shop.

FONTE: http://www.bluearmy.com/fatima-vision-of-hell-helped-salvador-dali-face-his-own-mortality/

23 de Julho de 2019

Note: The information published about Salvador Dali and Fátima is the exclusive research work of the Center for Religious Research of the Fundação Histórico Cultural Oureana and such information and quotes can only be found in the book "Dali's Fátima Secret" by Paul Perry with Carlos Evaristo and Nicolas Descharnes and in the documentary "Dali's Greatest Secret" by Sakkara productions and Crown Pictures. All Rights Reserved.

The photographs used in this article are Copyrighted by the Dalí Foundation, Descharnes and Descharnes Archive, the Oureana Foundation and the USA Blue Army. Its use requires licensing.

This information and citations are nowhere else to be found and therefore, and in order to avoid conflicts of copyright and intellectual property, authors were asked to cite the sources as otherwise, it is a crime of plagiarism and theft intellectual property.

The Foundation Secretariat for the Fiscal Legal Department
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Dalí visitou Fátima, Ourém e o Carmelo de Coimbra para se inspirar aquando da realização da “Visão do Inferno” para John Haffert do “Blue Army”

Salvador Dali

Ele foi até Fátima
só para pintar a visão do inferno

Muitos não sabem, mas, no auge de sua popularidade, em 1960, o pintor surrealista Salvador Dalí foi contratado para pintar a visão do inferno, tal como Lúcia, Jacinta e Francisco a tiveram em Fátima, durante uma aparição de Nossa Senhora.

Salvador Dalí é considerado um dos maiores artistas do século XX e o mais famoso surrealista. No auge da sua popularidade, em 1960, ele foi contratado pelo chamado “Exército Azul de Nossa Senhora de Fátima” para pintar a visão do inferno, tal como Lúcia, Jacinta e Francisco a tiveram durante a aparição de 13 de julho de 1917, em Fátima. A ideia do quadro partiu de um protestante que, depois de ler sobre a visão nas Memórias da Irmã Lúcia, se converteu ao catolicismo e entrou no seminário. Pensava-se que, com esta mensagem, Dalí poderia alcançar jovens e incrédulos com muito mais eficácia que qualquer sermão numa manhã de domingo ou história a respeito dos santos. Esse encargo mudaria a vida e a obra de Dalí, tirando-o de seu ateísmo declarado e trazendo-o de volta a suas raízes católicas [1].

Dalí cresceu na Espanha, perto da fronteira com a França, na Catalunha. Seu pai era ateu e anticlerical, e sua mãe, uma devota católica romana. Nascido apenas nove meses após a morte de seu irmão homônimo, Salvador costumava ouvir de seus pais que ele era seu irmão reencarnado. Tendo de conciliar as diferentes influências que recebia, de fé em Deus e ao mesmo tempo de incredulidade, Dalí cresceu confuso e incerto, afirmando certa vez: “O céu deve se encontrar exatamente no centro do coração do homem que tem fé. Neste momento, ainda não tenho fé e temo que morrerei sem o céu”.

Salvador Dalí, em 1939.

Após sua primeira exposição nos Estados Unidos, em 1934, ele se tornou uma sensação imediata, e a fama de Dalí cresceu ao longo dos anos 1930 e 40. Sua famosa pintura A Persistência da Memória, com a imagem de relógios de bolso derretendo, ajudou a definir seu método de criatividade e surrealismo, o “método crítico-paranoico”. A criatividade de Dalí surgia de imagens que ele extraía do subconsciente enquanto caía em um estado de semivigília, ou hipnagogia.

Ao longo de sua vida, Dalí lutou com a ideia de sua própria morte, um medo que não conseguia superar. Ele estudou novas descobertas relacionadas à terceira dimensão, que o levaram a buscar o acesso à quarta dimensão e à imortalidade. Suas obras são permeadas por temas de erotismo, morte e decadência, mas também por temas religiosos e assuntos relacionados ao progresso científico.

Ele tinha 55 anos quando foi abordado pelo Exército Azul para pintar a visão do inferno. O cofundador da associação, John Haffert, recebeu uma carta do seminarista encorajando-o a apresentar a ideia ao artista. Ele também colocou as economias de sua vida para pagar por isso. Haffert encontrou-se com Dalí no hotel onde ele estava hospedado em Nova Iorque e contou-lhe sobre a missão do Exército Azul de divulgar a mensagem de Fátima. John leu para ele a história de Fátima nos escritos de Lúcia e a descrição da visão do inferno.

“Cabe a você apresentar esta visão de forma verdadeira e vívida”, disse Haffert a ele. “Você está sendo escolhido para ser o artista de Nossa Senhora. Um intérprete visual para Deus”.

Dalí ouviu com atenção e pediu um prato de escargot. Quando chegou, ele começou a espetar os caracóis com garfos de escargot, explicando a Haffert que os grandes artistas sempre usavam tridentes para representar os demônios no inferno, mas ele usaria garfos de escargot. “A alma de um pecador é como um caracol”, explicou ele. “Ela se encaracola e se esconde dentro da casca, e a única maneira de buscá-la é usando um garfo de escargot!”

Os dois acertaram os termos do contrato e assinaram o acordo em um guardanapo de papel” recorda Carlos Evaristo no documentário “Dalí’s Greatest Secret”

“A alma de um pecador é como um caracol. Ela se encaracola e se esconde dentro da casca, e a única maneira de buscá-la é usando um garfo de escargot!” recorda Carlos Evaristo no documentário “Dalí’s Greatest Secret”

Haffert decidiu tentar um encontro entre Dalí e a Irmã Lúcia, que, em 1960, era uma monja carmelita de clausura, em Coimbra, Portugal. Ele não teve nenhum sucesso, mesmo depois de escrever para ela pessoalmente. Dalí disse a Haffert que não havia problema. Ele estudaria o que ela disse sobre a visão e montaria sua própria versão dela, dizendo-lhe: “Vou pintar o que vejo”.

Detalhe de “A Persistência da Memória”, obra-prima de Dalí.

Por mais de um ano Dalí se debruçou sobre a visão do inferno, tal como descrita por Lúcia, procurando por imagens em seu subconsciente, mas tudo foi em vão. Haffert sugeriu que ele fosse a Fátima em busca de inspiração. Parte do problema de Dalí era que ele não sabia como apresentar a Santíssima Virgem Maria. Sua esposa, Gala, sempre fora o rosto das mulheres em suas pinturas.

Em Fátima, ele foi levado diretamente ao local onde a Mãe Santíssima apareceu e onde as crianças viram a terra se abrir, revelando o inferno. A chave para compreender a visão do inferno, segundo seu guia, o cônego José Galamba de Oliveira, era o apelo à conversão. E o Coração Imaculado de Maria é sinal de esperança para todos os que respondem à sua mensagem de conversão.

Durante esta viagem, por influência de Galamba, Dalí finalmente conseguiu se encontrar com a Irmã Lúcia. Ele passou algum tempo com ela, conversando através das grades do locutório. Dalí comentaria mais tarde como era especial “respirar o mesmo ar que uma futura santa”, como era estar diante de uma presença celestial. Dalí finalmente teve a inspiração para pintar a visão do inferno.

Antes de sair de Fátima, Dalí pediu ao cônego Galamba que ouvisse sua confissão. O padre contou depois a Haffert que foi “a confissão mais comovente, sincera e profunda” que ele já ouvira em suas muitas décadas como sacerdote.

Em 13 de março de 1962, Haffert recebeu a notícia de que a pintura estava terminada e o senhor Dalí queria apresentá-la. Ele todavia não pôde estar presente na ocasião, mas o monsenhor Harold Colgan, cofundador do Exército Azul junto com Haffert, foi em seu lugar. Pela expressão em seu rosto quando a pintura foi revelada, mons. Colgan ficou chocado com a visão de acordo com Dalí. Não era o que ele esperava.

“Visão do Inferno”, por Salvador Dalí.

No entanto, após um estudo e exame mais aprofundados, acredita-se que Dalí tenha retratado a si mesmo na visão, pintando a sua própria conversão. O quadro mostra uma pessoa moribunda, com sua alma vermelha e translúcida, torturada e atormentada por demônios no inferno, que o espetam com garfos de escargot, tentando extrair sua alma. Abaixo, a terra fissurada se abre para o lugar do inferno. Acima, a Santíssima Mãe, angustiada diante do horror de uma alma se perdendo, revela seu coração dolorido e amoroso. Uma figura solitária em oração segura um crucifixo apontado para o céu.

As crianças de Fátima disseram que teriam morrido de medo da visão do inferno se Maria não estivesse com elas. Ela disse às crianças: “Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração”. Durante a aparição de agosto, ela lhes implorou: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.

Ninguém sabe o que a Irmã Lúcia disse a Dalí em sua breve visita, mas ela tinha um talento especial para dizer exatamente o que alguém precisava ouvir para voltar a Deus, incluindo comunistas obstinados. Ela deve tê-lo ajudado a conhecer o amor de Deus e de sua Mãe Santíssima e a ver que seu Imaculado Coração é um refúgio para os pecadores. Na visão que pintou, Dalí não usou Gala como modelo para o rosto de Maria. Ele voltou a suas raízes católicas e à fé em Deus e enfrentou sua mortalidade.

Em 1997, quando a Irmã Lúcia finalmente viu o retrato da visão, por Dalí, ela o estudou atentamente e disse a seu intérprete: “O inferno é espiritual e não físico, e é impossível para qualquer pessoa fazer uma imagem do inferno. A pintura chega o mais humanamente possível de uma representação do inferno”.

Salvador Dalí morreu de insuficiência cardíaca no dia 23 de janeiro de 1989, aos 84 anos. Ele manteve seus sentimentos religiosos em segredo do mundo. A Irmã Lúcia certamente deve ter rezado por ele.

Sua pintura Visão do Inferno está exposta na casa de um colecionador de arte de Connecticut, que a comprou do Apostolado Mundial de Fátima em 2007.

FONTES: https://padrepauloricardo.org/blog/ele-foi-ate-fatima-so-para-pintar-a-visao-do-inferno?utm_content=buffer38c2d&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer&fbclid=IwAR2e-FOCat799Q_O4yBU5arvPECAysmy4fkWIxSoHoyzVytWtqxb-81s7uE

https://vimeo.com/ondemand/salvadordali

https://padrepauloricardo.org/blog/ele-foi-ate-fatima-so-para-pintar-a-visao-do-inferno?utm_content=buffer38c2d&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer&fbclid=IwAR2e-FOCat799Q_O4yBU5arvPECAysmy4fkWIxSoHoyzVytWtqxb-81s7uE

https://www.bluearmy.com/fatima-vision-of-hell-helped-salvador-dali-face-his-own-mortality/

4 de Setembro de 2012

NOTA: As informações que publicaram sobre Salvador Dali e Fátima são trabalho exclusivo de investigação do Departamento Centro para a Pesquisa Religiosa da Fundação Histórico Cultural Oureana e tais informações e citações só constam no livro”Dali’s Fátima Secret” de Paul Perry com Carlos Evaristo e Nicolas Descharnes e no documentário “Dali’s Greatest Secret” da Sakkara productions e Crown Pictures.

As fotografias usadas este artigo têm Direitos de Autor da Fundação Dalí, do Arquivo Descharnes e Descharnes e do Exército Azul USA e o seu uso requer licenciamento.

Estas informações e Citações não consta em mais lado algum e por isso, e a fim de evitar conflitos de direito de autor e de propriedade intelectual, foi pedido aos autores para citarem as fontes pois caso contrário, é crime de plágio e roubo de propriedade intelectual.

O Secretariado da Fundação pelo Departamento Jurídico Fiscal

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Fundação Oureana Apresenta Livro sobre a Vida, Obra e Legado de D. Afonso, IV Conde de Ourém

A Fundação Histórico – Cultural Oureana apresentou hoje, pelo aniversário do falecimento do Primogénito da Casa Real e Ducal de Bragança, o livro D. Afonso, IV Conde de Ourém, I Marquês de Valença e Senhor de Porto de Mós (1402 – 1460) da autoria de Carlos Evaristo e Humberto Nuno de Oliveira.
O livro conta a história do maior vulto da história de Ourém e baseia-se nos textos, documentos e ilustrações publicadas pelos autores para a Sala Memorial de Interpretação inaugurada no Castelo de Porto de Mós e dedicada à Vida, Obra de Legado do IV Conde de Ourém.

Os 20 capítulos são ricamente ilustrados e tratam da biografia de D. Afonso, dos seus títulos, brasões e empresa, as suas construcções e legado pessoal, a sua colecção de relíquias, o seu túmulo e as representações artísticas do mesmo.

A primeira edição do livro é limitada a uma tiragem de 500 exemplares numerados que serão oferecidos aos Patronos e Benfeitores da Fundação pela Festa do 50º Aniversário do Programa Medieval do Restaurante Medieval.

A Festa que terá lugar no dia 24 de Setembro de 2021 conta com um programa cultural que será divulgado oportunamente e que inclui exposições, publicações e concertos.

Segundo os autores do livro e da Sala Memorial do Castelo de Porto de Mós, a Fundação Oureana está também disposta a patrocinar um Centro de Interpretação no Castelo de Ourém ou uma Sala Memorial à semelhança daquela que foi inaugurada em Porto de Mós aquando da reabertura desse monumento, a 6 de Abril de 2019, após obras de requalificação.

Para Carlos Evaristo “é importante o visitante conhecer não só a história do Castelo mas também do homem que mais contribuiu para o desenvolvimento do mesmo.”

O dia 29 de Agosto, aniversário do falecimento do IV Conde de Ourém, foi o dia escolhido para a apresentação da obra que é editada pelo Instituto D. Afonso, IV Conde de Ourém e patrocinada pelas Fundações D. Manuel II e Batalha de Aljubarrota.

29 de Agosto de 2021

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John Haffert: O Americano que sonhava restaurar o Castelo e a Vila Medieval de Ourém

Reconstituição do Castelo e Centro Histórico de Ourém num desenho colorido por Carlos Evaristo

A celebrar o 50º Aniversário da inauguração do Programa Medieval, a Fundação Histórico – Cultural Oureana recorda o sonho do seu fundador John Mathias Haffert; de ver o Castelo de Ourém restaurado e a funcionar como Museu temático, Restaurante e Pousada.

A controversa requalificação do Castelo de Ourém que está a ser noticia na imprensa, local, nacional e estrangeira, leva-nos a recordar o sonho do Americano John Haffert de restaurar a ruína à glória do seu passado.

O Projecto de Haffert que data de 1967 e pretendia instalar o Restaurante Medieval nos dois torreões, uma Pousada nos cinco pisos do Paço do IV Conde de Ourém e um Museu vivo e interactivo com recriações temáticas na antiga fortaleza triangular.

A ideia de retomar o Projecto de Restauro e Consolidação do Castelo de Ourém: 1946

A Caixa de Arquivo Nº 421 do Arquivo da Fundação Oureana identificada “John Haffert – Restoration of Ourém Castle Project 1967″ guarda toda a documentação e fotografias para comprovar os esforços realizados por John Haffert ao longo de mais de 50 anos, para restaurar o Castelo. Para além das fotografias inéditas existe correspondência, projectos, estudos e recortes de jornais com notícias referentes às várias iniciativas públicas, privadas e Camarárias que houve para a retoma do projecto do Estado Novo da década de 1930.

O Jovem John Haffert no Habito Carmelita

O sonho de Haffert de restaurar o Castelo de Ourém começou em 1946 com a sua primeira visita ao Castelo de Ourém após ter escrito a primeira biografia em língua inglesa de D. Nuno Álvares Pereira The Peacemaker that went to War. Haffert à semelhança do Santo Condestável também foi irmão Carmelita e queria restaurar todos os lugares ligados à história do III Conde de Ourém.

Quando em 1955 os Fundadores do Exército Azul; John Mathias Haffert (o Director Internacional e Editor da Revista “Soul”) e Monsenhor Harold Colgan (Presidente e Capelão) foram recebidos pelo Presidente do Conselho de Ministros de Portugal para lhe entregar o Prémio da Paz atribuído pelo Movimento Internacional de Fátima, um dos temas de conversa entre Haffert e o Professor Doutor António de Oliveira Salazar, foi a retoma dos trabalhos de restauro do Castelo de Ourém. Estes trabalhos, iniciados na década de 1930, foram interrompidos passados poucos anos e nunca retomados. Haffert apresentou a Salazar ideias para o uso a dar ao monumento que pertenceu ao Beato Nuno e seus descendentes. Um conjunto de ideias dactilografadas em 24 páginas que Haffert entregou ao Presidente do Conselho.

John Haffert com o Monsenhor Harold Colgan

Haffert interessou-se pela reabilitação da Vila Medieval de Ourém ainda em 1946 e 11 anos depois insistia com Salazar na importância que teria a conclusão das obras de restauro do Castelo de Ourém, interrompidas segundo o Presidente do Conselho por um conjunto de impedimentos incluindo a falta de água e de saibro.

A obra iniciada em 1937 pelo Estado Novo estava orçamentada em 56, 500$.00 Escudos mas parou ainda antes das celebrações do duplo Centenário da Fundação e Restauração de Portugal em 1940. O programa do Centenário devia de ter incluído actividades no Castelo com recriações de cenas da vida do Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira (então Beato Nuno de Santa Maria) III Conde de Ourém.

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Orçamento para as Obras de Restauração e Consolidação do Castelo de Ourém de 1937 no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.

Oficialmente o projeto de restauro do Castelo visava reconstruir todos os elementos arquitectónicos do conjunto de Fortificação, Paço dos Condes e Torreões, seguindo a traça original do tempo do IV Conde de Ourém. Essas obras porém foram interrompidas por falta de matéria prima. Para Salazar a retoma do projecto só faria sentido se houvesse um investidor particular pois caso contrário seria algo demasiado dispendioso e sem retorno.

Na década de 1930, para a preparação do Centenário da Fundação de Portugal, (1940) o governo do Estado Novo iniciou o restauro do Castelo de Ourém e nessa mesma altura classificou-o como Monumento Nacional. As obras de restauro do Castelo de Ourém tardaram em arrancar ao contrário das obras levadas a cabo nos outros Castelos como vem referenciado em vários artigos de jornais da época.

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Jornal Notícias de Ourém
15 de Maio de 1938

As obras no entanto, acabaram por arrancar em 1935 com remoção de entulhos embora a reconstrução só começasse um ano e meio mais tarde não chegando a ser concluída pois criada a Fundação da Casa de Bragança em1933, após a morte do Rei D. Manuel II, ficou esta na posse do Castelo como bem pertencente ao antigo Morgadio da Família Bragança. Porém este bem era da família já antes dos Duques de Bragança e Condes de Ourém terem subido ao Trono em 1646. Era por isso um bem privado e não público ao contrário do que muitos no governo acreditavam.

O jornal “Notícias de Ourém” na edição de 15 de Maio de 1938 refere que a interrupção do restauro do Castelo, Paço do Conde e Torreões se deveu à falta de água e saibro (areia) e existe na Pasta Nº 421 no Arquivo da Fundação Oureana uma cópia de uma carta do Capitão Joaquim Freire Justo,  Presidente da Câmara de Vila Nova de Ourém, ao Senhor António da Mota, então Administrador em Ourém da Fundação da Casa de Bragança que parece comprovar isso. Na mesma o Presidente da Câmara descreve o seguinte sobre o roubo de saibro:

Capitão Joaquim Justo

            Vª Nª de Ourém

            27 / 8 / 938

            Meu Exmº Amigo

 Estimo que esteja melhor e tenha aproveitado bastante com a sua estadia aí  (Figueira da Foz).Mandei que a cadela que o mordeu fosse para o Instituto Câmara Pestana (Isto para determinar se estava raivosa).Ainda nada me disseram. Os pais dos garotos que venderam a areia da Charneca (saibro do Pinhal do Rei em Vilar dos Prazeres que era aproveitado para as obras) foram chamados à minha presença.  Negaram-se a pagar dizendo que sempre se utilizaram de tudo que o baldio produz e que nunca disso foram proibidos.  Negaram-se portanto a pagar, em virtude de que foram para a cadeia trabalhando durante o dia nas obras de reparações na mesma que ali se estão fazendo e ao fim do 4º dia resolveram pagar os 3000 (Reis) que estão em poder do Abel (Abel Faria do Carmo, Oficial de diligências da Câmara) para dar ao meu amigo quando tiver ocasião de por aqui passar.  Sendo então postos em liberdade e pouco resolvidos a repetir a acção.

Creia-me com estima etc…                  (ass.) Joaquim Justo

Fotografia da fortaleza nos finais do Século XIX
Fotografia da fortaleza nos finais do Século XIX

A Proposta que Haffert fez a Salazar: 1955

A retoma das obras não fazia sentido simplesmente como pretexto de servir a população local pelo facto de haver então somente três famílias a viverem nas poucas casas do burgo que foi em tempos a Jóia da Coroa Portuguesa; uma Vila Medieval fortificada e dividida em quatro freguesias e com cerca de 8,500 habitantes.

Na década de 1950 vivia somente uma dúzia de pessoas em Ourém Velha chamada de “Vila Velha de Ourém” ou de “Castelos de Ourém” na linguagem popular dos Ourienses. Não tendo integrado o programa das celebrações centenárias de 1940, o Castelo de Ourém, a ser restaurado, 15 anos depois, seria um grande investimento por parte do Governo num Monumento Nacional que passou a ser, e ainda é, pertença de uma Fundação particular; a Fundação da Casa de Bragança.

E ao contrário do que muitas pessoas pensavam e ainda pensam, a referida Fundação da Casa de Bragança, não é do Estado e também não pertence à Casa Real Portuguesa; Família dos Duques de Bragança. Foi criada por testamento de último Rei de Portugal D. Manuel II, para zelar perpetuamente pelos bens do antigo Morgadio da Casa Ducal de Bragança, para assim manter viva a memória da Família dos Duques de Bragança e Condes de Ourém, etc.

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Projecto de Restauro do Castelo de Ourém de 1936 existente no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.

O plano do Estado Novo para investir na reconstrução do Castelo de Ourém partia da ideia de 1935 de se poder usar o mesmo em encenações Condestabrianas durante o ano de 1940. Mas passado o Centenário a ideia já não tinha contexto político e o Governo só estaria interessado em retomar o restauro do Castelo se pudesse recuperar o investimento através do turismo. Mas sem existirem investimentos extraordinários por parte do Estado na criação de infraestruturas essenciais, começando com acessos, lojas, restaurantes e alojamento local, o restauro do Castelo seria para Salazar um investimento, a fundo perdido, que só benificiária a Fundação da Casa de Bragança, proprietária do imóvel.

Em resumo; Salazar apoiava a iniciativa proposta por Haffert desde que a Fundação da Casa de Bragança concordasse e os Americanos pagassem a obra.

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Projecto de Restauração do Castelo de Ourém de 1936 existente no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.

Para Haffert receber o apoio do Ministério do Turismo, teria que haver interesse, nacional e estrangeiro em visitar o monumento. Para atrair turismo Haffert propunha programas de interesse histórico, medieval e religioso e um programa Medieval. Salazar concordava com o americano mas como se comprova com os documentos no Arquivo Salazar na Torre do Tombo, a P.I.D.E.; Polícia Internacional de Defesa do Estado, desconfiava das suas verdadeiras intenções uma vez que era um americano .A ideia de dar vida ao Castelo de Ourém com um programa temático e recriações medievais era na realidade a ideia de se criar um Parque Temático, tal como o amigo de Haffert, Walt Disney, já estava a estudar, mas em Ourém tal programa só seria sustentável, segundo o estudo encomendado ao Capitão Augusto Mascarenhas Barreto, se todo o casario da antiga Vila Medieval ou pelo menos uma parte significativa, fosse reconstruído, para servir de apoio e tornar assim sustentável esse parque temático Medieval.

A Disneylândia Medieval no Castelo de Ourém: 1967

Desde 1946 que Haffert tinha vindo a adquirir grandes parcelas de terreno, de ambos os lados dos Torreões do Castelo, a fim de preservar o mesmo da descaracterização. Um empresário sueco, dono da fábrica das caixas registadoras “Sweda”, havia também comprado várias propriedades e planeava comprar mais; a Casa Alta junto às Portas de Santarém e o terreno adjacente junto ao torreão. Nestes espaços pretendia construir uma mansão apalaçada que pretendia expandir até ao Castelo. Mal o empresário americano soube do plano enviou um advogado à Suécia com uma proposta para comprar a moradia, as casas e terrenos adjacentes ao sueco oferecendo-lhe o dobro daquilo que ele havia pago.

Com a compra destes imóveis Haffert avançou com o Projecto de propor à Fundação da Casa de Bragança a recuperação, em primeiro lugar dos Torreões para lá criar um Restaurante Medieval com dois salões. No Paço dos Condes de Ourém iria instalar uma Pousada e dentro da fortaleza instalar um anfiteatro para realizar torneios Medievais a cavalo e um programa teatral que contasse a história das figuras ligadas à memória do Castelo.

Uma cópia em língua inglesa da proposta entregue em mão por Haffert ao Presidente da Fundação da Casa de Bragança ainda existe no Arquivo da Fundação Oureana com dedicatória escrita na capa pelo punho do Autor.

Cópia em língua inglesa da proposta entregue em mão por Haffert ao Presidente da Fundação da Casa de Bragança em 1967.

Mas a Fundação da Casa de Bragança não estava interessada em parcerias com particulares e muito menos Americanos. Corria o ano de 1967 e em Fátima celebrava-se o Cinquentenário das Aparições de Nossa Senhora. A vinda do Papa Paulo VI a Fátima deu novo impulso ao turismo religioso e Haffert via a oportunidade para da nova vida ao Castelo de Ourém dando o mesmo a conhecer ao mundo.

O Programa Medieval com Restaurante e Pousada: 1971

Nesse mesmo ano de 1967, Haffert criou a Agência de Viagens Fátima Travel para fretar aviões para levar Peregrinos de Fátima a Portugal e a outros destinos Católicos da velha Europa. Decidiu colocar em standby a ideia de restaurar o Castelo de Ourém e avançou em vez disso com a recuperação de dois Paços antigos que havia comprado no velho burgo; o antigo Paço Novo dos Cónegos (que foi escola primária) e o Paço de Nossa Senhora da Misericórdia (que havia sido o Hospital).

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Salão D. João I do Restaurante Medieval Oureana

Num edifício instalou o Restaurante Medieval, com o Programa Medieval tudo desenhado a rigor pelo Professor Augusto Mascarenhas Barreto e no outro edifício, a Pousada dos Cavaleiros que era na realidade um bar do género das casas de fados Lisboetas com um alojamento local.

Paulo VI abençoa John Haffert durante uma audiência no Vaticano

A ideia está documentada na revista Catholic Traveller e recebeu a bênção do Papa Paulo VI e o Programa Medieval, que agora celebra 50 anos, foi inaugurado a 15 de Agosto de 197 e até hoje teve mais de 3.5 milhões de visitantes. O sucesso do mega empreendimento levou o americano a investir na década de 1980, na compra de dois aviões Boeing para fazerem a viagem dos Estados Unidos a Portugal, três vezes por semana.

John Haffert e Paulo VI na capa da revista Catholic Traveller de 1963

Anteplano de Recuperação do Castelo de Ourém: 1974

Admirado pelo Vaticano e as autoridades locais e Governamentais em Lisboa, era altura, segundo o próprio Haffert, para retomar a ideia do restauro do Castelo de Ourém. Em 1973, o americano preparou uma nova proposta que apresentou à Fundação da Casa de Bragança e ao Governo.

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O Programa Medieval de John Haffert
O Programa Medieval de John Haffert

Propunha desta vez que o Castelo de Ourém servisse de Museu vivo para complemento do Programa Medieval e Restaurante que havia criado. Incluía na proposta a ideia de transformar o conjunto de edifícios que possuía junto ao Restaurante Medieval, numa verdadeira Pousada.

Haffert e Paulo VI em 1967

As entidades aceitaram a proposta de John Haffert, e o Governo aproveitou a ideia de transformar os vários edifícios do americano em Pousada, mas como pousada do Estado do grupo Pousadas de Portugal (ENATUR).

Empenhado em restaurar o Castelo e toda a Vila Medieval à semelhança de Óbidos, o Governo de Marcelo Caetano, levou a cabo um estudo denominando Anteprojecto / Anteplano de Recuperação do Castelo de Ourém que previa, não só o restauro do Castelo à glória do seu passado, mas também todo o tecido urbano para nele instalar as tais infraestruturas de apoio, um casario com diversos negócios temáticos; armeiros, alfagemes, tabernas, etc.

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O Anteprojeto de Recuperação da Vila Medieval de Ourém: Um estudo que propunha o restauro do Castelo e de toda a Vila Medieval, que foi aprovado na última sessão do Parlamento antes da Revolução do 25 de Abril de 1974, mas nunca implementado.

Este Estudo seria um dos últimos Projectos do Estado Novo a ser aprovado pelo Parlamento, precisamente na última sessão antes do 25 de Abril de 1974 e por isso provavelmente nunca seria implementado.

Passados alguns anos, expropriaram os mesmos edifícios que Haffert propunha para servir de Pousada por 1,500 contos. É então que o Americano pensa em preservar o seu legado e o Restaurante Medieval com o programa. Para o efeito criou a 11 de Agosto de 1995, a Fundação Histórico Cultural Oureana.

Pousada of Conde de Ourém in Ourém/Fátima, Portugal
A Pousada Conde de Ourém tinha sido a Pousada dos Cavaleiros de John Haffert

Projecto Regina Mundi 2000: A derradeira tentativa de John Haffert para restaurar o Castelo e a Vila Medieval

Em 1995, Haffert recordou publicamente, ao inaugurar o Monumento a D. João Pereira Venâncio, Bispo de Leiria, (no Jardim que doou ao Município), uma conversa que o mesmo havia tido com o Papa Paulo VI quando sobrevoarem o Castelo de Ourém a caminho de Fátima, a 13 de Maio de 1967.

O Papa ao ver o Castelo de Ourém da janela do avião perguntou ao Bispo:

– “Que Castelo é esse tão perto do Santuário de Fátima?”.

– “O Castelo de Ourém Santidade”, respondeu D. João Venâncio.

– “Então é o Castelo da Rainha do Mundo!” exclamou o Papa.

Sedes Regina Mundae em latim ou Sede da Rainha do Mundo, seria o nome que Haffert daria ao seu último Projecto Museológico; o Projecto Regina Mundi 2000. Esta derradeira tentativa de John Haffert para patrocinar o restauro do Castelo de Ourém e de toda a Vila Medieval data de 1998 e via o Americano e seus sócios e colaboradores a patrocinarem o restauro do Castelo e da Vila Medieval à semelhança de Óbidos e Carcassonne, em França.

Notícias nacionais e estrageiras sobre o Projecto Regina Mundi 2000

Queria Haffert que o Castelo de Ourém fosse restaurado à glória do seu passado e o estudo denominado Projecto Regina Mundi 2000 o mesmo retomava a ideia de se recuperar toda a memória da história do Castelo da época do IV Conde de Ourém, favorecendo assim o turismo, o comércio e a população local com um monumento interativo, museológico e com recriações medievais.

Projecto Regina Mundi 2000
Carlos Evaristo e John Haffert

Poucos anos antes do seu falecimento, John Haffert encomendou o estudo ao seu compadre, o Arqueólogo Carlos Evaristo, Presidente da Direcção da Fundação Oureana e antigo Representante Executivo Sénior de Artsmarketing no Museu Real do Ontário, no Canadá.

Americanos doavam 8 Milhões de Euros para primeira fase

Com larga experiência na rentabilidade, potencial e marketing de Museus, Evaristo preparou um Projecto que propunha criar um Museu interactivo com Centro de Interpretação dentro do Paço e Torreões do Castelo.

Ambos anunciaram o Projecto geral em reunião pública com Conferência de Imprensa, no dia 8 de Dezembro de 1998. Era a Festa de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Rainha e Padroeira de Portugal e o Duque de Bragança e Conde de Ourém, Dom Duarte Pio, seria o primeiro a dar apoio ao Projecto. Durante a Conferência de Imprensa Haffert informou os presentes de ter assegurado 8 milhões de Euros numa primeira fase do Projecto, por parte de investidores privados e Fundações ligadas ao próprio.

Museus Sedes Mundi Reginae e a Ourém Castle Information Centre Protocol Partners: 1998

Haffert e Evaristo reuniram para o Projecto uma centena de Parceiros Protocolares, nacionais e estrangeiros, numa Federação chamada Ourém Castle Information Centre Protocol Partners . Estes parceiros contribuíam com um espólio de dezenas de milhares de peças museológicas e artefactos históricos valiosos para assim se criar, na Vila Medieval, uma série de núcleos museológicos temáticos que Haffert chamou de rede de Museus Sedes Mundi Reginae.

Um deles seria a Regalis Lipsanotheca, a maior colecção privada de relíquias do mundo fora do Vaticano, uma colecção de Carlos e Margarida Evaristo e do Padre Carlo Cecchin. Outro seria o Museu Nacional do Santo Condestável criado através de um Protocolo com a Fundação Batalha de Aljubarrota. Havia também a recriação da Botica Medieval de São João, da Sinagoga Medieval (descoberta em 1995 e identificada por Carlos Evaristo) e o Museu Mariano, uma fabulosa colecção de 2,000 imagens de Nossa Senhora, de todos os países do Mundo, provenientes do Museu com o mesmo nome que existia em Brooklyn, Nova Iorque, EUA e que foi dissolvido pelo Fundador Armand James Williamson, para que o espólio pudesse integrar o Projecto da Fundação.

O Projecto era também denominado Regina Mundi 2000 (Rainha do Mundo) porque John Haffert queria recordar o título conferido à Virgem Santa Maria, pelo Papa Pio XII em 1946 após a Coroação em Fátima, a 13 de Maio desse mesmo ano. Haffert pretendia realizar o Projecto até ao ano 2000, tendo mandado cunhar uma medalha e diplomas em antecipação.

Projecto Regina Mundi 2000

Numa primeira fase de recuperação, seria patrocinado, a fundo perdido, o restauro do Castelo; Paço dos Condes e Torreões e depois, em seguida, os edifícios para se instalar os supra referidos Museus. No total seriam recuperados um conjunto de 24 edifícios históricos e espaços; públicos, privados ou pertença da Fundação Oureana.

Carta de Cracóvia dita fim ao sonho de Haffert de se Restaurar o Castelo de Ourém e a Vila Medieval: 2000

Em 1999 juntou-se como parceira protocolar ao Projecto Regina Mundi 2000, uma benfeitora americana de nome Helen Marie Bergkamp. Helen era irmã do Bispo Eugene Gerber de Witchita, Kansas, EUA e militante do Exército Azul. A mesma senhora propunha-se a doar, juntamente com outros colaboradores, outros 8 milhões de Euros exclusivamente para o restauro do Castelo de Ourém, mas na condição do mesmo ser tornar num Museu vivo interactivo com uma sala a servir de galeria de arte para acolher a sua colecção de pinturas antigas dos Doutores da Igreja.

A falecida Benfeitora Americana Helen Marie Bergkamp
(1926 – 2015)

A Benfeitora acompanhada de seu filho, o empreiteiro Stan Bergkamp, reuniu com o Executivo da Câmara Municipal, várias vezes, entre 1999 e 2001, mas apesar de ter o apoio do Presidente da Câmara, Dr. David Catarino, o Projecto foi sucessivamente chumbado pelo IPPAR por não haver estudos arqueológicos prévios, uma monografia e um estudo de referência ao que existia anteriormente nos locais. Também os desenhos foram sofrendo alterações, e passando de arquitecto em arquitecto porque as intervenções propostas eram consideradas demasiado volumosas para o local dado que existiam poucas casas após as várias desgraças desde 1755 que caíram sobre o velho burgo de Ourém, e todas elas de pequenas dimensões.

A Carta de Cracóvia, um acordo internacional para a recuperação do património que havia sido assinado a 26 de Outubro de 2000, iria por fim, de uma vez por todas, à ideia de restauro do Castelo. Os países signatários haviam acordado em adoptar, conceitos para o restauro de monumentos que já não recriam grandes áreas em falta ou arruinadas com o passar dos anos e as zonas intervencionadas a serem requalificadas ou cobertas devem de empregar materiais modernos e amovíveis que visivelmente se destaquem dos elementos antigos. Ou seja o conceito moderno era de somente conservar as ruínas tornando as mesmas visitáveis até pelos que têm dificuldade de mobilidade. Restaurar os monumentos jamais pois segundo este conceito os danos sofridos e visíveis nas ruínas são marcas que fazem parte da história do mesmo monumento.

O estudo encomendado por John Haffert em 1967 ao Capitão Augusto Mascarenhas Barreto, mostrava gráficos que davam conta de que se o número de grupos de visitantes e participantes nos Banquetes Reais baixasse para menos de 10 de 50 pessoas por mês, o Programa Medieval do Restaurante Medieval tornava-se insustentável. Os ataques às Torres Gémeas em Nova Iorque, EUA em 2001 iriam ter um forte impacto no turismo mundial e na redução do fluxo turístico de americanos a Fátima e Ourém. o resultado foi que os números de visitantes nos anos seguintes ficaram muito abaixo do mínimo, fazendo cessar a actividade comercial. O mesmo se verificou com a Pousada Conde de Ourém e outros empreendimentos turísticos na Vila Medieval como o restaurante a Ucharia do Conde que apesar de mudar de gerência, várias vezes, permanece encerrado. Terminou assim a realização habitual do Programa Medieval e encerrou a firma de gestão do Restaurante Medieval que passaria a partir de 2008 a funcionar por Protocolo com um serviço de catering externo.

Finalmente, em 2003, a Fundação Oureana recebeu uma resposta definitiva sobre a proposta de restaurar o Castelo de Ourém. a mesma informava; “É favor não incluírem o Castelo de Ourém no vosso Projecto, pois o mesmo não se encontra disponível para restauro”.

A decisão baseava-se nas normas da Carta de Cracóvia agora implementadas para a intervenção em Monumentos Nacionais e que podem ser vistas neste link:

http://www.patrimoniocultural.gov.pt/media/uploads/cc/cartadecracovia2000.pdf

Estrutura de concreto integrada à parede que foi reconstruída, e que se apoia em escada interna
A Tour des Pucelles (Torre das Donzelas) recentemente requalificada foi umas das principais masmorras europeias no período da Idade Média construída na Bélgica
Esqueleto de concreto” preserva torre medieval | Cimento Itambé
A Torre das donzelas na Bélgica após obras de requalificação

A resposta negativa levou o Presidente da Câmara Municipal de Ourém a retirar o apoio ao Projecto e o então Presidente do Conselho de Curadores da Fundação em Exercício, o Padre Carlos Querido da Silva, a perguntar numa reunião pública da Câmara; “Se o Castelo não se encontra disponível para restauro, então encontra-se disponível para quê?”

A Torre Medieval em Vilharigues, Vouzela requalificada segundo as normas actuais

O facto é que os tempos mudaram desde que o Estado Novo, na década de 1930, iniciou o restauro de algumas partes do Castelo que já não existiam. Hoje isso seria impossível. John Haffert sonhava retomar o restauro do Castelo para o devolver ao tempo da sua criação. Mas o conceito agora dos Monumentos Nacionais e do IPAAR (Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico) é aquele adoptado pela Carta de Cracóvia que só permite a requalificação da ruina.

O conceito actual para recuperação do Património seria inaceitável para John Haffert, assim como foi para os seus sócios patrocinadores do Projecto Regina Mundi 2000. Frustrados nos seus planos, foram patrocinar o restauro de uma aldeia pré-histórica com parque de interpretação no México e a conservação de ruínas no Egipto e no Peru.

Castelo de Villamartin em Cádiz, Espanha, antes e depois das obras de requalificação

Em 2003 o Capelão da Fundação Oureana, Padre John Guilbert Mariani, antigo Capelão do Exército Azul e Mestre Arquitecto e Desenhador, tentou uma última vez convencer as autoridades que tutelam o Património em Portugal a mudarem de critério para permitirem o restauro do Castelo e de todo o casario do velho burgo para dar uma nova vida a Ourém à semelhança da Vila de Óbidos, alegando que sem esse restauro o Centro Histórico iria sofrer com uma desertificação acentuada.

Vários proprietários na Vila Medieval haviam juntado seus terrenos na Rua de São José para a criação de uma zona de turismo de habitação. Patrocinaram em conjunto escavações arqueológicas e a Fundação Oureana complementou essa iniciativa também com escavações levadas a cabo em alguns dos seus espaços adjacentes. Mas a falta de pré-existências nos locais das sondagens e a necessidade de haver ainda mais escavações, levou os sócios do projecto turístico e a Fundação a abandonarem a ideia.

O Projecto Regina Mundi 2000 que terminou em 2005 produziu 12 Estudos e teve 4 Arquitectos à frente do mesmo. Os Patrocinadores e Parceiros Protocolares gastaram mais de 180, 000 Euros em Projectos, estudos e escavações mas a ideia de se restaurar o Castelo de Ourém e todo o casario da antiga Vila Medieval acabou por ser reprovada para frustração de John Haffert e de outros colaboradores. A Carta de Cracóvia determinou que o Castelo já não podia ser restaurado mas somente conservado e requalificado.

Estudo para Salvaguarda do Património e Concurso de Conceitos e Tecnologias de Recuperação de Espaços no Castelo de Ourém: 2003

Para comprovar e mostrar o impacto negativo a longo prazo da não recuperação total do Castelo de Ourém e do tecido urbano da antiga Vila Medieval, a Fundação Oureana, sob a Presidência de Dom Duarte de Bragança, como Presidente do Conselho de Curadores patrocinou um outro estudo encomendado à conceituada Mestre Arquitecta Isabel Alçada Cardoso com uma proposta de salvaguarda do Património. Este estudo comprovou uma degradação, desertificação acentuada e diminuição do fluxo turístico ao longo dos anos devido ao estado ruinoso do Castelo e do burgo Medieval de Ourém e verificou que a maioria dos visitantes e frequentadores da Pousada Conde de Ourém queriam ver o Castelo de Ourém assim como a Vila Medieval restaurada para que pudesse haver mais para visitar.

No mesmo ano de 2003, a Fundação promoveu um concurso de Conceitos e Tecnologias de Recuperação de Espaços no Castelo de Ourém que juntou 14 jovens Arquitectos formados na recuperação de espaços antigos mas também estas ideias alternativas ao conceito da Carta de Cracóvia acabaram por ser rejeitadas com sendo impraticáveis.

Obras de Requalificação do Castelo de Ourém: 2019 – 2021

O Castelo de Ourém seria finalmente conservado seguindo os métodos permitidos hoje para intervenções em Monumentos Arqueológicos entre 2019 e 2021. O Projecto de Requalificação que tem sido alvo de fortes criticas por quem não compreende, nem aceita, o conceito vigente da Carta de Cracóvia, acabou com o sonho que John Haffert teve de ver o Castelo restaurado no estilo original sem qualquer elemento moderno a descaracterizar a visão Medieval de D. Afonso, IV Conde de Ourém. Seria um restauro que segundo Haffert, permitia usarem o Castelo de Ourém para filmagens de recriações medievais para o Cinema e a Televisão.

O Terreiro de Santiago antes das obras de requalificação
(2019 – 2021)
O Terreiro de Santiago depois das obras de requalificação
(2019 – 2021)
Escadaria criada na década de 1930
numa fotografia tirada antes das obras de requalificação
(2019 – 2021)
A mesma Escadaria depois das obras de requalificação e a substituição
da anterior criada na década de 1930 tem sido alvo de crítica

(2019 – 2021)

RECONSTITUIÇÃO DO CASTELO MEDIEVAL E SUA MURALHA

(Estudo de Carlos Evaristo – 1996)

No photo description available.
“Quadros da História de Ourém” da autoria de Carlos Evaristo.

            O estudo realizado entre 1996 e 1998 para o Projecto Regina Mundi 2000 acabou por ser publicado no livro “Quadros da História de Ourém” da autoria de Carlos Evaristo.

“Hoje sabemos, graças em parte a um levantamento datado de Outubro de 1527 que a Vila de Ourém (entre muros) era muito semelhante à de Óbidos e protegida por três níveis de fortificações (muralhas) que foram construídas ao longo de vários séculos.

            A primeira referência documental à existência de um Castelo em Ourém data de 1178. No entanto, este terá sido reconstruído, de acordo com a tradição, sobre as ruínas de uma fortificação Romana ou até Pré-Romana,  que esteve sempre localizada na parte mais alta do morro. 

            Este imponente Castelo ou Castro Medieval (1) era nada mais que uma Fortaleza, provavelmente de estilo Visigótico e que terá sido aproveitada pelos Mouros e depois restaurado pelos Cristãos. 

            O Castelo era formado por três torres elevadas e estreitas, com um recinto triangular, à maneira medieval, delimitado por muralhas grossas com as torres nos ângulos,  sendo duas a norte e uma virada a sul.

Esta imagem tem um texto alternativo em branco, o nome da imagem é image-53.png
Reconstituição do Castelo e Igreja de São Tiago no Século XII por Carlos Evaristo

            A apresentação primitiva destas torres deveria ser semelhante à da torre sul e assim a muitas outras existentes em Castelos Portugueses, ou seja, sem telhado e coroadas por ameias.  Originalmente, tinha somente duas torres, e o restauro ordenado pela Rainha D. Teresa em 1180 não parece ter alterado a sua aparência primitiva.

Torres do Castelo serviram de Prisões até ao Século XVI

“Nas duas torres viradas para o Norte existiam as Prisões Medievais primitivas, sendo uma para as mulheres e outra para os homens (1 b). Aquela virada para o noroeste ainda é denominada hoje Torre de D. Mécia (1 a),por ali ter sido encarcerada a esposa do Rei D. Sancho II.  Identifica-se, assim,  a prisão das mulheres. 

            Ambas só tinham acesso por uma porta colocada no tecto arredondado em abóboda e que dava para um alçapão. A hipótese de fuga era nenhuma, pois, retirada a escada de madeira, não havia outra saída.

El Castillo de Ferrara, antiguo Palacio Ducal de l...
Castelo e Paço Ducal de Ferrara

Sabemos que estas torres foram telhadas no Século XV por ordem do IV Conde de Ourém,  que também incorporou nelas a construcção das cachorradas de influência Italiana para assim o Castelo Velho melhor condizer com o Paço Novo (2) e Torreões (3 a e 3 b) por ele mandados construir no mesmo estilo e que formam uma réplica de partes do Castelo e Paço dos Duques na Cidade Italiana de Ferrara onde D. Afonso de Ourém na qualidade de Embaixador de Portugal .esteve alojado aquando da sua jornada ao Concílio de Basileia e Ferrara “

Variedades de Janelas em ogiva no Paço do IV Conde de Ourém
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

            “Nas ruínas da torre, do lado Sul, (1 c) ainda existe uma passagem de segurança composta por duas portas, uma exterior e outra interior, que dão para o recinto.  Nesta torre estaria colocado o Guarda de Vigia ou Porteiro.  No piso superior provavelmente havia um quarto onde membros insignes da Família Real pernoitavam. 

            No recinto triangular (1 d) existia o acampamento onde o Rei com os seus Cavaleiros dormiam em tendas, ricamente ornamentadas, mas de montagem fácil, isto porque até meados do Século XIII a Corte era um pouco nómada e viajavam de Castelo em Castelo, pois não havia ainda a preocupação de construir Paços ou Palácios. 

            Guardado no centro do recinto triangular (1 d) (que pela sua configuração invoca a proteção da SSmª Trindade), existia o elemento mais preciosa do Castelo: a água, que era armazenada numa grande cisterna. O acesso a esta cisterna era feito por uma escadaria em pedra.

Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

“Parece ainda existirem provas de que parte do recinto era coberto por um telheiro,  para abrigar, talvez, animais ou a zona da cozinha, que ficava no exterior, ao ar livre. Deverá também ter servido de zona de armazém de munições.”

            “A água também servia de arma fortíssima  e estratégica, pois os Castelos que não possuíam nascente própria ou reserva, dentro das suas muralhas, dificilmente resistiam a um cerco inimigo.  No entanto, aqueles que possuíam água em abundância, eram considerados inexpugnáveis, como era o caso deste Castelo de Ourém.

            A Muralha do Castelo (4),com as suas próprias torres de vigia, circundava toda a parte superior do cabeço junto ao Forte, incluindo o actual Terreiro de São Tiago (5), ainda cingido pelas ruínas de uma muralha Miguelista de suporte e defesa do Século XIX. 

            Era aqui que antes do Século XV, existia a protegida Igreja de São Tiago, provavelmente em estilo gótico ou  Românico e que o IV de Ourém mandou arrasar depois da construcção da Sé – Colegiada, aproveitando, o  terreno sagrado para implantação do cemitério e praça de armas.

A estátua de D. Nuno Álvares Pereira, III Conde de Ourém (5),  que hoje podemos admirar no Terreiro de São Tiago, foi inaugurada pelo Presidente da República, General Ramalho Eanes, em 1985.

Reconstituição por Carlos Evaristo do Castelo e Igreja de São Tiago no Século XII

“Muitas pessoas ainda admiram o Castelo e duvidam da possibilidade de hoje se poder construir tais obras, e de facto talvez fosse impossível,  não pela falta de meios técnicos, mas devido ao custo de mão de obra necessária. É que, nesses tempos, os exércitos, já desde a época Romana,  serviam também de grande equipas de construção, quando não havia lutas a travar.  Os soldados, construíam pontes, muralhas, castelos, em fim, tudo o que era preciso, e com relativa rapidez e garantida segurança. 

            Apesar de ter sido gravemente danificado pelo terramoto de 1755, o Castelo já estava em mau estado desde que a Casa de Bragança ficou sediada em Vila Viçosa e os Condes de Ourém, depois de D. Afonso, IV Conde, terem deixado de habitar em Ourém.

            As ameias do Castelo e da muralha deveriam já ter sido removidas no tempo de D. Fernando II, Duque de Bragança e Conde de Ourém, quando este foi condenado à morte por traição ao Rei D. João II, e isto porque simbolizavam a união com a Coroa, sendo estas removidas para conhecimento público, quando essa união era desfeita .

Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

Reconstituição do Paço do IV Conde de Ourém e dos Torreões

            “Localizado na direcção Sul, a alguns metros abaixo do Castelo Medieval, estão as ruínas do magnífico Solar Apalaçado ou Paço Residencial do IV Conde de Ourém (2), que também ficou fortemente danificado pelo Terramoto de 1755, embora já se encontrasse bastante degradado antes do cismo.

Castelo e Paço Ducal de Ferrara

            “O Castelo foi parcialmente recuperado antes de 1940 e, de facto, é uma pena não terem concluído o restauro, pois só faltava colocar o soalho nos pisos, e telhar o edifício, que hoje seria o Ex-Libris da Cidade; a grande sala de visitas de Ourém. 

            Infelizmente, há uns anos, algumas das grandes vigas foram levadas e aproveitadas por particulares, e as que foram lá deixadas acabaram por apodrecer, deixando o Paço na iminência de de ruir.

Como já sabemos, o velho burgo conheceu uma nova vida quando, no Século XV, D. Afonso, IV Conde de Ourém, neto de D. Nuno Alvares Pereira e de D. João I, fixou residência no seu Condado e ordenou o restauro do Castelo, a construção da Colegiada e certamente outros edifícios públicos já desaparecidos.

Torreões vistos do túnel já depois da intervenção nos anos 1930
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

            Mais tarde, ordenou o mesmo Conde, a construção do seu magnífico Solar, com os célebres  torreões (3). O Conde sendo um homem muito viajado, rico, culto e vaidoso, encarregou os seus arquitectos de elaborarem uma obra única no país e fora de vulgar no seu tempo, que conjugasse o estilo arquitectónico norte-africano com o clássico Italiano de Ferrara, que ele tanto admirou nas suas visitas à Itália e estadia prolongada nessa cidade.

Paço do IV Conde de Ourém depois da intervenção nos anos 1930
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)
Paço do IV Conde de Ourém depois da intervenção nos anos 1930
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

  “Pode-se imaginar o esplendor do edifício de cinco pisos, que servia de Residência oficial do Conde e também de defesa militar para a Vila. 

            O acesso principal fazia-se pelo túnel abobadado que ligava ao recinto interior do solar.”

Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

            “O grande portão principal corria na vertical e era puxado por pesos. As janelas e portas são um testemunho do gótico Português, onde ainda pode ser visto uma variedade de ogivas de diversos ângulos.”

Estado ruinoso do Passadiço de forma labiríntica visto do Paço
Antes da intervenção nos anos 1930
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

            “No exterior do edifício existia um passadiço de forma labiríntica (6), que se prolongava em túnel até ao torreão maior.”

Passadiço de forma  labiríntica depois da intervenção nos anos 1930
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)
Torreão e Paço depois da intervenção nos anos 1930
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)
Passadiço de forma  labiríntica depois da intervenção nos anos 1930
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

“É popularmente chamado “Chave do Castelo” ou “Buraco dos Cornos”, por ter sido lá encontrados,  no Século XIX uma variedade de cornos de animais.

            A estrutura servia de passagem de fuga, corta-vento e também tinha uma simbologia mística para os Cavaleiros Rosa cruzes, assim como o triângulo do forte tinha para os Templários e, como já sabemos, o IV Conde  pertencia à Ordem de Cristo e ao Grupo Rosa crucio.

            Diziam os antigos, que na fachada traseira, com várias janelas em ogiva, e junto às escadas arruinadas de acesso ao piso principal do Paço, havia uma passagem secreta, hoje completamente entulhada e que dava para a Quinta de Valbom na encosta ao pé de Santo Amaro.

            Por uma ponte atravessava-se do segundo piso do Paço para o torreão mais alto (3 b), popularmente chamado “Castelo do Raio”, pelo facto de ter sido rasgado ao meio por uma faísca, durante uma forte tempestade, no Século XIX. 

Esta ponte, que resistiu ao Terramoto de 1755, tinha um arco por onde passava o tráfico da rua, hoje a Calçada da Rainha D. Teresa e então a Rua Nova, por ter sido aberta aquando da construção do Paço.

            Por muito incrível que pareça, a ponte foi demolida ainda não há um século para permitir a passagem de veículos de maior dimensões, ou pelo menos, foi essa a desculpa dada na altura pelas autoridades que mandaram executar essa barbaridade.

            O Paço e a fortaleza eram servidas por comunicações encobertas e passagens subterrâneas. Havia ao todo, 6 torres, interligadas antes da ereção dos Torreões, e presume-se, a tal  galeria subterrânea, que ia sair ao sopé do monte no sítio chamado Vale Bom.

            Sabemos, por dois documentos, um de D. Teodósio II e outro de D. João IV (Rei), que o Paço do Conde já se encontrava muito deteriorado antes de 1714, mas ainda conservava alguns compartimentos (o quarto do Conde) e parte dos telhados, de acordo com a mediação e demarcação feita nesse ano pela Sereníssima Casa de Bragança. 

            Os Torreões (3), também do Século XV (um dos quais é maior), ficaram incorporados na Muralha da Vila para reforço da vigilância. Combinam, tal como o Paço, o estilo Árabe de Marrocos com o Italiano do Castelo de Ferrara e serviram, especialmente, durante o período hostil vivido depois de Aljubarrota, quando pendia uma ameaça de novas invasões por parte de Castela.

            O Torreão da direita (3 b), que é o maior, ostenta uma escultura com as armas do IV Conde de Ourém.

            Dos Torreões ainda se avista num dia, com o céu limpo, a província Espanhola de Cáceres, a pouco mais de 90 quilometros de distância, em linha recta.

Pedra esculpida com rosto humano encontrada no Castelo e provavelmente uma ornamentação da antiga Igreja de São Tiago. 
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

            Dentro de cada Torreão existiam corredores que ligavam a salas,  com tecto em abóboda, por cima das quais encontramos varandas exteriores e uma célebre janela gótica.  Estes espaços deviam ter servido de armazéns para mantimentos e armas. 

            Ainda pouco antes do restauro de 1930, e até depois, eram utilizadas pelos moradores como celeiros e lá dormiam enquanto a colheita secava para que ninguém a roubasse .

            Ainda há muita gente que se recorda de ver o transporte das vigas gigantescas para o Paço do Conde, no restauro dos anos 1930.  Estas foram transportadas pelo Sr. José do Júlio no chassis de um Reo-Svped-Vagon, que teve de levar a carroçeria desmanchada para passar ás Portas de Santarém.

            Morreu nas obras de restauro do Castelo, um homem e ficou ferido outro, tendo ambos caído de um andaime. O que faleceu era  da familiar do tal transportador de materiais.

No Paço era diariamente hasteada a bandeira da Casa de Bragança. No  tempo de D. Teodósio II foi passado um título de emprazamento à família de Affonso Ferraz Guilherme, que deveria possuir, “como seus sucessores, os terrenos anexos, pertencendo ao terreno pequeno, que fica ao poente, um cerrado aforado por 100 reis, e o maior, que está ao nascente, o chão entre os dois torreões, aforado também por 80 reis.” Este título foi renovado por D. João IV e demonstra o desinteresse da Casa de Bragança em Ourém e no Paço, já naquela época. 

            Este Paço e os Torreões só passaram novamente para a posse da Sereníssima Casa graças ao facto de, depois do Terramoto de 1755 a descrição no título dessa família Guilherme já não coincidir com a descrição das ruínas, e assim os juízes,  nomeados pelo Marquês de Pombal, e a favor do Morgado, anularam o título, para desgosto dessa família local.

Fotografia num Postal de 1915 mostra o estado dos torreões.
Nota-se na legenda o uso errado do termo popular “Castellos” em vez de Castelo para descrever o conjunto. Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)

            Conhecidos popularmente por “Castelos” ou “Castelo da Eira”, os Torreões (3)ainda resistiram quase intactos ao Terramoto de 1755,  sendo o mais alto, como já referi, desmoronado por um raio, durante uma forte tempestade, no Século XIX .

            Já nos finais do Século XIX, Ernesto Korrodi arquitecto Suíço que assumiu a direcção técnica e o parecer artístico das obras  do restauro do Castelo de Leiria, para a Liga dos Amigos do Castelo de Leiria tentou incentivar o Morgado a restaurar o Castelo de Ourém.

Colecção Raúl Espírito Santo Júlio (Cedido ao Arquivo da Fundação Oureana)

            Foram reconstruídos lentamente entre 1933 – 38,  durante  o governo do Estado Novo que tencionava restaurar os 101 Castelos de Portugal, para o centenário em 1940. 

Foi Mestre de Obras do projecto de recuperação o Sr. Raúl Marques da Graça, tio da esposa do escritor Ouriense Sr. Carlos Pereira.

            Uma lápide colocada junto à entrada do Paço ainda recorda esse centenário em 1940.

            Infelizmente, telharam os Torreões com telha lusa (medieval ?) mas talvez, se não tivessem telhados ou se tivessem usado telha de canudo,  já teriam caído há muito tempo.

            Por entre os dois Torreões, na Muralha da Vila, há um porta chamada a Porta da Traição (4),  que corria em vertical, puxada por um peso e por onde se podia sair para um carreiro que dava para os terrenos de cultivo na encosta e para “Valbom”.

É escusado dizer que se o Castelo de Ourém não tivesse sido quase totalmente restaurado pelo Estado Novo na década de 1930 não teria o aspecto agradável que hoje tem dado que era somente uma triste ruína antes dessa intervenção que já não seria possível levar a cabo.

Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)
Calçada Medieval
Fotografia da Colecção John Haffert (Arquivo Fundação Oureana)
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Fotografia das Obras de Restauro do Castelo de Ourém existente no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.
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Fotografia das Obras de Restauro do Castelo de Ourém existente no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.
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Fotografia das Obras de Restauro do Castelo de Ourém existente no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.
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Fotografia existente no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico das Obras de Restauro da muralha exterior da Vila Medieval de Ourém mas traseiras da Casa que foi moradia de John Haffert.
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Portas de Santarém numa Fotografia das Obras de Restauro do Castelo de Ourém existente no arquivo do SIPA; Sistema de Informação para o Património Arquitectónico.

25 de Agosto de 2021

Textos e Fotos de Arquivo: Fundação Oureana

Todos os Direitos Reservados / Reprodução interdita

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Paróquia de Palhais apresenta “Relíquias da Paixão”

Diocese de Setúbal

Todas as relíquias de Jesus Cristo, mesmo os mais simples objetos, impressionam e comovem a alma cristã, infundem profundo respeito e, ao mesmo tempo, causam intensa atração. A sede de divino, inerente a todo homem, sente-se em algo atendida, ao contemplar uma delas.

Dessas inapreciáveis relíquias, o Sudário de Turim é talvez a mais conhecida, em razão das reiteradas tentativas de negar sua autenticidade.

Carlos Evaristo, especialista em relíquias, estará no salão da Igreja de Santo António da Charneca na tarde do domingo de ramos, 25 de março, a partir das 16 horas para apresentar as sagradas relíquias da Paixão e falar sobre cada uma delas.

Uma oportunidade incrível para todos os curiosos que queiram conhecer melhor a Paixão de Jesus através das suas relíquias. Relíquias verdadeiras? Forjadas ao longo dos séculos? Carlos Evaristo irá esclarecer todas as pessoas.

Pe. Tiago Veloso, pároco de Palhais/Santo António

10 de Março de 2018

FONTE: https://diocese-setubal.pt/2018/03/10/paroquia-de-palhais-apresenta-reliquias-da-paixao/?fbclid=IwAR2C6EDkYb4YqSrq6K3FYfSp_9V1cKVY1k6yRQwsmPFIR9QnImE-gD8Mx9g

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Fundação Oureana celebra protocolo com a Fundação Amália Rodrigues

Mundo Português

12 AGOSTO, 2019 ATUALIDADEFacebookTwitterE-mail

Fundação Oureana celebra protocolo com a Fundação Amália Rodrigues
Os Membros do Conselho de Curadores e Direcção de ambas as Fundações

No âmbito das Celebrações do Centenário de nascimento de Amália Rodrigues, que já arrancaram no passado dia 23 de Julho, a Fundação Amália Rodrigues criada por testamento da própria, acaba de celebrar um importante Protocolo de Cooperação com as Fundações Histórico Cultural Oureana e D. Manuel II, ambas ligadas à figura da saudosa Fadista.

A assinatura do Protocolo teve lugar na emblemática Sala da Casa Museu Amália Rodrigues na Rua de São Bento número 193, em Lisboa, e reuniu Joaquim Vicente Rodrigues, Presidente da Fundação Amália, D. Duarte Pio, Duque de Bragança Presidente da Fundação D. Manuel II e Carlos Evaristo, Presidente da Fundação Oureana.

O Protocolo prevê parcerias e patrocínios para a realização urgente de vários projetos que as Fundações parceiras pretendem realizar durante o Centenário, incluindo eventos, exposições, edições, sinalização, recolha e conservação de espólio e a publicação de um Catalogo para o visitante da Casa Museu.

Carlos Evaristo assina o Protocolo

Para D. Duarte, que era amigo pessoal da Fadista e frequentava a casa desde muito jovem acompanhado de sua tia, a Infanta D. Filipa e da Marquesa D. Olga Cadaval, grande Patrona das Artes, “Este Protocolo representa um profundo respeito que sempre tivemos pela Amália e pelo que fez pela Cultura e por Portugal. É o testemunho de uma amizade pessoal que se manteve até ao fim da sua vida e o compromisso de continuar a ajudar a preservar a sua memória.”

Carlos Evaristo que era também amigo pessoal da Fadista recorda que “este Protocolo é oportuno porque não só vem a propósito do Centenário do seu nascimento mas também no abrir do 25º Aniversário da Coroação da Rainha do Fado. A criação da Fundação Oureana e do seu Departamento “Instituto Amália Rodrigues, Rainha do Fado” foi criada no dia 12 de Agosto de 1995 tendo como Madrinha Amália Rodrigues que nesse memorável simbolicamente encerrou a sua carreia como cantora tendo sido homenageada e Coroada na 1ª edição do Prémio de Carreira da Fundação na categoria de “Rainha do Fado”. É oportuno recordar que foi nesse dia que foi inspirada a criar uma Fundação para preservar o seu legado que temos obrigação de ajudar a preservar e a perpetuar pelo que representa para Portugal e para tantos emigrantes e estrangeiros no Mundo por onde passou com uma verdadeira Embaixatriz da Cultura Portuguesa.”

Joaquim Vicente Rodrigues pretende com este Protocolo e com toda uma série de projetos apresentados para o Centenário, “ajudar a criar pontes entre organizações e estabelecer normas para salvaguardar o património da qual a Fundação tem responsabilidade de manter perante a memória da testamentária e do mundo de fãs e admiradores que esperam isso. A nova Direção ao assumir este compromisso quer num espírito de total transparência e abertura de colaboração encontrar meios para garantir a continuidade da Fundação e preservação do nome e da imagem como marca e do espólio de recordações que marcaram a vida de Amália Rodrigues”.

23 de Julho de 2020

FONTE: https://www.mundoportugues.pt/fundacao-oureana-celebracao-de-protocolo-com-a-fundacao-amalia-rodrigues/

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